Shopper assume protagonismo na hora de fechar negócio

O cliente continua valorizado na cadeia de consumo, mas há um novo protagonista na hora de decidir a compra: o shopper. A tradução literal do inglês é comprador, mas a definição é mais abrangente. É esse personagem quem efetivamente realiza a compra. Ele decide o que, quando, quanto e como comprar, além de interagir com o vendedor e fazer o pagamento. Muitas vezes, o shopper não é nem quem vai consumir o produto, mas ele é o designado a finalizar a compra. Por isso, o foco de quem vende deve se voltar para esse protagonista. O motivo: é o shopper quem está diretamente sujeito às influências exercidas pelo ambiente da loja, como experiência de compra, conveniência, preço e variedade de produtos.
Mas, afinal, como identificar um shopper dentro da loja? Segundo a economista e especialista em marketing Fátima Merlin, boa parte dos shoppers hoje é formada por mulheres e jovens até 25 anos. Na palestra “A nova economia, o Shopper do futuro e aspectos relevantes da economia feminina”, a profissional citou pesquisa que mostra o quanto as empresas devem estar atentas a esse novo tipo de consumidor. Para 72% deles, a preferência de compra é dada às empresas que “cumprem aquilo que prometem”, “não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente” e são “coerentes na execução e na entrega do que se propõem a vender”. “Os clientes estão mais seletivos. Vivemos a Shoppercracia”, destaca a palestrante.
Outro dado relevante da pesquisa coordenada pela Connect Shopper e pelo Youpper, e que envolveu 2 mil consumidores e shoppers, é que responsabilidade social, ambiental e econômica são valores considerados cruciais para 63% dos entrevistados. “Estamos vivendo em uma economia pautada por valores. Nesse novo momento, é importante promover, construir e disseminar estratégias de varejo que valorizem as seguintes características: acolhimento, proximidade, orientação às pessoas, atenção ao ambiente, forte tendência à cooperação, ações inclusivas e empatia”, diz Fátima Merlin.
Internet e suas redes sociais potencializam diversidades que transformam o varejo
Ainda em sua palestra, que ocorreu no espaço Núcleo de Conteúdo - evento dentro da FEICON 2019 -, Fátima Merlin reforçou que o desafio não é ser gênero, cor ou raça, mas seres humanos. “É a diversidade que maximiza o resultado”, destaca a palestrante, para quem a diversidade não se limita aos consumidores mais exigentes e mais seletivos, mas também às mercadorias. “Há 20 anos, um varejo de alimentação em um espaço com 2 mil metros quadrados trabalhava com 5 mil itens. Hoje, esse varejo atua com 25 mil itens. Na construção civil não é diferente”, completa.
Para Fátima Merlin, o varejo vive a “era da experiência”. “Todos estão propensos a experimentar. Então, a diversidade envolve também a quantidade de produtos disponíveis para o consumidor fazer seus experimentos”, afirma. A palestrante destaca ainda que a internet e suas redes sociais potencializam as informações sobre produtos, serviços e lojas, estimulando a diversidade do consumo. “A forma de comprar foi alterada e isso mudou também a forma como as empresas realizam negócios”, finaliza.
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “A nova economia, o Shopper do futuro e aspectos relevantes da economia feminina”, de Fátima Merlin, e concedida dentro do espaço Núcleo de Conteúdo, na FEICON 2019
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Varejo da construção é ambiente fértil para as startups

Especialista em desenvolvimento de startups, Carlos Zago avalia que os conceitos disseminados por essas empresas abertas à inovação podem se encaixar em qualquer segmento. Inclusive, o de lojas de varejo de material de construção. Para o CEO da Innovster, que palestrou no encontro VMC (Varejo de Material de Construção), ocorrido dentro da FEICON 2019, o que importa é estar aberto a novas ideias. “O primeiro passo para que o pequeno e o médio varejistas inovem em suas lojas é estar disposto a ouvir novas ideias. Independentemente do tamanho da empresa, o dono tem que dizer: estou aberto a novas ideias que possam impulsionar meu negócio”, diz.
Carlos Zago, que é médico de formação, lembra que as startups trouxeram conceitos e metodologias muito ágeis para todos os setores em que atuam. “Com elas, a inovação se tornou um espaço aberto. Antigamente, o dono da empresa era quem tinha as grandes ideias. Só que ele mantinha aquilo em sigilo, para uso exclusivo. Depois, as empresas cresceram e a inovação foi entregue aos setores de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Desde 2012, as grandes corporações passaram a perceber que estavam precisando investir cada vez mais em P&D para alcançar o mesmo nível de inovação, ou seja, a inovação burocratizou dentro das empresas e abriu espaço para as startups”, revela.
O palestrante destaca que as startups conseguem colocar inovações mais rapidamente no mercado. “Elas são abertas, desburocratizadas. São laboratórios de inovação. Hoje, por exemplo, um smartphone é feito de diversas inovações desenvolvidas por startups. É mais fácil, mais rápido e mais barato. Isso começa a chegar na construção civil com as construtechs”, afirma. Projeções estimam que até 2050 as construtechs devem influenciar todas as etapas da obra: do projeto ao processo de compras entre fornecedores e construtores, passando pelo canteiro de obras, a segurança no trabalho e chegando à gestão da manutenção predial.
O que mais cresce no Brasil são tecnologias de relacionamento com o consumidor
O varejo da construção também não está alheio às startups, apesar de ainda ser o mais tímido dos segmentos, se comparado com outros setores. O que mais cresce no Brasil, segundo dados da Retail Tech Mining Report, com apoio do Centro de Estudos e Pesquisas do Varejo (CEPEV) da USP e da Associação Brasileira de Startups, são as tecnologias voltadas para melhorar a forma de relacionamento com o consumidor. Entre março de 2018 e março de 2019, o número de empresas focadas neste tipo de inovação subiu de 194 para 269 no país. A região sudeste possui a maior concentração de startups (67,1%), seguida pela região sul (25,6%), Nordeste (5%), Centro-Oeste (1,8%) e Norte (0,8%). Metade destas empresas está no estado de São Paulo. O Rio Grande do Sul ocupa a segunda posição no ranking, com quase 10% das startups. Depois vêm Minas Gerais (9%), Paraná (8,2%), Santa Catarina (7,8%) e Rio de Janeiro (7,4%).
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Tecnologia e Inovações para o Varejo de Material de Construção”, de Carlos Zago, concedida no encontro VMC (Varejo de Material de Construção), na FEICON 2019
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Soluções para vender mais na loja de material de construção

Gargalos que atrapalham pequenos e médios comerciantes podem ser resolvidos facilmente e melhorar faturamento.
O comércio online se expande, mas a loja física não deixará de existir. A constatação é da arquiteta, publicitária e especialista em marketing, Margarete Candossim, que no espaço Núcleo de Conteúdo - evento dentro da FEICON 2019 - concedeu a seguinte palestra: “Melhore suas vendas sem investir muito”. Junto com o designer Marcos Morrone, a profissional desenvolveu o projeto Loja 4D. Eles detectam os gargalos que atrapalham as vendas de pequenos e médios comerciantes da construção civil e, em 4 dias, reformulam os conceitos da loja para que ela consiga ser mais atraente para os clientes.
Todo o processo de mudança é feito com o comércio em funcionamento, mas o planejamento se desenvolve ao longo de 3 meses. “No projeto, detectamos todas as dores da loja, no sentido do que é empecilho para ela interagir com o consumidor. A ideia é reduzir os atritos no percurso que o cliente percorre para escolher o produto que quer comprar, para pagar e para sair satisfeito da loja”, revela Margarete Candossim. Segundo a arquiteta, há casos em que a simples retirada de um balcão, permitindo o acesso direto do consumidor aos produtos, pode representar um aumento de até 30% no faturamento da loja.
O projeto Loja 4D envolve um passo a passo. Durante a fase de planejamento, o perfil do público que frequenta o comércio tem um peso significativo nas alterações. “O pequeno e o médio varejista, que representam 70% do comércio de material de construção no Brasil, têm entre seus clientes leais pessoas da terceira idade (acima de 65 anos). Esse público, que hoje equivale a 25% da população, possui grande representatividade nas classes A e B e, em muitos casos, são provedores de famílias. Por isso, merecem uma atenção especial. Neste caso, a loja precisa ter corredores seguros, bem iluminados e com os produtos de fácil acesso”, diz.
Layout da loja deve atender as 3 fases da obra: construção, acabamento e decoração
O layout da loja, destacam os palestrantes, deve atender as 3 fases da obra: construção, acabamento e decoração. “Produtos de decoração devem sempre ficar perto do caixa. Os de acabamento devem ter um lugar de destaque e os materiais de construção devem ser bem organizados no depósito. Quando o cliente entra na loja, uma pergunta que o vendedor não pode deixar de fazer é: em que fase está sua obra? Normalmente, quando o consumidor é uma mulher, ela está em busca de itens de acabamento ou de decoração. Por isso, esses departamentos precisam sempre estar bem iluminados, limpos e organizados. Ali é a área do sonho de consumo”, resume Margarete Candossim.
Outros tipos de público que costumam frequentar as lojas de materiais de construção são os que compram por impulso e os que têm preocupações com a sustentabilidade. “Os que compram por impulso dão preferência às lojas que estimulam suas sensações. Então, a iluminação, o som ambiente e até o olfato são muito importantes para esse tipo de cliente. Já os que têm preocupações ambientais valorizam as lojas que têm iniciativas como logística reversa, encaminhando as embalagens para reciclagem”, destaca a palestrante.
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Melhore suas vendas sem investir muito”, de Margarete Candossim e Marcos Morrone, concedida no espaço Núcleo de Conteúdo, na FEICON 2019
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Gestão colaborativa entre indústria e varejo: todos ganham

Crédito: Cia. de Cimento Itambé
No ranking de prioridades do mercado, um dos itens que mais cresce é o da gestão colaborativa. Até 2012, entre 31 quesitos considerados fundamentais para o sucesso de um negócio, a boa parceria entre indústria e varejo ocupava o 14º lugar. Hoje, está na 6ª posição. Os dados foram passados pela diretora da Advantage Brasil, Rosana Carvalho, em palestra no encontro VMC (Varejo de Material de Construção), dentro da FEICON 2019.
O tema abordado por Rosana Carvalho foi “Como a experiência em outros setores pode contribuir para o varejo de material de construção”. Na palestra, ela lembrou que o setor alimentício e o setor farmacêutico estão bem mais adiantados que o de material de construção no que se refere à adoção de práticas de gestão colaborativa. “Eles já entenderam as necessidades de seus negócios e já ocorreu um alinhamento estratégico bem definido entre a indústria e o varejo destes dois segmentos, em busca de soluções customizadas”, diz.
Para a palestrante, independentemente do setor em que indústria e varejo estejam atuando, os pontos em comum para que haja uma gestão colaborativa eficaz devem ter como prioridades a confiança, a transparência, o cumprimento de acordos e metas e a comunicação. “São requisitos básicos, e que vão nortear uma jornada de plano de negócios para o sucesso da parceria”, cita Rosana Carvalho.
Segundo a diretora da Advantage Brasil, no mercado nacional as 15 principais parcerias melhor sucedidas em termos de gestão colaborativa envolvem empresas globais. “No país, o mercado se divide entre empresas abaixo da média, na média e acima da média para fazer gestão colaborativa”, afirma. Para superar essa barreira, o que ela recomenda é que essas parcerias se dêem por etapas. “A gestão colaborativa existe em vários estágios. Não precisa começar tudo de uma vez. É preciso primeiro entender a necessidade do negócio”, completa.
Não há mais espaço no mercado para o modelo ganha-perde, e sim para o ganha-ganha

Exemplos práticos de gestão colaborativa surgem quando o varejista não tem capacidade para oferecer descontos, mas a indústria atua junto neste quesito para encontrar soluções que não onerem a loja. Há casos também em que a sinergia pode envolver um terceiro parceiro, no caso o setor de serviços. Ou seja, se o consumidor comprar no varejo o produto de determinado fabricante ele ganha desconto na contratação da mão de obra ou pode ter facilidades para adquirir um projeto de um escritório de arquitetura para a reforma que pretende para sua casa.
Seja qual for o plano estratégico para estabelecer uma gestão colaborativa, a conclusão é que não há mais espaço no mercado para o modelo ganha-perde, em que somente uma empresa lucra. Isso não representa mais expertise e nem longa vida para o fabricante ou o varejista. O que prevalece é a interação entre cliente e fornecedor na busca do ganha-ganha. “Nós monitoramos mais de 100 empresas e observamos que aquelas que têm alto relacionamento e processo de colaboração evoluído entre varejo e indústria conseguem resultados financeiros melhores. Por isso, é vital ter esse alinhamento estratégico hoje em dia”, conclui Rosana Carvalho.
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Como a experiência em outros setores pode contribuir para o varejo de material de construção”, de Rosana Carvalho, concedida no encontro VMC (Varejo de Material de Construção), na FEICON 2019
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Brasil segue no top 5 da construção sustentável mundial

De acordo com o ranking anual dos países com maior área certificada LEED, o Brasil se manteve em 2018 no top 5 dos países com o maior volume de construções sustentáveis do mundo. A lista abrange os mercados reconhecidos pela Green Business Certification Inc. (GBCI), criadora do selo LEED há 25 anos. A certificação busca criar espaços mais saudáveis para as pessoas, além de priorizar a economia de energia e de água, a redução na emissão de carbono e, consequentemente, economizar recursos financeiros para famílias e empresas.
Com 531 certificações LEED até o final de 2018, o Brasil está atrás dos Estados Unidos, que lideram com 33.632 construções sustentáveis, seguido de China, Canadá e Índia. Por causa da disparidade para os demais países, os EUA são mantidos como “hors concours” da lista. O país é o berço da LEED e os conceitos da certificação já foram incorporados por inúmeras políticas públicas. “As nações que integram o ranking representam uma comunidade global comprometida em melhorar a qualidade de vida”, resume Mahesh Ramanujam, presidente e CEO do USGBC e da GBCI.
Além de Estados Unidos, China, Canadá, Índia e Brasil, o top 10 da certificação LEED ainda conta com Coreia do Sul, Turquia, Alemanha, México e Espanha. Para o CEO da Green Building Council Brasil, e presidente do Comitê Regional das Américas pelo World Green Building Council, Felipe Faria, a posição consolidada pelo Brasil no ranking mundial mostra o quanto os prédios verdes se tornaram a melhor opção para o mercado imobiliário nacional. “Mesmo enfrentando um período longo de desafios políticos e econômicos, e que afetaram a construção civil, essa posição é mais que uma vitória para o movimento de construções sustentáveis”, relata.
Recente estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) confirma que as construções verdes são as melhores opções ao mercado imobiliário. Os dados da pesquisa mostram que o reconhecimento de uma construção comercial como sustentável promove valorização que varia de 4% a 8% por m2. “Através das certificações, conseguimos contribuir para a inovação tecnológica da construção civil, além de conciliar o desenvolvimento com aspectos ambientais, interesses coletivos e melhor experiência de conforto das pessoas”, afirma Felipe Faria.
Na comparação com 2018, a construção sustentável deve crescer 40% no país em 2019
Atualmente, a certificação LEED se expandiu para outros níveis, que não medem apenas a sustentabilidade de edifícios, mas também de bairros e de cidades. Trata-se da LEED v4.1, que abrange construções que passaram por retrofit (LEED v4.1 O + M), novas construções (LEED v4.1 BD + C) e interiores (LEED v4 .1 ID + C). O LEED v4.1 enfatiza a saúde humana e adota métricas de desempenho mais eficazes para monitorar as construções ao longo de sua vida útil. No Brasil, já existem 22 registros de pedidos de certificação na categoria LEED ID+C, que engloba projetos internos em escritórios comerciais, lojas de varejo e estabelecimentos de hospedagem, como hotéis, motéis, pousadas e outros estabelecimentos que forneçam alojamento. Quanto ao LEED O+M, existem 39 pedidos de registros. Para 2019, a Green Building Council Brasil estima crescimento de 40% nas construções sustentáveis, comparado ao ano anterior.
Entrevistado
Green Building Council Brasil (via assessoria de imprensa)
Contato: ffaria@gbcbrasil.org.br
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Canteiro de obras 4.0 já é realidade no Brasil

Dentro do seminário "Os caminhos da inovação na construção civil", o engenheiro civil Tiago Campestrini, CEO do Tecza e sócio-proprietário da Campestrini Tecnologia, mostrou que o canteiro de obras 4.0 já é realidade no Brasil. O conceito busca interligar e melhorar o desempenho de diversos processos ao longo da execução de um empreendimento. Através dos dados do BIM (Building Information Model) a tecnologia possibilita, por exemplo, usar a projeção do que se pretende construir para calcular a quantidade de material de construção a ser empregada na obra.
Além disso, o sistema antecipa problemas que possam surgir no decorrer da construção, como atrasos e desintegração de etapas. O canteiro de obras 4.0 também é personalizado, ou seja, pode ser configurado de acordo com as necessidades de cada cliente. “O Tecza surgiu com base em três pilares: processo, capacitação e ferramenta. O sistema é único no Brasil e oferece dados precisos e atualizados do acompanhamento e projeção da obra, economizando recursos financeiros, mão de obra e principalmente tempo”, ressalta Tiago Campestrini.
O sistema possibilita adotar o “canteiro de obras 4.0” em quatro semanas. É o tempo mínimo para que o software possa ser abastecido com os dados de gestão e controle da obra. O processo se dá em quatro etapas: implantação de modelos e planilhas, consultoria para uso da tecnologia na obra, acesso para gestão simultânea em mais obras e impacto do sistema no planejamento e controle do empreendimento. “Mais do que incentivar a racionalização, queremos oferecer alternativas, processos e padrões para estabilizar e tornar linear o processo construtivo, seja ele tradicional ou industrializado. A disrupção, para nós, é permitir que se faça melhor o que se faz bem. Nossas ferramentas são a tecnologia, a obsessão por dados e a paixão pelo problema”, completa Campestrini.
Ferramenta foi desenvolvida no Vale do Pinhão, em Curitiba-PR
A ferramenta foi desenvolvida no ecossistema de inovação do Vale do Pinhão, em Curitiba-PR. “Apostamos na cultura da inovação fomentada pelo Vale do Pinhão da Prefeitura de Curitiba, e com essas conexões queremos ampliar o nosso valor. É preciso que experimentem as soluções disponíveis e avaliem o impacto para resolver os problemas. Essa é a melhor forma de inovação”, reforça Campestrini.
Quando implantado, o Tecza oferece as seguintes vantagens:
1. Atualização do cronograma
A cada inspeção de obra, o sistema gera um novo cronograma. Assim, a equipe de planejamento sabe o que foi feito e o que precisa ser executado.
2. Medição automática
A cada tarefa aprovada, e com base na última medição, o sistema gera os relatórios de pagamentos aos empreiteiros, dispensando a consolidação em relatórios mensais.
3. Rastreabilidade de quantidades
O modelo BIM fornece todos os quantitativos de materiais, permitindo ainda rastrear os objetos e suas características tanto no modo planilha como em 3D.
4. Visão geral da obra
Dashboards com visão tática e operacional da obra permitem visualizar tarefas que estão em execução, que estão atrasadas e que foram reprovadas. Ela também controla a demanda de material.
Entrevistado
Reportagem com base na palestra do engenheiro civil Tiago Campestrini, CEO do Tecza e sócio-proprietário da Campestrini Tecnologia, durante o seminário "Os caminhos da inovação na construção civil"
Contato: cs@gotecza.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
NY inova e reserva 15% das vagas em obras para mulheres

Um programa inédito no mundo começou a operar na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Após acordo entre sindicatos da construção civil, prefeitura local e organizações não-governamentais, foi definido que 15% das vagas em canteiros de obras deverão ser reservadas para as mulheres na principal metrópole dos EUA. As trabalhadoras também terão direito a receber treinamento para atuar nas funções de encanador, eletricista, carpinteiro e acabamento de obras.
Atualmente, o mercado de trabalho norte-americano para mulheres representa apenas 3,4% da mão de obra empregada pela construção civil no país, incluindo as engenheiras civis. É o que mostram dados do Bureau Federal of Labor Statistics. São 285 mil trabalhadoras, em um universo de 8,3 milhões de empregados da construção civil nos EUA. Apesar de ser um ambiente ainda altamente dominado pelos homens, o setor observa que a entrada da mulher na indústria da construção só faz crescer. De 2008 a 2018, as vagas ocupadas por profissionais do gênero feminino aumentaram 31%.
A luta das mulheres para conseguirem trabalhar na construção civil dos EUA teve um marco em 1985, quando 19 trabalhadoras recorreram ao tribunal federal de Manhattan sob a alegação de que a prefeitura de Nova York se negou a contratá-las por que eram mulheres. A decisão favorável à causa feminina abriu as portas para que pudessem atuar em canteiros de obras. No entanto, os salários seguem, em média, 30% menores que os oferecidos aos homens.
Salário da mão de obra feminina na construção civil brasileira é, em média, 33% menor
A realidade nos Estados Unidos não é diferente para as mulheres que atuam na construção civil no Brasil. De acordo com os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o gênero feminino que atua na cadeia produtiva do setor ganha, em média, 33% menos que os homens. A diferença salarial, no entanto, não é motivo para elas desistirem de aumentar a presença nos canteiros de obras. O mercado para as mulheres cresceu 120% em pouco mais de 10 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007 havia 109.006 trabalhadoras registradas. Em 2018, eram 239.242.
Uma das razões é que a "Lei das Domésticas”, promulgada em 2013, passou a estimular ainda mais o fluxo de mulheres em direção à construção civil. A procura mais intensa de trabalhadoras por uma área antes vista como exclusivamente masculina torna o cenário bem diferente do encontrado pelas pioneiras da engenharia civil na primeira metade do século 20. Uma das protagonistas foi Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra a se formar engenheira civil no país, pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), em 1945. Antes dela, em março de 1917, formava-se na Escola Polythecnica do antigo Distrito Federal - hoje Escola Politécnica da UFRJ - a primeira mulher engenheira civil do Brasil: Edwiges Maria Becker Hom’meil.
Entrevistado
- Building and Construction Trades Council of Greater New York (organização sindical de NY que engloba trabalhadores da construção civil) (via assessoria de imprensa)
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (via assessoria de imprensa)
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É preciso resgatar confiança e credibilidade da construção civil

Para o presidente da Câmara Brasileira de Indústria da Construção (CBIC), o engenheiro civil José Carlos Martins, é urgente que o Brasil resgate os dois principais ativos do setor da construção civil, que são confiança e credibilidade. “Sem eles não se voltará a investir no setor”, diz. O alerta foi dado no seminário “Cenário macroeconômico e as perspectivas para a indústria da construção”, realizado dia 1º de abril na sede do SindusCon-PR, em Curitiba.
O debate envolveu também o economista Gilmar Mendes Lourenço, que é professor na FAE Curitiba, e que concordou com a análise de José Carlos Martins. Para ele, a insuficiente abrangência das reformas estruturais de que o país precisa tem impactado diretamente na capacidade do Brasil de recuperar sua infraestrutura. “Hoje investimos 1,7% do PIB para evitar o estrangulamento da infraestrutura, enquanto países como Chile e China investem 7% e 16% do PIB, respectivamente. Não conseguiremos superar esses gargalos se não houver mudança de prioridades”, afirma.
Ainda de acordo com Gilmar Mendes Lourenço, o Brasil tem gastado muita energia para debater a reforma da previdência e esquecido de medidas que poderiam movimentar a economia muito mais rapidamente. “Se fosse priorizada a reforma tributária, ela vitaminaria fontes de financiamento e arrecadação de recursos para cobrir buracos nas contas do país. A reforma da previdência restaura o equilíbrio a médio e longo prazos, já a tributária resolveria problemas de curto prazo. Entre eles, recuperar a funcionalidade do estado, devolver a capacidade competitiva das empresas, gerar simplificação tributária e criar um novo federalismo fiscal”, ressalta.
Números revelam tamanho do impacto que recessão causou na construção civil
Embasado pela análise do economista, o presidente da CBIC foi categórico em afirmar que a construção civil só sairá do cenário de recessão se conseguir recuperar a capacidade de atrair investimento privado. Foi por isso que ele destacou que é preciso resgatar os dois principais ativos do setor: confiança e credibilidade. “Ocorre que o poder público perdeu completamente sua capacidade de investir. Hoje, a principal fonte de financiamento dos investimentos em um novo ciclo de crescimento deverá vir prioritariamente do setor privado da construção. Quer dizer, a saída para o Brasil passa necessariamente pelo nosso setor”, reforça.
No seminário foram apresentados alguns números que revelam o tamanho do impacto que a recessão causou na construção civil nacional. Hoje, a margem de ociosidade do setor está superior a 40%. Em 5 anos, a queda do PIB da construção chegou a 27,5%. Já a perda da capacidade de empregabilidade passa de 30%. Ao mesmo tempo, a cadeia produtiva da construção participa com 4,8% do PIB nacional, representa 22,4% do PIB industrial e 52,2% da composição dos investimentos nacionais. Para José Carlos Martins, além da retomada das obras de infraestrutura, o resgate do programa Minha Casa Minha Vida ajudaria significativamente a construção civil. “O Minha Casa Minha Vida equivale a 2/3 do mercado imobiliário do país. Não há como ignorá-lo”, defende.
Entrevistado
Reportagem com base nas palestras do economista Gilmar Mendes Lourenço e do engenheiro civil José Carlos Martins, no seminário “Cenário macroeconômico e as perspectivas para a indústria da construção”, do SindusCon-PR
Contato: imprensa@sindusconpr.com.br
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Maior ponte de concreto em 3D é inaugurada na China

Uma ponte pedonal (ponte para tráfego de pedestres) com 26,3 metros de comprimento e 3,6 metros de largura é a maior obra de arte em concreto construída por meio de impressão 3D. A estrutura foi concluída recentemente em Xangai, na China. O tabuleiro da ponte é composto por 44 elementos de concreto, enquanto os guarda-corpos são divididos em 68 unidades. Os componentes foram impressos a partir de materiais compósitos, contendo concreto misturado a fibras de polietileno para melhorar o desempenho estrutural da ponte. O projeto é do professor Xu Weiguo, da escola de arquitetura da Universidade de Tsinghua.
Construída para a circulação de pedestres, a ponte teve seus elementos impressos em 450 horas e foi montada em uma semana, por 10 operários da construção civil. O projeto causou economia de 33% em relação a um sistema convencional de construção. Os dois robôs que atuaram na impressão trabalharam ininterruptamente. Com isso, evitou-se a obstrução no processo de extrusão e eventuais colapsos durante o empilhamento de camadas do material. Outra inovação envolve a fórmula da pasta para a impressão, cujo foco se concentrou no desempenho acima de 80 MPa e na estabilidade da reologia do concreto.
A ponte também incorpora sistema de monitoramento em tempo real, incluindo sensores de tensão e de deformação de alta precisão. Isso permite coletar os dados e possibilita aos pesquisadores rastrear o desempenho do concreto e as propriedades mecânicas dos componentes da estrutura. “A conclusão da ponte representa mais um passo na consolidação da tecnologia de impressão 3D em concreto e coloca a China como um dos países de vanguarda no uso deste modelo de construção”, avalia o professor Xu Weiguo. A impressão e a construção da ponte contaram com a participação da empresa Wisdom Bay Innovation Park, que já atuou em outros projetos com impressão 3D na China.
Estrutura se inspira na ponte mais antiga da China, construída há 1.400 anos
A estrutura para pedestres em Xangai foi inspirada na ponte mais antiga da China, construída entre 589 e 618 d.C, em Zhaoxian, no norte do país. Apesar de ser a maior obra de arte em concreto construída por meio de impressão 3D, o projeto não é inédito. A primeira ponte de concreto impressa em 3D do mundo foi inaugurada na Holanda, em outubro de 2017, medindo 8 metros. A estrutura foi projetada pela Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na cidade de Gemert, com a função de ligar dois pontos de uma ciclovia.
Em seu comunicado sobre a construção da ponte, o professor Xu Weiguo constata que a impressão 3D em concreto ainda precisará amadurecer para ser utilizada pela “engenharia real”. “Ainda há muitos pontos de estrangulamento que precisam ser resolvidos na construção da impressão 3D de concreto. O ponto positivo é que já existem algumas instituições de pesquisa científica e empresas de construção no mundo que estão comprometidas com a pesquisa técnica nesta área. Entendemos que será a tecnologia do futuro, até porque a demanda por mão de obra em projetos de construção será cada vez mais escassa", finaliza.
Veja vídeo sobre a construção da ponte construída em Xangai
Entrevistado
Professor Xu Weiguo, da escola de arquitetura da Universidade de Tsinghua
Contato: xwg@mail.tsinghua.edu.cn
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Novas tecnologias para o concreto: dizer sim ou dizer não?

Implantar novas tecnologias na indústria de concreto não é como lançar um smartphone para o público, diz Jon Belkowitz, diretor de P&D do Instituto Concreto Inteligente, localizado no estado do Colorado, nos Estados Unidos. “À medida que o concreto endurece as tecnologias cessam”, complementa o engenheiro civil e pesquisador do material. Belkowitz, que palestrou no WOC (World of Concrete) 2019, afirma ser favorável que a tecnologia atenda as necessidades de quem vai usar o concreto. “As práticas diárias é que definem se uma tecnologia é interessante para aquele concreto ou não”, completa.
Para o pesquisador, existem problemas do mundo real que não precisam de grandes tecnologias para se obter uma solução. No entanto, ele reconhece que a adoção de uma nova tecnologia deixa um legado importante para a construção civil. Porém, alerta: a decisão de adotar algo inovador na obra precisa ser em conjunto. “Empreiteiros costumam só adotar uma tecnologia depois de cinco anos. Antes disso, a pergunta que eles mais fazem quando lhes mostram uma inovação é: quem vai pagar por isso se algo der errado? Assim, a tomada de decisão deve envolver o engenheiro responsável pela obra, a concreteira, o empreiteiro, o incorporador e o projetista”, diz.
Jon Belkowitz ressalta que cada um dos atores envolvidos com a obra tem responsabilidades profissionais. “Independentemente do concreto ser inovador ou não, todos devem se certificar de que o material é fabricado e entregue com qualidade e controle, e que a colocação atenderá aos requisitos de vida útil e de resistência e durabilidade”, resume. Essa dinâmica, continua o diretor do Instituto Concreto Inteligente, oferecerá à nova tecnologia do concreto uma chance justa de mostrar a sua eficácia. “Dizer não economiza tempo e dinheiro, mas também reduz a curva de aprendizado que a indústria do concreto consegue ter quando uma nova tecnologia é agregada ao material”, complementa.
Tecnologias inovadoras do concreto trazem soluções para o amanhã
O pesquisador lembrou que uma tecnologia, quando bem sucedida, aumenta a resistência, a durabilidade e a vida útil do concreto. “Ao empregar novas tecnologias, agimos nas moléculas do concreto e endurecemos sua espinha dorsal contra manifestações patológicas. Nenhuma inovação agregada ao concreto, e comprovadamente eficaz, deixou de melhorar o material. As tecnologias sempre deixam seu legado positivo”, reconhece Jon Belkowitz, para quem as universidades e os centros de pesquisa têm papel relevante neste trabalho. “Nosso papel, como inovadores do concreto, é permitir que o mundo continue usando concreto. Isso é feito por meio da educação, da pesquisa e da adoção de tecnologias inovadoras que trarão soluções para o amanhã”, finaliza.
Entrevistado
Reportagem com base em palestra de Jon Belkowitz, diretor de P&D do Instituto Concreto Inteligente, na edição 2019 do World of Concrete (WOC)
Contato: jon.belkoiwitz@intelligent-concrete.com
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