Sustentabilidade aos 9 bilhões de habitantes

O futuro sustentável das cidades depende fundamentalmente da organização da sociedade civil

Por: Camila Braga
Fabio Tokars: “projeta-se que a população em 2050 ultrapasse os 9 bilhões”

Há alguns dias os jornais de todo país noticiavam as eleições, como a festa da democracia, dia em que grande parte dos brasileiros foi às urnas para escolher seus representantes e exercer a cidadania. Não na opinião do advogado Fabio Tokars, que falou sobre o futuro das cidades no II Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo, realizado dias 05 e 06 de outubro, em Curitiba (PR). Tokars acredita que o exercício da cidadania não é feito somente com o voto, mas principalmente com a organização da sociedade civil após as eleições, especialmente em temas como o planejamento da questão de sustentabilidade urbana.

O crescimento populacional, e consequentemente das cidades, foi um dos temas amplamente destacado durante o simpósio. E a forma de abordá-lo foi marcante no questionamento do advogado: “projeta-se que a população em 2050 ultrapasse os 9 bilhões. Toda essa gente precisa comer, precisa se vestir, precisa se locomover. Enfim, precisa consumir. Aliás, toda essa gente vai consumir mais do que individualmente consumimos hoje. No contexto de uma civilização focada no consumo e na satisfação de necessidades artificialmente criadas, estima-se que a economia mundial, em 2050, produzirá quatro vezes mais bens e serviços do que produz hoje. Precisamos construir uma nova história. As coisas não estão indo para o rumo que gostaríamos”, ressalta, mencionando o sociólogo britânico Anthony Giddens, conhecido como pai da terceira via.

Tokars vai além e questiona: “se multiplicarmos por seis a produção industrial que temos hoje (o que acompanharia o crescimento da população nos próximos anos), não poderemos mais frear a produção de dióxido de carbono. Há uma necessidade urgente de ação. Mas ação de quem? Dos cidadãos? Do governo? Do mercado?”.

Ação e reação

Para demonstrar o efeito de ações promovidas por cidadãos em relação à sustentabilidade, Fabio Tokars cita um exemplo da própria plateia: “que significância tem um prédio verde em Manhattan, no meio de vários prédios cinza? Vai neutralizar alguma coisa? E por isso vou deixar de morar nele?”, provoca. Lembrando que verde é o jargão utilizado para se referir à sustentável. Neste caso, pode ser que o prédio tenha sido construído de maneira sustentável ou tenha características sustentáveis.

Engana-se também, segundo o palestrante, quem pensa que a solução do problema vem dos mercados ou da indústria, e que basta uma chaminé a menos e a emissão de dióxido de carbono, que está em 380 ppm (parte por milhão) e se eleva de 2 a 4 ppm ao ano, pode ser refreada. Para que alguma mudança significativa no mercado ocorra é preciso que haja uma forte redução do consumo supérfluo, uma conscientização geral da população e dos CEOs (Chief Executive Officer) das principais indústrias. Em relação ao dióxido de carbono, estima-se que se esta concentração atingir 560 ppm, a humanidade não poderá sobreviver.

Já referente aos representantes políticos, mais uma vez, questiona: “o governo vai resolver o nosso problema? Vai atender às demandas de sustentabilidade? Só se houver uma efetiva pressão por parte da sociedade civil, que seja capaz de alterar os resultados de uma eleição. Atualmente, as eleições são decorrência principalmente de campanhas de marketing, sem grande debate popular quanto aos projetos de governo.”, provocando uma reflexão em todos os que estavam no evento.

Sujeitos da ação

Se por um lado o povo fica dependendo de interesses maiores no momento das eleições, por outro, assume um poder muito mais importante, qual seja, de frear o poder real. “O que existe na sociedade civil são grupos de pressão. Somente no momento em que começarmos imediatamente a trabalhar é que teremos algo de concreto. Temos que fazer com que as instituições comecem a agir de acordo com o posicionamento sustentável”, afirma.

E para que as mudanças de comportamento ocorram, não basta apenas que se criem leis no sentido de proibir certas condutas. É necessário não só combater atos lesivos ao meio ambiente, mas criar leis que incentivem a inovação tecnológica necessária à alteração do destino de nosso planeta, salientou Tokars. “O Brasil tem todas as condições materiais de ser líder do século XXI”, concluiu.

Entrevistado
Fabio Tokars
- Graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
- Graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba.
- Especialização em Metodologia do Ensino Superior pela Faculdade de Direito de Curitiba.
- Mestrado e doutorado em Direito das Relações Sociais pela Universidade Federal do Paraná.
- Atua especialmente no estudo do Direito Societário e dos Fundamentos Econômicos do Direito Empresarial.
- Professor de Direito Empresarial na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), onde também é Administrador Universitário, e no Unicuritiba, onde leciona em turmas de Graduação e de Pós-Graduação Stricto Sensu-Mestrado.
Contato: flt@marinsbertoldi.com.br

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Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo 2010

Evento discute a arquitetura além das perspectivas atuais da construção e incorpora inovações

Por: Michel Mello
Organizadores e palestrantes do Sisau 2010

O segundo Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e urbanismo – Sisau 2010, realizado pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – AsBEA aconteceu, simultaneamente, nos três estados da região Sul do país, nas capitais: Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. O simpósio foi oficialmente lançado pelo presidente da Asbea/PR, Gustavo Pinto, que ressaltou “a proposta de sustentabilidade em uma mensagem positiva e responsável, por um mundo melhor”.

Diretrizes para um mundo sustentável

A proposta desse evento foi a de discutir e criar um debate que produza ao final 10 ideias inovadoras, que possam influenciar as diretrizes em termos de projetos, arquitetos e engenheiros e todos os demais tomadores de decisão. Para o diretor de sustentabilidade da AsBEA/PR, Frederico Carstens, “a receita que a nossa civilização nos oferece é um resultado negativo. E isso é resultado direto do extrativismo”.

Carstens aponta para o atual momento de ruptura da sociedade onde: “a indústria de materiais, técnicas e sistemas construtivos e projetos precisam incorporar novas tecnologias, já que o mundo pede novas soluções em planejamento urbano”.

Habitação vertical

O arquiteto espanhol Jose Enrique Domingues, do escritório Cervera e Pioz e responsável pela palestra: “Habitações Biônicas” definiu o modelo de cidade horizontal como: “irracional e insustentável. Para ele é preciso inovar em termos de habitações. A solução, segundo o arquiteto, é a construção de torres verticais, ou torre biônica, que segue conceitos da bioarquitetura e busca a inspiração de projetos em estudos realizados com elementos naturais. 

“A ideia de desenvolvimento horizontal está fadada ao insucesso. E traz muitos problemas, de energia, habitação, espaço. A torre biônica é um novo conceito estrutural com soluções em modelos naturais, como estrutura radicular, energia eólica, solar e bioreatores de matriz energética a partir do cultivo de algas que são à base dos biocombustíveis, além de cisternas para captar a água da chuva e zonas verdes dentro das cidades verticais.

Engenharia sustentável

Para o arquiteto americano Sergio Coscia, da RMJM Architects, é importante reduzir o uso de materiais em busca de uma engenharia sustentável. Ele destacou a utilização de vidros como forma de reduzir o consumo de energia elétrica em edificações.
“É importante sabermos que é possível reduzir todos os elementos de uma obra e tornando assim, a construção ou edificação sustentável. Com o uso de novos materiais, podemos reduzir os custos com iluminação em 25% dos materiais”, afirma Coscia.

Vidros e janelas

Para a engenheira civil Cristiane Vieira, da Cebrace Vidros, é importante incorporar novidades, tendências e alta tecnologia nas construções. Ela destacou que as paredes still frame podem reduzir entre 25 a 40% a entrada de luz solar, complementando a luminosidade de escritórios. E com isso diminuindo, também, os gastos com luz elétrica. Além do apelo estético, existem vidros, atualmente, que são autolimpantes, vidros verdes e duplos. Para cada tipo de necessidade, há uma solução possível em termos de novos materiais.

A casa viva

O arquiteto Antonio Gonçalves, da Hauer Arquitetura, destacou a iniciativa do futuro da arquitetura com a palestra: A casa viva. Onde ousou prever o que seria da arquitetura do século XXII: elementos orgânicos e inteligentes estariam presentes em projetos, materiais e sistemas construtivos.

Nanotecnologia

Para o sociólogo, Paulo Martins, da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia em Meio AmbienteRenanosomo, a atual realidade aponta para a convergência da tecnologia em quatro áreas: Biotecnologia, Nanotecnologia, Informática e Aprendizagem Cognitiva.

Ele destacou que o uso de nanotecnologia em cimento e concreto pode aumentar a resistência dos materiais em 334%. Fazendo com que esses materiais aguentem uma força de compressão de até 1113%. O nanocimento permitirá revestimentos especiais de alta durabilidade, concreto transparente, aerogel entre outras.

Biotecnologia

Para Marcelo Gravina, professor titular do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) apresenta diversas aplicações. Desde a produção de alimentos em larga escala até a produção de algodão colorido, flores coloridas artificialmente e novas vacinas apresentadas sob a forma de alimentos.

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Torre biônica

A solução sustentável para o crescimento das cidades está na criação de cidades verticais

Por: Camila Braga
BeBionic, em Shanghai

Ouvir um arquiteto falar em cidades verticais pode parecer estranho, já que até o momento todas as cidades que conhecemos são horizontais. Não para o arquiteto espanhol, Jose Enrique Dominguez Garcia, diretor de projetos do escritório Cervera e Pioz, de Madrid, Espanha. Jose Enrique foi um dos palestrantes do II Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo, realizado nos dias 05 e 06 de outubro em Curitiba, onde se discutiu temas relacionados ao consumo energético das cidades e sustentabilidade.

A solução apresentada foi a chamada torre biônica. Um projeto arquitetônico apresentado pela primeira vez em 1997 e que prevê a criação de cidades verticais em torres em regiões superpopulosas, como alguns países da Ásia.

Tais torres teriam mais de um quilômetro de altura e em seus andares seriam localizados os bairros desta nova cidade. A ideia da sustentabilidade está incorporada desde o princípio, utilizando, por exemplo, moinhos de vento no topo do empreendimento – local não habitado – para aproveitar a energia eólica. Para gerar energia também serão utilizados painéis fotovoltaicos que aproveitarão a luz do sol.

Dimensões

Jose Henrique Dominguez Garcia

O projeto inicial prevê que a cidade vertical seja construída numa torre de 1.228 m de altura, onde trafegarão aproximadamente 360 elevadores: “poderemos, inclusive, utilizar alguma tecnologia parecida com a usada na Torre de Dubai”, ressaltou Garcia Dominguez. Cada interseção, ou “andar” desta torre, terá o tamanho aproximado de um campo de futebol.

Com relação aos materiais, ainda não é possível prever a quantidade que será demandada de concreto, aço ou vidro: “temos um projeto, mas é impossível predeterminar sem ter uma demanda específica, já que não há ainda uma previsão de construção da torre”, explica o arquiteto espanhol.

Outro ponto que merece destaque é que, diferentemente da edificação de um prédio, a construção da torre biônica é prevista para ser realizada em etapas, com a consequente ocupação de cada área construída. “O projeto da torre prevê sua construção em etapas, para que se autossustente, ou seja, construir alguns andares e fazer com que ele gere energia para novos andares tal como na natureza. Construir uma base e botar para funcionar”, diz.

Arquitetura biônica

O princípio da arquitetura biônica em que se baseia a ideia do projeto da cidade vertical é buscar na natureza soluções para algumas necessidades e que estratégias o mundo natural fornece que podem ser aplicadas nas diferentes áreas da ciência.

Além da torre biônica, o escritório Cervera e Pioz tem alguns outros projetos na área de arquitetura biônica, como o Tai-Da Financial Commerce, em Chengdu, na China, cuja estrutura externa se assemelha a de um cactus.  Obras inspiradas na natureza são a base da proposta da construção de um espaço urbano como esse.

Os arquitetos idealizadores do projeto se basearam no crescimento estrutural das árvores para o projeto da torre. Segundo Dominguez Garcia, a arquitetura tradicional foi contrastada com a biônica: “para ganhar em resistência, preferimos vários elementos rígidos e estruturados, ao invés de concentrar esforços em apenas poucos elementos”, finaliza.

Entrevistado
Jose Enrique Dominguez Garcia
>> Currículo
- Arquiteto, especialista em novos materiais construtivos.
- Diretor de projetos do escritório Cervera & Pioz, de Madri, Espanha.
- Integra a equipe do projeto “Torre Biônica” e cidades verticais.
Contato: jed@cerveraandpioz.com

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Sustentabilidade é tema de encontro internacional

Simpósio amplia as fronteiras entre teoria e prática com o debate entre mestres e estudantes

por: Michel Mello
O Sisau 2010 contou com a presença de profissionais e estudantes do setor da construção civil

O tema sustentabilidade é premissa urgente em obras e edificações por todo o país. No segundo Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo – Sisau 2010, promovido pela Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura – AsBEA, e que acontece simultaneamente nas capitais do sul do país, entre os dias 05 e 07 de outubro, profissionais de renome vieram debater pautas relacionadas ao assunto e de relevada importância para engenheiros, arquitetos, estudantes, professores e demais interessados no tema. Todos na busca por uma arquitetura realmente sustentável.

Para a estudante, Katerine Heim Weber, do 4º ano de arquitetura da Universidade Positivo, é muito importante debater o futuro da arquitetura e aplicar elementos da arquitetura sustentável. “Com certeza irei desenvolver projetos sob uma nova perspectiva após esse evento”, afirma Katerine. Ela participou da primeira edição do simpósio em 2009 e afirma que participará sempre que puder.

A professora, Marcia Keiko Ono Adriazola, que ministra aulas da disciplina de projetos no Departamento de Arquitetura da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, levantou a importância da sustentabilidade no meio acadêmico, principalmente, no setor de arquitetura e urbanismo: "não só já existem leis federais que versam sobre a sustentabilidade, mas nós, da UTFPR, estamos tentando implantar diversas ações neste sentido, como reutilizar a água da chuva e elaborar projetos com teto verde, além do programa de gerenciamento de resíduos sólidos que já existe na Universidade", afirma.

Segundo ela, os alunos demonstram grande interesse pelo tema de sustentabilidade, um interesse que já vem de casa: "a nossa geração foi ensinada a separar o lixo, já a juventude de hoje tem uma preocupação quase que natural com o meio ambiente", complementa.

Já o profissional de gestão comercial, Leonardo Cordeiro Neto, acredita que a sustentabilidade em projetos e o reaproveitamento dos materiais são urgentes, devido à escassez das matérias-primas. “É importante criar novos conceitos e implantá-los em canteiros de obras no país”, destaca.

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Copa 2014: modernização do estádio Beira-Rio

Reforma das arquibancadas prevê a utilização de 2.400 m³ de concreto em estruturas pré-moldadas e 1.350 m³ em estruturas de concreto moldadas in loco

Marina Pastore
Complexo Gigante para Sempre contará com hotéis, estacionamentos, museu, marina e áreas de lazer

O dia 29 de julho de 2010 ficará marcado para os torcedores do Sport Club Internacional. Nesta data, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou as obras de revitalização do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), com o objetivo de sediar alguns jogos da Copa do Mundo de 2014. Este complexo esportivo que inclui o estádio e uma nova área de lazer ganhou o nome de Gigante Para Sempre.

Segundo Pedro Antônio Affatato, 1º vice-presidente do clube e vice-presidente financeiro, “o projeto deve ficar pronto até 2012, para atender as exigências da Fifa e para sediar a Copa das Confederações, que acontecerá em 2013”.

O projeto para a modernização do Beira-Rio deverá ser feito em duas fases. A primeira delas diz respeito à reforma do estádio. A segunda prevê a construção de um complexo com hotéis, centro de eventos e estacionamentos. O clube ainda tem uma ambição: sediar um dos jogos da semifinal. “Ainda não sabemos se isso acontecerá, mas estamos fazendo o possível para nos credenciarmos”, relata Affatato.

Revitalização do Beira-Rio

Pré-moldados de concreto são os principais materiais utilizados na remodelação das arquibancadas

De acordo com Affatato, o estádio do Beira-Rio terá duas grandes modificações. A primeira diz respeito à nova cobertura. “Atualmente, ela abriga 40% da arquibancada. Agora ela será toda feita em estrutura metálica e deverá abranger 100%”, conta. Para realizar esta obra, serão necessárias 400 mil toneladas de aço.

A outra grande alteração no campo será com relação ao posicionamento da arquibancada. Ainda segundo o vice-presidente, esta área deverá ser expandida e as cadeiras deverão ficar mais próximas ao campo. Com isso, haverá também uma ampliação na capacidade do estádio do Internacional que, de acordo com Affatato, passará de 56 mil a 62 mil.

O vice-presidente do Internacional também relata que as arquibancadas utilizarão uma grande quantidade de pré-moldados de concreto. Serão utilizados 2.400 m³ de concreto na estrutura pré-moldada, enquanto as estruturas de concreto moldadas in loco empregarão 1.350  m³ do mesmo material.

Pedro Antônio Affatato

Algumas obras serão realizadas para atender às exigências da Fifa. Os vestiários, por exemplo, deverão ser simétricos – atualmente, o do Internacional é superior ao do time visitante. Além disso, há algumas alterações a serem feitas nos sanitários do estádio e nos acessos. A sala de imprensa também deverá passar por reformas para adequação do tamanho e terá 1.339,4  m².
No momento, a obra está no estágio do estaqueamento, isto é, estão construindo as bases para a grande estrutura. Affatato informa que 20% das 130 estacas necessárias já foram colocadas.

Entretanto, o clube ainda não está trabalhando com nenhuma construtora ou consórcio. “A obra foi aprovada há cerca de 40 dias. Hoje, o Inter está fazendo tudo com dinheiro do ‘próprio bolso’”, afirma Affatato. O custo total da primeira fase de modernização do estádio ficará em R$ 150 milhões, valor que será pago com recursos do próprio clube, provenientes da venda do estádio dos Eucaliptos e também por meio da comercialização de camarotes e suítes (espaços que incluem uma antessala para receber reuniões e eventos, além de assentos com vista para o campo e uma área comum com bares).

Uma das inovações deste projeto é a construção de um espaço chamado de Skyboxes. São áreas VIP’s que ficarão posicionadas atrás das traves e terão cerca de 800 m² de circulação, quase 3.000 m² reservados para os camarotes e aproximadamente 40 m² para os banheiros. Este espaço será construído no local onde, atualmente, estão as marquises.

Complexo Gigante para Sempre

Com a construção do Complexo Gigante para Sempre, os visitantes do Beira-Rio poderão usufruir de várias opções de lazer:

- Hotel: poderá ser utilizado tanto por visitantes como pelos times visitantes e até para concentração do próprio Inter.

- Centro de eventos: o Gigantinho passará por uma reforma e será adequado para receber todo tipo de espetáculos e convenções.

- Estacionamento: terão duas possibilidades de estacionamentos. Uma delas em um edifício com altura inferior a das copas das árvores existentes, causando o menor impacto possível na paisagem do parque. O outro será embaixo de uma esplanada. A entrada e a saída de ambos serão feitas pelas avenidas Padre Cacique e Beira-Rio.

- Área de esporte e lazer: este local, voltado para o rio Guaíba, abrigará um museu do Internacional, uma loja do clube, praça de alimentação e restaurantes panorâmicos. Os campos suplementares ganharão nova disposição, o que permitirá o treinamento de várias equipes ao mesmo tempo - profissionais, categorias de base e times visitantes. O complexo também terá um centro de treinamento com academia, departamento de fisioterapia, centro médico, saunas e vestiários.

- Marina: também será construída na orla do Guaíba e oferecerá acesso ao complexo.

De acordo com Affatato, esta segunda fase do projeto ainda não foi aprovada e só quando isso acontecer que teremos definições sobre as construtoras, os parceiros e os consórcios. O vice-presidente ainda explica que como a segunda fase do projeto deverá fazer interferências no meio ambiente, haverá uma demora maior na aprovação.

Entrevistado:
Pedro Antônio Affatato
- 1ºvice-presidente do Sport Club Internacional.
- Vice-presidente de Finanças do Sport Club Internacional.
- Engenheiro civil, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Contato: http://www.internacional.com.br/

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Ibracon promove o 52º Congresso Brasileiro do Concreto

Acordo de cooperação internacional será assinado na solenidade de abertura do congresso

Michel Mello

No mês de outubro, a capital do Ceará se transformará na capital brasileira do concreto. É que entre 13 e 17 de outubro, em Fortaleza, acontece o 52º Congresso Brasileiro do Concreto, promovido pelo Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon). Esse é o maior fórum nacional do segmento e terá debates sobre os recentes avanços e aplicações do uso do concreto em obras. Serão discutidas também as novas tecnologias em concreto e sistemas construtivos.

O Congresso Brasileiro do Concreto trará sessões técnicas com a apresentação de pesquisas, as inovações tecnológicas em termos de projetos, normatização do setor da construção civil, materiais, métodos em sistemas construtivos, análise estrutural, obras em concreto e universidade e pesquisa. O destaque fica para as presenças nacionais e internacionais, de pesquisa e de empresas, envolvidas com o segmento da construção.

Luiz Prado Vieira Júnior

O diretor de eventos do Ibracon, Luiz Prado Vieira Júnior, acredita que o “evento deve ter o maior público dos últimos anos, superando o número de 1.500 pessoas ligadas ao setor da construção, visitando, conhecendo e participando dos simpósios, minicursos e palestras durante o congresso”. Os públicos podem ser divididos basicamente em dois grupos: o público comercial e o técnico. O congresso atende ao público técnico e a feira àqueles que possuem negócios com o setor da construção.

“Serão 477 artigos técnicos apresentados durante o congresso. Desses trabalhos, 100 serão mostrados em plenária”, destaca o diretor. Ele também destaca palestras de grandes nomes do setor, como a do arquiteto e urbanista, Paulo Mendes da Rocha, que abordará o tema sustentabilidade e o uso de escoras. Destaque também para as palestras internacionais com Benoit Fournier, da Laval University de Quebec, Canadá, que abordará O Estágio Atual do Conhecimento sobre a Reação Álcali-Agregado – RAA, e Hani Nassif, da Universidade de Nova Jersey, EUA, com o tema Comparison of Cracking Potential in High-Performance Concrete (HPC) and Self-Consolidating Concrete (SCC) Mixes under Restrained Shrinkage Conditions, entre outras.

O evento também irá discutir as perspectivas para o concreto no Brasil e no mundo, com palestrantes brasileiros e estrangeiros que compartilharão suas experiências em projeto, execução, manutenção e controle de qualidade. Ainda haverá a apresentação de cases de grandes obras em concreto.

Acordo Internacional Ibracon – Rilem

O Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon) e a União dos Laboratórios e Consultores em Materiais, Sistemas e Estruturas da Construção (Rilem) compartilham a visão e a missão de estimular e disseminar a pesquisa, o desenvolvimento e o conhecimento sobre os materiais e os sistemas construtivos em concreto. Tendo em vista a sinergia alcançada por essas duas instituições, as diretorias das entidades iniciaram um trabalho conjunto e chegaram a um acordo de cooperação internacional que será assinado por seus representantes na solenidade de abertura do 52º Congresso Brasileiro do Concreto.

José Marques Filho

Para o professor, José Marques Filho, que é o presidente do Ibracon, “a assinatura do Acordo de Cooperação Internacional entre o Ibracon e a Rilem fornecerá uma base sólida para o intercâmbio de informações técnicas entre as entidades”, declarou quando do consenso firmado pelas partes.

Entre suas cláusulas, está prevista a organização conjunta de eventos técnicos, o suporte e a participação de cada um dos parceiros nas atividades do outro, inclusive em comitês técnicos, a venda com desconto das publicações de cada entidade aos membros da outra, além da disponibilidade recíproca de links em seus respectivos sites.

O 52º Congresso Brasileiro do Concreto é promovido e organizado pelo Ibracon, que também é responsável pela realização da VI Feira Brasileira das Construções em Concreto (Feibracon) que acontece como evento paralelo ao congresso. A Feibracon 2010 apresenta grande diversidade em produtos e soluções para a construção em obras de concreto.

Reações Álcali-Agregado

As reações álcali-agregado (RAA), reações deletérias entre os álcalis do cimento e os agregados reativos do concreto, na presença de água, são patologias estruturais que têm sido observadas em represas, fundações de edifícios, pontes, pavimentos, entre outras obras de concreto.

No Seminário “Reação Álcali-Agregado: causas, diagnóstico e soluções”, que acontece no dia 15 de outubro, como evento paralelo à programação do 52º Congresso Brasileiro do Concreto, especialistas em patologias em obras de concreto irão abordar o estágio atual do conhecimento sobre a RAA, os ensaios laboratoriais para seu diagnóstico, seu impacto em usinas hidrelétricas, as técnicas de recuperação, entre outros temas relacionados.

As inscrições podem ser feitas antecipadamente ou diretamente no dia do evento. Vale lembrar que as inscrições antecipadas possuem um desconto. Por isso, confira o site oficial do evento: http://www.ibracon.org.br/eventos/52cbc/home.html.

 

Entrevistados:
José Marques Filho
- Engenheiro civil pela Universidade de São Paulo (USP).
- Mestre em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (USP).
- Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FURG).
- Consultor da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
- Presidente do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon).
- Coordenador da Comissão de Concreto do Comitê Brasileiro de Barragens (Cbdb).
- Colaborador da International Commission on Large Dams, - Engenharia e Construção.
- Coordenador geral e responsável técnico do Consórcio São Jerônimo, no Espaço Energia.
- Revista Ibracon de Materiais (ISSN 1809-5046) e professor adjunto da Universidade Federal do Paraná (UFP).
Contato: jmarques@copel.com
Luiz Prado Vieira Júnior
 - Diretor de Eventos da Ibracon.
- Engenheiro civil pela Universidade Mackenzie.
- Engenheiro da Temagi construtora, chefe de divisão de usinas.
- Diretor – superintendente da Lumans Engenharia.
Contato: lumans@lumans.com.br

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Gestão de marca

Especialista em branding comenta as estratégias das empresas em tempos de World Wide Web (www)

Michel Mello
Eduardo Tomiya

A força da marca traduzida em retorno financeiro para a empresa. Esse é o objetivo da gestão de marca, ou gestão de branding. Para o consultor e especialista em gestão de branding, Eduardo Tomiya, “o valor de uma marca é sim um patrimônio e pode representar uma vantagem competitiva, ou mesmo ser sinônimo de lucratividade”. A consultoria BrandAnalytics, de São Paulo, realizou uma pesquisa em escala global chamada de Brand Z, que identifica e ranqueia as empresas que possuem as marcas mais fortes junto ao público. Essas empresas possuem o premium price,  associado a seus produtos e à marca. Isso seria como ter a preferência em termos percentuais de uma parcela do público consumidor.

Um estudo publicado pelo Journal of the Academy of Marketing Science, no ano de 2006, indica que as empresas com marcas fortes, possuem rendimentos maiores se comparadas com outras marcas de menor destaque.  Um estudo publicado pelo jornal Financial Times publicou a pesquisa Brand Z 2010 com as marcas globais de maior destaque. No Brasil, a marca de maior evidência identificada foi a da empresa brasileira de economia mista, Petrobras.

Pesquisa Brand Z

A pesquisa Brand Z com as 25 marcas mais fortes do país

Na abordagem utilizada pela pesquisa Brand Z, o conhecimento do público em relação à marca foi o elemento diferencial em termos de critérios. “Um exemplo pode ser dito sobre uma empresa fictícia X. De 100% de todos os seus clientes, apenas 4% podem ser definidos como ‘consumidores leais’. Isso pode parecer pouco, mas esses mesmo 4% vão representar 37% no volume total de vendas. E isso se deve ao fato de que essa lealdade é transmitida para outros produtos da marca e, também, na comunicação direta desses produtos da empresa X”, afirma o consultor.

Eduardo Tomiya diz que: “a fidelidade à marca aumenta exponencialmente as vendas na medida em que a confiança do consumidor daquele branding é transmitida a outros itens da mesma marca e na propaganda e publicidade feita no boca a boca pelos clientes”. Segundo o consultor, as empresas devem focar seus esforços em ações de marketing e para que a base atual de clientes, para que estejam sempre satisfeitos, de tal maneira que esses mesmos clientes satisfeitos se tornem fiéis e também divulgadores de seus produtos e serviços.

Google Co.

Desse modo, além de comprarem, também divulgam a marca ou a empresa. São consumidores e propagandistas de branding, pois recomendam a marca para outras pessoas. “Um exemplo muito forte disso foi a Google Co. que de 100% do total de seus clientes, 42% são leais e recomendam a marca. Isto representa exponencialmente 60% do volume total ou de consumo das vendas”, destaca Tomiya.

“A empresa precisa ter um posicionamento claro e que se traduza em branding positivo. O que resulta em uma marca forte que gera lucro e rentabilidade”, defende Eduardo Tomiya. “As empresas do segmento da construção civil, devem ter um relacionamento forte com todos os seus públicos. E isso vai desde o canteiro de obras que começa com os mestres de obras conhecendo e divulgando os seus produtos, as vantagens e especificações de cada marca, até os pontos de vendas, seguindo para as construtoras e todos os demais públicos”.

“A grande dificuldade de muitas empresas reside em encontrar um posicionamento único entre todos os seus diferentes públicos. Isso é conseguido estabelecendo prioridades para os canais de comunicação. Utilizando-se as mídias disponíveis, tradicionais e digitais, e isso inclui as mídias sociais, como páginas de internet, blogs e twitter”, observa Tomiya.

O consultor lembra que em se tratando de mercado muitas vezes é preciso arriscar para obter lucro, porém “lembre-se que grandes oportunidades, muitas vezes representam grandes riscos. E isso deve ser bem planejado”, ressalta o consultor.

Em tempos de World Wide Web (www), a velocidade de propagação através dos canais específicos é muito rápida. “O que pode ser bom e ruim, dependendo da repercussão, pois as pessoas estão todas conectadas, entre si e entre vários fornecedores e consumidores, o que envolve, também, toda a cadeia produtiva. De olho nesse canal, devemos planejar e desenvolver ações específicas que geram branding positivo. E um nome será feliz, se houver lealdade e interação dos formadores de opinião”, recomenda Eduardo Tomiya.

O posicionamento, e mais outros atributos, é o que torna uma marca efetivamente positiva. Por isso, a imagem da empresa é o ponto de contato entre acionistas e diversos públicos, e pode ser traduzido em valor e rentabilidade, ou mesmo na força de uma marca.
 
Entrevistado
Eduardo Tomiya
- Sócio-fundador da BrandAnalytics Consultoria de Marcas.
- Engenheiro de produtos, mestre, PhD em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
- Professor de branding na Fundação Armando Alvares Penteado, Fundação Getulio Vargas, Instituto Nacional de Pesquisa Industrial e Faculdade Rio Branco.
Contato: eduardo.tomiya@brandanalytics.com.br

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Ações para surpreender o consumidor no ponto de venda

Varejo deve investir em treinamento e avaliação dos funcionários para atrair os clientes

Por Marina Pastore
Marcelo Ermini: “A especialização é o melhor caminho, mas nem sempre isto é possível pelo tamanho da loja, perfil do consumidor e quantidade de itens expostos”.

Para atrair a atenção dos consumidores, as lojas de varejo, especialmente as lojas de materiais de construção, utilizam vários recursos. “O marketing e a comunicação no ponto de venda podem se manifestar nas diversas formas de contato da marca com os clientes – seja o atendimento dos vendedores, a logomarca exposta em displays, uniformes, ações de relacionamento, promoções, etc”, explica Marcelo Ermini, vice-presidente de Treinamento e Educação da POPAI Brasil (Associação Brasileira de Merchandising).

Entretanto, uma das ações que mais tem poder de cativar ou afastar os consumidores é o atendimento dos vendedores. “Atender o cliente com educação, simpatia e presteza é uma obrigação hoje, não é mais sinônimo de atendimento excelente. Se a empresa não fizer isto, certamente perderá o cliente”, afirma o professor de marketing da Universidade de São Paulo (USP) e diretor da Lupoli Jr. & Consultores Associados, José Lupoli Junior.

Para ele, hoje, a grande expectativa do consumidor que frequenta os home-centers é ser recebido por alguém que conhece o produto e que possa oferecer um suporte técnico na hora da compra.

Generalistas ou especializados?

Dentre as lojas de materiais de construção, algumas preferem utilizar um atendente especializado para cada setor, enquanto outras optam por um vendedor generalista que acompanha o cliente do começo ao fim da compra.

Lupoli Junior recomenda a especialização. “É importante ter o apoio técnico na hora da compra, pois muitos consumidores finais vão às lojas sem a ajuda de um especialista e não possuem conhecimento sobre os materiais”, afirma.

Ermini também acredita que a especialização é o melhor caminho, mas nem sempre isto é possível por algumas razões: tamanho da loja, perfil do consumidor e quantidade de itens expostos. Caso isso não seja viável, o ideal é levar em consideração os setores que necessitam maior atenção ou que a empresa deseja dar foco e colocar vendedores especializados somente nestas áreas.

Treinamento

José G. Lupoli Junior: “Atender o cliente com educação, simpatia e presteza é uma obrigação hoje, não é mais sinônimo de atendimento excelente”.

Na opinião de Lupoli Junior, o treinamento para vendedores das lojas de varejo é essencial, pois ele é um influenciador importante para os clientes. Ele ainda ressalta que o treinamento pode ser um fator de motivação para o funcionário, uma vez que ele se sente importante ao ver que a empresa está investindo nele.
“Ao chegar na empresa, o funcionário tem que ser treinado e capacitado para conhecer profundamente o departamento. A ideia é que a loja não tenha ‘vendedores’ e sim consultores de vendas”, enfatiza Lupoli Junior.

O que muitas companhias costumam criticar sobre os treinamentos é que algumas vezes os funcionários acabam sendo “roubados” por outras lojas. Entretanto, Lupoli Junior questiona esta visão. “Geralmente as pessoas pensam: eu treino, mas o vendedor pode ir embora. Mas ele deveria se perguntar: e se eu não treino e o funcionário continua na loja?”.

Para evitar que os vendedores treinados migrem para outras empresas, Lupoli Junior sugere algumas medidas:

- Uma política salarial compatível com o mercado, com remuneração variável (bônus por vendas).
- Um programa de retenção de talentos.
- Um bom clima organizacional.
- Políticas de atendimento claras e bem comunicadas.

No exterior

De acordo com o professor Lupoli Junior, em países da Europa e nos Estados Unidos, os home-centers não são muito diferentes dos brasileiros. Segundo ele, a principal diferença é que os consumidores, na maioria das vezes, vão às compras sem o acompanhamento de um profissional, como um arquiteto, por exemplo. Por isso, é necessário que os vendedores tenham um conhecimento técnico ainda mais aprofundado que no Brasil.

“O treinamento destes funcionários é feito de forma mais aprofundada porque eles dão quase todo suporte ao consumidor final, que, muitas vezes, não tem o conhecimento técnico sobre o produto”, explica.

Avaliação dos vendedores

Para Lupoli Junior, uma avaliação frequente dos vendedores é muito importante para o desempenho da empresa. Ele propõe algumas formas de medir o desempenho dos funcionários de equipes comerciais:

- Volume de vendas: Quantidade de vendas em números absolutos.
- Qualidade de vendas: Avaliar apenas o volume pode ser um erro, pois pode incentivar a “queima” de produtos.
- Ticket médio: Uma média do valor que os clientes de determinado vendedor levam por compra.
- Fidelização de clientes: Atualmente, é possível que as lojas obtenham dados sobre a visita dos consumidores nas lojas e é possível fazer uma relação clara entre o vendedor e o comprador.

Comportamento do consumidor

Os home-centers também devem ficar atentos ao perfil e desejos dos seus consumidores. Uma pesquisa publicada pelo POPAI, em 2009, intitulada “Comportamento do Consumidor em Lojas de Materiais de Construção e Home-Centers”, 71% dos consumidores finais decidem a compra direto no ponto de venda. Já entre os consumidores profissionais, 56% das decisões de compra são tomadas no ponto de venda. Portanto, é necessário que o vendedor saiba lidar com dois tipos de público : “consumidores domésticos” e  “consumidores profissionais”.

Em entrevista ao Blog Massa Cinzenta, em fevereiro de 2010, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção no Paraná (Simaco) e vice-presidente da Federação do Comércio do Paraná (FecomercioPR), Cesar Luiz Gonçalves, afirmou: “o consumidor espera que o vendedor ofereça a ele o melhor produto para a sua necessidade, pelo menor custo possível”. 

Saiba mais aqui: http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/quem-e-o-consumidor-de-materiais-de-construcao-2/

Entrevistados
José G. Lupoli Junior
- Doutor e mestre em Administração pela FEA/USP.
- Postgraduate: Retailing Management, by The Youngstown State University, Ohio, USA.
- Pós-Graduado pela EAESP-FGV em Finanças: CEAG.
- Professor do Departamento de Marketing da USP/Leste.
- Professor do MBA Varejo da FIA/USP.
- Consultor em gestão estratégica e Varejo do Programa de Administração do Varejo – PROVAR – FIA.
- Professor de cursos in company nas áreas de gestão estratégica, marketing estratégico e gestão estratégica de lojas pela FIA.
- Consultor sênior em Varejo e Gestão Estratégica.
- Realizou projetos de consultoria e treinamento em diversas empresas, entre elas: Votorantim Cimentos, Grupo Center Norte, L`Oreal de Paris, Martins Atacadista, Ultragáz, Walt Mart, Bridgestones Firestones do Brasil, Coca-Cola in Company,, PortoBello Shopp, Fran´s Café, SOS Computadores, Casas Pernambucanas, entre outras.
- Professor de cursos de pós-graduação de diversas Universidades, como: Mackenzie, FEI, BBS, IMES, entre outras.
Contato: http://lupolijrconsultores.com.br/

Marcelo Ermini 
- Vice-presidente de Treinamento e Educação POPAI Brasil (Associação Brasileira de Merchandising); Membro do Conselho Consultivo da ABRATRADE (Associação Brasileira do Trade Marketing) e do Núcleo de Varejo da Associação Comercial de São Paulo.
- Diretor Titanium agência especializada na área de Trade Marketing e Ativação de Marca.
- Professor Cursos: Trade Marketing, Merchandising
o ESPM; FIA/Provar; FGV
o MBA, Pós Graduação e Intensivos In Company
- Palestrante de seminários e congressos sobre o tema “Marketing e Comunicação no Ponto de Venda”, “Times de Venda”, ”Merchandising” e “Trade Marketing”.
- Experiência adquirida em empresas do mercado de consumo: Parmalat, Arla Foods (Danubio), Revlon/Bozzano, Bunge (Santista Alimentos) e Vigor, com atuação nas áreas de marketing, vendas e trade marketing.
- MBA – Gestão Empresarial pela ESPM, formado em Comunicação Social com especialização em Marketing e diversos cursos no Brasil e Exterior.
Contato: http://www.ti22.com.br/

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content

Sistema de Indicadores de Projeto em Edifícios de Alvenaria Estrutural

Programa estima os custos médios de materiais nas obras. Ferramenta auxilia os engenheiros

Por: Michel Mello

O Departamento de Engenharia Civil (Deciv) e o Departamento de Estatística da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) criaram um sistema on-line para estimar valores de consumo médio de materiais em canteiros de obras. O sistema chama-se Consalv e essa ferramenta ajuda a reduzir o desperdício de material e prevê mais agilidade na execução das obras. Esse sistema atende edifícios a partir de dois andares.

As informações levantadas relativas à arquitetura são:

- Índice de compacidade;
- Índice de circulação;
- Densidade de paredes;
- Relação da área de alvenaria estrutural por alvenaria total.

Interface do sistema na qual devem ser inseridos os dados para o cálculo é bastante simples.

O sistema pretende facilitar o trabalho dos engenheiros que desejam confirmar os cálculos para o consumo de materiais. O usuário tem a seu alcance a possibilidade de comparar os valores obtidos em seu projeto com os bancos de dados disponíveis no Sistema On-Line de Indicadores de Projeto em Edifícios em Alvenaria Estrutural.

Os pesquisadores calcularam os gastos médios das construções e que serviram como base para o banco de dados desse sistema. O coordenador do curso de Engenharia Civil da UFSCar, Guilherme Aris Parsekian, afirma que “antes do programa não havia parâmetros para cálculo do sistema construtivo. Então, em virtude da demanda por um recurso que calculasse esses custos foi desenvolvida essa ferramenta”, ressalta.

Com a consulta, o engenheiro civil pode estimar valores de consumo médio em uma obra baseado nos dados disponíveis, além disso, pode comparar os valores obtidos em um novo projeto com os do banco de dados (benchmark). A partir desta comparação o sistema cadastra, automaticamente, os dados do engenheiro para uma possível atualização do banco de dados no futuro.

Também foi criado um banco de dados que tem como base 140 projetos de edifícios. São três níveis de acesso: o primeiro nível é mais rápido e simples e atende razoavelmente bem ao usuário comum. O segundo nível visa atender aos profissionais onde são elencados os parâmetros arquitetônicos do projeto – orçando a variação na estrutura e cálculo do perímetro. Já o terceiro e último nível é para a inclusão de dados, onde o usuário colabora inserindo os dados na base do programa.

Segundo a professora, Teresa Cristina Martins Dias, que é chefe do Departamento de Estatística da UFSCar, “as técnicas estatísticas devem ser utilizadas para a melhoria e otimização dos procedimentos e sistemas da área da construção civil. Tais procedimentos como a avaliação de quantidade de concreto, aço e outros materiais são variáveis necessárias em uma construção. Isso pode diminuir o custo das obras e representar uma economia significativa no valor total da obra.

Os interessados podem acessar o sistema por meio do endereço: www.deciv.ufscar.br/consalv

Entrevistados
Guilherme Aris Parsekian
Currículo
- Engenheiro civil pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
- Coordenador do curso de Engenharia Civil da UFSCar.
- Mestre em Engenharia de Estruturas - Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP).
- Doutor em Engenharia Civil – Escola Politécnica da Universidade do Estado de São Paulo (EPUSP).
- Pós-doutorado na Universty of Calgary.
Contato: parsekian@ufscar.br

Teresa Cristina Martins Dias
Currículo
- Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- Mestre em Computação e Matemática Computacional pelo Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC-SC-USP).
- Graduada em Estatística pelo Departamento de Estatística Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Contato: dtmd@ufscar.br

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content

Plano Estadual de Logística e Transporte do Paraná 2020

O futuro do estado a partir de uma malha viária eficiente

Michel Mello

O Plano Estadual de Logística e Transporte do Paraná (PELT) é fruto de uma parceria entre o Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado do Paraná (Sicepot-PR), o Conselho Regional de Engenharia do Paraná (Crea-PR), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP). Essas entidades tiveram a ousadia de pensar, planejar e formular o PELT 2020 para os próximos dez anos no estado e para além das legendas e partidos políticos. Existem PELT´s em vários outros estados da união, o Paraná agora começa a pensar sobre o futuro.

Após uma lacuna de 30 anos sem grandes investimentos em infraestrutura de transportes no estado, o Paraná sofre com o sucateamento das rodovias e, principalmente, com a falta de um planejamento de políticas públicas neste setor. Com isso, existe um enorme déficit e uma necessidade urgente por obras que possam garantir o crescimento econômico do estado e acompanhar o ritmo do desenvolvimento do país.

De acordo com o presidente do Crea-PR, Álvaro Cabrini Júnior, “para que o Brasil se torne a 5ª economia do mundo, é preciso que o Paraná se torne mais competitivo, planeje sua infraestrutura para o futuro e reveja a logística dos transportes no estado. O Paraná está parado, enquanto o Brasil é um canteiro de obras”, ressalta Álvaro.

Situação atual

O Paraná possui uma posição geoeconômica privilegiada no país: está na área de maior potencial econômico do Mercosul. É uma importante ligação entre Argentina, Brasil e Paraguai. Sendo o Porto de Paranaguá o escoadouro das safras de Mato Grosso do Sul e do próprio estado. Juntos, esses estados são a primeira e segunda maior colheita do país em termos de grãos.

O PELT 2020 está dividido em quatro modais: rodoviário, ferroviário, hidroviário e aeroviário. No plano, cada uma das subdivisões surge da identificação de gargalos e da necessidade de obras em cada uma dessas áreas, sempre pensando em um aspecto do desenvolvimento macroeconômico para o estado.

Vocação

Sérgio Picinelli: “Essa proposta de uma nova rodovia representa uma redução de 100 km no atual trajeto até o Porto de Paranaguá”

A vocação do Paraná é a agricultura. O estado é o maior produtor de grãos, com duas safras anuais. Isso responde por 25% de toda a produção brasileira. Sérgio Picinelli, presidente do Sicepot-PR, foi o responsável pela elaboração modal rodoviário do PELT 2020. Ele destaca que: “considerando a logística de transportes é fundamental que exista uma malha viária eficiente. Pois o acesso a outros meios de transportes sejam eles: ferroviário, hidroviário ou aéreo só se dá através das estradas”, completa Sérgio.

Sucata

Foram mais de 20 mil quilômetros rodados, realizados durante quatro meses de reconhecimento em campo, para que o engenheiro Sérgio Picinelli tivesse a noção exata dos problemas rodoviários e pudesse sugerir ações para esse plano intermodal. “A falta de um planejamento para o estado, se transforma em prejuízo econômico e financeiro. Nossas estradas estão sucateadas e nunca houve um planejamento viário feito no estado”, ressalta Sérgio Picinelli.

O PELT 2020 tem esse nome, pois as ações pensadas hoje e tão necessárias ao desenvolvimento macroeconômico do  estado ainda precisaram de pelo menos dez anos, entre a fase de projeto, licenciamento e execução. “Se isso não for feito agora, passaremos mais vinte anos com um terrível gargalo que é o acesso feito ao Porto de Paranaguá por apenas uma estrada a BR-277. E isso representa um retrocesso econômico, que é o estrangulamento viário”.

Intervenções necessárias

Sugestão do PELT 2020 é a criação de uma rodovia que ligue diretamente o porto com São Paulo e Santa Catarina.

O plano prevê como saída a esse estrangulamento viário a construção de uma nova rodovia. “O Paraná é o único estado a não possuir em seu território um trecho da BR-101. Isso acontece porque a ligação a leste feita a partir de São Paulo passa por Curitiba. Não há uma ligação direta com o Porto de Paranaguá. Do mesmo modo que não existe essa ligação com o sul, através do estado de Santa Catarina”, enfatiza Sérgio Picinelli.

Nas chamadas intervenções necessárias, o plano prevê a ampliação e o asfaltamento de um trecho já existente de rodovias. O presidente do Sicepot reitera, “dessa maneira o Paraná ganharia três acessos ao Porto de Paranaguá ao invés desse único que temos hoje”. A proposta seria pavimentar um trecho de 23 km entre Garuva e Cubatão, trazendo acesso ao Porto e a cidade de Pontal do Sul. E ligar a região de Alpino, na BR-116, com o município de Antonina, passando por Cachoeira de Cima, em um trecho de 24 km.

“Hoje o atraso do Paraná está nesses 50 km e na falta de vontade política de se construir um estado que seja economicamente competitivo e viariamente ligado, para além dos interesses políticos e dos governos. E desse modo beneficiar o estado e o povo do Paraná”, conclui Sérgio.

As ligações viárias do Paraná são ainda tributo do período colonial e têm origem nos antigos caminhos de tropas que afirmaram as cidades-pólo como centros urbanos centralizadores. Por isso, as ligações rodoviárias passam por Curitiba ou Ponta Grossa. Essa ligação hoje se faz desnecessária e representa o maior entrave a falta de ligações entre os eixos norte-sul e nordeste-leste.

Algumas das reduções apresentadas por Sérgio e sua equipe representam reduções de mais de 100 km em trechos de vital importância para a integração e comunicação. “Isso representa a diminuição do custo inicial do transporte e ajudaria a baratear os custos tornando os produtos brasileiros econômica e competitivamente viáveis para o mercado consumidor externo”, ressalta o engenheiro.

Entrevistado
Sérgio Picinelli
Currículo
- Graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
- Chefe do laboratório da Seção de Geologia, Solos e Fundações do Departamento Estradas de Rodagem DER/PR.
- Membro do Fórum das Entidades de Engenharia do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP).
- Membro do Conselho Temático de Infra-Estrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP).
- Coordenador da Comissão de Parcerias Público-Privadas da FIEP.
- Membro do Grupo de Trabalho Relações Institucionais com a Área Empresarial do Crea-PR.
- Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado do Paraná (Sicepot-PR).
Contato: presidência@sicepot-pr.com.br

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content