Concreto cicatrizante mostra eficácia em obras especiais

Complexo de túneis da rodovia Régis Bittencourt, na região da serra do Cafezal, em São Paulo, usa a tecnologia autocicatrizante através de aditivos Crédito: Governo de SP
Complexo de túneis da rodovia Régis Bittencourt, na região da serra do Cafezal, em São Paulo, usa a tecnologia autocicatrizante através de aditivos
Crédito: Governo de SP

Ainda que esteja em fase de pesquisa, com grande concentração de estudos em várias universidades espalhadas pelo mundo - incluindo as do Brasil -, o concreto cicatrizante já mostra eficácia em obras especiais. Nos Estados Unidos e na Europa, pontes pequenas, com até 200 metros de extensão, recebem aplicação de overlay de concreto com 5 centímetros de espessura, sem juntas de dilatação, graças ao uso de fibras e bactérias que autorregeneram o material. 

No Japão, estruturas pré-fabricadas usadas em obras de saneamento básico, e em ambientes agressivos, também usam a tecnologia autocicatrizante através de aditivos. No Brasil, a mesma técnica já foi usada na construção de túneis graneleiros na região do porto de Santos-SP e no complexo de túneis que fazem parte da duplicação da rodovia Régis Bittencourt, na região da serra do Cafezal, em São Paulo. As obras dos museus MIS (Museu da Imagem e do Som) e MAR (Museu de Arte do Rio), ambos na cidade do Rio de Janeiro, também utilizam aditivos semelhantes aplicados em concretos produzidos com cimento CP V-ARI e CP III 40 RS

Os relatos são do engenheiro civil Emílio Takagi, que palestrou recentemente no 4º Simpósio Paranaense de Patologia das Construções. Antes de participar do evento promovido pela UFPR, Takagi esteve no 7º Congresso Internacional de Materiais Autocicatrizantes, que aconteceu em Yokohama, no Japão. Lá, viu “in loco” as recentes pesquisas sobre a 6ª geração de concretos cicatrizantes, e que devem chegar ao mercado em 2021. Entre elas, o concreto de ultra-alta durabilidade e as nanocerâmicas.

Para Takagi, o material tornou-se protagonista nos centros de pesquisas voltados para a construção civil. “Os estudos sobre concreto cicatrizante têm 25 anos e avançam muito rapidamente, principalmente depois de 2005, quando foi criado o comitê técnico para estudar concreto cicatrizante, instalado pela RILEM (do francês Réunion Internationale des Laboratoires et Experts des Matériaux, systèmes de construction et ouvrages) [União Internacional de Laboratórios e Especialistas em Materiais, Sistemas e Estruturas de Construção])”, diz.

A prova de que o material e seus subprodutos evoluem é que em Yokohama foi apresentado um aditivo cristalino antimicrobiano de 4ª geração para ser aplicado no concreto cicatrizante. Ele permite reparar áreas maiores, já que a principal função da autocicatrização é regenerar trincas e fissuras, preenchendo os vazios e mantendo a integridade do concreto.

Inovações são proporcionais ao número de universidades que pesquisam o concreto cicatrizante

Emilio Takagi: mestre do ITA foi o primeiro brasileiro a se envolver em pesquisas de concreto cicatrizante Crédito: SPPC/UFPR
Emilio Takagi: mestre do ITA foi o primeiro brasileiro a se envolver em pesquisas de concreto cicatrizante
Crédito: SPPC/UFPR

O volume de inovações é proporcional ao número de universidades que se dedicam a pesquisar esse tipo de concreto. Estados Unidos, Canadá, Japão, China, Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica e Holanda possuem laboratórios que estudam exclusivamente os processos de cicatrização do concreto.  No Brasil, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) foi pioneiro, através de Emilio Takagi, mas universidades como PUC-MG, McKenzie, Unisinos, UFRGS, UEL, UnB e as federais de Taubaté-SP, Criciúma-SC, Sorocaba-SP e Poços de Caldas-MG também têm núcleos de pesquisa do material.

Takagi avalia que o Brasil dará um grande passo rumo ao desenvolvimento do concreto cicatrizante quando tiver uma norma técnica exclusiva para o material. Ele também avalia que o estudo desse tipo de concreto se tornará cada vez mais multidisciplinar. “Não se trata de um campo exclusivo da engenharia. Acredito que, no futuro, biólogos poderão trabalhar nas usinas de concreto para controlar o volume de bactérias regenerativas inseridas nos agregados”, prevê. 

Entrevistado
Reportagem com base na palestra do engenheiro civil e mestre em ciências pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Emilio Minoru Takagi, no 4º Simpósio Paranaense de Patologia das Construções

Contatos
sppc.ufpr.civil@gmail.com
etakagi@ita.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Continente se une para impulsionar pré-fabricados

Evento realizado em setembro de 2019, em Lima-Peru, reuniu 125 influenciadores do setor de pré-fabricados de concreto do continente americano Crédito: ASOCEM
Evento realizado em setembro de 2019, em Lima-Peru, reuniu 125 influenciadores do setor de pré-fabricados de concreto do continente americano
Crédito: ASOCEM

O 2º Congresso Ibero-Americano de Pré-moldado de Concreto, que aconteceu em Lima-Peru, reuniu especialistas dos principais países do continente americano para apresentar a evolução dos pré-fabricados na construção de edifícios, pontes, túneis, estradas, sistemas de contenção, saneamento e espaços públicos. O evento contou com a participação de 125 profissionais de 8 países (Peru, Brasil Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, Estados Unidos e México) vinculados às indústrias de cimento, concreto, pré-fabricados e construção, e que priorizaram o intercâmbio de tecnologias.

O congresso teve foco na gestão e no planejamento de projetos, bem como design, construção, supervisão e promoção de soluções com elementos de concreto pré-moldado. Também houve uma agenda voltada para elementos de pequeno porte. Foram discutidas estratégias para impulsionar a indústria de pré-fabricados de concreto no continente, através de planos de aproximação com organismos públicos, construtoras e incorporadoras. Neste quesito, o Brasil serviu de referência por causa da diversidade das aplicações dos pré-fabricados no país. 

Como explica a engenheira civil Íria Doniak, presidente executiva da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto), e que representou o país no congresso promovido pela Asociación de Productores de Cemento (ASOCEM) e pela Federación Iberoamericana del Hormigón Premezclado (FIHP). “A indústria brasileira de pré-fabricado de concreto tem como característica ser inovadora, uma vez que sempre adotou tecnologias pioneiras para o planejamento, fabricação, desenvolvimento, logística e montagem das estruturas”, diz.

A dirigente também lembra que o pré-fabricado de concreto atende as mais diversas demandas da construção: de obras mais tradicionais, como galpões logísticos, centros industriais e shopping centers, até projetos de infraestrutura viária, rodoviária, portuária e aeroportuária, passando por arenas esportivas, empreendimentos imobiliários e obras de habitação de interesse social. Recentemente, a indústria do setor também se tornou presente no agronegócio, nas estruturas de energias alternativas, como a eólica, e na construção de pistas de testes de veículos.

De prédios inovadores a tecnologia para pisos e contrapisos de concreto

De acordo com dados recentes de sondagem do setor, realizada pela Fundação Getulio Vargas, a área de shopping centers segue liderando quando o assunto é o uso de pré-fabricados no Brasil (destino de 20,3% do total produzido), seguida pelos segmentos industrial (19,6%), de infraestrutura (14,3%) e de centros de distribuição e logística (13,5%). No nicho residencial, o segmento representa 4,2% do mercado.

Os outros países que participaram do evento também trouxeram inovações da construção industrializada. Dos Estados Unidos veio a experiência da construção da nova sede da Apple. Já o Chile mostrou como fábricas com sistemas anti-sísmicos são construídas com estruturas pré-fabricadas. O México apresentou como o pré-fabricado se tornou competitivo para a construção de edifícios habitacionais, enquanto o Peru tratou a aplicação da tecnologia em pisos e contrapisos. Estimulado pela fib (Federação Internacional do Concreto) o 2º Congresso Ibero-Americano de Pré-moldado de Concreto também debateu temas como sustentabilidade e edifícios altos com uso de pré-moldados.

Entrevistado
Asociación de Productores de Cemento (ASOCEM) e Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) (via assessoria de imprensa)

Contato: contacto@asocem.org.pe 

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Redes sociais já respondem por 44% das vendas de imóveis

Eduardo Berto: redes sociais se transformaram em ponto de partida para o consumidor comprar imóvel Crédito: ADEMI-PR
Eduardo Berto: redes sociais se transformaram em ponto de partida para o consumidor comprar imóvel
Crédito: ADEMI-PR

Em seminário promovido recentemente pela ADEMI-PR, o gestor de estratégia de vendas e marketing para o mercado imobiliário, Eduardo Berto, apresentou números que mostram que as redes sociais já viraram o jogo quando o assunto é vender imóveis. Ele destaca que 44% das negociações têm como ponto de partida as ferramentas Facebook e Instagram. “As redes sociais se transformaram em ponto de partida para o consumidor comprar imóvel. Já, para o mercado imobiliário, elas (redes sociais) se transformaram em filtros para atingir o público-alvo e desenvolver um marketing assertivo”, diz Berto.

O estrategista afirma que as redes sociais, juntas com os softwares que decifram os dados de quem as frequenta, permitem definir estratégias de vendas com características próprias para cada empreendimento. “Os planos de ação nunca são os mesmos para cada produto. As redes sociais permitem traçar um perfil mais preciso do potencial comprador. Isso influencia o tipo de equipe de venda e toda a jornada de compra. Além disso, ajuda a criar gatilhos mentais, usando programação neurolinguística, para despertar no consumidor o que a gente chama de AIDA: Atenção, Interesse, Desejo e Ação. Vender imóvel é usar cada vez mais a psicologia”, explica. 

Por outro lado, Berto destaca que o método tradicional de venda, que envolve montar um estande no local e esperar o cliente, está cada vez mais perdendo espaço. “É um processo que não atinge mais nem 10% do volume de vendas, principalmente nas grandes cidades brasileiras”, afirma o estrategista. Ele salienta ainda que, no Brasil, cada região tem uma cultura para comprar imóvel. “Curiosamente, em cidades do interior (com até 100 mil habitantes) funciona bem a venda porta a porta. É quando o corretor vai às empresas oferecer o produto imobiliário para os funcionários e os diretores. Em alguns casos, essa estratégia representa 30% das vendas”, revela.

Compra virtual cresce e, em alguns casos, já responde por 20% das vendas

Eduardo Berto alerta também que começa a crescer a compra virtual, ou seja, aquela em que o consumidor fecha o negócio sem ir ao local do empreendimento. “Para alguns tipos de lançamentos, a compra virtual já responde por 20% das vendas. Normalmente, são loteamentos ou edificações ainda na planta. A maioria desses compradores é formada por investidores”, cita. 

O palestrante ressalta ainda que as redes sociais também fazem com que as incorporadoras e construtoras tenham dados mais precisos para fazer o lançamento de suas obras. “As empresas hoje conseguem fazer o que a gente chama de represamento de clientes. Ela testa o produto, ouve os sinais do mercado e espera o equilíbrio para fazer o lançamento na hora certa. E qual a hora certa? É quando se percebe que tem um público interessado em comprar e outro que está em dúvida, mas disposto a ser convencido a comprar”, finaliza.    

Entrevistado
Reportagem com base na palestra do gestor de estratégia de vendas e marketing para o mercado imobiliário, Eduardo Berto, no seminário “Mercado Imobiliário em foco”, promovido pela ADEMI-PR

Contato: ademipr@ademipr.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Sem túnel submerso, Brasil atrasa avanço tecnológico

Ligação por túnel entre Santos e Guarujá uniria os pontos mais próximos entre os dois municípios do litoral paulista Crédito: Youtube
Ligação por túnel entre Santos e Guarujá uniria os pontos mais próximos entre os dois municípios do litoral paulista
Crédito: Youtube

A construção do primeiro túnel submerso do Brasil, que faria a engenharia brasileira dar um salto tecnológico, está ameaçada. A execução da obra ligando Guarujá a Santos, no litoral paulista, é discutida desde 2014. O projeto é de responsabilidade do governo de São Paulo, porém a atual gestão está propensa a construir uma ponte com 7,5 quilômetros de extensão, em vez do túnel. A alegação é que a concessionária encarregada pelo sistema Anchieta-Imigrantes assumiria a obra. Em troca, o contrato de concessão, que vigora até 2026, seria estendido. 

Recentemente, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) promoveu um workshop sobre o tema, onde a representação portuária se posicionou contrária à ponte. A alegação é de que, mesmo que o projeto da ponte preveja um vão central de 85 metros para a passagem das embarcações, os demais pilares podem gerar congestionamento de navios. Já o túnel, que teria 762 metros de área submersa - a 21 metros de profundidade -, não ofereceria obstáculo ao transporte naval. “A restrição física no porto compromete todo o trânsito do canal e dificulta as manobras. Temos que nos preocupar com todo o desencadeamento disso”, alerta a representante da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Jennyfer Tsai.

A autoridade portuária revisitou o projeto e apresentou um túnel otimizado, com custo avaliado em 2,5 bilhões de reais, ou seja, menor do que o orçamento previsto anteriormente, que era de 3,2 bilhões de reais, e abaixo do custo da ponte, estimada em 2,9 bilhões de reais. Além disso, no debate realizado na Fiesp a tese do túnel ganhou a simpatia da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP). “A posição formal da ABTP é que, enquanto a autoridade portuária não endossar um projeto dessa magnitude, não se recomenda que ele seja feito. Caso contrário, podemos estar na contramão do que é feito no resto do mundo”, afirma o presidente da ABTP, Clythio van Buggenhout.

Por causa de impasse, travessia ainda é realizada por balsas

A opção pelos túneis tem sido a solução construtiva em boa parte dos principais portos internacionais. Recentemente, a administração do porto de Antuérpia, na Bélgica, decidiu construir um quarto túnel, cujo custo anunciado é três vezes maior do que o previsto para o empreendimento no porto de Santos, porém com tecnologia semelhante. A construção no principal terminal portuário do Brasil seria feita com o emprego de técnica ainda não utilizada no país, conhecida como módulo imerso pré-fabricado. No entanto, por causa do impasse, a travessia entre Santos e Guarujá segue realizada por balsa ou por um desvio rodoviário que alonga o percurso em 45 quilômetros.

Tanto o projeto do túnel quanto o da ponte dependem de aprovação da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) para se viabilizarem. Para o diretor do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, Henry Robson, a ponte representa riscos reais ao fluxo e à expansão do porto, e sugeriu que o governo estadual considere outras opções. “O contato de um navio com um dos pilares da ponte pode causar um problema enorme ao porto de Santos. Então, há questões a serem equacionadas”, diz. Já os defensores da ponte alegam que a obra tem projeto confiável, baixo impacto ambiental e geraria tarifas mais baixas de pedágio. 

Veja como seria a construção do túnel Santos-Guarujá


Entrevistado
Reportagem com base em workshop realizado na sede da Fiesp, em 10 de setembro de 2019

Contato: relacionamento@fiesp.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Após 60 anos, Indonésia copia Brasil e terá sua “Brasília”

Parte da cidade de Jacarta, a capital da Indonésia, encontra-se abaixo do nível do mar. A área aterrada já afundou 2,5 metros em 10 anos, por duas razões: aumento da intensidade das chuvas - consequência das mudanças climáticas - e adensamento populacional. Isso levou o governo do país a projetar a construção de uma nova capital. O plano se assemelha ao que o Brasil fez entre 1955 e 1960, quando projetou e construiu Brasília. 

A nova capital administrativa da Indonésia será construída na Ilha de Bornéu, a 1.300 quilômetros de Jacarta. Quando estiver pronta, aproximadamente 1,5 milhão de funcionários públicos serão transferidos, aliviando a densidade populacional de Jacarta, que atualmente conta com cerca de 9,6 milhões de habitantes em seu território e outros 22 milhões vivendo na região metropolitana.  

A futura capital da Indonésia terá sua construção iniciada em 2020 e só deve ser concluída por volta de 2030, a um custo aproximado de 35 bilhões de dólares. A maior parte dos recursos será financiada pela cooperação entre o governo central, empresas estatais e a iniciativa privada. O orçamento do país vai bancar o equivalente a 19% dos custos da obra. “Tudo na Indonésia ficou centralizado em Jacarta. Do governo, aos setores financeiro, industrial, comercial e de serviços. Precisamos descentralizar”, afirma o atual presidente do país, Joko Widodo.

A Indonésia é um arquipélago com mais de 17 mil ilhas, das quais 6 concentram mais de 90% da população. Java, onde está localizada Jacarta, é ocupada por 54% dos 270 milhões de habitantes do país. "Não podemos continuar sobrecarregando Jacarta e Java em termos de densidade populacional, congestionamento, poluição e recursos hídricos", completa o presidente Joko Widodo.

Nova capital será cidade inteligente em área de 180 mil hectares, em Bornéu

O anúncio de mudança de capital se deu através de pronunciamento à nação, no final de agosto de 2019. A nova metrópole será em uma área abrangendo duas regiões, North Penajam Paser e Kutai Kartanegara, na província de Kalimantan Oriental, em Bornéu. Para não repetir os erros cometidos em Jacarta, o governo planeja construir uma cidade inteligente. A localização já possui infraestrutura, como aeroporto e rodovias, além de um bem natural escasso em Jacarta: a água potável.

A nova capital ocupará uma área de 180 mil hectares. Porém, antes de iniciar a construção da cidade, o governo da Indonésia precisa solucionar duas questões estratégicas: estimular a instalação de cimenteiras na região conhecida como Sangkulirang-Mangkalihat - a 400 quilômetros das obras e local de uma das maiores jazidas de calcário da Indonésia - e construir pelo menos duas hidrelétricas, além de explorar outras fontes de energia alternativa (eólica e solar), para não depender das termelétricas de carvão e diesel, que predominam no país.

O início da construção da nova capital da Indonésia só vai acontecer depois que o congresso do país aprovar o projeto. O governo deve encaminhar a proposta no começo de 2020. Atualmente, a ideia enfrenta forte resistência de ambientalistas, já que a região em que será erguida a nova cidade tem floresta e espécies de animais em extinção.  Além da Indonésia, o Egito também viabiliza a construção de uma nova capital administrativa para desafogar a concentração populacional de Cairo.

Entrevistado
Embaixada do governo da Indonésia no Brasil (via assessoria de imprensa)

Contato: brasilia.kbri@kemlu.go.id

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Arquiteta romena inova ao criar estruturas de concreto

Mariana Popescu observa molde de tecido usado para produzir estrutura que está no Museu Universitário de Arte Contemporânea, na Cidade do México Crédito: Maria Verhulst
Mariana Popescu observa molde de tecido usado para produzir estrutura que está no Museu Universitário de Arte Contemporânea, na Cidade do México
Crédito: Maria Verhulst

A arquiteta romena Mariana Popescu foi incluída na lista dos 35 jovens inovadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) - edição 2019. Com bacharelado, mestrado e doutorado na Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, Popescu trabalhou na pesquisa que ela intitulou de "KnitCrete: cofragem de tecido tricotado para estruturas complexas de concreto" (do inglês, "KnitCrete: Stay-in-place knitted fabric formwork for complex concrete structures"). A inovação está no fato de que as estruturas criadas pela arquiteta dispensam fôrmas convencionais, podem ser curvas ou retas e permitem ser construídas em poucas horas, e em qualquer local.

Popescu desenvolveu algoritmos que convertem automaticamente o projeto de uma estrutura em um molde têxtil que pode ser tricotado por máquinas industriais em poucas horas. A arquiteta e sua equipe também desenvolveram um sistema que utiliza cabos de aço para manter o molde na posição correta, enquanto o concreto é derramado dentro dele. “O que fiz foi olhar para um suéter e ver que os materiais têxteis são perfeitos para fazer uma grande variedade de formas 3D. Já a construção tradicional utiliza madeira e outros materiais para construir fôrmas e despejar concreto. Isso limita as construções contemporâneas”, diz a arquiteta.

Sob o ponto de vista da praticidade, a criação da jovem romena é avaliada pelos pesquisadores do MIT como uma solução para projetos sob medida, que possa atender campos de refugiados, zonas de guerra e locais de desastres naturais, ou seja, para erguer estruturas que precisem de construção rápida. A invenção tem servido também para viabilizar obras de arte gigantes. Como a que homenageia o arquiteto espanhol-mexicano Félix Candela Outeriño, no Museu Universitário de Arte Contemporânea (MUAC), na Cidade do México. A peça mede pouco mais de 4 metros de altura, tem quase 6 metros de largura e pesa cerca de 5 toneladas.

Estruturas moldadas em tecido podem diminuir custo da industrialização de pré-fabricados

Batizada de “KnitCandela”, a obra de arte serviu como apresentação da tecnologia desenvolvida por Mariana Popescu. A malha foi fabricada em um tear na Suíça e transportada até o México. O tecido levou 26 horas para ficar pronto. No museu, foi esticado no formato estabelecido em projeto e depois revestido por uma mistura de cimento e água. Após o endurecimento, foi preenchido com concreto autoadensável reforçado com fibras. “Quando a arquitetura pede estruturas com geometrias complicadas, essa tecnologia é uma alternativa”, avalia a romena. 

Popescu lembra ainda que estruturas moldadas através de malhas de tecidos podem ajudar a diminuir o custo da pré-fabricação industrializada do concreto. “As fôrmas para moldar o concreto só se justificam se elas forem usadas para uma grande quantidade de peças. Para elementos sob medida, normalmente se produz uma fôrma e depois ela deixa de ser reutilizada. Isso representa uma porcentagem grande no preço da estrutura. Além disso, produzir uma fôrma para projetos exclusivos e complexos também leva tempo. Com o KnitCrete surge uma solução mais rápida e com um custo bem menor”, finaliza a arquiteta.

Veja vídeo sobre como foi produzida a peça que está no Museu Universitário de Arte Contemporânea, na Cidade do México

Entrevistada
Arquiteta e doutora em materiais, Mariana Popescu, que liderou a pesquisa para a criação do KnitCrete

Contato: mariana.popescu@arch.ethz.ch

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Home office altera projetos arquitetônicos de edifícios

Conceito home office se expande no universo corporativo e incorporadoras e construtoras já começam a captar esses sinais Crédito: Banco de Imagens
Conceito home office se expande no universo corporativo e incorporadoras e construtoras já começam a captar esses sinais
Crédito: Banco de Imagens

Levantamento feito por um grupo de consultorias em recursos humanos mostra que, após a entrada em vigor da nova legislação trabalhista, 45% das empresas brasileiras já aderiram parcialmente ao home office para seus funcionários. Significa que pelo menos duas vezes por semana essas corporações permitem que seus colaboradores atuem remotamente, ou seja, trabalhando de casa. Essa mudança conceitual no mercado de trabalho impacta também os projetos arquitetônicos de edifícios residenciais, principalmente nas regiões sul e sudeste. 

Há prédios que já projetam o home office dentro do apartamento. Outros lançam mão de um espaço batizado de meeting room (sala de reuniões), que funciona com um coworking para os condôminos. O ambiente é projetado para atender as demandas do morador que trabalha em home office. A ideia é importada, já que em países como Holanda, Alemanha, Espanha e Canadá boa parte dos projetos arquitetônicos dos edifícios residenciais já vem com o conceito de meeting room em suas plantas.

O que incorporadoras e construtoras estão fazendo é captar os sinais de um novo mercado de trabalho que surge. Levantamento da consultoria de recursos humanos Randstad, realizado com empresas de 33 países - incluindo o Brasil -, mostra que 7 em cada 10 entrevistados gostariam de trabalhar de casa. Na mesma pesquisa, 45% dos consultados reconhecem que a maneira tradicional de trabalho está mudando para formas mais flexíveis. 

Outros estudos apontam para a mesma tendência. Por exemplo, a Pesquisa Home Office Brasil 2018, realizada pela SAP Consultoria em Recursos Humanos, detectou crescimento de 22% na modalidade home office, desde 2016. A maioria das empresas adeptas atua nas áreas de Tecnologia da Informação, Telecom ou serviços. Juntas, elas somam 44% das que dão flexibilidade aos colaboradores. Por região do país, o sudeste tem uma adesão de 89% das empresas ao home office, seguido do sul, com 8%. 

Consultorias já detectaram que home office não funciona para todos

Melhorias na qualidade de vida dos colaboradores (70%), mobilidade urbana (63%) e concessão de benefícios (47%) são as principais motivações para a adoção do home office, segundo as companhias. Entretanto, a flexibilidade da jornada de trabalho ainda é um benefício do “alto escalão” (executivos, diretores, coordenadores e supervisores), sendo que 66% têm carga horária definida, mesmo podendo trabalhar de casa.

Os levantamentos das várias consultorias que estudam o home office no mercado de trabalho também já detectaram que a modalidade não funciona para todos os colaboradores nem para todas as empresas. Adaptam-se melhor os que possuem idade acima de 34 anos, tem familiaridade com o trabalho informatizado e fazem parte das classes A, B e C. Para ilustrar, existem os exemplos conhecidos mundialmente de IBM e Yahoo, que implantaram o home office e, meses depois, chamaram seus funcionários de volta ao escritório, por causa da queda na produtividade. Por outro lado, as mesmas pesquisas veem potencial na geração Z (1990-2010) para o trabalho remoto com bom desempenho. É nessa população que o mercado imobiliário está focado.

Entrevistado
Reportagem com base em pesquisas de consultorias de recursos humanos, como Randstad, SAP Consultoria em Recursos Humanos e MindMetre Research (via assessorias de imprensa)

Contatos
marketing@randstad.com.br
sap@sapconsultoria.com.br
info@mindmetre.com 

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Governo prepara novo formato de política habitacional

Atualmente, 222 mil unidades do Minha Casa Minha Vida estão em construção no país Crédito: Agência Brasil
Atualmente, 222 mil unidades do Minha Casa Minha Vida estão em construção no país
Crédito: Agência Brasil

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) promoveu recentemente, em Brasília, o encontro “A construção na condução da retomada do emprego”. Participaram mais de 40 parlamentares. Além do consenso de que a construção civil tem condições de estimular a criação de 936 mil empregos rapidamente, desde que retomadas as obras paralisadas no país, surgiu no evento a sugestão de que o Congresso Nacional crie um projeto de política habitacional para o país. 

Para os participantes do encontro, o Minha Casa Minha Vida, criado e viabilizado durante os governos Lula e Dilma Rousseff, enfrentaria resistência do atual governo por “questões ideológicas”. Um grupo de parlamentares se comprometeu a viabilizar um projeto de política de Estado para a questão habitacional brasileira. Ao mesmo tempo, Casa Civil, Caixa Econômica Federal e ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional trabalham numa nova formatação do Minha Casa Minha Vida, que será apresentada em novembro ao presidente Jair Bolsonaro.

O atual governo reconhece a importância do programa, mas tenta ajustá-lo para que não dependa apenas de subsídios federais. Para o secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, a crise econômica do setor de construção no país só não foi pior por causa do Minha Casa Minha Vida. “É um dos poucos programas públicos que trouxeram alguns bons resultados. Ajudou para que a crise não fosse ainda maior, mas não é solução de longo prazo para a economia brasileira. Quando falamos no futuro da construção brasileira, ele passa necessariamente por mecanismos privados de financiamento e por ambiente regulatório mais simples”, diz.

O ministro de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, adianta que uma das propostas de mudança no Minha Casa Minha Vida é reduzir o patamar atual da faixa 1, que passaria de 1,8 mil reais para 1,2 mil reais ou 1,4 mil reais. “O objetivo do governo federal é alocar mais recursos onde é mais necessário e para quem mais precisa”, afirma o ministro. O anúncio das mudanças em curso no programa habitacional ocorreu no Fórum Brasileiro das Incorporadoras, promovido em setembro de 2019 pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). 

Minha Casa Minha Vida desponta como o oxigênio da construção civil

De acordo com o ministro Gustavo Canuto, há atualmente 222 mil unidades do Minha Casa Minha Vida em construção no país, que vão demandar 2,1 bilhões de reais de aportes. Canuto garante que haverá recursos para manter o que está em construção, apesar de o governo federal planejar cortar pela metade o orçamento do programa para 2020. Pelo menos é o que consta na proposta orçamentária para o próximo ano, que prevê reserva de 2,71 bilhões de reais para o MCMV, ante os 5,4 bilhões de reais de 2019. A título de comparação, em 2015 o investimento no Minha Casa Minha Vida chegou a 20 bilhões de reais.

Em contraponto ao cenário de restrição orçamentária, o setor ainda entende que o Minha Casa Minha Vida desponta como o oxigênio da construção civil. “No último ano (2018), começamos a assistir uma melhora do mercado de médio e alto padrões, mas ela ainda está concentrada em algumas capitais, o que faz com que o Minha Casa Minha Vida continue desempenhando um papel fundamental dentro do setor”, avalia a pesquisadora Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Entrevistados
Ministério de Desenvolvimento Regional, Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) (via assessoria de imprensa)

Contatos
imprensa@mdr.gov.br
comunicacao@abrainc.org.br
ascom@cbic.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Incêndio desperta para protocolos em obras hospitalares

Até setembro de 2019 houve 12 incêndios em hospitais. O do Rio de Janeiro-RJ foi o de maiores proporções e causou 14 mortes Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil
Até setembro de 2019 houve 14 incêndios em hospitais. O do Rio de Janeiro-RJ foi o de maiores proporções e causou 14 mortes
Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil

O incêndio que atingiu o Hospital Badim em setembro, no Rio de Janeiro-RJ, ampliou para 14 o número oficial de unidades hospitalares brasileiras danificadas pelo fogo em 2019. Houve acidentes semelhantes, porém de menores proporções, em Salvador-BA, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Maceió-AL, Marília-SP, Fortaleza-CE, Vitória-ES, Ponta Grossa-PR, Petrópolis-RJ, Imperatriz-MA e São Paulo-SP, com duas ocorrências (Instituto do Coração (InCor), em janeiro, e Hospital do Coração (HCor), em julho). O caso do Rio foi o mais trágico e deixou um saldo de 14 mortes.

A necessidade de melhorar a segurança de hospitais contra incêndios levou a ABNT a publicar em maio de 2019 a NBR 16651:2019 - Proteção contra incêndios em estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) – Requisitos. A norma técnica especifica como devem ser rotas de fuga, saídas de emergência e sistemas de compartimentação, para impedir que o fogo se alastre entre outros pontos dos prédios hospitalares. Elaborada pelo Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (ABNT/CB-024), a NBR 16651:2019, além de estabelecer os requisitos de proteção contra incêndios, também orienta sobre projetos de construção e reformas das edificações definidas como estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS).

Além disso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também tem um conjunto de normas de segurança contra incêndio, em vigor desde 2014. Entre elas, a de que organismos de fiscalização e controle da saúde tenham engenheiros civis e arquitetos para acompanhar demandas relacionadas a projetos, instalações, fiscalização de obras e serviços, equipamentos médicos e manutenção predial em hospitais, clínicas e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Da mesma forma, organismos de engenharia civil e de arquitetura - Confea/CREA e CAU - realçam a necessidade de se cumprir os protocolos para esse tipo de obra, cujos projetos devem ter especificações muito particulares.  

Arquitetura e engenharia civil especializadas em obra hospitalar não param de evoluir

Do projeto estrutural ao projeto arquitetônico, obras hospitalares estão entre as mais intrínsecas. Pilares, vigas e lajes devem ser projetadas para suportar sobrepeso, pois a edificação vai receber equipamentos complexos e pesados. A acessibilidade também deve ser prioridade, com rampas, portas e corredores largos, além de elevadores amplos e entradas exclusivas para vários setores do hospital, como as áreas de emergência e prontos-socorros. Há também a complexidade que envolve as instalações hidráulicas, elétricas, de ar-condicionado e de TI (Tecnologia da Informação) de um empreendimento hospitalar.

No quesito segurança contra incêndio, a arquitetura e a engenharia civil especializadas neste tipo de obra mostram que os projetos mais modernos estão optando pela chamada “compartimentação horizontal”, ou seja, cada andar possui portas corta-fogo estrategicamente instaladas e capazes de isolar rapidamente uma área incendiada, a fim de dar tempo para que pacientes e funcionários sejam retirados do prédio ou deslocados para outros setores seguros do hospital. Materiais anti-chama, como pisos vinílicos, paredes com revestimentos especiais e bem sinalizadas também estão entre as exigências para que empreendimentos desta natureza cumpram as normas técnicas da ABNT e as diretrizes da Anvisa. 

Acesse o manual “Segurança contra Incêndio em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde”

Manual de Seguranca (.pdf)

Entrevistado
Confea/CREA, CAU e Anvisa (via assessoria de imprensa)

Contatos
gco@confea.org.br 
atendimento@caubr.gov.br
imprensa@anvisa.gov.br 

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Cresce mercado imobiliário que não depende de governo

José Carlos Martins e Celso Petrucci, da CBIC: regiões sul, sudeste e centro-oeste puxam a fila no volume de obras residenciais Crédito: Youtube/CBIC
José Carlos Martins e Celso Petrucci, da CBIC: regiões sul, sudeste e centro-oeste puxam a fila no volume de obras residenciais
Crédito: Youtube/CBIC

Os empreendimentos residenciais que não dependem do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) fecharam o primeiro semestre de 2019 em franco crescimento, em comparação ao mesmo período de 2018. Os lançamentos aumentaram 15,4%, as vendas fecharam positivamente em 12,1% e os estoques caíram 8,7%. É o que mostram os mais recentes dados dos Indicadores Imobiliários Nacionais, levantados pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), e que englobam números de 16 capitais e 9 regiões metropolitanas. “Tudo que depende de dinheiro do governo corre risco. Já os números do mercado imobiliário que não dependem de subsídios aumentaram”, confirma o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

As regiões sul, sudeste e centro-oeste puxam a fila no volume de obras, com destaque para Florianópolis-SC, São Paulo-SP, Cuiabá-MT, Distrito Federal-DF e Goiânia-GO.  Entre as regiões norte e nordeste do país, a única que se destaca positivamente é Salvador-BA. “Há uma evidente regionalização do mercado. E as regiões que menos dependem de governo são as que mais conseguem crescer”, afirma Martins. A avaliação é confirmada pelo vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci. “Em todo o país, no primeiro semestre de 2019, foram lançadas 46.200 unidades residenciais, com destaque para o Centro-Oeste, onde os lançamentos cresceram 75% comparativamente ao mesmo período de 2018”, revela.

Em contrapartida, os projetos atrelados ao MCMV, e que ainda são 40% do que é construído no país em termos de habitação residencial, seguem parados. “Esse cenário de dependência do Minha Casa Minha Vida fica mais evidente no norte e nordeste”, frisa Celso Petrucci. Já, para os imóveis que não dependem de financiamentos atrelados ao programa habitacional, o levantamento dos Indicadores Imobiliários Nacionais aponta que a demora para as construtoras desovarem seus estoques vem caindo progressivamente. “No primeiro semestre de 2018, a média para encontrar compradores para os imóveis não-vendidos era de 14,3 meses. No primeiro semestre de 2019, esse número caiu para 11,1 meses”, destaca Petrucci. 

CBIC estima que vendas de unidades residenciais cresçam 15% em 2019

Com base nas projeções, o vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC assegura que, se o Minha Casa Minha Vida estivesse passando por um período de aquecimento, o mercado imobiliário no Brasil estaria vivendo um período de expansão próximo ou igual a 75%. No entanto, sem o impulso necessário ao programa, a estimativa da CBIC é que as vendas de unidades residenciais fechem 2019 com crescimento perto de 15%. Isso depende de uma recuperação mais uniforme dos mercados das regiões norte e nordeste. Outro empecilho pode ser a falta de recursos do FGTS para bancar a demanda do setor habitacional. “Não tem orçamento suficiente para contratar tudo que o mercado necessita em termos de FGTS”, avisa José Carlos Martins.

Os dados dos Indicadores Imobiliários Nacionais contabilizam números das seguintes capitais e regiões metropolitanas: Manaus-AM, Belém-PA, João Pessoa-PB, Salvador-BA e região, Cuiabá-MT, Distrito Federal-DF, Goiânia-GO e região, Belo Horizonte-MG e região, Rio de Janeiro-RJ e região, São Paulo-SP e região, Curitiba-PR e região, Florianópolis-SC, Porto Alegre-RS e região, Fortaleza-CE e região, Recife-PE e região e Maceió-AL. 

Assista a apresentação dos Indicadores Imobiliários Nacionais

   

Entrevistado
Reportagem com base nos números mostrados pelos Indicadores Imobiliários Nacionais, da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção)

Contato: comunica@cbic.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330