Obras da Copa têm menos de 200 dias para ficar prontas

Seis estádios estão em fase de conclusão e dos 108 projetos de mobilidade urbana prometidos somente 40% devem ser entregues até junho de 2014

Por: Altair Santos

No dia 24 de novembro de 2013, a Copa do Mundo no Brasil entrou em contagem regressiva de 200 dias para o início do evento. Já era para o país estar na fase de acabamento para receber o torneio da Fifa, mas em alguns casos há obras que sequer saíram do papel. Entre estádios e projetos de mobilidade urbana, apenas os palcos dos jogos estão com as construções asseguradas - mesmo assim, com o cronograma apertado, como no caso de Curitiba e Cuiabá.

José Roberto Bernasconi: faltou planejamento

Para o Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva) isso se resume a falta de planejamento. “A contratação de bons projetos exige planejar bem, incluindo o prazo necessário para o seu desenvolvimento. Em países como Alemanha e Japão, esse prazo exige entre 40% e 50% do tempo a ser despendido com a execução da obra. No Brasil, essa relação chega a ser inferior a 10%", analisa José Roberto Bernasconi, presidente da regional de São Paulo do organismo.

Nas 12 cidades escolhidas para sediar partidas da Copa do Mundo foram lançados 108 projetos voltados a obras de mobilidade urbana. Eles incluem empreendimentos que vão desde a extensão de avenidas até novas linhas de metrô, e tiveram seis anos para serem concluídos. Porém, apenas 20% das construções estão operando. Há ainda 81 projetos em execução, mas, na avaliação do Sinaenco, mais da metade deve ser finalizada depois do mundial, podendo se estender até 2018.

Entre os empreendimentos paralisados, destacam-se portos, aeroportos e obras viárias. "O Brasil foi escolhido para sediar a Copa 2014 em 30 de outubro de 2007. Esses sete anos de antecedência seriam mais do que suficientes para os governos, em todos os níveis, planejar o que precisaria ser feito, desenvolver estudos, contratar bons projetos e executar as obras necessárias, especialmente em mobilidade urbana. Porém, a ineficiência na gestão governamental é registrada pelo atraso nas obras”, critica Bernasconi.

A perspectiva é de que o Brasil receba a Copa do Mundo deixando apenas os 12 estádios como legado, além de muitas obras por fazer. "Em junho de 2009, o Sinaenco lançou um relatório intitulado 'Vitrine ou Vidraça – Desafios do Brasil para a Copa 2014'. Pelo jeito, vamos virar vidraça para o resto do mundo", completa José Roberto Bernasconi, lembrando que não faltaram alertas para evitar o cenário atual. "O setor de projetos de arquitetura e de engenharia está aí para alertar os administradores públicos. Foi o que tentamos fazer", conclui.

Entre as capitais que sediarão a Copa do Mundo, Manaus é a que tem a menor avaliação em um ranking elaborado pelo Sinaenco. A cidade tende a não concluir nenhuma obra de mobilidade. A principal delas, um monotrilho ligando a região norte ao centro da capital amazonense, não será mais executada. Já Belo Horizonte é a que mais concluiu obras, com destaque para o BRT (Bus Rapid Transit) que ligará o aeroporto de Confins ao Mineirão. A expectativa é de que tudo esteja concluído no primeiro trimestre de 2014.

Com relação aos seis estádios ainda em obras, dois preocupam a Fifa: as arenas de Curitiba e de Cuiabá. No caso da Arena da Baixada, na capital paranaense, o modelo de gestão da obra emperrou o repasse do financiamento cedido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) e a projeção mais otimista é que a obra só esteja 100% concluída em abril de 2014. No entanto, em 31 de dezembro de 2013, quatro estádios estarão totalmente prontos para o mundial: Beira-Rio, Arena Corinthians, Arena das Dunas e Arena Amazônia.

Entrevistado
Engenheiro civil e advogado José Roberto Bernasconi, presidente da regional de São Paulo do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinanenco) (via assessoria de imprensa)
Contato: sinaenco@sinaenco.com.br

Crédito: Divulgação/Sinaenco/Internacional/Secopa-RN/Edson Rodrigues/Secopa-MT/Sejel/CAP S/A/Odebrecht

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Obra sustentável não pratica "maquiagem verde"

Do inglês greenwashing, termo refere-se ao mau uso dos conceitos de sustentabilidade na construção civil e, por vezes, aceitos por certificações

Por: Altair Santos

É possível acreditar que todo empreendimento que se vende como uma "obra verde" tenha sido mesmo construído de acordo com os conceitos de sustentabilidade? Segundo a professora do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Andrea Naguissa Yuba, nesta questão é necessário separar o joio do trigo. A especialista alerta que é preciso distinguir o que é, efetivamente, "prédio verde" do que é "maquiagem verde". No 2º seminário nacional de construções sustentáveis, realizado no começo de novembro de 2013, em Passo Fundo-RS, Andrea Naguissa Yuba palestrou sobre o tema e foi didática em explicar quando um projeto se apropria de princípios sustentáveis e quando pratica "maquiagem verde". Confira na entrevista a seguir:

Andrea Naguissa Yuba, da UFMS: maquiagem verde não gera equilíbrio ambiental nem faz bom uso dos recursos naturais

A senhora palestrou recentemente no 2º seminário nacional de construções sustentáveis sobre "maquiagem verde" e "apropriação de princípios sustentáveis". O que vem a ser essas duas definições?
"Maquiagem verde" vem do inglês greenwashing e é um termo pejorativo,que ressalta o mau uso do termo sustentabilidade e cujos fins não se relacionam com os princípios do conceito. A apropriação real é a que deveria ser exercida.

Então, "maquiagem verde" e "apropriação de princípios sustentáveis" são antagônicas?
Sim, são antagônicas.

E quando uma empresa pode ser tachada de praticar "maquiagem verde"?
Uma empresa que faz "maquiagem verde" não está interessada na integridade ambiental, na inclusão social, na distribuição mais equilibrada de recursos, na participação pública e na valorização cultural. Deve, provavelmente, estar interessada no aumento da propaganda e dos lucros.

Hoje há uma enxurrada de certificações verdes e várias obras buscando essas certificações. Quando é possível perceber que uma construção realmente está comprometida com a sustentabilidade é quando trata-se de uma mera estratégia mercadológica?
A "enxurrada" de certificações de fato existe. E alerto que certificações também podem ser maquiagem. É preciso checar se são imparciais de fato e se os critérios utilizados são reconhecidos. Uma empresa comprometida com a sustentabilidade faz mais do que o mínimo necessário - cumprir a legislação, por exemplo. O seu porte determina o quanto ela pode avançar em relação aos princípios de sustentabilidade. Pediria que anexassem a essa entrevista o artigo dos autores Silva e Shimbo, sobre o assunto.

O que a senhora acha dessa profusão de certificações verdes que chegaram ao Brasil nos últimos anos?
A profusão de certificações mostra a necessidade de medir. Mas se não tivermos muitos avanços a medir, do que adiantará? Então, penso que a parte mais difícil, que é modificar os padrões e comportamentos, ainda não está sendo feita a contento.

Os profissionais que atuam na arquitetura e na engenharia civil estão conscientes quanto às práticas sustentáveis ou ainda é uma minoria que se preocupa com esse tema?
Ter ciência e ter consciência são coisas diferentes. Mas o profissional sozinho não faz sustentabilidade. Talvez seja essa a razão de não vermos tanto impacto nas edificações e nas cidades.

E quanto aos cursos de engenharia civil e arquitetura, eles já possuem disciplinas voltadas para a sustentabilidade ou ainda estão tentando se adaptar a esse novo momento?
Há disciplinas e cursos de pós-graduação que tratam do tema. Mas há empecilhos para transformar pesquisa em produto e de transformar ações isoladas em práticas generalizáveis.

O custo ainda é o grande empecilho para a profusão de conceitos sustentáveis nas obras?
Falar em custo de estratégias mais sustentáveis é injusto perante o índice de desperdícios que ainda são comuns nas obras.

Leia aqui artigo Proposição básica para princípios de sustentabilidade

 

Entrevistada
Andrea Naguissa Yuba, professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), graduada em arquitetura e urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em engenharia civil pela UFRGS e doutorado em ciências da engenharia ambiental pela USP
Contato: arq.ccet@ufms.br

Créditos fotos: Divulgação autorizada

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Segurança empresarial é blindagem contra corrupção

Em fórum da Federação das Indústrias do Paraná, especialistas apontam caminhos para que setores como a construção civil evitem processos ilegais

Por: Altair Santos

A partir de fevereiro de 2014 entra em vigor a lei federal 12.846, mais conhecida como Lei Anticorrupção. No que tange às empresas, a nova legislação impõe a elas uma responsabilidade objetiva. Por um lado, as incentiva a adotar procedimentos de governança corporativa, como compliance (agir de acordo com normas legais e evitar desvios); por outro, as submete a penas pesadas caso fique comprovado que se envolveram em malfeitos com agentes públicos. "Para se ter uma ideia, o teto da multa pode chegar a 20% do faturamento total da empresa", alerta o presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná) Edson Campagnolo, que no começo de novembro de 2013 promoveu  o Fórum Transparência e Competitividade.

Olga Pontes: ideal é que companhias desenvolvam políticas de boa conduta

Olga Pontes, que também esteve no Fórum Transparência e Competitividade, destacou que corporações que atuam constantemente em licitações públicas, e que prestam serviço ao Estado, precisam desenvolver métodos de segurança empresarial. A especialista, que há 16 anos atua em auditoria, compliance, gestão de riscos e governança, afirma que companhias que adotam um conjunto de ações contra procedimentos que desembocam na corrupção conseguem se blindar melhor contra o que é ilegal."Quais são essas políticas internas? São as calçadas em boas práticas, que mantêm foco constante nas áreas de risco, que comunicam a transparência internamente, que conhecem os parceiros, tanto fornecedores quanto clientes, e que possuem um bom nível de informação", revela.

Entrevistada
- Olga Pontes, graduada em Tecnologia da Informação e com ampla experiência em auditoria, compliance, gestão de riscos e governança. Atualmente é Chefe Global de Segurança Empresarial da Braskem S.A.

Contatos
www.braskem.com.br/site.aspx/Governanca-Corporativa

Créditos fotos: Divulgação/Agência Fiep

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Nova NBR 6118 torna obrigatório certificar projetos

Texto que deverá ser publicado em dezembro de 2013 exige que controle de qualidade passe a valer para todas as obras, independentemente de seu porte

Por: Altair Santos

O novo texto da ABNT NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto armado -, previsto para entrar em vigor em dezembro de 2013, passou a exigir certificação para todos os projetos de estruturas de concreto. Na norma que ainda prevalece, o item que trata da avaliação da conformidade diz: "5.3.1 - Dependendo do porte da obra, a avaliação da conformidade do projeto deve ser requerida e contratada pelo contratante a um profissional habilitado, devendo ser registrada em documento específico que acompanha a documentação do projeto citada em 5.2.3". A expressão "dependendo do porte da obra" foi retirada e houve a unificação, ou seja, agora não importa mais o tamanho da construção para que haja controle de qualidade do projeto.

Comissão debateu mudanças na edição do ENECE 2013: recomendação é que seja criada uma norma específica para o tema

Segundo o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) o engenheiro civil José Celso da Cunha - um dos integrantes de uma comissão montada pela ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) especificamente para analisar este caso dentro da norma revisada -, entre as dúvidas que ficaram no novo texto está a que diz respeito à fase em que deve ser feito a CQP (Certificação da Qualidade do Projeto). "O ideal é que a CQP seja feita simultaneamente à fase de projeto, para que seus resultados se tornem efetivos e subsequentes. Além disso, há tempo e espaço para que projetista e verificador debatam termos técnicos e conceituais num ambiente ético e respeitoso", diz, admitindo, porém, que nem sempre é isso o que ocorre. "Infelizmente, na maioria dos projetos no Brasil a CQP, que é um dever normativo, não é contratado em nenhuma situação", completa.

Para o vice-presidente de relacionamento da ABECE, Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, o novo texto faz acender a luz vermelha também no que diz respeito à escassez de certificadores-verificadores no país. "Não há número suficiente de profissionais capacitados para analisar todos os projetos. Isso pode levar a engenheiros estruturais ter que analisar projetos de engenheiros estruturais, o que geraria até um conflito comercial", alerta. Segundo Dácio Carvalho, também membro da ABECE, uma saída seria se pensar numa norma específica para o verificador de projetos. "Deveria haver um documento regulamentador. Mas enquanto isso não ocorre, entendo que a ABECE e o Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto) devem redigir um texto-base, que sirva de semente para uma futura norma, e que balize quem pode certificar projetos", recomenda.

Os especialistas citam o modelo canadense como um exemplo a ser seguido pelo Brasil. "No Canadá, o organismo que regulamenta a atividade dos profissionais de engenharia já tem os profissionais certificadores cadastrados. Assim, quando um projeto estrutural é registrado, o organismo mesmo indica quem vai acompanhar aquele projeto. O verificador vai ao escritório do projetista, analisa se ele está apto a desenvolver aquele projeto e tem, inclusive, poder de veto. Caso aprove e aceite o trabalho, ele passa a ser corresponsável pela obra", afirma Dácio Carvalho, posicionando-se favoravelmente ao novo texto da 6118, por ele não exigir mais "porte de obra" para que haja CQP. "Não tem obra pouco importante. Todas são muito importantes. Do prédio alto à guarita", assegura.

Marcelo Rozenberg, também da ABECE, é igualmente favorável ao novo texto da norma. "Verificação de projeto é uma garantia para diminuir as chances de erro. O projetista deve exigir que seja feito", diz, citando que o custo da verificação no orçamento da obra é pequeno. "Verificação de projeto representa um dos menores percentuais no valor total do empreendimento", diz, concordando com uma proposta apresentada por José Celso da Cunha, para que se criem níveis de verificadores. "Dependendo do porte da obra, uma classe de verificador. Projetos mais corriqueiros, como casas, prédios pequenos e pontes de vão curto, escolhe-se um certificador de um nível. Para grandes projetos, grandes certificadores", recomenda. Já a presidente da ABECE, Suely Bueno, garante que a associação atuará como mediadora até que todas as dúvidas sobre o novo texto da norma 6118, no que se refere ao porte da obra e à exigência de verificação, sejam esclarecidas.

Entrevistados
Engenheiros civis José Celso da Cunha, Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, Dácio Carvalho, Marcelo Rozenberg e Suely Bueno
Contato: abece@abece.com.br

Créditos fotos: Divulgação/Cia. Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Curitiba revitaliza canaletas, e concreto é plano A

Consagrado sistema de transporte público por vias exclusivas será estendido. ABCP Sul dará assessoria à prefeitura em trechos de pavimento rígido

Por: Altair Santos

Com uma linha de crédito de R$ 5,2 bilhões para investir em mobilidade urbana, Curitiba prepara a maior reforma em seu sistema de transporte público, desde que o ex-prefeito Jaime Lerner saiu de cena. As canaletas exclusivas terão a quilometragem mais que duplicada - passando de 80 para 165 quilômetros - e a cidade ganhará sua primeira linha de metrô. Se prevalecer o modelo já consolidado, o concreto será protagonista entre as obras previstas. "Curitiba tem ampla experiência na utilização do pavimento de concreto e certamente irá considerar a solução para essas novas canaletas a serem implantadas. A eficácia da tecnologia está comprovada e assimilada pelos técnicos da prefeitura", diz Alexsander Maschio, gerente regional da ABCP Sul - braço da Associação Brasileira de Cimento Portland para a região.

Gestão de Obras - Canaleta Curitiba
Pavimento em concreto: modelo será usado em novos projetos de BRT e na extensão da Linha Verde

A prefeitura de Curitiba, através da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP), anuncia que pelo menos 28 quilômetros dos empreendimentos previstos no novo programa de mobilidade estão garantidos que serão em pavimento de concreto. Incluem-se aí os 8 quilômetros da Linha Verde Norte e mais 20 quilômetros do BRT Leste-Oeste, que permitirá o tráfego de ligeirões. “Sempre que o tráfego de ônibus for intenso e canalizado, o pavimento de concreto é o mais indicado", afirma o secretário da SMOP, Sérgio Antoniasse.  No caso destes projetos, o concreto estará presente também em obras de arte, como as ampliações dos viadutos da Linha Verde sobre as avenidas Afonso Camargo e Victor Ferreira do Amaral e em sete trincheiras.

Quanto aos 37 quilômetros que envolverão canaletas exclusivas para a linha Interbairros 2, o gerente regional da ABCP Sul entende que se o trecho todo não for em concreto, mesmo assim haverá o uso do material em algumas etapas. "Em virtude de algumas condicionantes orçamentárias, não é possível transformar todos os corredores em pavimento rígido de uma única vez. Mas certamente, a longo prazo, essa é a tendência. De qualquer forma, as áreas das estações-tubo serão em concreto. Havendo orçamento, será executada a ligação entre as estações. Aos poucos, a malha dos corredores de ônibus será transformada", avalia  Alexsander Maschio.

Alexsander Maschio, gerente regional da ABCP Sul: eficácia da tecnologia está comprovada em Curitiba

A ABCP tem um termo de cooperação técnica com a prefeitura de Curitiba para todas as obras relacionadas aos sistemas construtivos à base de cimento. "Auxiliamos na conferência e adequação dos projetos, treinamento de empresas executoras e fiscais, e demais situações necessárias. O contato é contínuo e simplificado, possibilitando uma atuação conjunta em prol da qualidade das obras", explica Maschio, para quem a associação estará prestando assessoria também nas obras do metrô curitibano. "Nesse caso, como se trata de um projeto muito específico, e que envolve muito mais tecnologia em escavações e geologia, a atuação da ABCP ficará ligada especificamente à questão do concreto", completa.

Três tecnologias
No trecho de 17,6 quilômetros da primeira linha de metrôda capital paranaense, serão utilizadas três tecnologias para a escavação dos túneis: o Cut and Cover, que consiste em abrir uma vala a céu aberto para depois cobrir; o NATM (New Austrian Tunneling Method) sistema mais artesanal de abertura de túneis, e o Shield (Tatuzão) máquina tuneladora que será usada para escavar toda a parte subterrânea do metrô. A SMOP afirma que o metrô ainda terá dois quilômetros a céu aberto. Refere-se ao trecho que sairá da CIC Sul, onde os trens percorrerão uma linha elevada. Na primeira fase do projeto, a ser concluída até 2020, o metrô irá até o bairro do Cabral.

Metrô de Curitiba: escavações empregarão três tecnologias e ABCP dará assessoria sobre uso do concreto

Clique aqui e conheça as vantagens do pavimento de concreto.

Entrevistados
Engenheiros civis Sérgio Luiz Antoniasse, secretário municipal de obras públicas da prefeitura de Curitiba, e Alexsander Maschio, gerente regional da Associação Brasileira de Cimento Portland
Contatos:
alexsander.maschio@abcp.org.br
smop@smop.curitiba.pr.gov.br

Créditos fotos: Divulgação/Prefeitura de Curitiba/ABCP Sul

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Projeto maranhense é nº 1 da arquitetura nacional

Complexo administrativo a ser construído em São Luís superou 1.643 trabalhos, inscritos na 10ª edição do Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa

Por: Altair Santos

O Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa é considerado uma espécie de Oscar para o setor. Dividido em dez categorias, o principal projeto eleito é contemplado com o título de "master da arquitetura". Em 2013, quem obteve esta conquista foi o Complexo Administrativo do Estado do Maranhão. Projetado pelo arquiteto Domingos Brito, de São Luís-MA, a criação propõe um novo centro cívico para a capital maranhense - São Luís. A ideia é articular, por meio de uma praça cívica, uma série de edifícios públicos, interligando-os ao centro histórico da cidade, tombado como patrimônio da humanidade, e à chamada cidade nova.

Complexo administrativo do Maranhão: projeto equilibra obras novas com retrofit.

O complexo maranhense concorreu com outros 1.643 projetos de todo o Brasil e, além da concepção arquitônica, as propostas para sua construção também contribuíram para que ganhasse o prêmio. "O sistema construtivo adotado buscou conciliar necessidades de redução de custos, rapidez de execução e flexibilidade máxima para os planos de trabalho. Para tanto, toda a estrutura concentra-se em peças pré-fabricadas", explica Arthur de Mattos Casas. O uso de concreto aparente nas fachadas dos edifícios também prevalece no layout do projeto vencedor da 10ª edição do Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa.

Outra característica do novo centro cívico a ser construído em São Luís é que ele propõe também o retrofit de edifícios já existentes no local: o atual complexo administrativo e a Fábrica São Luís, que será restaurada para receber a Câmara  Municipal de São Luís. "A necessidade de manter as edificações já construídas pautaram a definição do partido arquitetônico. Propusemos um desenho que, ao mesmo tempo, conectasse o conjunto a ser edificado, gerando vazios em harmonia com o pré-existente. Foi o desafio que teve que ser superado", define o arquiteto Domingos Brito.

O projeto levou em consideração a característica bioclimática da capital maranhense. Por São Luís estar em uma das regiões mais quentes do país, houve uma preocupação especial com a questão térmica. Neste quesito, mais uma vez o projeto de retrofit  manteve  como base à proteção da insolação ambiental para o interior dos edifícios. "Procurou-se encontrar equilíbrio entre transparência e proteção térmica. Propusemos, assim, uma sequência de brises verticais em painéis de alumínio e vidro e placas fotovoltaicas, para aproveitamento da energia solar. A solução não só responde a nossos anseios quanto à auto-sustentabilidade, como unifica e da a plástica arquitetônica necessária para a integração da área externa e interna do complexo administrativo.”

Além do prêmio master, o Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa também elege projetos vencedores nas seguintes categorias: estudantes, que envolve as escolas de arquitetura e urbanismo do país; esportivo, comercial, shopping centers, educação, obras públicas, green building, hotelaria, retrofit e indústria. Em cada uma destas categorias, os vencedores nacionais foram:

Estudante
Edifício Urban, São Paulo-SP - Giovanne Mafra
Esportivo
Centro Pan-americano de Judô, Lauro Freitas-BA - Effect Arquitetura
Comercial
Torre de Broadcasting, Rio de Janeiro-RJ - Daniel Gusmão Arquitetos Associados
Shopping Center
Parque Shopping Maceió, Maceió-AL - AFA-André Sá e Francisco Mota Arquitetos
Educação
Nova Ambiência de Gerência de Pessoas do Banco do Brasil, Brasília-DF - Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Banco do Brasil
Obras públicas
Complexo Administrativo do Estado do Maranhão, São Luís-MA - Domingos Brito Arquitetura
Green Building
CasaE Basf, São Paulo-SP - Athié-Wohnrath
Hotelaria
Parque Mariana Hotel Ponta do Coral, Florianópolis-SC - Doria Lopes Fiuza Arquitetos Associados
Retrofit
Hospital Samaritano, Rio de Janeiro-RJ - Amil Projetos
Indústria
Nova fábrica da Unilever, Aguaí-SP - GCP Arquitetos

Já a Domingos Brito Arquitetura também é vencedora de outras edições do Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa. Em 2005, ganhou com o projeto do hotel predial American Flat Residence; em 2006, com o hospital da Unimed, em São Luís, e o residencial predial Two Tower Residence; em 2007, Franere Hotel Design; em 2008, condomínio Pestana Beach; em 2010, condomínio Quintas das Flores; em 2011, Câmara Municipal de São Luís, e em 2013, complexo administrativo do Estado do Maranhão.

Entrevistado
Arquiteto Domingos Brito,  diretor da Domingos Brito Arquitetura
Contato
dbrito@elo.com.br
www.domingosbritoarquitetura.com

Crédito foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Ensino a distância busca sinal verde na engenharia

Para especialistas do setor de educação, redes sociais abrem caminho para que novas ferramentas sejam utilizadas na formação de engenheiros

Por: Altair Santos

A presença das redes sociais já é realidade na maioria dos cursos de engenharia que existem no Brasil. Há instituições que, para estimular os alunos a se dedicarem às disciplinas de cálculo, disponibilizam exercícios comentados no Facebook e no Youtube e colocam professores-assistentes no Twitter para tirar dúvidas. As redes sociais também estão liberadas nas salas de aula, para que os estudantes possam buscar ferramentas auxiliares e acessar material didático para a aprendizagem, além de servir de canal para que as universidades posicionem os matriculados sobre oportunidades no mercado. É um cenário que abre caminho para o próximo passo: a implantação de cursos de EaD (Ensino a Distância) nas engenharias.

Ensino a distância
Modesto Guedes Ferreira Júnior: alunos já conseguem aprender cálculo por EaD

Atualmente, o MEC (ministério da Educação) já permite que 20% da carga horária das disciplinas seja em EaD, independentemente do curso. Mas o desafio é adaptar o professor a produzir conteúdo para o ensino das ciências exatas. O grupo Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, tem sido pioneiro no país na busca de metodologias que se adequem ao ensino a distância. Uma das iniciativas foi criar o curso de engenharia de produção no sistema semipresencial. "Desde 2008 estamos num processo de criação de um ensino inovador, mas ainda continuamos no período de aprendizagem. De qualquer forma, sem pressa, estamos evoluindo. Hoje, nossos alunos já conseguem aprender cálculo I, cálculo II e cálculo vetorial pelo sistema de EaD", explica Modesto Guedes Ferreira Júnior, da Estácio de Sá, que recentemente esteve no 20º Fórum Docente, promovido pelo Crea-PR.

Outro exemplo de implantação de EaD dentro das ciências exatas ocorre na Unopar (Universidade do Norte do Paraná) com campus espalhado nas cidades de Londrina, Arapongas e Bandeirantes. Segundo Elisa Maria de Assis, pró-reitora de EAD da Unopar, o curso de matemática da instituição já é uma realidade. "Trata-se de uma graduação já consolidada no mercado, o que mostra que é possível aproximar EaD das exatas. Agora, a pergunta que se faz é: é possível implantar cursos de engenharia em EaD? Sim, desde que se respeitem as condições de oferta necessárias para um curso de qualidade", responde a especialista.

Elisa Maria de Assis, da Unopar: mitos sobre EAD nas ciências exatas têm sido derrubados

Elisa Maria de Assis afirma que os números de EaD no Brasil animam as instituições a superar o desafio de levar o ensino a distância para a área das engenharias. "Hoje, há 1,2 milhão de alunos cursando universidades em EaD no Brasil. Representa 16% do total de matriculados e com crescimento anual de 3,8%. Não se pode ignorar essas estatísticas", diz a professora da Unopar, afirmando que os seis principais mitos do ensino a distância no país têm sido superados. São eles:

Mito 1
Para aprender é preciso assistir as explicações do professor presencialmente.
O que dizem os defensores do EaD: o modelo ideal é o da transmissão do conhecimento ou da construção do conhecimento. O EaD estimula a aprendizagem autônoma.

Mito2
É impossível prender a atenção do aluno em ambiente virtual.
O que dizem os defensores do EaD: na área de exatas já existem muitos objetos de aprendizagem, como simulares e softwares. O desafio é o professor saber trabalhar essas ferramentas e levar isso ao aluno.

Mito 3
Conteúdos autoinstrutivos contribuem pouco para a aprendizagem.
O que dizem os defensores do EaD: hoje o EaD é dialógico, ou seja, o professor tem vários materiais, como vídeos, materiais virtuais e materiais impressos, para desafiar o aluno.

Mito 4
A internet é ferramenta inacessível à maioria da população.
O que dizem os defensores do EaD: o Brasil já possui 67 milhões de pessoas com acesso à web.

Mito 5
Apenas adolescentes concentram longo tempo na web.
O que dizem os defensores do EaD: a internet já está disseminada entre todas as faixas etárias.

Mito 6
E-learning não pode substituir o presencial.
O que dizem os defensores do EaD: EaD não é e-learning. A nova educação será a aproximação do EaD com o presencial.

Entrevistados
Modesto Guedes Ferreira Júnior, professor do núcleo de EaD do grupo Estácio de Sá, e Elisa Maria de Assis, pró-reitora de EaD da Unopar
Contatos
www.estacio.br
unoparvirtual@unopar.br

Crédito foto: Leandro Taques/Crea-PR

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Para manutenção predial, chame um engenheiro civil

Profissional é o único qualificado para elaborar laudo técnico, o qual irá balizar prioridades entre as reformas e apontar patologias no edifício

Por: Altair Santos

A maioria dos síndicos não se dedica de forma integral ao gerenciamento de seus prédios, pois possuem outras funções para desempenhar no dia a dia. Acaba que a atividade "informal" impede que o edifício receba as manutenções periódicas adequadas. Resultado: abrem-se oportunidades para patologias. Quando isso ocorre, uma manutenção predial requer o acompanhamento de um engenheiro civil. Com a análise do especialista, é possível elaborar um laudo técnico, o qual recomendará as terapias que devem ser adotadas para eliminar as fontes causadoras dos problemas e listará prioridades para que os condôminos tenham subsídios para definir quais resolver primeiro.

Engenheiro civil facilita vida do síndico e dos condôminos

O laudo técnico, que só pode ser emitido por um engenheiro civil, é também um meio de se aumentar a produtividade dos síndicos, pois no caso de um novo gestor assumir o prédio o documento servirá de referência para que se executem os serviços ainda não realizados. "O laudo técnico irá descrever precisamente todos os parâmetros prediais, como áreas abertas, fachadas, garagens, casa de máquinas, e, em cada um destes segmentos, é averiguada a sintomatologia e o diagnóstico das patologias. Se bem completo, o laudo técnico deve trazer todas as explicações dos devidos problemas", afirma Renêe Bastos, do departamento de engenharia do Secovi-PR (Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná).

Dados do Secovi-PR revelam que em Curitiba cerca de 40% dos síndicos cadastrados no sistema do sindicato sabem da importância de um laudo técnico. Por isso, boa parte deles procura orientações de um engenheiro civil sempre que os prédios que administram precisam de uma análise mais criteriosa. "Tanto é, que, de imediato, eles procuram logo por um profissional da área, no caso um engenheiro, para lhes orientar de como proceder para a execução dos serviços prioritários em seus respectivos condomínios", diz Renêe Bastos, afirmando que o custo de uma vistoria técnica de um engenheiro depende da situação em que se encontra o edifício. "O viável é solicitar um orçamento sem compromisso e consultar mais de um engenheiro", completa.

Uma recomendação é que nem sempre se deve optar pelo preço mais baixo. "É preciso avaliar o que cada orçamento propõe fazer, analisar os serviços relacionados, os materiais que serão utilizados e como estes materiais serão aplicados", sugere a especialista do Secovi-PR. Na proposta orçamentária devem estar especificados os seguintes itens:

•    Registro do responsável técnico, no caso engenheiro civil, no Crea.
•    Materiais que serão utilizados na execução dos serviços, com custo e marca do fabricante.
•    Prazo para a execução dos serviços.
•    Prazo de validade do orçamento entregue.
•    Endereço e telefone do contratado para a execução dos serviços.
•    Condições de pagamento.

Entrevistado
Renêe Bastos, membro do departamento de engenharia do Secovi-PR, com formação técnica em edificações, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Contato: departamentodeengenharia@secovipr.com.br

Crédito foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Gestão de pessoas tenta decifrar felicidade no trabalho

Pesquisa com grandes empresas, incluindo as da construção civil, mostra que dinheiro camufla problemas como falta de reconhecimento e assédio moral

Por: Altair Santos

É possível mensurar a felicidade? Independentemente da resposta, esse é o desejo atual do mundo corporativo. Estimuladas, inclusive, por organismos como a ONU (Organizações das Nações Unidas) que tem o seu próprio indicador de Felicidade Interna Bruta (FIB) as companhias buscam novas alternativas para medir o grau de motivação, satisfação e realização de seus colaboradores. "As empresas estão buscando um novo olhar, um novo nome para velhos problemas, já que as pesquisas de clima organizacional e de engajamento não estão mais respondendo como o esperado", avalia a pisicóloga Suzy Cortoni.

Suzy Cortoni, coordenadora da pesquisa: empresas buscam um novo olhar para entender colaboradores

A especialista, que dirige o Ateliê de Pesquisa Organizacional e também a ComSenso - Agência de Estudos do Comportamento -, decidiu coordenar uma pesquisa sobre grau de felicidade no ambiente de trabalho e chegou a conclusões relevantes. Uma delas é a de que boa parte dos profissionais entrevistados demonstrou não estar em busca da felicidade no trabalho. "O que eles desejam são os velhos conceitos, como motivação, satisfação, realização e dinheiro. Eles confundem ser feliz com todos os conceitos acima descritos e, a partir do momento em que eles próprios se perguntam se são felizes no trabalho, aí sim se dão conta e tentam entender se são felizes", diz.

A pesquisa foi bem estratificada. Ouviu 200 profissionais (40% mulheres e 60% homens) com faixa etária entre 28 e 45 anos e tempo de trabalho nas empresas de 8 a 25 anos. As companhias que forneceram entrevistados são de São Paulo e do Rio Janeiro, pertencem aos setores da indústria, comércio e serviços e têm de 500 a mais de 1.000 funcionários. Entre os que responderam a pesquisa, todos possuem formação superior e renda anual variando de R$ 50 mil a R$ 300 mil. "Percebeu-se que o dinheiro tem uma função de forte destaque para o sentimento de felicidade no trabalho. Por isso, ele pode camuflar sentimentos negativos e alguma insatisfação, e se tornar o único fator de sobrevivência", detecta Suzy Cortoni.

Felicidade no trabalho: para 78%, dinheiro se sobrepõe a outros fatores

Apesar de abranger uma fatia bem específica de profissionais, a pesquisa, no entender da especialista, serve para mostrar tendências que estejam ocorrendo em todo o país, além de os dados coletados valerem também para empresas de médio e de pequeno portes. "Não é o tamanho da empresa que influencia o grau de felicidade, mas a pressão que ela exerce no colaborador", diz, acreditando que os fatores que mais geram infelicidade no ambiente de trabalho são impossibilidade de se expressar, não ser reconhecido, falta de ética, privilégios e assédio moral.

Outra tendência interessante mostrada pela pesquisa é que o colaborador consegue ser produtivo profissionalmente, mesmo enfrentando problemas pessoais, mas não consegue ter uma boa vida pessoal se estiver desequilibrado no trabalho. "As pessoas podem conseguir separar pessoal e profissional por um tempo, mas o indivíduo é único", justifica Suzy Cortoni. Os números da pesquisa comprovam que o desequilíbrio pode, inclusive, adoecer. Entre os entrevistados, 37% apontaram estar sofrendo de dor de cabeça com frequência, 43% de cansaço exagerado e 20% de dor de estômago.

Entrevistada
Suzy Zveibil Cortoni, psicóloga e sócia-diretora do Ateliê de Pesquisa Organizacional e também da ComSenso - Agência de Estudos do Comportamento
Contato: contato@ateliedepesquisa.com.br

Créditos fotos: Divulgação autorizada

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Cursos de engenharia civil no PR destacam-se em ranking

UFPR, PUC-PR e Universidade Positivo estão entre as dez melhores de engenharia civil do Brasil no quesito posicionamento no mercado, segundo jornal Folha de S. Paulo

Por: Altair Santos

Na edição 2013 do Ranking Universitário da Folha, publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, os cursos de engenharia civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e da Universidade Positivo ficaram entre os dez melhores do Brasil no quesito posicionamento no mercado. Significa que os engenheiros formados por essas Instituições têm conseguido ingressar rapidamente no mercado de trabalho, e com significativa valorização.

Alunos da UFPR: estímulo a ir a campo para entender a profissão na prática

Os cursos de engenharia civil das três universidades de Curitiba ficaram empatados, com avaliação 98,73 no item mercado de trabalho. Para o coordenador da graduação da UFPR, Alexandre K. Guetter, o bom posicionamento na recente edição do Ranking Universitário da Folha tem a ver com conteúdo pedagógico, oferta de disciplinas básicas e oferta de disciplinas optativas, além de infraestrutura física. "Isso realça a parte profissionalizante do curso, sem contar que o corpo docente, que é majoritariamente formado por doutores, contribui para a formação dos alunos", diz.

Já o coordenador do curso de engenharia civil da PUC-PR, Ricardo José Bertin, afirma que o atual posicionamento motiva a universidade a buscar melhor colocação na próxima edição do ranking.  "Estamos firmando parcerias em dupla diplomação com universidades da França e de Portugal, incentivamos nossos alunos a participar do programa Ciência sem Fronteiras e temos projetos em andamento com o CREA-PR, com o sindicato dos engenheiros, com a indústria da construção civil, com a indústria cimenteira e com a indústria concreteira. O objetivo é reduzir o gap entre a vida profissional e a vida acadêmica", explica.

Segundo o coordenador do curso da Universidade Positivo, Cláudio César Ferreira, um dos diferenciais da graduação da UP é que ela investe muito em visitas técnicas e palestras, bem como a aproximação dos alunos com as empresas. "O objetivo é estreitar ainda mais a relação do aluno com o mercado, seja na forma de aplicação prática em projetos, de iniciação científica ou de extensão universitária", afirma, garantindo que a UP procura observar as melhores práticas acadêmicas adotadas pelas mais qualificadas universidades do Brasil e do mundo.

Contraste
Paradoxalmente, o Ranking Universitário da Folha não qualificou tão bem as universidades paranaenses no quesito qualidade do ensino. As melhores colocadas foram UFPR (21º), Unioeste (29º), UEM (34º), UEL (37º), UTFPR (47º) e Universidade Positivo (50º). Para Alexandre K. Guetter, da UFPR, isso se deve à quantidade de alunos no curso. "Ingressam anualmente 176 e há outros que participam de convênios internacionais. Temos, então, um grupo de 200 alunos que são divididos em até quatro turmas, para que seja possível a prática do ensino. Esta situação gera assimetrias com relação à expectativa dos alunos", destaca.  Já o coordenador da PUC-PR entende que seja apenas uma questão de critério do ranking. "Eles usam a avaliação do Enade, e o Enade está sujeito a boicote dos alunos", avalia Ricardo José Bertin.

Cláudio César Ferreira: UP está bem posicionada nos critérios de avaliação do MEC

Sobre a posição da UP no ranking da Folha, referente ao quesito qualidade de ensino, o coordenador Cláudio César Ferreira contesta. "Para a Universidade Positivo, as avaliações que levamos em consideração, e que impactam os rumos de nossos cursos, são as avaliações oficiais do MEC- IGC (Índice Geral de Cursos) e CPC (Conceito Preliminar de Curso) - e do Enade, além de conceitos da CAPES para mestrado e doutorado. Nas avaliações oficiais do MEC, feitas em 2011 e divulgadas em 2012, o curso de engenharia civil teve Enade 3 e CPC 4, sendo o melhor curso do Paraná entre as instituições privadas. Portanto, no quesito qualidade de ensino, esses são os dados que atestam que o curso da UP é referência em qualidade e que forma profissionais de excelência", afirma.

 

Confira a posição das universidades no Ranking Universitário da Folha

Critério avaliação de mercado
http://ruf.folha.uol.com.br/2013/rankingdecursos/engenhariacivil/avaliacao_de_mercado.shtml

Critério avaliação de ensino
http://ruf.folha.uol.com.br/2013/rankingdecursos/engenhariacivil/avaliacao_de_ensino.shtml

Como é feito o ranking
http://ruf.folha.uol.com.br/2013/comoefeitooruf/

Entrevistados
Engenheiro civil Alexandre K. Guetter, coordenador do curso de graduação em engenharia civil da UFPR; engenheiro civil Ricardo José Bertin, coordenador do curso de graduação em engenharia civil da PUC-PR, e engenheiro civil Cláudio César Ferreira, coordenador do curso de graduação em engenharia civil da Universidade Positivo.
Contatos
engcivil@ufpr.br
ricardo.bertin@pucpr.br
claudiof@up.com.br

Créditos fotos: Divulgação autorizada

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330