Pavimento urbano de concreto em loteamentos: é viável?

O pavimento de concreto vem sendo cada vez mais utilizado em rodovias e cidades. Mas como fica seu uso em loteamentos?

Loteamento Smart Urba Vila Profeta, em Campinas (SP), utilizou pavimento urbano de concreto em suas vias.
Crédito: Smart Urba Vila Profeta

De acordo com Ricardo Humberto Moschetti, gerente regional de São Paulo da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), os diversos tipos de pavimento de concreto podem ser aplicados em todos os modelos de loteamentos, sejam eles públicos ou privados, rurais ou urbanos, incluindo os residenciais, comerciais, empresariais e industriais.

“Hoje, mais de 170 municípios adotam esse sistema, especialmente em loteamentos abertos e fechados. É possível perceber que o pavimento de concreto está se tornando uma escolha cada vez mais popular devido aos seus benefícios”, afirma Moschetti.

A previsão de mais de 7 milhões de m2 projetados até o final de 2024, com mais de 2 milhões já executados no último ano, reflete, segundo Moschetti, um avanço significativo na adoção do pavimento de concreto como solução preferencial em diversas regiões do país.

Vantagens de usar o pavimento urbano de concreto em loteamentos

O gerente da ABCP destaca que, entre as principais vantagens deste sistema, estão:

  • Maior resistência à fadiga do pavimento;
  • Alta performance ao longo do tempo, mantendo a funcionalidade do pavimento;
  • Baixa necessidade de manutenção;
  • Redução da temperatura ambiente em até 4 ºC e da superfície do pavimento em até 17 ºC;
  • Melhor visibilidade devido à coloração clara do concreto;
  • Menor emissão de CO₂ ao longo do ciclo de vida do pavimento.

Moschetti também ressalta que esse sistema proporciona uma qualidade de rolamento superior, pois não apresenta deformações plásticas, trilhas de rodas ou buracos, eliminando a necessidade de operações frequentes de tapa-buracos e recapeamentos. Essas manutenções, quando os pavimentos passam para a administração pública, geram altos custos aos cofres públicos. Além disso, o sistema pode proporcionar uma economia de até 30% nos gastos com iluminação pública.

Um exemplo disso é o loteamento Smart Urba Vila Profeta, em Campinas (SP), que utilizou pavimento urbano de concreto em suas vias. “Optamos pelo pavimento de concreto por diversos motivos, entre eles o conforto térmico, já que o concreto retém menos calor do que o asfalto, proporcionando uma sensação térmica mais agradável. Além disso, o pavimento de concreto é uma opção mais sustentável, pois pode incorporar materiais reciclados em sua composição, ao contrário do asfalto, que utiliza uma quantidade maior de componentes poluentes”, explica Diego Apolônio, um dos responsáveis pela equipe de engenharia do Smart Urba Vila Profeta.

Custo-benefício do uso do pavimento de concreto em loteamentos

Moschetti aponta que diversos fatores devem ser considerados para avaliar a competitividade dos pavimentos de concreto, destacando-se o custo de construção e o custo de manutenção ao longo de sua vida útil.

“Estudos indicam que, para tráfego leve, os pavimentos de concreto já são competitivos em termos de custo de construção. À medida que a intensidade do tráfego aumenta, sua competitividade se torna ainda maior, podendo gerar economias de até 20% em comparação com pavimentos flexíveis. Além disso, ao considerar o custo de manutenção ao longo do período de projeto – 20 anos para o pavimento de concreto, frente a 10 anos dos pavimentos asfálticos –, os pavimentos de concreto podem ser até 35% mais econômicos (valor presente), em relação aos pavimentos flexíveis. Cada obra possui suas particularidades, portanto, uma análise detalhada é essencial para determinar esses percentuais de ganho”, explica Moschetti.

Apolônio destaca que, no caso do Smart Urba Vila Profeta, a principal vantagem considerada foi a menor necessidade de manutenção a longo prazo, além da possibilidade de reparos com menos demanda por equipamentos e mão de obra. “Além disso, na época do lançamento do empreendimento, o CAP (cimento asfáltico de petróleo - um componente do asfalto) havia sofrido um aumento expressivo, enquanto o concreto mantinha um preço estável. Dessa forma, a escolha pelo pavimento de concreto representou uma economia de aproximadamente 20% naquele momento, tornando-se a opção mais viável financeiramente”, comenta.

Atualmente, mais de 170 municípios utilizam pavimento de concreto, especialmente em loteamentos abertos e fechados
Crédito: Smart Urba Vila Profeta

Aplicação do PUC em loteamentos

Moschetti ressalta que a escolha dos equipamentos para a construção de loteamentos residenciais deve ser feita de acordo com as condições da obra e, preferencialmente, durante o desenvolvimento do projeto. “O prazo de execução da obra e a logística de abastecimento do concreto influenciam na escolha dos equipamentos de aplicação e adensamento, que são os itens mais relevantes do processo. Dependendo da produtividade necessária, podem ser utilizados equipamentos de pequeno porte, como régua vibratória, treliça vibratória ou rolo giratório, que são de fácil manuseio e adaptáveis a qualquer tipo de obra, com produtividade entre 100 e 200 metros lineares por dia. Também há opções como o laser screed, de médio porte, ou a vibroacabadora de forma deslizante, que pode alcançar uma produtividade de até 700 metros lineares por dia”, explica.

No caso do Smart Urba Vila Profeta, o processo foi realizado manualmente, utilizando régua vibratória e executado em etapas. “No entanto, uma das vantagens do PUC em relação ao asfalto é a necessidade de menos equipamentos na execução, o que reduz a complexidade da mobilização e, consequentemente, os custos dessa etapa”, destaca Apolônio.

Moschetti acrescenta que a chave para uma boa implantação do pavimento de concreto está na combinação de três fatores essenciais: um bom projeto, o uso de produtos de qualidade e uma execução impecável. “Cada uma dessas etapas exige atenção e um alto nível de especialização para garantir que o pavimento ofereça qualidade e durabilidade. A implementação de projetos bem estruturados, o uso de materiais de qualidade e a capacitação da mão de obra são fundamentais para assegurar que o pavimento de concreto atenda a todos os requisitos de desempenho”, afirma Moschetti.

Entrevistados

Ricardo Humberto Moschetti é gerente regional São Paulo da Associação Brasileira de Cimento Portland - ABCP.

Diego Apolônio é um dos responsáveis pela equipe de engenharia do Smart Urba Vila Profeta.

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.


Seminário internacional mostra que projetos de retrofit causam impacto direto na valorização imobiliária

Vista aérea do projeto Cidade Matarazzo, que passou por um processo completo de retrofit
Crédito: Divulgação

O retrofit tem se consolidado como uma solução essencial para a requalificação urbana e valorização imobiliária, tornando-se um dos principais fatores de recuperação e modernização de edificações históricas e espaços urbanos degradados. O SindusCon-SP organizou um seminário internacional presencial dedicado ao retrofit urbano, reunindo profissionais do setor para discutir tendências, desafios e oportunidades.

O evento contou com palestras de especialistas nacionais e internacionais, que compartilharam cases de sucesso e abordaram aspectos técnicos e econômicos do retrofit. Entre os temas discutidos, destacaram-se as estratégias para viabilizar financeiramente projetos de retrofit e as políticas públicas necessárias para incentivar essa prática no Brasil.

Leia mais: https://www.cimentoitambe.com.br/retrofit-um-conceito-que-une-engenharia-e-arquitetura-para-dar-nova-vida-para-edificacoes-antigas/

Segundo Marcos Gavião, diretor adjunto do SindusCon-SP, a renovação de edifícios, mesmo que individualizada, impacta positivamente o entorno e pode estimular um processo coletivo de revitalização urbana. “Além da questão estética e histórica, o retrofit também desempenha um papel estratégico na sustentabilidade, ao promover a reutilização de materiais e a melhoria da eficiência energética dos imóveis”, ressalta.

Cidade Matarazzo: um dos maiores desafios de retrofit do Brasil

Em São Paulo, um dos mais emblemáticos projetos desse segmento chama-se Cidade Matarazzo, uma iniciativa que revitalizou um complexo histórico e o transformou em um centro multiuso de referência internacional.

O Cidade Matarazzo, localizado no bairro da Bela Vista, é um projeto que transformou o antigo Hospital Matarazzo em um complexo de uso misto, incluindo hotelaria, gastronomia, comércio e espaços culturais. O Cidade Matarazzo inclui dez edifícios tombados em um terreno de 30.000 m2.

Maurício Linn Bianchi, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, participou ativamente da revitalização e destaca os desafios do projeto: “O edifício estava desativado desde 1993 e nenhum investidor nacional enxergou sua vocação. Foi um estrangeiro, Alexandre Allard, quem teve a coragem de enfrentar essa jornada e transformar a área”, relembra.

O empreendimento enfrentou diversas barreiras burocráticas e de financiamento. “Os bancos nem sempre entendem projetos inovadores como o retrofit e preferem esperar a maturidade da ideia, o que pode dificultar investimentos”, explica Bianchi.

Com um investimento de mais de R$ 2 bilhões, o Cidade Matarazzo inclui o luxuoso Rosewood Hotel, inaugurado em janeiro de 2022 e que se tornou um marco na cidade, um hub de investimentos sustentáveis e um centro de convenções altamente requisitado. O projeto é um modelo de como a preservação histórica pode ser economicamente viável e socialmente benéfica. 

Leia mais: https://www.cimentoitambe.com.br/retrofit-do-pacaembu-valoriza-a-construcao-sustentavel/

Valorizando o patrimônio e o mercado imobiliário

A revitalização do Cidade Matarazzo trouxe impacto direto na valorização imobiliária da região. Estudos apontam que os preços dos imóveis na Bela Vista aumentaram entre 30% e 40% após a implantação do projeto. “O retrofit é muito mais do que restaurar um prédio. Ele gera riqueza para o entorno, melhora a qualidade urbana e cria novas oportunidades de negócio”, destaca Bianchi.

Preços dos imóveis na Bela Vista aumentaram entre 30% e 40% após a implantação do projeto
Crédito: Divulgação

A iniciativa também teve um impacto social significativo, com geração de aproximadamente 40 milhões de horas trabalhadas, criando oportunidades para mão de obra qualificada. “Conseguimos incluir no projeto profissionais mais experientes que estavam próximos da aposentadoria, valorizando o conhecimento técnico acumulado ao longo dos anos”, afirma Bianchi.

O Retrofit como futuro da construção

Com o sucesso de projetos como o Cidade Matarazzo, especialistas acreditam que o retrofit se tornará uma estratégia cada vez mais adotada no Brasil. Segundo Gavião, a tendência é de que escritórios desatualizados sejam convertidos em moradias e espaços de uso misto, seguindo o exemplo de grandes cidades europeias.

Para que essa prática se torne mais comum, é fundamental que haja incentivos governamentais e maior compreensão por parte das instituições financeiras. “Precisamos de uma legislação mais flexível e de produtos financeiros que estimulem investidores a apostarem em retrofit”, finaliza Bianchi.

O caso do Cidade Matarazzo prova que é possível preservar a história, valorizar o mercado imobiliário e promover a sustentabilidade ao mesmo tempo. O retrofit não é apenas uma solução para prédios antigos, mas um caminho para um futuro mais eficiente e conectado às necessidades urbanas modernas.

Entrevistados

Marcos Ferreira Gavião é graduado em Arquitetura pela FAUUSP, sócio-diretor da Marcos Gavião Arquitetos, diretor adjunto de imobiliário do SindusCon-SP e membro da VPALUM do Secovi-SP.

Maurício Linn Bianchi é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Mackenzie, membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da entidade e fundador da MLB Engenharia.

Contatos
diretoria@marcosgaviao.com.br
mauriciolbianchi@gmail.com

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Innova Build Conference estreia no Brasil e discute sistemas construtivos inovadores para os setores da engenharia e construção

Uma das 300 casas impressas em 3D no Texas (EUA)
Crédito:
Divulgação/Icon Build

A primeira edição brasileira do Innova Build Conference (IBC) aconteceu em São Paulo no dia 1º de fevereiro, reunindo cerca de 300 participantes, com a presença de especialistas nacionais e internacionais e um ambiente propício para networking e desenvolvimento de novos negócios.

Criado nos Estados Unidos, o evento tem como foco discutir tendências e soluções tecnológicas para a construção civil, promovendo a digitalização e o uso da inteligência artificial (IA) no setor. "Idealizei esse evento para criar um espaço de troca de conhecimento, onde engenheiros, arquitetos e construtores pudessem se conectar às tecnologias mais avançadas do mercado. Fazemos a ponte entre EUA, Brasil e Europa, proporcionando imersões em eventos globais como a Bauma, na Alemanha, e a BIG 5, em Dubai", afirmou Alex Lira, CEO da Construlab e idealizador do IBC.

Inovação em pauta: os temas abordados

A programação do evento trouxe debates e apresentações sobre as mais recentes inovações do setor, incluindo Inteligência Artificial (IA) aplicada à construção, com temas sobre otimização de processos, redução de riscos e aumento da produtividade.

Os participantes também trouxeram contribuições sobre os avanços da Impressão 3D e seus impactos nos métodos construtivos, bem como novas possibilidades da Realidade Aumentada e Virtual na visualização e gestão de projetos. “Nossa proposta sempre foi trazer transformação real para o setor AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), promovendo a digitalização, a inteligência artificial e outras inovações disruptivas”, destacou Lira.

Outro destaque foi a eficiência do BIM (Building Information Modeling) com foco na sustentabilidade das construções e estratégias práticas para implementação da inovação. “Também tratamos da sustentabilidade com redução de impacto ambiental e melhoria da eficiência energética, bem como sistemas construtivos inovadores, incluindo a construção modular e parede de concreto”, relata.

Leia mais: https://www.cimentoitambe.com.br/como-superar-os-desafios-da-implantacao-do-bim-e-da-inteligencia-artificial/

A revolução da Inteligência Artificial na construção

A IA tem mudado a forma como a construção civil opera. Atualmente, a tecnologia permite prever falhas estruturais, otimizar cronogramas e automatizar processos de design e planejamento. Ferramentas como captura de realidade e machine learning elevam a precisão das operações no setor. "A IA está transformando o setor e quem não se adaptar ficará para trás", alertou Lira.

De acordo com ele, o futuro promete avanços ainda mais impactantes, como:

  • Canteiros de obras digitalizados com drones, scanners, câmeras 360º e sensores.
  • IA para análise de riscos em tempo real, reduzindo desperdícios e aumentando a segurança.
  • Robótica aplicada à construção, automatizando tarefas repetitivas.
  • Gêmeos Digitais (Digital Twins) integrados ao BIM, permitindo simulações precisas.

Impressão 3D: o futuro da construção

A impressão 3D já é uma realidade e pode revolucionar a construção civil. Com a tecnologia, é possível construir casas inteiras em poucos dias, utilizando materiais sustentáveis e reduzindo custos.

Nos EUA, a Construtora Lennar desenvolveu a "The Genesis Collection", uma comunidade de mais de 300 casas impressas em 3D no Texas. Na China, uma ponte de concreto foi totalmente impressa em 3D e instalada com sucesso.

No Brasil, a tecnologia ainda está em fase inicial, mas empresas como a 3D Portal investem em pesquisas e desenvolvem projetos inovadores, incluindo cozinhas e mobiliário urbano impressos em 3D. "Nos EUA e na Europa, a impressão 3D avança rapidamente, pois resolve o problema da falta crônica de mão de obra. O Brasil tem grande potencial para adotar essa solução", destacou Lira.

Leia mais: https://www.cimentoitambe.com.br/primeira-casa-3d-em-portugal-une-agilidade-e-economia/

Além das tecnologias inovadoras, o evento abordou temas estratégicos para o futuro do setor, como startups e construtechs que estão transformando o mercado, assim como a preparação dos profissionais para atuarem na era digital.

A primeira edição do Innova Build Conference no Brasil mostrou que o país está pronto para avançar na digitalização e inovação na construção civil. "Estaremos de volta ainda este ano, e já temos pedidos para realizar o evento em diferentes regiões do Brasil, como Minas Gerais e Santa Catarina", afirma. O próximo evento será realizado em Miami no dia 10 de maio e as inscrições já estão abertas pelo site https://www.innovabuildconference.com.

Entrevistado
Alex Lira é CEO da Construlab, engenheiro civil com mais de 23 anos de experiência e referência internacional em inteligência artificial aplicada à construção e tecnologias digitais. Professor de pós-graduação em Inteligência Artificial e Gestão de Projetos pela Oxford University, é também fundador da Innova Build Conference, um evento internacional que promove a transformação do setor por meio da tecnologia e inovação.

Contato (Assessoria de Imprensa)
carolina@carolinalara.com.br

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Restauração das rodovias PRC-487 e PR-460 promete mais segurança e fluidez ao tráfego na região central do Paraná

Restauração da rodovia vai facilitar escoamento da produção e impulsionar o desenvolvimento regional
Crédito: Divulgação/DER

A restauração das rodovias PRC-487 e PR-460, entre Pitanga e o Rio Muquilão, na região central do Paraná, já era uma demanda necessária devido ao tempo de uso dessa estrada, cuja última intervenção ocorreu em 2003, quando o pavimento recebeu um reforço de 6 cm de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). A estrada foi pavimentada em 1982, com estrutura composta por 45 cm de camadas granulares e 5 cm de revestimento em CBUQ.

Atualmente, o trecho apresenta condições regulares, mas a crescente demanda de tráfego, estimada em 4.030 veículos diários, dos quais 1.400 são comerciais, exige um reforço estrutural para garantir a segurança e eficiência da via. "A rodovia já não atende mais às necessidades da região com a qualidade esperada. Precisamos reforçar sua estrutura para que suporte o tráfego crescente e atenda às demandas futuras", explica Janice Kazmierczak Soares, diretora técnica do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).

Impactos para a população e transporte de carga

As rodovias interligam regiões produtoras do Mato Grosso do Sul, Noroeste e Centro-Oeste do Paraná à BR-277, Curitiba e Paranaguá. Um dos principais geradores de tráfego é uma das maiores cooperativas da América Latina, que envia cerca de 12.000 toneladas de produtos diariamente ao Porto de Paranaguá.

A reestruturação garantirá maior fluidez ao tráfego, melhorias na capacidade das interseções, ampliação das terceiras faixas e correção de curvas perigosas, tornando o trajeto mais seguro para motoristas e pedestres. "Com essas melhorias, os motoristas terão um trajeto mais seguro e eficiente, reduzindo o tempo de deslocamento e os riscos de acidentes", destaca Janice.

Principais melhorias previstas

A obra inclui diversas intervenções para aprimorar a infraestrutura das rodovias, como:

  • Construção de um viaduto no entroncamento das rodovias PR-460 e PRC-487, com 35 metros de comprimento e 11,8 metros de largura;
  • Duas rótulas fechadas, localizadas nos acessos a Nova Tebas (km 254,42) e Catuporanga (km 255,89);
  • Correção geométrica de curvas, abrangendo nove curvas horizontais e três curvas verticais;
  • Adequação das faixas adicionais, que passarão a ter 3,50 metros de largura e 1,20 metros de faixa de segurança;
  • Nova iluminação viária, incluindo a instalação de 1.200 metros de iluminação em interseções e no perímetro urbano de Catuporanga;
  • Melhorias em quatro pontes, com manutenção estrutural, instalação de defensas metálicas e drenagem eficiente para prevenção de erosão;
  • Novo sistema de drenagem e sinalização, com substituição e recuperação de dispositivos de segurança.
Uma das rótulas alongadas que serão construídas na interseção de acesso à Nova Tebas
Divulgação/DER

Opção pelo whitetopping

A restauração será feita por meio da técnica whitetopping, um pavimento rígido que se mostrou a solução mais vantajosa em termos econômicos. O método foi escolhido após uma análise comparativa com outras alternativas, levando em conta não apenas o custo inicial da obra, mas também os gastos com manutenção a longo prazo. "O whitetopping oferece maior durabilidade e menor custo de manutenção ao longo dos anos, garantindo uma infraestrutura de qualidade superior para os usuários da rodovia", explica Janice.

Cronograma das obras

Inicialmente prevista para 11 de fevereiro de 2024, a abertura da licitação foi prorrogada para 8 de abril de 2025, enquanto a previsão de conclusão das obras é para julho de 2027.

Com essas mudanças, a expectativa é de que a região se beneficie não apenas em termos de segurança viária, mas também com o fortalecimento da economia local, facilitando o escoamento da produção e impulsionando o desenvolvimento regional. "É um investimento essencial para o Paraná, pois reforça nossa infraestrutura e dá suporte ao crescimento da nossa economia", conclui Janice.

Entrevistada
Janice Kazmierczak Soares é graduada em Engenheira Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pós-graduada em Infraestrutura de Transportes pela Universidade Paulista (UNIP) e em Obras Públicas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente, é diretora técnica do DER/PR.

Contato (Assessoria de Imprensa)
comunicacao@der.pr.gov.br

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Estaleiro desponta como novo refúgio de alto luxo em Santa Catarina com empreendimentos de luxo e alta valorização

Tendência de moradias de alto padrão em locais preservados e sustentáveis segue forte.
Crédito: Divulgação/TECH 4D

Santa Catarina se consolidou como um dos destinos mais disputados do mercado imobiliário de luxo no Brasil. Enquanto Balneário Camboriú e Itapema seguem sendo polos de investimento, e Itajaí atraindo executivos do setor portuário, um novo refúgio vem surgindo.

Trata-se do bairro Estaleiro, que desponta como um refúgio de alto padrão para ultra-ricos que buscam privacidade, contato com a natureza e sofisticação. Com rígidas normas ambientais que limitam as construções e garantem a preservação da região, a valorização do metro quadrado já atinge R$ 50 mil e tende a dobrar nos próximos anos.

Um paraíso preservado para poucos

Localizado em Balneário Camboriú, o bairro Estaleiro se diferencia das movimentadas praias urbanas da cidade. Cercado por Mata Atlântica e banhado por um mar cristalino, o local oferece uma experiência única para quem deseja fugir do agito dos grandes centros.

Fabrício Bellini, especialista em mercado imobiliário e CEO da construtora Blue Heaven, explica por que Estaleiro tem atraído um seleto grupo de compradores: “Quem investe aqui busca um refúgio que alia sofisticação, exclusividade e um estilo de vida integrado à natureza”, esclarece.

O crescimento da população de ultra-ricos, projetado para aumentar 28% até 2028, reforça essa tendência de busca por locais mais reservados e sustentáveis. Com normas rígidas de ocupação, a região permite que apenas 40% dos terrenos sejam utilizados para construção, garantindo baixa densidade habitacional.

Além disso, os empreendimentos seguem padrões sustentáveis e são assinados por arquitetos renomados, oferecendo designs inovadores que se misturam à paisagem natural.

Valorização acelerada e demanda crescente

O mercado imobiliário de Estaleiro segue uma curva ascendente. O preço médio do metro quadrado já alcança R$ 50 mil em lançamentos frente ao mar e deve dobrar nos próximos cinco anos. “A demanda por imóveis exclusivos cresceu significativamente. Estamos falando de um público que prioriza privacidade e experiências únicas, e a região entrega exatamente isso”, destaca Bellini.

Os empreendimentos da Blue Heaven exemplificam essa valorização. O Monolyt, por exemplo, é um residencial inovador que utiliza rochas naturais na arquitetura, criando uma integração harmoniosa entre construção e natureza. Com apenas 24 unidades, o projeto foi premiado no Urban Design & Architecture Awards 2024 na categoria Residencial/Projetos Futuros.

Monolyt utiliza rochas naturais na arquitetura e apenas 24 unidades.
Divulgação: Blue Heaven

Luxo e sustentabilidade unidos em projetos inovadores

Os empreendimentos de alto padrão no Estaleiro se destacam por características únicas, como fachadas que imitam formações rochosas, piscinas privativas e amplas áreas verdes. As coberturas do Monolyt, por exemplo, oferecem metragem que varia de 410m² a 547m², com suítes amplas e decks com piscina privativa de frente para o mar.

“A qualidade de vida aqui vai além do luxo convencional. Nossos projetos são pensados para proporcionar bem-estar e conexão com a natureza. Desde materiais sustentáveis até espaços que promovem experiências únicas no dia a dia, a proposta é oferecer um estilo de vida sofisticado e equilibrado”, explica Bellini.

Além do Monolyt, outro projeto da Blue Heaven, assinado pelo arquiteto Márcio Kogan, será lançado na vizinha Praia do Estaleirinho. O residencial contará com apenas seis unidades exclusivas, feitas em madeira certificada e concreto ciclópico, buscando máxima integração com a paisagem local.

Futuro promissor para Estaleiro

Com a valorização acelerada e a busca crescente por exclusividade e natureza, Estaleiro se firma como um dos endereços mais cobiçados para empreendimentos de altíssimo luxo em Santa Catarina. Para Fabrício Bellini, a região ainda tem muito potencial a ser explorado. “Estamos apenas no começo. Estaleiro já se consolidou como destino para um público exigente, e os próximos anos prometem trazer projetos ainda mais sofisticados e inovadores”, assinala.

A tendência de moradias de alto padrão em locais preservados e sustentáveis segue forte, e Estaleiro está no centro dessa transformação. Com empreendimentos inovadores e um ambiente natural único, a região se posiciona como um dos principais refúgios de luxo do Brasil.

Entrevistado
Fabrício Bellini é corretor de imóveis com 25 anos de atuação no mercado imobiliário e CEO da Blue Heaven Empreendimentos.

Contato
redacao2@rotascomunicacao.com.br

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Simulação de Monte Carlo: técnica matemática permite previsão precisa de riscos e otimiza tomada de decisões no setor

Tendência é de que essa metodologia torne-se padrão em todos os grandes projetos.
Divulgação/TECH 4D

A gestão eficiente de projetos de infraestrutura depende de previsões precisas e controle de riscos. Um dos métodos existentes para garantir essa segurança é a Simulação de Monte Carlo, uma técnica matemática criada durante a Segunda Guerra Mundial para estimar probabilidades de eventos incertos.

Hoje, essa metodologia é amplamente utilizada para calcular riscos em projetos de grande porte, proporcionando uma gestão mais assertiva e confiável.

Como funciona a Simulação de Monte Carlo

A Simulação de Monte Carlo diferencia-se dos modelos tradicionais de previsão ao criar um padrão de possíveis resultados a partir de uma distribuição de probabilidade. “Diferente de um modelo determinístico, que fornece uma única estimativa, a Simulação de Monte Carlo gera diversas possibilidades com probabilidades associadas, permitindo uma análise mais realista dos riscos envolvidos”, explica Mauro Santos Arruda, engenheiro e sócio da TECH 4D Engenharia de Valor.

O processo funciona por meio da repetição de cálculos, utilizando valores aleatórios dentro de intervalos definidos. Dessa forma, o modelo simula milhares de cenários possíveis, oferecendo uma distribuição de probabilidades sobre os possíveis desdobramentos do projeto. “Isso permite que gestores tomem decisões com base em estatísticas concretas, reduzindo a margem de erro e otimizando recursos”, complementa Arruda.

Aplicabilidade na infraestrutura

No setor de infraestrutura, a técnica de Monte Carlo é fundamental para a análise de riscos e planejamento. Projetos dessa natureza envolvem muitas variáveis incontroláveis, como condições climáticas, disponibilidade de materiais e fatores econômicos. “Com a Simulação de Monte Carlo, conseguimos prever impactos dessas variáveis e planejar a melhor resposta para cada cenário”, destaca o engenheiro.

Outro grande diferencial da técnica é a possibilidade de ajustar cronogramas e orçamentos de maneira mais precisa. “Estudos apontam que 29% dos projetos falham devido a riscos mal definidos e 25% devido a estimativas de tempo imprecisas. A Simulação de Monte Carlo ajuda a mitigar esses problemas ao calcular diferentes possibilidades e identificar riscos potenciais com antecedência”, enfatiza Arruda.

Comparativo com métodos tradicionais

Métodos convencionais de previsão utilizam estimativas fixas, o que pode gerar erros significativos caso ocorram variações inesperadas. Já a Simulação de Monte Carlo leva em consideração um grande número de variáveis e incertezas, fornecendo um resultado muito mais realista. "Com essa abordagem, conseguimos prever impactos financeiros e operacionais antes mesmo do início do projeto, reduzindo perdas e melhorando a eficiência geral", explica o especialista. Pela TECH 4D, já foram realizados muitos projetos de análise de riscos com Simulação de Monte Carlo, como para a BR-163 MT e Ponte Salvador-Itaparica

Simulação Monte Carlo foi utilizada nas obras da BR-163 MT
Divulgação/TECH 4D

O futuro da técnica em grandes projetos

Com os avanços tecnológicos, a Simulação de Monte Carlo está cada vez mais integrada a softwares de gestão, tornando-se uma ferramenta essencial para o setor de infraestrutura. "A tendência é de que essa metodologia se torne padrão em todos os grandes projetos, garantindo maior previsibilidade e segurança para investidores e gestores”, conclui Arruda.

Diante dos desafios enfrentados pelos projetos de infraestrutura, contar com técnicas avançadas como a Simulação de Monte Carlo é um diferencial estratégico. A capacidade de prever riscos e otimizar recursos torna essa abordagem indispensável para garantir eficiência, sustentabilidade e rentabilidade nas construções de grande porte.

Entrevistado
Mauro Santos Arruda é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Mackenzie, possui sólida experiência nas áreas de engenharia, planejamento, suprimentos, gestão de contratos e propostas técnicas e comerciais em empresas do segmento da construção civil. Atualmente, é sócio da TECH 4D Engenharia de Valor.

Contato
msa@tech4d.com.br

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.


Vendas de cimento fecham 2024 em alta com crescimento de 3,9% e prevê expectativas otimistas para 2025

A projeção para 2025 é de um crescimento mais modesto, estimado em cerca de 1%, segundo o SNIC. “Apesar das incertezas fiscais e do impacto da taxa Selic sobre os financiamentos, há expectativas positivas com investimentos em infraestrutura e novos projetos de saneamento e mobilidade urbana”, afirma Penna.

O setor aposta em soluções inovadoras para impulsionar o crescimento, como o sistema construtivo Paredes de Concreto, que permite uma construção até três vezes mais rápida do que os métodos tradicionais.)

Janeiro e fevereiro iniciaram com aumento na venda de cimento.
Crédito: Envato

O setor de cimento no Brasil encerrou 2024 com um crescimento de 3,9%, atingindo um total de 64,7 milhões de toneladas vendidas. O resultado representa uma recuperação após dois anos consecutivos de retração e reflete o impacto positivo de fatores como a expansão do mercado imobiliário, a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida e a melhoria do mercado de trabalho.

Após quedas de 2,8% em 2022 e 0,89% em 2023, a indústria do cimento conseguiu reverter o cenário negativo, registrando um aumento significativo nas vendas. “Esse crescimento se deve principalmente à melhora na renda da população e ao aquecimento do setor imobiliário. O Programa Minha Casa, Minha Vida teve um papel importante nesse cenário, com um aumento de 44,2% nos lançamentos e 43,3% nas vendas de unidades habitacionais em 2024”, explica Paulo Camillo Penna, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

Embora o setor tenha apresentado resultados positivos, desafios como o alto custo da mão de obra, taxas de juros elevadas e o endividamento das famílias ainda impactam a sustentabilidade desse crescimento. “A falta de trabalhadores qualificados tem elevado os salários, pressionando a inflação e os preços dos imóveis. Além disso, o aumento da inadimplência e a escassez de crédito imobiliário são fatores que devem ser monitorados para 2025”, acrescenta Penna.

Perspectivas para 2025

A projeção para 2025 é de um crescimento mais modesto, estimado em cerca de 1%, segundo o SNIC. “Apesar das incertezas fiscais e do impacto da taxa Selic sobre os financiamentos, há expectativas positivas com investimentos em infraestrutura e novos projetos de saneamento e mobilidade urbana”, afirma Penna.

O setor aposta em soluções inovadoras para impulsionar o crescimento, como o sistema construtivo Paredes de Concreto, que permite uma construção até três vezes mais rápida do que os métodos tradicionais.

Além disso, o uso do pavimento rígido de concreto em rodovias tem ganhado destaque, oferecendo maior durabilidade e sustentabilidade para a infraestrutura nacional.

Outro fator que pode favorecer o setor é a retomada de concessões no saneamento básico, que deve gerar investimentos da ordem de R$ 72,4 bilhões em 2025. “O cimento é essencial para obras de infraestrutura e saneamento, e acreditamos que esses projetos trarão impactos positivos para a demanda”, destaca Penna.

Desempenho no início de 2025

O ano de 2025 começou com um desempenho promissor. Em janeiro, as vendas de cimento totalizaram 5,2 milhões de toneladas, um crescimento de 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Comparado a dezembro de 2024, houve um aumento de 10%. “Esse resultado reforça a resiliência do setor e indica um início de ano mais aquecido”, ressalta. Já em fevereiro de 2025, as vendas de cimento no Brasil aumentaram 7,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando 5,1 milhões de toneladas.

Entretanto, desafios como mudanças no financiamento habitacional e o ritmo de execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ainda geram incertezas. “Precisamos acompanhar como o governo irá conduzir esses investimentos para garantir que o setor continue avançando”, conclui o presidente do SNIC.

Com a expectativa de crescimento contínuo, embora em ritmo mais moderado, o setor de cimento segue atento às tendências econômicas e estruturais do país. O desempenho de 2025 dependerá não apenas da dinâmica do mercado imobiliário, mas também da capacidade de execução dos investimentos em infraestrutura e saneamento.

Entrevistado
Paulo Camillo Vargas Penna é graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUC-MG, MBA em Desenvolvimento de Projetos, é presidente executivo da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). Integrante de conselhos e fóruns empresariais no país e no exterior como membro do Fórum Nacional da Indústria (FNI) e Conselho de Infraestrutura da CNI, diretor eleito da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), membro do Conselho de Administração da Federação Interamericana de Cimento (FICEM) e integrante do Global Cement and Concrete Association (GCCA). 

Contato (assessoria de imprensa)
daniela.nogueira@fsb.com.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.


Acessibilidade na hotelaria: prazo para adequação chegou ao fim e empreendimentos precisam se adaptar

Acessibilidade bem planejada gera conforto, segurança e autonomia para todos.
Crédito: Envato

Os dados do Censo mostram que 9% da população brasileira possui alguma restrição moderada ou severa, e outros 15% apresentam mobilidade reduzida. "Se considerarmos amigos, familiares e colegas de trabalho, o impacto da acessibilidade se estende para um grupo ainda maior. E, com o envelhecimento da população, essa demanda só tende a crescer”, observa Elisa Prado de Assis, arquiteta e especialista em acessibilidade.

A Lei Brasileira de Inclusão reforça que o direito de ir e vir está diretamente ligado à acessibilidade, tornando essencial a eliminação de barreiras nos espaços urbanos e privados.

É por isso que em 3 de dezembro de 2024 encerrou-se o prazo para que hotéis, pousadas e similares se adequassem às normas de acessibilidade estabelecidas pelo Decreto Federal nº 11.303/2022.

A legislação, publicada em dezembro de 2022, alterou o Decreto nº 9.296/2018, prorrogando o período para adequação das hospedagens construídas até junho de 2004. Agora, os empreendimentos devem garantir pelo menos 10% de seus apartamentos preparados para receber pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

“A adequação não é apenas uma obrigação legal, mas um compromisso com a inclusão e o direito de todos ao turismo. A acessibilidade impacta diretamente na qualidade da experiência dos hóspedes e amplia o público potencial dos estabelecimentos”, destaca a arquiteta e urbanista Elisa Prado de Assis, especialista em acessibilidade.

Multas e penalidades

Os empreendimentos que não cumprirem as exigências estão sujeitos a sanções, que podem incluir multas e até a suspensão da licença de funcionamento. “O prazo para adequação foi extenso, o que possibilitou um planejamento adequado. Agora, se houver fiscalização e a não conformidade for constatada, o tempo para ajustes será curto e os custos mais elevados”, alerta Elisa.

A arquiteta reforça que acessibilidade vai muito além de adaptações físicas, englobando também recursos complementares, como cardápios em braile e cadeiras de banho.

A adoção de projetos acessíveis pelo setor da construção civil tem mais relação com a mudança cultural do que com os custos. “Ainda há uma visão equivocada de que pessoas com deficiência não são um público consumidor relevante. Isso é um erro. Esse grupo busca qualidade e boas oportunidades como qualquer outro cliente”, explica Elisa.

Residências acessíveis: um direito garantido desde 2018

Outra legislação fundamental para garantir acessibilidade na moradia é o Decreto Federal nº 9.451/2018, que obriga novos empreendimentos residenciais multifamiliares a oferecerem plantas adaptáveis para pessoas com deficiência. “As construtoras já estudam soluções para garantir acessibilidade, mas essa realidade ainda não está amplamente difundida”, analisa.

Muitos consumidores e empresas confundem a obrigatoriedade. Segundo a especialista, até o início da obra, o morador pode solicitar uma unidade acessível sem custos adicionais. Depois disso, a responsabilidade passa a ser do possuidor. “Isso significa que as edificações devem ser adaptáveis por toda sua vida útil, beneficiando não só pessoas com deficiência, mas também idosos e indivíduos que podem necessitar de acessibilidade em algum momento da vida”, complementa.

Como criar projetos acessíveis

Para garantir acessibilidade adequada, os profissionais da construção civil devem seguir normas técnicas e legislações pertinentes. “A interação com pessoas com deficiência é essencial para compreender as necessidades reais. A acessibilidade bem planejada gera conforto, segurança e autonomia para todos”, finaliza Elisa Prado de Assis.

Com um mercado cada vez mais atento à inclusão, investir em acessibilidade não é apenas uma exigência legal, mas uma estratégia inteligente para conquistar e fidelizar clientes.

Entrevistada

Elisa Prado de Assis é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pós-graduada em Tecnologia de Edificações para Engenheiros e Arquitetos pela POLI-USP e mestra pela FAU-USP com o tema "Acessibilidade nos bens culturais imóveis” (disponível em: http://bit.ly/1imrDRq). Participa da Comissão Permanente de Acessibilidade como representante do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Ministra cursos e palestras sobre acessibilidade e realiza consultorias e projetos, com o objetivo de garantir a plena acessibilidade nos espaços edificados.

Contato
contato@elisaprado.com.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Shoppings evoluem para centros de entretenimento e convivência

Shoppings têm ganhado espaços mais atraentes, com paisagismo, climatização adequada e aproveitamento da luz natural.
Crédito: Envato

O setor de shopping centers segue em expansão, com previsão de crescimento de 1,6% para 2025, alcançando faturamento de R$ 201,6 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Esse aumento ocorre após um avanço de 1,9% em 2024, quando a receita atingiu R$ 198,4 bilhões – o maior patamar desde o início da série histórica da entidade, em 2015. Diante desse cenário, como está a situação dos shopping centers no Brasil?

Para João Souza, empresário e referência no ramo imobiliário na Flórida, o mercado de shoppings no Brasil está vivendo um momento de reinvenção. “Em 2025, a tendência é que as experiências físicas e digitais se complementem cada vez mais, criando um ecossistema omnichannel. O consumidor de hoje (e, ainda mais, o de 2025) busca conveniência, experiências únicas e sustentabilidade. O que percebo é que os shoppings precisam ir além das compras. Eles têm que ser espaços de convivência, onde as pessoas possam se conectar, se divertir e viver momentos especiais”, afirma.

Celso Zaffarani, CEO da Zaffarani Construtora, concorda com essa visão: “O mercado de shoppings no Brasil está passando por um momento de transformação. O modelo tradicional, focado apenas em compras, está dando lugar a um conceito mais amplo de experiência e conveniência. O consumidor atual busca não apenas lojas, mas também entretenimento, lazer, gastronomia e serviços.”

O arquiteto Daniel Szego destaca que, antes voltados apenas para lojas e serviços, os shoppings agora investem cada vez mais em experiências. Essa transformação inclui espaços mais atraentes, com paisagismo, climatização adequada tanto em áreas internas quanto externas, fachadas e corredores mais sofisticados, além de um maior aproveitamento da luz natural. Outro diferencial são as praças internas, que oferecem uma gastronomia mais refinada, ampliando o conceito de lazer e conveniência.

Apostas para 2025

Souza menciona que, para 2025, as apostas são ainda mais ousadas. “Uma delas é a criação de arenas de e-sports e gaming, onde os fãs podem participar de competições e eventos interativos. A realidade mista (XR), que combina realidade aumentada e virtual, também está ganhando espaço nesse segmento. Imagine entrar em uma loja e usar óculos de realidade aumentada para experimentar roupas ou qualquer outro produto antes de comprar”, cita.

As infraestruturas "instagramáveis" também estão em alta nos shoppings. “Esses espaços são projetados para serem fotogênicos e compartilháveis nas redes sociais”, opina Souza.

Além dos tradicionais cinemas, muitos empreendimentos têm investido em teatros, ampliando as opções culturais e atraindo um público que busca experiências além das compras. “Exposições imersivas e interativas em 3D também estão ganhando espaço, tornando os shoppings centros de inovação e cultura”, aponta Zaffarani. - Retiraria estes parágrafos em verde até aqui, creio que são informações que geram menos impacto/relevância.

Shoppings híbridos

De acordo com Souza, uma tendência forte são os shoppings híbridos, que combinam áreas residenciais, coworkings e até hotéis. “Essa é uma forma de maximizar o uso do espaço urbano e de criar verdadeiros pontos de conexão nas cidades”, pontua.

Tendências e técnicas construtivas

De acordo com Zaffarani, as técnicas construtivas estão evoluindo para garantir maior eficiência operacional, flexibilidade e modernização dos espaços. “O uso de estruturas metálicas e sistemas industrializados, como o Light Steel Frame, tem sido uma tendência para garantir velocidade e qualidade nas obras. Além disso, os pré-moldados em concreto vêm se destacando, especialmente em fachadas, permitindo acabamentos mais sofisticados e diferenciados, tornando o visual dos shoppings muito mais atrativo”, destaca.

“A tecnologia sustentável na obra é fundamental, e o entulho, além de não ser sustentável, ficou caro. Por isso, todos estão buscando métodos construtivos que gerem menos resíduo. A ideia é que os projetos sejam definidos com antecedência para evitar adaptações no canteiro de obras, que têm um custo elevado. Além disso, canteiros de obras que podem ser reaproveitados ou desmontados também contribuem para a sustentabilidade da obra”, afirma Szego.

Szego também acredita que a tecnologia nos shoppings está presente em todos os aspectos agora, desde a construção mais rápida e modular até a infraestrutura mais fácil de ser adaptada. Ao contrário do que acontecia antigamente, quando apenas algumas áreas do shopping tinham esgoto, hoje é possível instalar um cabeleireiro, restaurante ou sorveteria com a ajuda de softwares ou métodos construtivos, ampliando essas áreas e tipos de comércio”, explica.

Zaffarani também aponta que outra grande tendência é a aposta em centros comerciais menores, com uma proposta mais acolhedora.

Sustentabilidade

A sustentabilidade é um fator cada vez mais presente nos novos projetos de shopping centers. “Na fase de construção, há um esforço crescente para obter certificações ambientais, como o Green Building e o Aqua Certificate, que garantem que o empreendimento atenda a padrões rigorosos de eficiência energética, gestão de resíduos e uso racional de recursos naturais”, afirma Zaffarani.

Em termos de tendências de técnicas construtivas e arquitetônicas, Souza cita os biossistemas integrados, nos quais a tecnologia simula e integra sistemas naturais, como o reaproveitamento total da água e a ventilação natural dinâmica. “Muitos shoppings estão mirando a energia limpa total, com o objetivo de operar 100% com fontes renováveis até 2025. Isso não só reduz custos, mas também gera um impacto positivo no meio ambiente e perante a comunidade”, comenta.

A questão da recirculação e reuso da água também tem sido uma prioridade. “Muitos shoppings já adotam sistemas de reuso de água para as bacias sanitárias, reduzindo significativamente o consumo hídrico e o impacto ambiental da operação. Essa estratégia, combinada com a captação de água da chuva, otimiza ainda mais o uso dos recursos hídricos”, destaca Zaffarani.

No quesito eficiência energética, há uma grande evolução no uso de sistemas de iluminação em LED, que reduzem o consumo elétrico e a necessidade de manutenção. “Além disso, os novos empreendimentos estão investindo em sistemas de ar-condicionado mais sofisticados, que demandam menos energia para manter o conforto térmico dos ambientes, gerando economia a longo prazo”, aponta Zaffarani.

Souza também cita iniciativas de economia circular, nas quais o shopping incentiva os consumidores a reciclarem produtos, como roupas e eletrônicos, diretamente no local. Outra tendência é a agricultura urbana, com hortas comunitárias integradas aos espaços dos shoppings. “E não podemos esquecer da neutralidade de carbono. Muitos shoppings estão adotando metas ambiciosas para zerar as emissões em toda a cadeia produtiva”, expõe.

Além disso, muitos desses projetos também estão sendo desenvolvidos com um conceito mais aberto e sustentável. “Eles utilizam ventilação natural e grandes áreas verdes, aproximando a experiência dos consumidores da ideia de uma rua comercial ao ar livre”, aposta Zaffarani.

Entrevistados

João Souza cursou Administração de Empresas na Universidade de Fortaleza (Unifor), possui MBA em Empreendedorismo, Gestão e Inovação Pública e Privada; e em Gestão de Pessoas e Liderança para a Inovação. É empresário e diretor-presidente de uma holding que abarca mais de 30 empresas que operam, em diferentes ramos, nos Estados Unidos. O carro-chefe do conglomerado é a 4 Hands Real Estate, da qual Souza é fundador e que o fez se tornar um dos principais nomes do mercado imobiliário americano. Atualmente, a empresa lidera a construção do Absolut One, o maior prédio de Miami Downtown, com 88 andares. 

Daniel Szego é proprietário do escritório Daniel Szego Arquitetura, que oferece um portfólio variado de projetos residenciais, comerciais e industriais, além de gestão de obras. O arquiteto é conhecido por sua longa experiência no mercado e pela habilidade de conciliar boa arquitetura, comprometimento e experiência em obras com modernidade, inovação, sustentabilidade e segurança na execução. 

Celso Zaffarani é CEO da Zaffarani Construtora, uma empresa especializada no desenvolvimento de empreendimentos de alto padrão, com um olhar inovador para o mercado imobiliário de luxo. Com expertise em projetos diferenciados, a construtora tem acompanhado de perto a transformação dos shoppings centers em hubs multifuncionais, um fenômeno que tem impactado diretamente a valorização imobiliária em seu entorno.

Jornalista responsável: 
Marina Pastore – DRT 48378/SP 
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Ponte da Lagoa da Conceição: um marco na infraestrutura de Florianópolis vai favorecer transporte náutico e turismo

Estrutura de concreto deve ser finalizada até o aniversário da cidade, dia 23 de março de 2025. Crédito: Divulgação/Prefeitura Municipal de Florianópolis

A construção da nova ponte da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, representa um avanço significativo na infraestrutura urbana da cidade. Com 214 metros de extensão e 17 metros de largura, a obra não apenas otimiza o fluxo de veículos e pedestres, mas também amplia a circulação de embarcações na região, proporcionando melhorias tanto para o trânsito quanto para o turismo e o meio ambiente.

A nova ponte foi projetada para substituir a estrutura anterior, que se encontra desgastada e insuficiente para a demanda crescente da região. Diferente da antiga travessia, que permitia apenas embarcações de até três metros de altura, a nova ponte conta com um vão livre de 30 metros e altura de passagem de até sete metros, favorecendo o transporte lacustre e o turismo náutico.

Segundo Tiago José Schmitt, fiscal da obra e engenheiro civil da Secretaria de Infraestrutura de Florianópolis, a escolha do concreto armado moldado in loco foi fundamental para garantir durabilidade e segurança. “A ponte tem um formato curvo, o que impossibilitava a utilização de pré-moldados. Esse método de construção permitiu um ajuste mais preciso ao projeto, garantindo maior estabilidade estrutural", explica Schmitt.

A Concrebras, empresa do grupo Itambé, foi responsável pelo fornecimento de concreto para a obra. Jair Schwanck Esteves, coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras, revela os desafios dessa obra, que deve se tornar um dos marcos da região de Florianópolis.

“No ambiente marinho, existem alguns agentes que podem comprometer a durabilidade e a vida útil das estruturas em concreto, como respingos de maré que contêm principalmente cloretos, entre outros. Devido a esses fatores, a composição da mistura do concreto foi dimensionada para atender aos requisitos da classe IV de agressividade ambiental da ABNT NBR 6118, com alto risco de deterioração da estrutura, sendo dimensionado com uma relação de água/cimento de 0,45 e fck 40,0”, relata.

Além dos aspectos técnicos, ele aponta que a logística também é complexa. Para chegar à obra, por exemplo, o trajeto mais curto é pelo morro da Lagoa da Conceição, que possui capacidade de carga limitada e trechos sinuosos. “Diante disso, optou-se pelo trajeto mais distante, que leva aproximadamente uma hora e meia para ser percorrido. Neste cenário, empregaram-se aditivos de alta performance para garantir a manutenção da trabalhabilidade do concreto e a durabilidade no estado endurecido”, conta.

A ponte da Lagoa da Conceição é um marco para região Leste de Florianópolis, onde a Concrebras atendeu todas as especificações técnicas e operacionais para entregar uma estrutura diferenciada e durável. “Até o momento, o volume de concreto aplicado é de 3.316 m³”. 

Abertura parcial ao tráfego está prevista para abril, permitindo a construção das cabeceiras e do sistema viário de acesso. Crédito: Divulgação/Prefeitura Municipal de Florianópolis

Infraestrutura moderna e acessibilidade

A nova ponte não beneficia apenas os motoristas, mas também pedestres e ciclistas. O projeto inclui duas faixas de rolamento de 3,5 metros de largura, passeios laterais de 2,5 metros e uma ciclovia bidirecional de 2,8 metros. “A estrutura foi planejada para integrar os diferentes modais de transporte, conectando a ciclovia da Avenida das Rendeiras às vias que levam ao Terminal da Lagoa”, detalha Schmitt.

Outro diferencial é a ampliação da oxigenação entre a Lagoa da Conceição e a Lagoa Pequena, favorecendo a qualidade ambiental da região. "Com a nova ponte, teremos uma melhoria na circulação da água, ajudando na preservação do ecossistema", afirma o engenheiro.

Revitalização do entorno

As melhorias não se limitam à ponte. A Prefeitura de Florianópolis também investe na revitalização do entorno, incluindo a implantação de praças e de um novo boulevard. No Centrinho da Lagoa, uma nova praça de 650 metros quadrados está sendo construída, equipada com bancos, mesas, paisagismo remodelado e iluminação aprimorada.

O trapiche do Terminal Lacustre Ruth Bastos de Oliveira também está sendo reformado para proporcionar melhor acesso às embarcações que fazem a ligação entre o Centrinho e a Costa da Lagoa. "A revitalização do entorno da ponte é um complemento essencial, tornando a região mais acessível, segura e bonita para moradores e turistas", ressalta Schmitt.

Andamento das obras e previsão de entrega

As obras, iniciadas em março de 2023, estão em ritmo avançado. A primeira etapa da ponte já conta com tabuleiro quase concluído, enquanto as fases seguintes estão em processo de concretagem das vigas e da laje superior. De acordo com a Prefeitura, a previsão é de que a estrutura de concreto esteja finalizada até o aniversário da cidade, em 23 de março de 2025.

A abertura parcial ao tráfego está prevista para abril, permitindo a construção das cabeceiras e do sistema viário de acesso. Já a liberação total da travessia deve acontecer em maio, com asfaltamento e sinalização realizados simultaneamente.

Com um investimento de R$ 53 milhões, a nova ponte da Lagoa da Conceição não apenas moderniza a infraestrutura da cidade, mas também impulsiona o turismo, a mobilidade e a qualidade de vida da população. "Essa é uma obra estratégica para Florianópolis, que vai trazer benefícios a longo prazo para moradores e visitantes", conclui Schmitt.

Entrevistados

Tiago José Schmitt é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e atualmente é Fiscal da Obra da Ponte da Lagoa da Conceição pela Secretaria de Infraestrutura e Manutenção da Cidade de Florianópolis.

Jair Schwanck Esteves é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), pós-graduado em Auditoria, Avaliações e Perícias em Engenharia (IPOG) e coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras.

Contatos
tiago.smi@pmf.sc.gov.br
jair.esteves@concrebras.com.br

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