Home office não é novidade, mas exige disciplina

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O conceito de home office passou a ser regra entre empresas e trabalhadores no período de epidemia do novo Coronavírus e de confinamento social. Se o modelo de trabalho remoto é novidade aos que atuam nos espaços físicos das corporações, para 3,8 milhões de brasileiros essa modalidade já é rotina. Segundo dados mais recentes do IBGE, é este o número de profissionais com curso técnico ou superior que atuam em home office no país, dos quais 0,8% são engenheiros civis.
O contingente cresce a cada ano e já passa de 7% dos cerca de 430 mil engenheiros com registro no sistema Confea/CREA. Na arquitetura, o volume de trabalhadores em home office é ainda maior e chega a 15%, entre os que possuem registro no CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). Em comum, o que todos os profissionais que atuam nesse modelo precisam ter é disciplina. “A disciplina é a base. Com ela, grande parte dos problemas com produtividade, horários e organização é solucionada”, orientam especialistas em processos organizacionais de trabalho remoto.
A principal lição de quem atua em home office é entender que a jornada é um dia normal de trabalho, porém em casa. Por isso, é adequado ter um local preparado para esse fim. Outra recomendação é que se evite trabalhar em horários alternativos, como à noite ou de madrugada, assim como transformar a cama ou o sofá em local de trabalho. No entanto, o maior desafio do home office é conseguir separar a vida pessoal da profissional. A rotina de trabalho não pode se misturar com a rotina pessoal.
As práticas de processos organizacionais recomendam que, quando uma empresa decide adotar o home office para parte de seus colaboradores, isso deve ser feito gradualmente. No entanto, a epidemia fez com que o conceito fosse adotado repentinamente para a maioria dos profissionais. Neste caso, o alinhamento das prioridades e a definição de regras com a equipe e os chefes são salutares. No período em que durar o confinamento social é importante focar nos resultados.
Cuidar da cibersegurança no trabalho remoto preserva o trabalhador e a empresa
Outro item que merece atenção importante é como se preparar para os contatos virtuais com as equipes, já que eles se sobrepõem aos contatos físicos nesse momento. Se a empresa escolher o WhatsApp como ferramenta, recomenda-se que os administradores formem grupos pequenos e por setor, separando comunicados de conversas. A vídeo-chamada no WhatsApp também pode ser uma solução eficiente para reuniões rápidas, e com até 4 pessoas.
Outro ponto importante é cuidar da cibersegurança no trabalho remoto. Se a empresa libera notebooks para que seus colaboradores atuem em home office, o recomendável é que os equipamentos tenham sistemas de proteção para atuar em outras redes que não sejam as da empresa. A prática protege arquivos corporativos fora das quatro paredes do escritório.
Dados de 2019 da consultoria de recursos humanos Robert Half mostram que 47% das empresas brasileiras já vinham adotando o home office para departamentos de tecnologia, marketing, recursos humanos, jurídico e administrativo. Da mesma forma, as multinacionais que atuam no país. O mesmo estudo revela que 83% dos profissionais que tiveram que se deslocar para o home office conseguiram se adaptar à nova realidade de trabalho.
Entrevistado
IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) e consultoria Robert Half (via assessoria de imprensa)
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cooperação na forma de informação
Vivemos um momento que exige a cooperação de todos. Assim, a Cimento Itambé traz algo fundamental nos dias de hoje: informação.
No “Massa Cinzenta”, você encontra as notícias mais relevantes da construção civil, assuntos que impactam o setor e dicas de como enfrentar muitas das novas dificuldades impostas pela atual circunstância. Aproveite esta ferramenta confiável para se manter esclarecido e atualizado. Mais do que nunca, o “Massa Cinzenta” será um valioso aliado da construção civil.
Construção civil se une para obter garantias do governo

Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil
Os efeitos da pandemia de Coronavírus na economia brasileira mobilizam os organismos ligados à construção civil. O objetivo é minimizar os impactos com medidas que permitam ao setor seguir com a produção, mantendo as linhas de crédito e sem paralisar o fluxo de obras e o comércio de materiais de construção. Sensíveis aos apelos, o governo federal e os governos estaduais sinalizam que a construção civil terá atenção especial. Entre as decisões já tomadas estão a redução das taxas de juros e a prorrogação de pagamentos por parte da Caixa Econômica Federal.
Essas medidas, ligadas à atuação da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) em Brasília, são as seguintes:
- Micro e pequenas empresas com faturamento anual entre 360 mil reais e 10 milhões de reais poderão buscar junto à Caixa nova linha de crédito para colocar a sua folha de pagamento em dia. O financiamento poderá ser pago em 36 meses, com taxa de juros de 3,75% ao ano.
- A empresa que tomar o financiamento não poderá demitir por 2 meses os empregados com salários financiados.
- Carência de até 90 dias nas operações parceladas de capital de giro e renegociação, para micro e pequenas empresas.
- Linhas de crédito especiais, com até 6 meses de carência, para empresas que atuam nos setores de comércio e prestação de serviços.
- Linhas de aquisição de máquinas e equipamentos com taxas reduzidas e até 60 meses para pagamento.
- Contratos habitacionais de pessoa física ganham pausa estendida de 90 dias (3 prestações).
- Empresas também poderão solicitar pausa estendida de 90 dias em seus contratos habitacionais.
Já a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mobilizam a Frente Parlamentar em Defesa do Comércio de Materiais de Construção - composta por 202 deputados - para reverter decretos que determinaram o fechamento de estabelecimentos comerciais ligados ao setor.
A justificativa é que as lojas de material de construção vendem produtos para reparos, manutenção, limpeza, higienização e assepsia do lar, e que são importantes para preservar a saúde da população. Além disso, a atuação do setor impediu ainda que boa parte dos estados não proibisse que canteiros de obras seguissem ativos, desde que respeitando as orientações para prevenir a doença e fazendo com que os trabalhadores usem EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual).
Abramat e Anamaco trabalham pela defesa de quase 2 milhões de empregos
O presidente da Abramat, Rodrigo Navarro, afirma que está buscando sinergia com outros setores da economia, a fim de apresentar propostas que ajudem a manter o mercado de materiais de construção ativo. “É hora de trabalharmos em conjunto para, de forma criativa e proativa, chegar a respostas efetivas para esse momento. Os focos do setor estão muito claros. Em primeiro lugar, prezar pela saúde das pessoas. Na sequência, o setor trabalha arduamente, em várias frentes, para preservar caixa e condição de solvência para efetuar os pagamentos, levando assim à manutenção dos empregos", comenta.
A indústria de materiais de construção é responsável pelo emprego de cerca de 620.000 pessoas, segundo dados da Abramat. Já o comércio varejista de materiais de construção envolve 140 mil lojas em todo o país e emprega mais de 1 milhão de trabalhadores. Por isso, Daniele Alonso, diretora de relações institucionais da Anamaco, diz estar confiante que os governos estaduais vão passar a tratar o setor como primordial e permitir que ele reabra as portas. “O que queremos é que haja uma uniformização quanto à classificação do segmento de material de construção como sendo de produtos essenciais”, diz.
Em contrapartida, o setor varejista de material de construção se compromete a adotar horários reduzidos de abertura ao público, reforçar os modelos de entrega domiciliar e atender as exigências sanitárias de combate à Covid-19 dentro das lojas.
Veja o compromisso da Anamaco no combate à Covid-19 dentro das lojas de materiais de construção
Entrevistado
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) (via assessoria de imprensa)
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Cartilhas orientam sobre relações de trabalho na quarentena

Crédito: Banco de Imagens
Organismos ligados à cadeia produtiva da construção civil, como CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Fecomércio (Federação do Comércio) e SeconciBrasil (Associação dos Serviços Sociais da Indústria da Construção Civil), vêm publicando cartilhas que orientam empregadores e empregados sobre as relações de trabalho durante o período de quarentena proporcionado pela pandemia de Coronavírus no Brasil. Úteis, elas servem de guia e se baseiam na recente Medida Provisória 927/2020, publicada em 22 de março de 2020, que trata de questões trabalhistas para o enfrentamento da emergência de saúde pública.
O mesmo procedimento - de publicar cartilhas - tem sido adotado por escritórios de advocacia especializados em questões trabalhistas. As redes sociais também são usadas para propagar informações relevantes, das quais boa parte se encaixa no setor da construção civil. Entre elas, as transmissões ao vivo que a CBIC tem feito semanalmente no Youtube para atualizar decisões que envolvam relações trabalhistas. “Estamos num momento em que precisamos entender o que a legislação traz para o setor, no que se refere a relações do trabalho, e o que ela disciplina, para que as empresas possam tomar a melhor decisão”, destaca Fernando Guedes Ferreira Filho, vice-presidente da área de Política de Relações Trabalhistas da CBIC.
No período em que estiver em vigor o decreto de calamidade pública, empregador e empregado precisam estar atentos ao texto da Medida Provisória 927/2020, que flexibilizou temas como teletrabalho e home office, férias individuais, férias coletivas, trabalho em feriados, banco de horas e recolhimento do FGTS. Combinada com a lei 13.979/20, que dispõe sobre as medidas a serem adotadas no período da pandemia, a MP define também o que fazer quando o empregado vier a ficar infectado pela COVID-19. As cartilhas dos organismos trazem todas as informações relevantes.
Medidas de higienização em canteiros de obras e alojamentos
Da mesma forma, esses guias orientam as medidas de higienização que devem ser tomadas principalmente em canteiros de obras e alojamentos. A cartilha da CBIC destaca as seguintes obrigações:
1. Uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscara, luvas, óculos de proteção, etc.
2. Lavagem e assepsia diária dos equipamentos e vestimentas.
3. Álcool em gel 70% nas dependências comunitárias do canteiro de obras.
4. Evitar equipes numerosas nas mesmas células de trabalho.
5. Adotar turnos diferenciados de trabalho, inclusive nos refeitórios.
6. Ter mecanismos para identificar funcionário com os sintomas da COVID-19.
7. Se estiver infectado, o trabalhador deve ser retirado do convívio com os demais colegas e orientado a procurar a unidade de saúde mais próxima.
Os Seconci regionais também têm agido para disseminar as medidas de proteção à saúde dos trabalhadores da construção civil, tomando as seguintes ações:
1. Equipes médicas remotas para atender e orientar os trabalhadores por meio de telemedicina.
2. Envio de equipes médicas aos canteiros para agilizarem eventuais diagnósticos.
3. Campanhas para conseguir equipamentos para os hospitais-referência dos trabalhadores da construção civil.
Assista vídeo que analisa o setor da construção civil diante da crise do Coronavírus
Fique por dentro das mudanças definidas pela MP 927/2020
Acesse o FAQ da FIESP sobre as relações trabalhistas em tempos de pandemia
https://coronavirus.fiesp.com.br/faq.html
Veja medidas de higienização no ambiente de trabalho
Entenda os impactos jurídicos no período de risco da Covid-19
Entrevistado
Reportagem com base nas cartilhas de CBIC, Fecomércio, Seconci e FIESP
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Pandemia joga luz sobre obras paradas na área de saúde

abandonadas na área de saúde no país.
Crédito: Prefeitura de Divinópolis
Parte dos recursos mobilizados pelo governo federal para o combate ao Coronavírus poderá ter como destino as obras inacabadas vinculadas com a área de saúde. A aprovação do decreto de calamidade pública no país abre caminho para que verbas irriguem tais projetos.
O primeiro passo foi dado em 25 de março de 2020, quando o Senado Federal destravou recursos que viabilizam a retomada de obras paralisadas em hospitais, UPAs (Unidades de Pronto-atendimento) e UBS (Unidades Básicas de Saúde). Foi aprovado projeto de lei que permite a estados e municípios usarem saldos de repasses do ministério da Saúde de anos anteriores para serviços de saúde distintos dos previstos originalmente.
A prática é vetada pela Constituição, mas foi autorizada para que recursos avaliados em cerca de 16 bilhões de reais sejam investidos no combate ao Coronavírus. Parte dessa verba - cerca de 6 bilhões de reais - deve ir para obras inacabadas, sem que tenham que enfrentar entraves burocráticos.
Com o estado de calamidade pública, o próprio ministério da Saúde pode executar integralmente o orçamento de R$ 134,7 bilhões de reais, sem cumprir determinados trâmites. Diante do período de exceção, que vai até 31 de dezembro de 2020, a burocracia para a liberação de recursos é minimizada, assim como as exigências para a execução de despesas. Um exemplo é a flexibilidade da Lei de Licitações (Lei 8.666/1993) para a contratação de obras relacionadas com a saúde.
Entre 2010 e 2019, déficit de leitos hospitalares só aumentou no Brasil
As soluções emergenciais para minimizar o impacto da pandemia no Brasil jogam luz sobre a redução de leitos hospitalares no país ao longo de 10 anos. Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2.127 hospitais privados, com um total de 92.645 leitos, deixaram de operar entre 2010 e 2019. Descontados os estabelecimentos e leitos que abriram no período, o saldo corresponde a um recuo de 11,6% no número de hospitais privados (560 unidades a menos) e de 11,8% em leitos (menos 34.741 unidades).
No mesmo período, o número de hospitais públicos aumentou 17,1% (355 estabelecimentos) e o de leitos públicos 6,6% (9.200 unidades). O recuo privado não foi compensado pelo pequeno avanço público. Como resultado, o sistema inteiro sofreu redução na oferta. Em 2010, havia 2,23 leitos por mil habitantes - índice muito aquém da média internacional, de 3,2 por mil. Passados 10 anos, há 1,91 leito por mil.
Para compensar o déficit, hospitais de campanha surgem como solução emergencial para compensar a demanda por leitos. Nas cidades de Fortaleza-CE, Salvador-BA, Brasília-DF, Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Chapecó-SC e Porto Alegre-RS estão em construção esse tipo de instalação. Por outro lado, o mais recente levantamento do Tribunal de Contas da União registra 2.185 unidades de saúde com obras paralisadas no país. A maioria se concentra nos seguintes estados: Bahia, São Paulo, Maranhão, Ceará e Minas Gerais.
Entrevistado
Confederação Nacional de Saúde, Conselho Nacional de Saúde e ministério da Saúde (via assessoria de imprensa)
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Na quarentena, que tal um curso online, e de graça?

Crédito: UnB
O período de quarentena oferece oportunidades para estudantes e profissionais de engenharia civil que querem adquirir conhecimento. Basta acessar o Youtube e buscar por cursos online ou videoaulas. Um dos mais interessantes é o do professor-titular da UnB (Universidade de Brasília), Dickran Berberian, sobre fundações.
O engenheiro civil leciona faz quase 50 anos nas disciplinas de fundações, mecânica dos solos l e II e investigações geotécnicas. Também atua nos cursos de pós-graduação e doutorado da UnB, nas cadeiras de fundações, patologia e reforço de fundações. Possui ainda uma série de livros publicados sobre o tema, dos quais os mais conhecidos são “Engenharia de fundações” e “Sondagens do Subsolo para Fins de Engenharia”, ambos da Editora UnB.
Dickran Berberian não tem apenas o conhecimento teórico, mas prático. O engenheiro já trabalhou em mais de 10 mil obras ao longo de sua atuação profissional. O curso online disponível no Youtube é dividido em 8 partes e atende tanto estudantes de engenharia civil quanto profissionais da área.
Norma técnica sobre fundações teve seu novo texto publicado em 2019
Vale lembrar que a norma técnica que especifica fundações no Brasil, a ABNT NBR 6122 (Projeto e execução de fundações), sofreu atualização e seu novo texto foi publicado em 2019. O comitê responsável pela revisão da norma realizou 31 reuniões entre outubro de 2016 e março de 2019. “A revisão não foi genérica, mas abrangente e bastante discutida”, disse o coordenador da revisão, o engenheiro civil Frederico Falconi, na época da aprovação do novo texto.
Em suas videoaulas, o professor Dickran Berberian destaca a norma e ressalta a importância de se investigar o subsolo antes de projetar fundações. Sua análise vai ao encontro da avaliação de outro especialista nesta área: o professor-doutor do departamento de engenharia civil da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Fernando Schnaid. O engenheiro afirma existir centenas de patologias em fundações no Brasil. Segundo ele, por haver falhas na investigação do subsolo para obras da construção civil e, em alguns casos, por ausência de qualquer tipo de ensaio.
Outro assunto destacado nas videoaulas, e que é consenso entre os engenheiros com especialização nessa área, é que cada sistema de fundações tem vantagens e desvantagens. É o que avalia também o professor Rodrigo Gustavo Delalibera, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Ele destaca que cabe ao engenheiro civil fazer uma análise técnica e orçamentária e, assim, definir qual tipo de fundação é indicado para a edificação a ser projetada.
Acesse o curso e aproveite seu tempo
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Entrevistado
Reportagem com base no curso de fundações do professor da UnB, Dickran Berberian
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infrasoloengenharia@gmail.com
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Vai bombear concreto? Especifique bem o material

Crédito: Banco de Imagens
Mesa-redonda ocorrida no World of Concrete 2020, realizado no início de fevereiro em Las Vegas-EUA, reuniu alguns dos principais especialistas em bombeamento de concreto dos Estados Unidos. Entre eles, Tommy Rutura, presidente da Ruttura & Sons, com sede em Nova York, e que foi responsável pelo bombeamento para a construção do One World Trade Center - edifício que substituiu as Torres Gêmeas, após o atentado de 2001. Os especialistas relataram que, apesar de as bombas de concreto terem evoluído tecnologicamente, e de atualmente serem capazes de identificar as características do concreto para definir a pressão com que vão bombear o material, as especificações ainda são relevantes.
Relação água/cimento, reologia do concreto, agregados, aditivos, fibras, cinzas volantes e outros fatores são determinantes para que o concreto possa ser bombeado com eficácia. Isso resulta em concretagens com melhor qualidade e mais rápidas, impactando no custo e no tempo de execução da obra. Tommy Rutura destacou em sua fala um macete que costuma ensinar aos operadores de bombas de concreto. “Se os bombeadores ficarem de olho no manômetro ou na caixa de operação, verão que a pressão muda quando a mistura muda. Se a pressão é consistente do início ao fim, você tem concreto de boa qualidade”, ensina.
Independentemente de dicas importantes, o bombeamento de concreto nos Estados Unidos deve seguir a norma técnica ACI 304.2R (Concretagem por métodos de bombeamento). No Brasil, o bombeamento de concreto precisa atender primordialmente as ABNT NBR 12655 (Preparo, Controle e Recebimento de Concreto) e ABNT NBR 7212 (Execução de concreto dosado em central - Procedimento). Essa norma técnica recentemente entrou em processo de revisão dentro do CB-018, que é o comitê que atende cimento, concreto e agregados na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Para reforçar, a ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem) elaborou um guia da boa concretagem, e que começa, exatamente, pela especificação correta do concreto.
Concretagem das torres do Yachthouse Residence Club confirma o teor dos debates
No caso do concreto bombeado, os debatedores presentes na mesa-redonda do WOC 2020 questionaram os aditivos que prometem aumentar o desempenho do material na bomba e no percurso dentro das tubulações. Para eles, a relação água/cimento ainda é fator determinante. "Os dois principais ingredientes que fazem o concreto ter desempenho na bomba são água e cimento", diz Gary Brown, diretor de bombeamento de concreto da RL McCoy Inc. Também presente no seminário, o engenheiro-sênior da BASF para produtos ligados à construção civil nos EUA, Van Bui, contesta. “O primeiro passo é que a mistura de concreto, incluindo o teor de cimento e a dosagem de aditivos químicos, seja bem proporcionada e projetada para alcançar não apenas o desempenho exigido no estado endurecido, mas também a qualidade fresca satisfatória”, rebate.
Van Bui defende seu ponto de vista ao afirmar que uma grande variedade de fatores pode afetar a capacidade de bombeamento do concreto, como dimensão, forma, gradação e volume de agregados. “Materiais suplementares como cinzas volantes, sílica ativa, escória e calcário também influenciam a reologia da mistura e, portanto, sua capacidade de bombeamento”, completa. O teor dos debates coincide com os cuidados que a Concrebras teve na concretagem das torres do Yachthouse Residence Club, onde o estudo criterioso das dosagens dos concretos e o uso dos equipamentos empregados mostraram o quanto o controle de qualidade do material a ser bombeado é fundamental.
Entrevistado
Reportagem com base na mesa-redonda sobre bombeamento do concreto, realizado durante o World of Concrete 2020
Contato
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abesc@abesc.org.br
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Projetar apartamentos com acessibilidade agora é lei
A lei diz ainda que nos empreendimentos com sistemas construtivos que não permitam alterações posteriores, como alvenaria estrutural e paredes de concreto, deve-se construir no mínimo 3% de unidades com adaptações à acessibilidade. As características construtivas da edificação deverão constar no projeto apresentado às respectivas prefeituras. No caso de quem comprar imóvel na planta, o cliente pode requerer à incorporadora ou à construtora que a unidade contemple as características de acessibilidade, sem qualquer custo adicional. Só estão isentas da lei as residências com 1 dormitório e área útil de até 35 m² ou com dois dormitórios e área útil de até 41 m².
Para os imóveis abrangidos pela lei, o dimensionamento de banheiros e cozinhas deve possibilitar o giro de 180° de cadeiras de rodas. Já os corredores passam a ter 90 centímetros de largura. A lei ainda estabelece que os projetos não poderão ser pensados apenas para atender os portadores de mobilidade. Ela inclui também os que possuem nanismo, deficiências auditivas e visuais e deficiências transitórias, além de idosos. O artigo 58 da LBI lista ainda as adaptações construtivas que deverão estar disponíveis em cada unidade, como puxador horizontal na porta do banheiro, barras de apoio no box e na bacia sanitária e torneiras com acionamento por alavanca ou sensor.
Alterações na Lei Brasileira de Inclusão tiveram como referência a ABNT NBR 9050
As alterações na Lei Brasileira de Inclusão tiveram como referência a ABNT NBR 9050 (Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos). A redação do decreto ficou a cargo do ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Para orientar incorporadores e construtores, o setor imobiliário, junto com organismos de engenharia e de arquitetura, começou a elaborar uma cartilha para orientar o mercado. O grupo reúne Secovis, Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), SindusCons e CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Ainda não há prazo para a publicação da cartilha.
O advogado Carlos Del Mar, jurídico do Secovi-SP e do SindusCon-SP, esclarece que a lei não vale para edificações existentes ou projetos protocolados antes da data do decreto. Aplica-se somente aos projetos protocolados a partir de 27 de janeiro. Nestes casos, as mudanças mexem com memorial de incorporação, convenção de condomínios, memorial descritivo da obra e manual do proprietário. Del Mar ressalta ainda que o decreto está acima das normas técnicas, que também devem ser cumpridas. “A desobediência à lei pode resultar em ações por parte do Ministério Público”, finaliza.
Entrevistados
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP) (via assessoria de imprensa)
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Nos EUA, microorganismos produzem “concreto vivo”

Crédito: CU Boulder College of Engineering and Applied Science
Do termo inglês “Living Building Materials” (LBMs), os materiais de construção vivos são pesquisados cada vez com mais intensidade pelo universo acadêmico. A mais recente descoberta está em desenvolvimento no departamento de engenharia civil, ambiental e de arquitetura da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. Uma equipe interdisciplinar de engenheiros-pesquisadores criou um material similar ao concreto, que é produzido por bactérias. O estudo foi publicado em janeiro de 2020 na revista científica Matter.
Misturadas à água quente, em ambiente iluminado e junto com areia, as cianobactérias regurgitam uma massa que se mistura aos demais agregados, e que se parece com o concreto. A mesma matéria serve de alimento para os microorganismos, o que possibilitou aos pesquisadores ter material suficiente para produzir protótipos semelhantes aos blocos de concreto não-estruturais, mas em dimensões menores.
Para acelerar a produção, os pesquisadores acrescentaram aos agregados (água quente, luz e areia) pequenas quantidades de gelatina incolor, o que fez com que as cianobactérias regurgitassem volumes maiores do material. Segundo o engenheiro estrutural da Universidade do Colorado, Wil Srubar, a gelatina funcionou como um aditivo. “A gelatina forneceu mais estrutura e trabalhou com as bactérias para ajudar o concreto vivo a crescer mais forte e mais rápido”, explica.

Crédito: CU Boulder College of Engineering and Applied Science
Comparativamente aos blocos de concreto convencionais, a resistência à compressão dos blocos produzidos com o material dos microrganismos fica entre 28% a 30% menor, ou seja, são menos resistentes. “Como a pesquisa está em seu início, ela tende a chegar a elementos mais resistentes”, avalia Wil Srubar. Conclusões preliminares avaliam que blocos fabricados com o material possam substituir o drywall em paredes de vedação.
Tempo de cura do material é de 7 dias, diferentemente dos 28 dias do concreto
O engenheiro também aponta a diferença entre o estudo desenvolvido na Universidade do Colorado e outros que utilizam bactérias no concreto. “Em estudos anteriores, os seres microscópicos são acrescentados aos agregados do material e conseguem preencher microfissuras, criando o chamado concreto autocicatrizante. Já na nossa pesquisa, são as próprias bactérias que geram o concreto”, diz.
Outra observação feita pela equipe envolvida com o estudo é que o tempo de cura para o material atingir seu fck é de 7 dias, diferentemente do concreto convencional que alcança sua resistência com 28 dias. Os testes de compressão uniaxial e com prismas utilizaram amostras com as seguintes dimensões: 90x25x25 mm. Os exames aconteceram aos 7 dias de cura dos elementos, com temperatura ambiente de 22 °C.
O departamento de Defesa dos Estados Unidos financia a pesquisa, com o objetivo de utilizar os blocos em missões fora do planeta ou para construções em ambientes inóspitos, como os desertos. “Não há como transportar materiais de construção para o espaço ou lugares de difícil acesso. A biologia fará esse papel", prevê Srubar.
Veja pesquisa publicada na revista Matter
Entrevistado
University of Colorado Boulder (Department of Civil, Environmental and Architectural Engineering) (via assessoria de imprensa)
Contato
ceae@colorado.edu
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Remodelagem do litoral do Paraná prioriza 10 projetos

Crédito: AEN
Dez projetos são prioritários para remodelar o litoral paranaense. Entre as obras que devem entrar em processo de licitação, a partir do segundo semestre de 2020, estão as seguintes: engorda da orla de Matinhos; Faixa de Infraestrutura em Pontal do Paraná; ponte entre Guaratuba e balneário de Caiobá; ligação Guaraqueçaba-Antonina; trapiches em áreas pesqueiras e turísticas; obras de saneamento na Ilha do Mel, duplicação da PR-407 no entroncamento com a PR-412, em uma extensão de 830 metros; alça de retorno na BR-277 com a PR-508, no acesso da Alexandra-Matinhos; iluminação de cinco quilômetros na BR-277 na entrada de Paranaguá; e Nova Ferrovia (Paranaguá a Maracaju, no Mato Grosso do Sul), com extensão de 1.370 quilômetros.
Os recursos previstos são da ordem de 1,6 bilhão de reais, excetuando o valor a ser empregado na ferrovia entre Paraná e Mato Grosso do Sul, que deverá ter participação do governo federal e de empresas privadas. Entre os demais projetos, o que tem orçamento mais alto é o da engorda da orla de Matinhos, estimado em 660 milhões de reais. Em seguida vem a ponte entre Guaratuba e balneário de Caiobá, cujo projeto inicial prevê uma estrutura de 800 metros, além de um novo acesso à PR-412 com 2 quilômetros de extensão. A obra é estimada em cerca de 250 milhões de reais, mas será viabilizada através de um modelo de concessão. Antes de serem sacramentados, todos os projetos estão em fase de análise pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar), Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR).
Confira detalhes de cada um dos projetos:
Engorda da orla de Matinhos

Crédito: AEN
As obras previstas são as seguintes: engorda da faixa de areia, área de contenção de ressacas, proteção da erosão marinha, construção e revitalização de canais para evitar enchentes e saneamento básico, além de paisagismo, novos quiosques, pistas de caminhada, ciclovias e preservação das áreas de restinga. Pelo projeto, estruturas semirrígidas serão colocadas no canal da Avenida Paraná, no desemboque do Rio Matinhos, no espigão ao Norte da Praia Brava e nos headlands (estruturas de pedras para reter a areia) localizados nos balneários Saint Etienne e Riviera. Com isso, espera-se dobrar a faixa de areia no município para mais de 80 metros.
Ponte Guaratuba-Caiobá
Já existe o estudo de viabilidade e o que está em andamento é projeto básico para o lançamento do edital. A obra adotará um modelo de Regime Diferenciado de Contratação, quando a empresa vencedora desenvolve o projeto executivo e a obra em si.
Faixa de Infraestrutura
Também chamada de bioestrada da Mata Atlântica, a ligação terá 23 quilômetros para conectar a PR-407 a Pontal do Paraná. Após oito meses de debates, o traçado da nova rodovia foi definido. Questões ambientais tornam o empreendimento mais complexo.
Ligação Guaraqueçaba-Antonina
O desafio é definir o tipo de pavimentação adequado para o trecho de 80 quilômetros da estrada histórica. O asfalto está descartado. As opções são pavimento de concreto e blocos de pedra.
Trapiches
O custo da obra será bancado pela estatal estadual Portos do Paraná. Além da Ilha do Mel, receberão novas estruturas as comunidades de Amparo, Europinha, Eufrasina, Ilha do Teixeira, Piaçaguera, Rocio, Vila Maciel, Ilha dos Valadares (um no mar de fora e outro próximo à passarela) e as cidades de Pontal do Paraná (Vila dos Pescadores) e Antonina (na Ponta da Pita e no Portinho).
Ilha do Mel
O investimento é de 8 milhões de reais para melhorar o saneamento básico e a distribuição de água, além de coleta de lixo, dragagem de canais e infraestrutura para o turismo.
Obras rodoviárias
Estão previstas no acordo de leniência com a concessionária Ecorodovias. Incluem a duplicação da PR-407 no entroncamento com a PR-412, em uma extensão de 830 metros; uma rótula no perímetro urbano de Pontal do Paraná; uma passarela no km 1 da Avenida Ayrton Senna, em Paranaguá; uma alça de retorno na BR-277 com a PR-508, no acesso da Alexandra-Matinhos, além de iluminação de 5 quilômetros na BR-277 na entrada de Paranaguá.
Nova Ferrovia
Estão em discussão os modelos de concessão e parcerias público-privadas. Ao custo de 6 milhões de reais foi contratado o EVTEA-J (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental e Jurídica). Os recursos vêm do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Entrevistado
Reportagem com base em informações da Agência Estadual de Notícias do Paraná
Contato
www.aen.pr.gov.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330









