Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo 2010
Confira as principais palestras e os temas discutidos durante o primeiro dia do evento.
Evento discute a arquitetura além das perspectivas atuais da construção e incorpora inovações
Por: Michel Mello
O segundo Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e urbanismo – Sisau 2010, realizado pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – AsBEA aconteceu, simultaneamente, nos três estados da região Sul do país, nas capitais: Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. O simpósio foi oficialmente lançado pelo presidente da Asbea/PR, Gustavo Pinto, que ressaltou “a proposta de sustentabilidade em uma mensagem positiva e responsável, por um mundo melhor”.
Diretrizes para um mundo sustentável
A proposta desse evento foi a de discutir e criar um debate que produza ao final 10 ideias inovadoras, que possam influenciar as diretrizes em termos de projetos, arquitetos e engenheiros e todos os demais tomadores de decisão. Para o diretor de sustentabilidade da AsBEA/PR, Frederico Carstens, “a receita que a nossa civilização nos oferece é um resultado negativo. E isso é resultado direto do extrativismo”.
Carstens aponta para o atual momento de ruptura da sociedade onde: “a indústria de materiais, técnicas e sistemas construtivos e projetos precisam incorporar novas tecnologias, já que o mundo pede novas soluções em planejamento urbano”.
Habitação vertical
O arquiteto espanhol Jose Enrique Domingues, do escritório Cervera e Pioz e responsável pela palestra: “Habitações Biônicas” definiu o modelo de cidade horizontal como: “irracional e insustentável. Para ele é preciso inovar em termos de habitações. A solução, segundo o arquiteto, é a construção de torres verticais, ou torre biônica, que segue conceitos da bioarquitetura e busca a inspiração de projetos em estudos realizados com elementos naturais.
“A ideia de desenvolvimento horizontal está fadada ao insucesso. E traz muitos problemas, de energia, habitação, espaço. A torre biônica é um novo conceito estrutural com soluções em modelos naturais, como estrutura radicular, energia eólica, solar e bioreatores de matriz energética a partir do cultivo de algas que são à base dos biocombustíveis, além de cisternas para captar a água da chuva e zonas verdes dentro das cidades verticais.
Engenharia sustentável
Para o arquiteto americano Sergio Coscia, da RMJM Architects, é importante reduzir o uso de materiais em busca de uma engenharia sustentável. Ele destacou a utilização de vidros como forma de reduzir o consumo de energia elétrica em edificações.
“É importante sabermos que é possível reduzir todos os elementos de uma obra e tornando assim, a construção ou edificação sustentável. Com o uso de novos materiais, podemos reduzir os custos com iluminação em 25% dos materiais”, afirma Coscia.
Vidros e janelas
Para a engenheira civil Cristiane Vieira, da Cebrace Vidros, é importante incorporar novidades, tendências e alta tecnologia nas construções. Ela destacou que as paredes still frame podem reduzir entre 25 a 40% a entrada de luz solar, complementando a luminosidade de escritórios. E com isso diminuindo, também, os gastos com luz elétrica. Além do apelo estético, existem vidros, atualmente, que são autolimpantes, vidros verdes e duplos. Para cada tipo de necessidade, há uma solução possível em termos de novos materiais.
A casa viva
O arquiteto Antonio Gonçalves, da Hauer Arquitetura, destacou a iniciativa do futuro da arquitetura com a palestra: A casa viva. Onde ousou prever o que seria da arquitetura do século XXII: elementos orgânicos e inteligentes estariam presentes em projetos, materiais e sistemas construtivos.
Nanotecnologia
Para o sociólogo, Paulo Martins, da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia em Meio Ambiente – Renanosomo, a atual realidade aponta para a convergência da tecnologia em quatro áreas: Biotecnologia, Nanotecnologia, Informática e Aprendizagem Cognitiva.
Ele destacou que o uso de nanotecnologia em cimento e concreto pode aumentar a resistência dos materiais em 334%. Fazendo com que esses materiais aguentem uma força de compressão de até 1113%. O nanocimento permitirá revestimentos especiais de alta durabilidade, concreto transparente, aerogel entre outras.
Biotecnologia
Para Marcelo Gravina, professor titular do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) apresenta diversas aplicações. Desde a produção de alimentos em larga escala até a produção de algodão colorido, flores coloridas artificialmente e novas vacinas apresentadas sob a forma de alimentos.
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
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