Construção civil segue atraindo investimento de celebridades

Ator Caio Castro é sócio da NossoLar desde 2015: construtora empreende em Praia Grande, na Baixada Santista, litoral de São Paulo. Crédito: NossoLar
Ator Caio Castro é sócio da NossoLar desde 2015: construtora empreende em Praia Grande, na Baixada Santista, litoral de São Paulo.
Crédito: NossoLar

Cresce a lista de famosos brasileiros que diversificam seus negócios optando por investimentos na construção civil. A mais nova celebridade anunciada como sócio de uma construtora é o galã de novelas Caio Castro. A empresa da qual é majoritário chama-se NossoLar e ergue empreendimentos de alto padrão em Praia Grande, no litoral de São Paulo. 

No ramo desde 2015, Caio Castro não é apenas investidor. Ele acompanha os projetos de perto, inclusive visitando os canteiros de obras.  O mais recente é um condomínio de luxo, com 150 apartamentos. Em 2020, a NossoLar planeja outros seis lançamentos, com previsão de execução das obras em 2023.

Quem também passou a acompanhar a construção civil de perto é o pentacampeão mundial Ronaldinho Gaúcho. O ex-jogador de futebol mira startups do setor e atua como anjo-investidor. Mas há também ex-atletas que preferem pôr a mão na massa. É o caso de Tiago Silva, que fundou a incorporadora (TSS).

A empresa constrói na região de Porto Alegre-RS e prioriza edifícios residenciais de até 5 pavimentos voltados para as classes A e B. Tiago Silva construiu sua carreira de jogador na Bulgária, aonde chegou a se naturalizar e a defender a seleção daquele país. Após pendurar as chuteiras, retornou ao Brasil e se inspirou em seu pai - que foi pedreiro - para atuar na construção civil.

Outro caso de gente famosa que decidiu investir em projetos imobiliários é o do empresário Luciano Hang, da Havan. Em Balneário Camboriú-SC, ele associou-se ao projeto One Tower, da FG Empreendimentos, que terá 70 pavimentos e 252 metros de altura. O projeto se auto-intitula o “prédio à beira-mar mais alto do Brasil”.

Antes de brilhar em Hollywood, Arnold Schwarzenegger foi sócio de construtoras

No país, também são famosos os casos do cantor Roberto Carlos, sócio da Emoções Incorporadora e Construtora; Zezé Di Camargo e Luciano, que têm participação na Penta Incorporadora; do técnico Vanderlei Luxemburgo, que investiu na construção de um prédio em Curitiba-PR, e do ex-atacante do Athletico-PR e do Fluminense, Washington “Coração Valente”, que possui uma construtora na cidade de Caxias do Sul-RS: a Steca Edificações e Administração Ltda. 

Internacionalmente também existem exemplos bem-sucedidos de celebridades atuando na construção civil. O caso mais curioso é o de Arnold Schwarzenegger. Antes de atuar em “Conan, o Bárbaro”, “Exterminador do Futuro” e uma série de filmes famosos, o ator investiu o dinheiro que ganhou como “mister músculos” na compra de imóveis na planta na Califórnia-EUA. O negócio deu tão certo que, em seguida, ele se associou a construtoras que empreendem em Santa Mônica - famosa praia californiana.

Obviamente, essas celebridades, seja no Brasil ou no exterior, não atuam na construção civil como aventureiros. Elas possuem assessoramento jurídico, contábil e técnico. A maioria deles se aproxima de profissionais que já atuam na área, a fim de conhecer esse mercado. São engenheiros civis, arquitetos, empresários do ramo da construção e incorporação que orientam como investir. Aprendida a lição, os famosos se mostram cada vez mais seguros e dispostos a colocar suas economias em projetos imobiliários.

Entrevistados

Construtoras NossoLar, TSS Incorporadora e FG Empreendimentos (via assessorias de imprensa) 

Contato

contato@construtoranossolar.com
contato@tssincorporadora.com.br
marketing@fgempreendimentos.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Pavimento rígido é destaque no World of Concrete 2020

World of Concrete 2020: 45ª edição da principal feira sobre concreto do mundo atraiu mais de 60 mil visitantes. Crédito: WOC
World of Concrete 2020: 45ª edição da principal feira sobre concreto do mundo atraiu mais de 60 mil visitantes.
Crédito: WOC

Fabricantes de pavimentadoras aproveitaram o World of Concrete 2020 (WOC), que aconteceu de 4 a 7 de fevereiro em Las Vegas-EUA, para lançar uma série de novos equipamentos que prometem aumentar a produtividade e melhorar a competitividade do pavimento de concreto contra seu principal concorrente: o asfalto. As máquinas também trazem inovações tecnológicas, que vão desde acessórios que qualificam o processo de cura e de texturização do concreto até modelos que se inspiram na impressão 3D para pavimentar ruas e estradas.

Os fabricantes das pavimentadoras, cuja maioria tem sede nos Estados Unidos, guardaram os lançamentos para o World of Concrete 2020 porque o evento anual é, de fato, o maior do mundo a ter o concreto como protagonista. Em sua 45ª edição, o WOC recebeu mais de 60 mil profissionais do setor da construção civil de vários países. Boa parte dos visitantes era formada por empreiteiros, fabricantes, engenheiros, arquitetos e comerciantes ligados a diferentes segmentos da cadeia produtiva, além de estudantes de engenharia civil e arquitetura.

Pavimentadoras chamaram a atenção dos visitantes e foram destaque no World of Concrete 2020. Crédito: Gomaco
Pavimentadoras chamaram a atenção dos visitantes e foram destaque no World of Concrete 2020.
Crédito: Gomaco

Atualmente, o setor de pavimentadoras é dominado pelas norte-americanas GOMACO, Guntert & Zimmerman, Power Curbers, Power Pavers e Terex, além da alemã Wirtgen, que utilizou o World of Concrete 2020 para lançar novos modelos no mercado norte-americano. O foco da concorrente europeia são as rodovias, enquanto alguns fabricantes dos EUA priorizaram no WOC “pavimentadoras urbanas”. São máquinas que conseguem revestir ruas de até 2 metros de largura, com execução completa do serviço, ou seja, o equipamento também molda meios-fios, bocas de lobo e calçadas. Tudo construído com o mesmo concreto do pavimento.

Evento também promoveu seminários específicos sobre a qualidade do concreto

Engenheiros do CP Tech Center ressaltam que máquinas não substituem a qualidade do concreto para pavimentar. Crédito: CP Tech Center
Engenheiros do CP Tech Center ressaltam que máquinas não substituem a qualidade do concreto para pavimentar.
Crédito: CP Tech Center

O pavimento de concreto também protagonizou seminários dentro do World of Concrete 2020. Entre os palestrantes esteve o engenheiro civil Peter Taylor, diretor do Centro de Tecnologia do National Concrete Pavement (CP Tech Center), vinculado à Iowa State University, nos Estados Unidos. Ele lembrou que a tecnologia das máquinas contribui para dar qualidade ao pavimento rígido, mas alertou que os técnicos nunca podem deixar de cuidar das propriedades do concreto. “Pavimento de concreto bem feito dura mais de 40 anos; mal feito, pode falhar rapidamente”, ressalta. 

No seminário intitulado “Misturas de Concreto para Pavimentação”, Peter Taylor e o diretor-assistente do CP Tech Center, Gordon Smith, propuseram 5 passos para se obter um concreto de qualidade na pavimentação. As dicas são as seguintes:
1. Verifique a expertise do fornecedor do concreto. Ele deve ter amplo conhecimento tecnológico do material.
2. Siga os procedimentos de teste no local da execução.
3. Tenha gerentes de processo e de controle de qualidade em suas equipes.
4. Aceite a tecnologia como aliada para melhorar a qualidade do pavimento de concreto. Seja proativo na implantação de novos padrões exigidos pelo mercado.
5. Saiba detectar problemas. O correto é evitá-los, mas se eles ocorrerem reaja com rapidez para repará-los. 

Entrevistados
Departamento de comunicação do World of Concrete e Centro de Tecnologia do National Concrete Pavement (CP Tech Center)

Contato
registration@worldofconcrete.com
cptech@iastate.edu

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Nova NR 18 fará construção economizar até R$ 700 milhões

Lançamento da nova NR 18, que desburocratiza o canteiro de obras, foi comemorado por organismos que representam a construção civil. Crédito: Nina Quintana/CBIC
Lançamento da nova NR 18, que desburocratiza o canteiro de obras, foi comemorado por organismos que representam a construção civil.
Crédito: Nina Quintana/CBIC

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia estima que a revisão da Norma Regulamentadora nº 18 (NR 18), que cuida das condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, vai gerar economia anual de 280 milhões de reais a 700 milhões de reais para o setor. A portaria que fez entrar em vigor a nova NR 18 foi publicada dia 10 de fevereiro de 2020, no Diário Oficial da União.

Para a Secretaria de Política Econômica, o valor mais provável de economia para o setor, por causa da nova NR 18, será de 470 milhões de reais por ano. No entender do organismo vinculado ao Ministério da Economia, 280 milhões de reais seriam uma “hipótese conservadora” e 700 milhões de reais um “cenário mais otimista”. O estudo leva em consideração informações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e dados da mais recente Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC). 

Levantamento da CBIC indica que o valor do orçamento de saúde, segurança e meio ambiente no trabalho representa um percentual próximo de 3% do valor total das incorporações, obras ou serviços. Com a revisão da NR 18, o custo desse orçamento deve ser reduzido entre 5% e 10%. A responsável pela modernização da norma foi a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, juntamente com organismos representantes das empresas e dos trabalhadores.

NR 18 terá um ano de transição, para que setor possa se adaptar às mudanças

Após publicada no Diário Oficial da União, a NR 18 terá um ano de transição, para que a construção civil possa se adaptar às mudanças. “A NR 18 é uma das normas regulamentadoras de saúde e segurança do trabalho mais importantes do país. Também era uma das mais extensas e burocráticas. Prejudicava os investimentos no setor e ampliava a insegurança jurídica, o que afetava a geração de empregos”, afirma o secretário do trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcomo.

Além de abordar questões próprias e específicas da atividade da construção civil, a NR 18 ainda descreve as instruções para outras situações relacionadas ao canteiro de obras, como alojamentos e áreas de vivência para os trabalhadores, proteção contra incêndio e outros cuidados. “A nova NR 18 passa a dizer o que deve ser feito e não como deve ser feito, ou seja, a responsabilidade é do construtor, a responsabilidade é das pessoas que vão cuidar da saúde e segurança no trabalho”, avalia o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Segundo Bruno Dalcomo, a NR 18, além de se propor a reduzir as taxas de acidente em canteiro de obras, também tem o objetivo de enfrentar a informalidade na construção civil. “Uma norma mais simples, mais objetiva, permite maior fiscalização por parte do Estado. Entendemos que teremos um setor da construção civil mais saudável e de acordo com o crescimento do país”, destaca. O governo federal também estuda conceder benefícios às empresas que hoje estão irregulares, desde que elas se adéquem às normas de saúde e segurança do trabalho definidas na nova NR 18.

Veja o que mudou na NR 18

Entrevistado
Reportagem com base em evento que marcou o lançamento público da Norma Regulamentadora nº 18 (NR 18), dia 10 de fevereiro de 2018, em São Paulo-SP

Contato
imprensa@economia.gov.br
ascom@cbic.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Saiba como a China construiu 2 grandes hospitais em 20 dias

Início das obras do hospital Huoshenshan mobilizou 95 escavadeiras e 33 retro-escavadeiras. Crédito: CSCEC
Início das obras do hospital Huoshenshan mobilizou 95 escavadeiras e 33 retro-escavadeiras.
Crédito: CSCEC

A cidade de Wuhan, localizada na região central da China, e com 11 milhões de habitantes, tornou-se mundialmente conhecida nos primeiros meses de 2020 por duas razões: transformou-se no epicentro da epidemia global de coronavírus e chamou a atenção da engenharia pela velocidade com que dois hospitais foram construídos para receber os infectados. Uma das unidades, com capacidade para 1.000 leitos, entrou em operação em 10 dias, depois que os operários começaram do zero a construção. Outra instalação, com 1.600 leitos, ficou pronta no dobro do tempo: 20 dias. 

O segredo das obras está na eficácia da construção modular e na expertise chinesa em construções rápidas. Os hospitais de emergência erguidos em Wuhan utilizaram a mesma tecnologia que o país já havia usado em 2003, quando houve uma epidemia de Sars, em Pequim. Porém, houve o aprimoramento dos sistemas construtivos. Naquela ocasião, 7 mil operários se envolveram com uma obra de 25 mil m2. Agora, foram mobilizados cerca de 4 mil trabalhadores somando as duas unidades, que medem 34 mil m2 e 59 mil m2, respectivamente.

As máquinas substituíram o grande volume de operários. No primeiro hospital construído em Wuhan foram usadas 95 escavadeiras, 33 retro-escavadeiras, 5 rolos-compressores, 160 caminhões-basculantes, 22 guindastes, 40 caminhões-betoneira e 20 bombas para concretagem. A terraplenagem do terreno foi sucedida pela construção de um imenso radier de concreto, medindo 34 mil m2, para acomodar as estruturas de aço que sustentam os contêineres hospitalares. Com dois pavimentos, o hospital Huoshenshan conta com 30 unidades de terapia intensiva (UTIs), várias enfermarias de isolamento e 1.000 leitos. Também possui corredores de dupla face, que se conectam aos quartos dos pacientes, mas impedem contato direto dos funcionários com os infectados.

Um centro de convenções e um estádio são adaptados para receber infectados 

Contêineres acoplados a estruturas de aço foram adaptados para receber os leitos hospitalares e dar rapidez à obra. Crédito: CSCEC
Contêineres acoplados a estruturas de aço foram adaptados para receber
os leitos hospitalares e dar rapidez à obra.
Crédito: CSCEC

Cada contêiner é revestido com material de PVC e isolamento termoacústico. Eles já vêm preparados para receber todo o aparelhamento necessário para funcionar como leitos hospitalares. A construção esteve a cargo da China State Construction Engineering Corporation (CSCEC), que também executou as obras do hospital Leishenshan, que é maior e tem capacidade para 1.600 leitos. Em Wuhan, o governo da China ainda está adaptando um centro de convenções e um estádio, para transformá-los em hospitais de campanha. O objetivo é que a cidade tenha condições de atender 10 mil infectados pelo coronavírus, simultaneamente.

Construção do hospital Huoshenshan começou em 23 de janeiro e em 3 de fevereiro obra já recebia pacientes. Crédito: CSCEC
Construção do hospital Huoshenshan começou em 23 de janeiro e em 3 de fevereiro obra já recebia pacientes.
Crédito: CSCEC

O hospital Huoshenshan começou a ser construído na noite de 23 de janeiro. Em 3 de fevereiro, já estava recebendo os primeiros pacientes. Já o Leishenshan teve as obras iniciadas em 25 de janeiro (até o fechamento desta reportagem não havia sido concluído). Os dois hospitais foram construídos em terrenos que estavam vazios, mas vinculados a uma colônia de férias e a um armazém para estocar produtos e vendê-los ao comércio local. Na China, todas as terras pertencem ao governo e a desapropriação não depende de ordem judicial ou outro tipo de burocracia. O país também tem investido muito na qualificação da mão de obra da construção civil para conseguir viabilizar obras rapidamente. No caso dos operários que atuaram na construção dos hospitais de Wuhan, a CSCEC recrutou seus melhores quadros em construção modular, trazendo-os de várias partes do país. 

Veja a time lapse da construção do hospital Huoshenshan, cujo significado é “montanha do deus fogo”

Veja a time lapse da construção do hospital Leishenshan, cujo significado é “montanha do deus do trovão”

Entrevistado
China State Construction Engineering Corporation (CSCEC) (via coordenação de imprensa)

Contato
ir@cscec.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Construção civil inicia 2020 com produtividade em alta

Construção civil encerra 2019 puxando a produtividade da indústria e em viés de alta para 2020. Crédito: Banco de Imagens
Construção civil encerra 2019 puxando a produtividade da indústria e em viés de alta para 2020.
Crédito: Banco de Imagens

A construção civil fechou 2019 com crescimento de 3,7% em sua produtividade - índice que mede a eficiência e os métodos de produção. Nos dois últimos trimestres do ano passado, o setor foi o que mais avançou neste quesito, em comparação com outros segmentos da indústria de transformação. Os dados constam do indicador de produtividade do trabalho do IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas). Segundo o organismo de pesquisa, o bom desempenho da construção civil impediu que a produtividade global da indústria nacional fechasse o ano com um percentual negativo.

A produtividade na construção ganhou viés de alta desde o segundo trimestre de 2019. Com os ventos da economia soprando favoravelmente em 2020, as projeções indicam que o índice deve se manter em crescimento, podendo se aproximar dos 5% em relação ao ano passado. Para a coordenadora de Projetos da Construção do IBRE/FGV, Ana Maria Castelo, 2020 será decisivo para mostrar se o setor, de fato, está absorvendo mais emprego com carteira assinada e mais tecnologia. “Daqui para frente, com o setor usando mais mão de obra e mais processos produtivos, é que veremos resultados mais consolidados”, avalia.

A economista considera ainda que um crescimento sustentável da construção civil ao longo do ano vai mostrar o quanto o setor investiu em inovações e como isso vai se refletir em ganhos de produtividade. A análise corrobora dados já mostrados por uma série de estudos. Um dos mais recentes é da McKinsey Brasil, o qual aponta que a produtividade na construção civil brasileira tem potencial para melhorar 50%, desde que adotadas boas práticas, novos conceitos e que se invista em tecnologia.

Cresce também a confiança do empresário da construção para investir

Os números que mostram a melhoria da produtividade na construção civil estão relacionados também com o otimismo do setor quanto ao ambiente de negócios para 2020. O mais recente Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI-Construção), divulgado em janeiro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), atingiu 64 pontos e foi o maior desde dezembro de 2010. A melhora da confiança é confirmada pelo aumento da disposição dos empresários para investir. O índice de intenção de investimentos alcançou 44,4 pontos - o mais alto valor desde setembro de 2014. 

O ICEI-Construção varia de 0 a 100 pontos. Quando está acima dos 50 pontos mostra que os empresários estão confiantes. Para a economista da CNI, Dea Fioravante, o otimismo é fruto do novo ambiente econômico no Brasil. “O cenário econômico favorável, com juros baixos e inflação controlada, estimula as pessoas a fazerem as obras que eram adiadas ou até mesmo comprar um imóvel”, analisa. “Isso aumenta a demanda por serviços da construção e tem impacto na propensão dos empresários para investir”, completa. Para a pesquisa, foram ouvidas 493 empresas do setor, de 6 a 17 de janeiro de 2020. Dessas, 177 são pequenas, 206 são médias e 110 são de grande porte.

Veja os estudos do IBRE/FGC e da CNI

Entrevistado
Reportagem com base nos resultados apontados pelo indicador de produtividade do trabalho, do IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), e do Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI-Construção), da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

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ibre@fgv.br
imprensa@cni.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Brexit deixa construção civil da Europa apreensiva

Brexit: a partir de 31 de janeiro de 2020, Reino Unido e União Europeia tentam evitar que construção civil seja impactada negativamente pelo rompimento. Crédito: Banco de Imagens
Brexit: a partir de 31 de janeiro de 2020, Reino Unido e União Europeia tentam evitar que construção civil seja impactada negativamente pelo rompimento.
Crédito: Banco de Imagens

O neologismo Brexit é a junção das palavras British e exit, que significa a saída dos britânicos da União Europeia. Houve um plebiscito em 2016 e em 31 de janeiro de 2020 a ruptura foi oficialmente confirmada. Haverá um período de transição até que o Reino Unido não faça mais parte do bloco europeu, mas vários setores da economia buscam entender os impactos que o desligamento irá causar no Velho Continente, incluindo o da construção civil

Em nota recente, a Federação de Construtores Mestres (FMB, de Federation of Master Builders), umas das principais entidades de classe da construção civil britânica, criticou o rompimento com a União Europeia. “A indústria da construção está sendo seriamente afetada pela incerteza do Brexit. Uma incerteza que, junto com a escassez de mão de obra que a ruptura pode causar, vai gerar uma tempestade perfeita em nossa indústria”, diz.

Atualmente, 28% dos trabalhadores da construção civil empregados na Grã-Bretanha não são britânicos - boa parte é oriunda do leste europeu. O receio dos empregados do setor é que falte mão de obra e, consequentemente, isso impacte no custo e no cronograma das obras. “O futuro da construção do Reino Unido depende da disponibilidade de profissionais qualificados e especializados, mas também dos chamados pouco qualificados. Sem eles, não seremos capazes de oferecer um crescimento sustentável para a construção após o Brexit", avalia Mark Reynolds, CEO da Mace, uma das principais construtoras britânicas.

Apenas 15% dos executivos da construção eram favoráveis ao rompimento com a UE

 Essa preocupação ficou evidente em uma pesquisa realizada pela consultoria londrina Smith & Williamson, a qual mostrou que apenas 15% dos executivos da construção civil britânica eram favoráveis ​​à saída do Reino Unido da União Europeia. O levantamento ocorreu antes do referendo de 2016. “As incertezas não dizem respeito apenas à mão de obra, mas também à importação e exportação de materiais de construção. O pós-Brexit deverá apontar respostas para isso”, reforça Brian Berry, presidente da FMB. 

O receio é de que o rompimento com a União Europeia interrompa um ciclo virtuoso de obras que a Grã-Bretanha experimenta desde 2014. Com apoio do governo, o Reino Unido investe na construção de 300 mil unidades domiciliares e tem um orçamento já previsto de 600 bilhões de libras em dez anos - algo como 3 trilhões de reais - para viabilizar projetos de infraestrutura até 2030. Existe também a preocupação da indústria de materiais de construção do continente, pois os britânicos importam 64% dos produtos utilizados em suas obras.

Para acalmar o setor, tanto o governo do Reino Unido quanto o parlamento da União Europeia sinalizam que, ao final do período de transição, que termina no final de 2020, haverá regras bem definidas para a contratação de mão de obra estrangeira e para a importação e exportação de materiais. Até lá, a construção civil britânica e europeia engavetam projetos à espera de maior segurança para os negócios na era pós-Brexit.   

Entrevistado
Federação de Construtores Mestres da Grã-Bretanha (via departamento de comunicação)

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media@fmb.org.uk
www.fmb.org.uk

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Dez tecnologias da construção que vão “bombar” em 2020

Realidade aumentada permite que uma imagem 3D apareça no local exato do mundo real em que a obra será construída. Crédito: Banco de Imagens
Realidade aumentada permite que uma imagem 3D apareça no local exato do mundo real em que a obra será construída.
Crédito: Banco de Imagens

A LetsBuild, uma empresa SaaS (Software as a Service) para construção civil provendo soluções de ponta a ponta, nascida da fusão das plataformas GenieBelt (Dinamarquesa) e Aproplan (Belga), consultou seus clientes no Reino Unido, na União Europeia, nos Estados Unidos, na Ásia e na Austrália para ouvir deles quais inovações tendem a ser mais usadas pelo setor global em 2020. As 10 mais citadas foram: Realidade aumentada; Ecossistema de tecnologia da construção; BIM; Construção modular; Concreto autocicatrizante; Drones; Robôs; Nuvem e tecnologia móvel para compartilhamento de projetos; Usos avançados para GPS; e Tecnologia utilizável.

Algumas destas tecnologias já são utilizadas no Brasil, como BIM, drones, realidade aumentada, compartilhamento de dados e concreto autocicatrizante. Globalmente, porém, elas estão muito mais difundidas e gerando negócios na casa dos bilhões de dólares. Uma das expectativas para 2020, por exemplo, é que os softwares e os equipamentos de realidade aumentada movimentem cerca de 90 bilhões de dólares esse ano. Já a indústria de drones estima que os equipamentos atinjam a marca de 10 bilhões de dólares em volume de vendas.    

Entenda melhor como essas tecnologias funcionam na construção civil e por que estão cada vez mais valorizadas:

Realidade aumentada
A tecnologia sobrepõe vídeos gerados em computador a vídeos capturados por câmeras. Isso permite que uma imagem 3D apareça no local exato do mundo real em que será construída. Conforme a câmera transmite cenas reais, o computador exibe o algoritmo gráfico que mostra como será a obra. A realidade aumentada é indicada para planejar e dar precisão aos projetos (quando combinado ao BIM), adequar o canteiro de obras e oferecer treinamento. A tecnologia garante medições precisas de profundidade, altura e largura. Também possibilita detectar problemas e corrigi-los antes que determinada fase da obra inicie, evitando o retrabalho.

Ecossistema de tecnologia da construção
Refere-se a softwares de compartilhamento de dados em tempo real. Seu impacto na construção civil cresce substancialmente, por permitir que todos os envolvidos em uma obra - do projetista ao fornecedor - troquem informações relevantes. Essa capacidade de integrar processos e sistemas acelera a busca por soluções, minimiza atrasos, taxas de retrabalho e problemas de comunicação entre o canteiro de obras e o escritório.

BIM

Com o BIM, as partes envolvidas podem revisar o projeto quantas vezes forem necessárias antes da execução.  Crédito: Banco de Imagens
Com o BIM, as partes envolvidas podem revisar o projeto quantas vezes forem necessárias antes da execução.
Crédito: Banco de Imagens

Com o Building Information Modeling (Modelagem de Informações da Construção) é possível criar modelos virtuais precisos de uma construção - do projeto estrutural ao hidráulico e elétrico. Quando concluídos, esses modelos contêm dados precisos para quem vai executar e fazer a gestão da obra. O BIM também é uma ferramenta que permite compartilhar informações e combater retrabalho no canteiro de obras. As partes envolvidas podem revisar o projeto quantas vezes forem necessárias antes da execução. 

Construção modular
O processo permite que casas ou edifícios tenham suas estruturas concebidas em uma linha de produção, para depois serem montadas no canteiro de obras. Geralmente são peças pré-fabricadas de concreto, mas podem ser de aço ou de materiais mistos (aço e concreto). A tecnologia possibilita maior controle de qualidade e atenção às especificações do projeto.  A construção modular possibilita também ganhos extraordinários de tempo, com a conclusão da obra se dando, às vezes, na metade do período previsto se comparado a um sistema construtivo convencional.

Concreto autocicatrizante
Rachaduras no concreto, mesmo que microscópicas, abrem caminho para que água e gases com substâncias nocivas penetrem no material e ataquem as armaduras, causando corrosão. O concreto autocicatrizante possui aditivos e outros agregados especiais incorporados à sua composição que impedem esse processo desencadeante de patologias. Um dos obstáculos para que o concreto autocicatrizante chegasse ao mercado era seu alto custo de produção. No entanto, a tecnologia avançou e já consegue torná-lo competitivo para determinados tipo de obras especiais, como pontes, barragens, túneis, hidrelétricas e usinas nucleares.

Drones 

Drone: incorporado à construção civil, ele é útil na fase de execução do projeto, em ações de marketing e na segurança do canteiro de obras.  Crédito: Banco de Imagens
Drone: incorporado à construção civil, ele é útil na fase de execução do projeto, em ações de marketing e na segurança do canteiro de obras.
Crédito: Banco de Imagens

Esse modelo de veículo aéreo não-tripulado está cada vez mais incorporado à construção civil. Seja na fase de execução, para inspecionar a obra - principalmente em locais de difícil acesso -, seja na fase de venda do empreendimento, para a tomada de imagens que ajudem nas ações de marketing. Outra função desempenhada pelos drones é o de monitoramento de canteiros de obras, garantindo maior segurança contra furtos e roubos.

Robôs 
Atualmente, a maioria das máquinas automatizadas usadas na construção civil ainda necessita do controle humano, ou seja, não são capazes de realizar nenhuma atividade sem gerenciamento. Mas a união da inteligência artificial com a robótica está dando mais autonomia aos robôs. Alguns já conseguem atuar por programação prévia. São máquinas que agem sozinhas, mas que foram orientadas para executar determinadas tarefas. Neste caso, não são diretamente operadas por homens, mas ainda necessitam da gestão humana. O próximo passo são os robôs autônomos, que executam funções sem gerenciamento humano.

Nuvem e tecnologia móvel para compartilhamento de projetos 
Essa tecnologia utiliza aplicativos para smartphones, possibilitando comunicação imediata entre todas as partes envolvidas com o projeto e com a obra. Caso surja algum problema, os apps possibilitam trocas de documentos em tempo real. Para 65% dos que utilizam a ferramenta, sua maior importância é evitar o retrabalho. A tecnologia permite ainda o agendamento de serviços com os fornecedores, como data e horário da entrega do concreto no canteiro de obras.

Usos avançados para GPS
Na construção civil, a tecnologia denominada Sistema de Posicionamento Global (GPS) é usada principalmente em atividades de terraplenagem. Motoniveladoras e escavadeiras equipadas com GPS executam a tarefa de preparação do solo com 70% a mais de eficácia. Estatísticas mostram que o sistema ajuda a economizar 25% de combustível e reduz em 30% a mão de obra envolvida nesta etapa da obra. A vida útil das máquinas também aumenta em 60%. Atualmente, existem no espaço 120 satélites exclusivamente para gerenciar GPS. A tecnologia é dominada por Estados Unidos, Rússia, China, Índia e Europa.  

Tecnologia utilizável 

Tecnologia utilizável está permitindo criar uma nova geração de equipamentos de proteção individual para os trabalhadores da construção. Crédito: Banco de Imagens
Tecnologia utilizável está permitindo criar uma nova geração de equipamentos de proteção individual para os trabalhadores da construção.
Crédito: Banco de Imagens

Nos Estados Unidos, a tecnologia é chamada de “construction wearables” – algo como vestuário da construção. São equipamentos que operários vestem para atuar no canteiro de obras, e que permitem que sejam monitorados. Funcionam como uma nova geração de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Podem ser cintos, coletes, capacetes ou até armaduras que facilitam o carregamento de materiais e ajudam a alcançar pontos mais altos sem a ajuda de escadas. A tecnologia possibilita também medir em tempo real o grau de fadiga de um trabalhador e se ele está no local da obra executando a tarefa a que foi designado. 

Entrevistado
Reportagem postada por LetsBuild, uma empresa SaaS (Software as a Service) para construção civil.

Contato
www.letsbuild.com
info@letsbuild.com
falu@letsbuild.com


Gigantes do Vale do Silício combatem déficit habitacional

O que Apple, Amazon, Google, Microsoft e Facebook têm em comum? As Big Techs - como são chamadas as gigantes mundiais de tecnologia - se uniram para combater o déficit habitacional nas regiões dos Estados Unidos onde estão suas sedes. Só a Apple decidiu doar 2,5 bilhões para a construção de casas na Califórnia. Facebook e Google, que também se localizam no Vale do Silício, vão investir 1 bilhão cada. Já a Microsoft decidiu doar 500 milhões para construir casas em Seattle, no estado de Washington, onde está sua sede e também a da Amazon, que não só investirá na construção urgente de casas como se associou a startups dos EUA focadas na construção de residências pré-fabricadas

Na Califórnia, que abriga Apple, Google e Facebook, a falta de estoque de moradias fez os preços dispararem na região. Uma casa de 3 quartos, que valia cerca de 250 mil dólares há pouco mais de 20 anos, hoje não é comprada por menos de 1,5 milhão de dólares. Mesmo os funcionários das gigantes do Vale do Silício, que ganham bons salários, não conseguem adquirir residências por causa dos altos preços. Isso está influenciando no fluxo de contratações das Big Techs. Há profissionais que despertam o interesse das empresas, mas desistem das vagas por não conseguir uma moradia na Califórnia - mesmo para alugar. “Habitação acessível significa estabilidade e dignidade, oportunidade e orgulho. Quando essas coisas ficam fora do alcance de muitos, sabemos que o caminho que seguimos é insustentável e a Apple está comprometida em fazer parte da solução”, declarou Tim Cook, CEO da Apple, ao anunciar o investimento em moradias.

Os 2,5 bilhões de dólares destinados pela Apple para o setor da construção civil estão assim divididos: 1 bilhão vai para uma parceria com o governo da Califórnia para a implantação de um programa habitacional de casas populares; 1 bilhão para um projeto voltado à aquisição da primeira casa, cuja prioridade serão trabalhadores jovens da Califórnia; 300 milhões em forma de terrenos que pertencem à empresa e serão doados para construir casas; 150 milhões para a criação de um fundo imobiliário destinado a habitações populares; e 50 milhões para construir abrigos e retirar os moradores de rua da Califórnia. A falta de moradias levou 30 mil famílias a deixarem a Califórnia em 2019.

Para analistas, big techs teriam que investir 10 bilhões de dólares na construção de casas 

Google e Facebook seguiram caminhos semelhantes ao da Apple para destinar suas doações para a construção de habitações: firmaram parcerias com o governo californiano, também estão doando terras para serem transformadas em condomínios e destinaram 150 milhões de dólares para a recuperação ambiental da baía de São Francisco. O Facebook destacou que das 40 mil moradias a serem construídas com os recursos doados, 20 mil devem ser destinadas a trabalhadores essenciais, como professores, enfermeiros e socorristas.  Mesmo com todos os esforços, e da entrada das big techs no combate ao déficit habitacional no oeste dos EUA, a expectativa é que o problema só seja solucionado no prazo de 10 anos.

Para analistas do mercado imobiliário, mesmo com os bilhões de dólares colocados pelas gigantes da internet no setor de moradias não será possível zerar o déficit. Pelo cálculo dos especialistas, seriam necessários 10 bilhões de dólares para que a meta fosse atingida nas regiões das big techs.  Por isso, a Amazon foi além: decidiu investir em startups que se utilizam de sistemas pré-fabricados para construir casas rapidamente e a um custo menor do que seria se fossem utilizados sistemas construtivos convencionais. A primeira parceira é a Plant Prefab , uma empresa do sul da Califórnia que usa materiais de construção sustentáveis ​​para construir casas. A startup também utiliza a automação para construir casas mais rapidamente e reduzir custos. Já a Microsoft confirmou a doação para o combate do déficit habitacional em Seattle, mas não quis aprofundar os detalhes de seu projeto.

Entrevistado
Departamentos de comunicação de Apple, Facebook, Google, Amazon e Microsoft

Contato
media.help@apple.com
press@fb.com
amazon-pr@amazon.com
rrt@we-worldwide.com
press@google.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Bill Gates decide investir em concreto. Saiba o motivo

Bill Gates: investimento em ConstruTech que desenvolve concreto capaz de capturar CO2. Crédito: GatesNote
Bill Gates: investimento em ConstruTech que desenvolve concreto capaz de capturar CO₂.
Crédito: GatesNote

Até 2060, 180 bilhões de m² de edificações serão construídos no planeta. É como inserir uma nova cidade do tamanho de Nova York no mundo. Esse dado chamou a atenção do segundo homem mais rico da Terra: Bill Gates, cofundador da Microsoft. Com fortuna avaliada em 110 bilhões de dólares, ele decidiu investir em concreto. Através de um fundo de investimento focado em energia renovável, Gates tornou-se acionista de uma fábrica que produz armações de aço para construção com emissão zero e também passou a ser sócio da CarbonCure, a qual desenvolveu tecnologia de captura do dióxido de carbono (CO₂) pelo próprio concreto

Bill Gates reveza com Jeff Bezos, o dono da Amazon, o título de homem mais rico do mundo. Em 2019, Bezos voltou a ultrapassá-lo, fechando o ano com fortuna estimada em 131 bilhões de dólares (dados da mais recente edição do ranking de bilionários da Forbes). Com os investimentos em construção civil, Gates espera retomar a liderança. Por enquanto, o segundo mais rico do planeta usa um fundo para projetos de energia renovável, do qual é o principal investidor, para fomentar inovações que possam tornar as obras mais sustentáveis sob o ponto de vista ambiental. O Breakthrough Energy Ventures, além de ter investido recentemente na CarbonCure, aposta também na 75F - uma fabricante de vidros inteligentes.

Maior desafio dos concretos com baixa emissão é atingir resistência do concreto armado

A 75F desenvolveu vidros que usam sensores sem fio para medir temperatura, umidade, escuridão e outros fatores. Com essas informações, os vidros se ajustam, tornando-se mais claros ou mais escuros, influenciando no aquecimento ou no resfriamento dos ambientes. Segundo os fabricantes, o sistema pode reduzir em 50% o uso de energia de um edifício. “Estou entusiasmado com as janelas que usam o chamado vidro inteligente, que fica mais escuro automaticamente quando a sala precisa ser mais fria e mais claro quando precisa estar mais quente”, escreveu Gates, em seu blog - o “GatesNotes. “A tecnologia está fazendo sua parte para reduzir as emissões, faltam os governos e as corporações”, completa.

Sobre a sua nova aquisição, a CarbonCure, Gates sugere que o maior desafio desta tecnologia é produzir concreto com baixa emissão, mas tão resistente quanto o concreto armado convencional. “A CarbonCure possui uma abordagem inteligente para aprisionar dióxido de carbono no concreto. Mas, infelizmente, algumas regras dificultam o uso desses materiais. Por exemplo, se você deseja colocar concreto em uma construção, o código define a composição do material a ser usado. Esse padrão pode excluir o concreto de baixa emissão, mesmo que tenha um desempenho tão bom quanto o convencional. Obviamente, ninguém quer ver edifícios e pontes desabando. Porém, podemos garantir que os padrões reflitam os mais recentes avanços da tecnologia e a urgência do planeta por zero emissões”, reflete.

Entrevistado
Reportagem com base no artigo “Buildings are bad for the climate”, escrito pelo cofundador da Microsoft, Bill Gates

Contato
www.gatesnotes.com/Contact-Bill-Gates

 

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Concorrência da venda online faz shopping se reinventar

Shopping centers que já estão em operação mudam conceitos para continuar atraindo o consumidor. Crédito: Youtube/ParkShoppingBarigüi
Shopping centers que já estão em operação mudam conceitos para continuar atraindo o consumidor.
Crédito: Youtube/ParkShoppingBarigüi

O Brasil fechou 2019 com 563 shopping centers em operação, dos quais 15 foram inaugurados no ano passado. Apesar de sinalizar que seguirá crescendo em 2020, esse tipo de empreendimento imobiliário se reinventa para conseguir competir com as vendas online. Os shopping centers estão em pleno processo de mudança de perfil. De espaços de compras, vêm se transformando em centros de convivência, prestação de serviço e investindo fortemente em sustentabilidade

Dentro desse novo conceito, além de ampliar a variedade de lojas e suas praças de alimentação, os shopping centers investem em mais áreas de lazer, como salas de cinemas, espaços para shows e teatros, e também buscam atrair eventos corporativos, como exposições, feiras e conferências. Outro foco da mudança está na busca de novos investidores. Com a intensificação dos fundos imobiliários, cresce o segmento dos que buscam aplicar recursos em shopping.

Para os fundos com esse perfil, a regra é clara: há lucro quando o shopping está com a totalidade ou boa parte de suas lojas alugadas e prejuízo se houver vacância excessiva. Para mitigar o risco, os shopping centers precisam atrair consumidores. E quanto mais diversificado for o público, melhor. Por isso, tanto o gestor da estrutura física do empreendimento quanto o gestor do fundo imobiliário precisam estar atentos para evitar perdas de um conjunto de valores que sustentam o negócio. Entre eles, valor imobiliário, valor do mercado consumidor e valor perante lojistas e as marcas dos produtos.

Preocupação com a sustentabilidade é cada vez mais presente 

Outro aspecto que leva os gestores de shopping a reinventar seus negócios é a sustentabilidade. Atualmente, segundo o mais recente relatório da ABRASCE (Associação Brasileira de Shopping Centers), 56% dos empreendimentos em operação no país têm sistemas de tratamento e reúso de água. Já 92% fazem coleta seletiva do lixo e 35% já possuem estratégias de logística reversa. Outro dado: 80% foram construídos ou alteraram seus projetos arquitetônicos para explorar ao máximo a luz natural. Ao mesmo tempo, 52% possuem áreas verdes internas e externas e 43% investem em paisagismo. Essa preocupação ambiental se reflete no controle das emissões de CO2, feita por 72% dos 563 shopping centers em operação no Brasil. 

Um exemplo da reinvenção pela qual passam esses empreendimentos está no projeto de expansão do ParkShoppingBarigüi, em Curitiba-PR. A unidade na capital paranaense pertence ao grupo Multiplan, que tem outros 20 shopping centers no país. No caso do complexo curitibano, a reforma vai permitir que ele se integre a um dos principais parques da cidade: o Barigüi. A ligação será por meio de calçadas e ciclovias, sem interferir no fluxo de veículos da BR-277. O shopping também ganhará um centro de convenções, um espaço multiuso para eventos e shows e uma clínica médica, entre outras modernizações

Veja vídeo sobre a expansão do ParkShoppingBarigüi

Entrevistado
ABRASCE (Associação Brasileira de Shopping Centers), Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP e grupo Multiplan (via assessorias de imprensa)  

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330