O cliente continua valorizado na cadeia de consumo, mas há um novo protagonista na hora de decidir a compra: o shopper. A tradução literal do inglês é comprador, mas a definição é mais abrangente. É esse personagem quem efetivamente realiza a compra. Ele decide o que, quando, quanto e como comprar, além de interagir com o vendedor e fazer o pagamento. Muitas vezes, o shopper não é nem quem vai consumir o produto, mas ele é o designado a finalizar a compra. Por isso, o foco de quem vende deve se voltar para esse protagonista. O motivo: é o shopper quem está diretamente sujeito às influências exercidas pelo ambiente da loja, como experiência de compra, conveniência, preço e variedade de produtos.
Mas, afinal, como identificar um shopper dentro da loja? Segundo a economista e especialista em marketing Fátima Merlin, boa parte dos shoppers hoje é formada por mulheres e jovens até 25 anos. Na palestra “A nova economia, o Shopper do futuro e aspectos relevantes da economia feminina”, a profissional citou pesquisa que mostra o quanto as empresas devem estar atentas a esse novo tipo de consumidor. Para 72% deles, a preferência de compra é dada às empresas que “cumprem aquilo que prometem”, “não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente” e são “coerentes na execução e na entrega do que se propõem a vender”. “Os clientes estão mais seletivos. Vivemos a Shoppercracia”, destaca a palestrante.
Outro dado relevante da pesquisa coordenada pela Connect Shopper e pelo Youpper, e que envolveu 2 mil consumidores e shoppers, é que responsabilidade social, ambiental e econômica são valores considerados cruciais para 63% dos entrevistados. “Estamos vivendo em uma economia pautada por valores. Nesse novo momento, é importante promover, construir e disseminar estratégias de varejo que valorizem as seguintes características: acolhimento, proximidade, orientação às pessoas, atenção ao ambiente, forte tendência à cooperação, ações inclusivas e empatia”, diz Fátima Merlin.
Internet e suas redes sociais potencializam diversidades que transformam o varejo
Ainda em sua palestra, que ocorreu no espaço Núcleo de Conteúdo – evento dentro da FEICON 2019 -, Fátima Merlin reforçou que o desafio não é ser gênero, cor ou raça, mas seres humanos. “É a diversidade que maximiza o resultado”, destaca a palestrante, para quem a diversidade não se limita aos consumidores mais exigentes e mais seletivos, mas também às mercadorias. “Há 20 anos, um varejo de alimentação em um espaço com 2 mil metros quadrados trabalhava com 5 mil itens. Hoje, esse varejo atua com 25 mil itens. Na construção civil não é diferente”, completa.
Para Fátima Merlin, o varejo vive a “era da experiência”. “Todos estão propensos a experimentar. Então, a diversidade envolve também a quantidade de produtos disponíveis para o consumidor fazer seus experimentos”, afirma. A palestrante destaca ainda que a internet e suas redes sociais potencializam as informações sobre produtos, serviços e lojas, estimulando a diversidade do consumo. “A forma de comprar foi alterada e isso mudou também a forma como as empresas realizam negócios”, finaliza.
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “A nova economia, o Shopper do futuro e aspectos relevantes da economia feminina”, de Fátima Merlin, e concedida dentro do espaço Núcleo de Conteúdo, na FEICON 2019
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330