Estaleiro desponta como novo refúgio de alto luxo em Santa Catarina com empreendimentos de luxo e alta valorização

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Santa Catarina se consolidou como um dos destinos mais disputados do mercado imobiliário de luxo no Brasil. Enquanto Balneário Camboriú e Itapema seguem sendo polos de investimento, e Itajaí atraindo executivos do setor portuário, um novo refúgio vem surgindo.
Trata-se do bairro Estaleiro, que desponta como um refúgio de alto padrão para ultra-ricos que buscam privacidade, contato com a natureza e sofisticação. Com rígidas normas ambientais que limitam as construções e garantem a preservação da região, a valorização do metro quadrado já atinge R$ 50 mil e tende a dobrar nos próximos anos.
Um paraíso preservado para poucos
Localizado em Balneário Camboriú, o bairro Estaleiro se diferencia das movimentadas praias urbanas da cidade. Cercado por Mata Atlântica e banhado por um mar cristalino, o local oferece uma experiência única para quem deseja fugir do agito dos grandes centros.
Fabrício Bellini, especialista em mercado imobiliário e CEO da construtora Blue Heaven, explica por que Estaleiro tem atraído um seleto grupo de compradores: “Quem investe aqui busca um refúgio que alia sofisticação, exclusividade e um estilo de vida integrado à natureza”, esclarece.
O crescimento da população de ultra-ricos, projetado para aumentar 28% até 2028, reforça essa tendência de busca por locais mais reservados e sustentáveis. Com normas rígidas de ocupação, a região permite que apenas 40% dos terrenos sejam utilizados para construção, garantindo baixa densidade habitacional.
Além disso, os empreendimentos seguem padrões sustentáveis e são assinados por arquitetos renomados, oferecendo designs inovadores que se misturam à paisagem natural.
Valorização acelerada e demanda crescente
O mercado imobiliário de Estaleiro segue uma curva ascendente. O preço médio do metro quadrado já alcança R$ 50 mil em lançamentos frente ao mar e deve dobrar nos próximos cinco anos. “A demanda por imóveis exclusivos cresceu significativamente. Estamos falando de um público que prioriza privacidade e experiências únicas, e a região entrega exatamente isso”, destaca Bellini.
Os empreendimentos da Blue Heaven exemplificam essa valorização. O Monolyt, por exemplo, é um residencial inovador que utiliza rochas naturais na arquitetura, criando uma integração harmoniosa entre construção e natureza. Com apenas 24 unidades, o projeto foi premiado no Urban Design & Architecture Awards 2024 na categoria Residencial/Projetos Futuros.

Divulgação: Blue Heaven
Luxo e sustentabilidade unidos em projetos inovadores
Os empreendimentos de alto padrão no Estaleiro se destacam por características únicas, como fachadas que imitam formações rochosas, piscinas privativas e amplas áreas verdes. As coberturas do Monolyt, por exemplo, oferecem metragem que varia de 410m² a 547m², com suítes amplas e decks com piscina privativa de frente para o mar.
“A qualidade de vida aqui vai além do luxo convencional. Nossos projetos são pensados para proporcionar bem-estar e conexão com a natureza. Desde materiais sustentáveis até espaços que promovem experiências únicas no dia a dia, a proposta é oferecer um estilo de vida sofisticado e equilibrado”, explica Bellini.
Além do Monolyt, outro projeto da Blue Heaven, assinado pelo arquiteto Márcio Kogan, será lançado na vizinha Praia do Estaleirinho. O residencial contará com apenas seis unidades exclusivas, feitas em madeira certificada e concreto ciclópico, buscando máxima integração com a paisagem local.
Futuro promissor para Estaleiro
Com a valorização acelerada e a busca crescente por exclusividade e natureza, Estaleiro se firma como um dos endereços mais cobiçados para empreendimentos de altíssimo luxo em Santa Catarina. Para Fabrício Bellini, a região ainda tem muito potencial a ser explorado. “Estamos apenas no começo. Estaleiro já se consolidou como destino para um público exigente, e os próximos anos prometem trazer projetos ainda mais sofisticados e inovadores”, assinala.
A tendência de moradias de alto padrão em locais preservados e sustentáveis segue forte, e Estaleiro está no centro dessa transformação. Com empreendimentos inovadores e um ambiente natural único, a região se posiciona como um dos principais refúgios de luxo do Brasil.
Entrevistado
Fabrício Bellini é corretor de imóveis com 25 anos de atuação no mercado imobiliário e CEO da Blue Heaven Empreendimentos.
Contato
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Simulação de Monte Carlo: técnica matemática permite previsão precisa de riscos e otimiza tomada de decisões no setor

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A gestão eficiente de projetos de infraestrutura depende de previsões precisas e controle de riscos. Um dos métodos existentes para garantir essa segurança é a Simulação de Monte Carlo, uma técnica matemática criada durante a Segunda Guerra Mundial para estimar probabilidades de eventos incertos.
Hoje, essa metodologia é amplamente utilizada para calcular riscos em projetos de grande porte, proporcionando uma gestão mais assertiva e confiável.
Como funciona a Simulação de Monte Carlo
A Simulação de Monte Carlo diferencia-se dos modelos tradicionais de previsão ao criar um padrão de possíveis resultados a partir de uma distribuição de probabilidade. “Diferente de um modelo determinístico, que fornece uma única estimativa, a Simulação de Monte Carlo gera diversas possibilidades com probabilidades associadas, permitindo uma análise mais realista dos riscos envolvidos”, explica Mauro Santos Arruda, engenheiro e sócio da TECH 4D Engenharia de Valor.
O processo funciona por meio da repetição de cálculos, utilizando valores aleatórios dentro de intervalos definidos. Dessa forma, o modelo simula milhares de cenários possíveis, oferecendo uma distribuição de probabilidades sobre os possíveis desdobramentos do projeto. “Isso permite que gestores tomem decisões com base em estatísticas concretas, reduzindo a margem de erro e otimizando recursos”, complementa Arruda.
Aplicabilidade na infraestrutura
No setor de infraestrutura, a técnica de Monte Carlo é fundamental para a análise de riscos e planejamento. Projetos dessa natureza envolvem muitas variáveis incontroláveis, como condições climáticas, disponibilidade de materiais e fatores econômicos. “Com a Simulação de Monte Carlo, conseguimos prever impactos dessas variáveis e planejar a melhor resposta para cada cenário”, destaca o engenheiro.
Outro grande diferencial da técnica é a possibilidade de ajustar cronogramas e orçamentos de maneira mais precisa. “Estudos apontam que 29% dos projetos falham devido a riscos mal definidos e 25% devido a estimativas de tempo imprecisas. A Simulação de Monte Carlo ajuda a mitigar esses problemas ao calcular diferentes possibilidades e identificar riscos potenciais com antecedência”, enfatiza Arruda.
Comparativo com métodos tradicionais
Métodos convencionais de previsão utilizam estimativas fixas, o que pode gerar erros significativos caso ocorram variações inesperadas. Já a Simulação de Monte Carlo leva em consideração um grande número de variáveis e incertezas, fornecendo um resultado muito mais realista. "Com essa abordagem, conseguimos prever impactos financeiros e operacionais antes mesmo do início do projeto, reduzindo perdas e melhorando a eficiência geral", explica o especialista. Pela TECH 4D, já foram realizados muitos projetos de análise de riscos com Simulação de Monte Carlo, como para a BR-163 MT e Ponte Salvador-Itaparica.

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O futuro da técnica em grandes projetos
Com os avanços tecnológicos, a Simulação de Monte Carlo está cada vez mais integrada a softwares de gestão, tornando-se uma ferramenta essencial para o setor de infraestrutura. "A tendência é de que essa metodologia se torne padrão em todos os grandes projetos, garantindo maior previsibilidade e segurança para investidores e gestores”, conclui Arruda.
Diante dos desafios enfrentados pelos projetos de infraestrutura, contar com técnicas avançadas como a Simulação de Monte Carlo é um diferencial estratégico. A capacidade de prever riscos e otimizar recursos torna essa abordagem indispensável para garantir eficiência, sustentabilidade e rentabilidade nas construções de grande porte.
Entrevistado
Mauro Santos Arruda é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Mackenzie, possui sólida experiência nas áreas de engenharia, planejamento, suprimentos, gestão de contratos e propostas técnicas e comerciais em empresas do segmento da construção civil. Atualmente, é sócio da TECH 4D Engenharia de Valor.
Contato
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Vendas de cimento fecham 2024 em alta com crescimento de 3,9% e prevê expectativas otimistas para 2025
A projeção para 2025 é de um crescimento mais modesto, estimado em cerca de 1%, segundo o SNIC. “Apesar das incertezas fiscais e do impacto da taxa Selic sobre os financiamentos, há expectativas positivas com investimentos em infraestrutura e novos projetos de saneamento e mobilidade urbana”, afirma Penna.
O setor aposta em soluções inovadoras para impulsionar o crescimento, como o sistema construtivo Paredes de Concreto, que permite uma construção até três vezes mais rápida do que os métodos tradicionais.)

Crédito: Envato
O setor de cimento no Brasil encerrou 2024 com um crescimento de 3,9%, atingindo um total de 64,7 milhões de toneladas vendidas. O resultado representa uma recuperação após dois anos consecutivos de retração e reflete o impacto positivo de fatores como a expansão do mercado imobiliário, a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida e a melhoria do mercado de trabalho.
Após quedas de 2,8% em 2022 e 0,89% em 2023, a indústria do cimento conseguiu reverter o cenário negativo, registrando um aumento significativo nas vendas. “Esse crescimento se deve principalmente à melhora na renda da população e ao aquecimento do setor imobiliário. O Programa Minha Casa, Minha Vida teve um papel importante nesse cenário, com um aumento de 44,2% nos lançamentos e 43,3% nas vendas de unidades habitacionais em 2024”, explica Paulo Camillo Penna, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).
Embora o setor tenha apresentado resultados positivos, desafios como o alto custo da mão de obra, taxas de juros elevadas e o endividamento das famílias ainda impactam a sustentabilidade desse crescimento. “A falta de trabalhadores qualificados tem elevado os salários, pressionando a inflação e os preços dos imóveis. Além disso, o aumento da inadimplência e a escassez de crédito imobiliário são fatores que devem ser monitorados para 2025”, acrescenta Penna.
Perspectivas para 2025
A projeção para 2025 é de um crescimento mais modesto, estimado em cerca de 1%, segundo o SNIC. “Apesar das incertezas fiscais e do impacto da taxa Selic sobre os financiamentos, há expectativas positivas com investimentos em infraestrutura e novos projetos de saneamento e mobilidade urbana”, afirma Penna.
O setor aposta em soluções inovadoras para impulsionar o crescimento, como o sistema construtivo Paredes de Concreto, que permite uma construção até três vezes mais rápida do que os métodos tradicionais.
Além disso, o uso do pavimento rígido de concreto em rodovias tem ganhado destaque, oferecendo maior durabilidade e sustentabilidade para a infraestrutura nacional.
Outro fator que pode favorecer o setor é a retomada de concessões no saneamento básico, que deve gerar investimentos da ordem de R$ 72,4 bilhões em 2025. “O cimento é essencial para obras de infraestrutura e saneamento, e acreditamos que esses projetos trarão impactos positivos para a demanda”, destaca Penna.
Desempenho no início de 2025
O ano de 2025 começou com um desempenho promissor. Em janeiro, as vendas de cimento totalizaram 5,2 milhões de toneladas, um crescimento de 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Comparado a dezembro de 2024, houve um aumento de 10%. “Esse resultado reforça a resiliência do setor e indica um início de ano mais aquecido”, ressalta. Já em fevereiro de 2025, as vendas de cimento no Brasil aumentaram 7,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando 5,1 milhões de toneladas.
Entretanto, desafios como mudanças no financiamento habitacional e o ritmo de execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ainda geram incertezas. “Precisamos acompanhar como o governo irá conduzir esses investimentos para garantir que o setor continue avançando”, conclui o presidente do SNIC.
Com a expectativa de crescimento contínuo, embora em ritmo mais moderado, o setor de cimento segue atento às tendências econômicas e estruturais do país. O desempenho de 2025 dependerá não apenas da dinâmica do mercado imobiliário, mas também da capacidade de execução dos investimentos em infraestrutura e saneamento.
Entrevistado
Paulo Camillo Vargas Penna é graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUC-MG, MBA em Desenvolvimento de Projetos, é presidente executivo da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). Integrante de conselhos e fóruns empresariais no país e no exterior como membro do Fórum Nacional da Indústria (FNI) e Conselho de Infraestrutura da CNI, diretor eleito da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), membro do Conselho de Administração da Federação Interamericana de Cimento (FICEM) e integrante do Global Cement and Concrete Association (GCCA).
Contato (assessoria de imprensa)
daniela.nogueira@fsb.com.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Acessibilidade na hotelaria: prazo para adequação chegou ao fim e empreendimentos precisam se adaptar

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Os dados do Censo mostram que 9% da população brasileira possui alguma restrição moderada ou severa, e outros 15% apresentam mobilidade reduzida. "Se considerarmos amigos, familiares e colegas de trabalho, o impacto da acessibilidade se estende para um grupo ainda maior. E, com o envelhecimento da população, essa demanda só tende a crescer”, observa Elisa Prado de Assis, arquiteta e especialista em acessibilidade.
A Lei Brasileira de Inclusão reforça que o direito de ir e vir está diretamente ligado à acessibilidade, tornando essencial a eliminação de barreiras nos espaços urbanos e privados.
É por isso que em 3 de dezembro de 2024 encerrou-se o prazo para que hotéis, pousadas e similares se adequassem às normas de acessibilidade estabelecidas pelo Decreto Federal nº 11.303/2022.
A legislação, publicada em dezembro de 2022, alterou o Decreto nº 9.296/2018, prorrogando o período para adequação das hospedagens construídas até junho de 2004. Agora, os empreendimentos devem garantir pelo menos 10% de seus apartamentos preparados para receber pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
“A adequação não é apenas uma obrigação legal, mas um compromisso com a inclusão e o direito de todos ao turismo. A acessibilidade impacta diretamente na qualidade da experiência dos hóspedes e amplia o público potencial dos estabelecimentos”, destaca a arquiteta e urbanista Elisa Prado de Assis, especialista em acessibilidade.
Multas e penalidades
Os empreendimentos que não cumprirem as exigências estão sujeitos a sanções, que podem incluir multas e até a suspensão da licença de funcionamento. “O prazo para adequação foi extenso, o que possibilitou um planejamento adequado. Agora, se houver fiscalização e a não conformidade for constatada, o tempo para ajustes será curto e os custos mais elevados”, alerta Elisa.
A arquiteta reforça que acessibilidade vai muito além de adaptações físicas, englobando também recursos complementares, como cardápios em braile e cadeiras de banho.
A adoção de projetos acessíveis pelo setor da construção civil tem mais relação com a mudança cultural do que com os custos. “Ainda há uma visão equivocada de que pessoas com deficiência não são um público consumidor relevante. Isso é um erro. Esse grupo busca qualidade e boas oportunidades como qualquer outro cliente”, explica Elisa.
Residências acessíveis: um direito garantido desde 2018
Outra legislação fundamental para garantir acessibilidade na moradia é o Decreto Federal nº 9.451/2018, que obriga novos empreendimentos residenciais multifamiliares a oferecerem plantas adaptáveis para pessoas com deficiência. “As construtoras já estudam soluções para garantir acessibilidade, mas essa realidade ainda não está amplamente difundida”, analisa.
Muitos consumidores e empresas confundem a obrigatoriedade. Segundo a especialista, até o início da obra, o morador pode solicitar uma unidade acessível sem custos adicionais. Depois disso, a responsabilidade passa a ser do possuidor. “Isso significa que as edificações devem ser adaptáveis por toda sua vida útil, beneficiando não só pessoas com deficiência, mas também idosos e indivíduos que podem necessitar de acessibilidade em algum momento da vida”, complementa.
Como criar projetos acessíveis
Para garantir acessibilidade adequada, os profissionais da construção civil devem seguir normas técnicas e legislações pertinentes. “A interação com pessoas com deficiência é essencial para compreender as necessidades reais. A acessibilidade bem planejada gera conforto, segurança e autonomia para todos”, finaliza Elisa Prado de Assis.
Com um mercado cada vez mais atento à inclusão, investir em acessibilidade não é apenas uma exigência legal, mas uma estratégia inteligente para conquistar e fidelizar clientes.
Entrevistada
Elisa Prado de Assis é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pós-graduada em Tecnologia de Edificações para Engenheiros e Arquitetos pela POLI-USP e mestra pela FAU-USP com o tema "Acessibilidade nos bens culturais imóveis” (disponível em: http://bit.ly/1imrDRq). Participa da Comissão Permanente de Acessibilidade como representante do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Ministra cursos e palestras sobre acessibilidade e realiza consultorias e projetos, com o objetivo de garantir a plena acessibilidade nos espaços edificados.
Contato
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Jornalista responsável
Ana Carvalho
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Shoppings evoluem para centros de entretenimento e convivência

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O setor de shopping centers segue em expansão, com previsão de crescimento de 1,6% para 2025, alcançando faturamento de R$ 201,6 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Esse aumento ocorre após um avanço de 1,9% em 2024, quando a receita atingiu R$ 198,4 bilhões – o maior patamar desde o início da série histórica da entidade, em 2015. Diante desse cenário, como está a situação dos shopping centers no Brasil?
Para João Souza, empresário e referência no ramo imobiliário na Flórida, o mercado de shoppings no Brasil está vivendo um momento de reinvenção. “Em 2025, a tendência é que as experiências físicas e digitais se complementem cada vez mais, criando um ecossistema omnichannel. O consumidor de hoje (e, ainda mais, o de 2025) busca conveniência, experiências únicas e sustentabilidade. O que percebo é que os shoppings precisam ir além das compras. Eles têm que ser espaços de convivência, onde as pessoas possam se conectar, se divertir e viver momentos especiais”, afirma.
Celso Zaffarani, CEO da Zaffarani Construtora, concorda com essa visão: “O mercado de shoppings no Brasil está passando por um momento de transformação. O modelo tradicional, focado apenas em compras, está dando lugar a um conceito mais amplo de experiência e conveniência. O consumidor atual busca não apenas lojas, mas também entretenimento, lazer, gastronomia e serviços.”
O arquiteto Daniel Szego destaca que, antes voltados apenas para lojas e serviços, os shoppings agora investem cada vez mais em experiências. Essa transformação inclui espaços mais atraentes, com paisagismo, climatização adequada tanto em áreas internas quanto externas, fachadas e corredores mais sofisticados, além de um maior aproveitamento da luz natural. Outro diferencial são as praças internas, que oferecem uma gastronomia mais refinada, ampliando o conceito de lazer e conveniência.
Apostas para 2025
Souza menciona que, para 2025, as apostas são ainda mais ousadas. “Uma delas é a criação de arenas de e-sports e gaming, onde os fãs podem participar de competições e eventos interativos. A realidade mista (XR), que combina realidade aumentada e virtual, também está ganhando espaço nesse segmento. Imagine entrar em uma loja e usar óculos de realidade aumentada para experimentar roupas ou qualquer outro produto antes de comprar”, cita.
As infraestruturas "instagramáveis" também estão em alta nos shoppings. “Esses espaços são projetados para serem fotogênicos e compartilháveis nas redes sociais”, opina Souza.
Além dos tradicionais cinemas, muitos empreendimentos têm investido em teatros, ampliando as opções culturais e atraindo um público que busca experiências além das compras. “Exposições imersivas e interativas em 3D também estão ganhando espaço, tornando os shoppings centros de inovação e cultura”, aponta Zaffarani. - Retiraria estes parágrafos em verde até aqui, creio que são informações que geram menos impacto/relevância.
Shoppings híbridos
De acordo com Souza, uma tendência forte são os shoppings híbridos, que combinam áreas residenciais, coworkings e até hotéis. “Essa é uma forma de maximizar o uso do espaço urbano e de criar verdadeiros pontos de conexão nas cidades”, pontua.
Tendências e técnicas construtivas
De acordo com Zaffarani, as técnicas construtivas estão evoluindo para garantir maior eficiência operacional, flexibilidade e modernização dos espaços. “O uso de estruturas metálicas e sistemas industrializados, como o Light Steel Frame, tem sido uma tendência para garantir velocidade e qualidade nas obras. Além disso, os pré-moldados em concreto vêm se destacando, especialmente em fachadas, permitindo acabamentos mais sofisticados e diferenciados, tornando o visual dos shoppings muito mais atrativo”, destaca.
“A tecnologia sustentável na obra é fundamental, e o entulho, além de não ser sustentável, ficou caro. Por isso, todos estão buscando métodos construtivos que gerem menos resíduo. A ideia é que os projetos sejam definidos com antecedência para evitar adaptações no canteiro de obras, que têm um custo elevado. Além disso, canteiros de obras que podem ser reaproveitados ou desmontados também contribuem para a sustentabilidade da obra”, afirma Szego.
Szego também acredita que a tecnologia nos shoppings está presente em todos os aspectos agora, desde a construção mais rápida e modular até a infraestrutura mais fácil de ser adaptada. Ao contrário do que acontecia antigamente, quando apenas algumas áreas do shopping tinham esgoto, hoje é possível instalar um cabeleireiro, restaurante ou sorveteria com a ajuda de softwares ou métodos construtivos, ampliando essas áreas e tipos de comércio”, explica.
Zaffarani também aponta que outra grande tendência é a aposta em centros comerciais menores, com uma proposta mais acolhedora.
Sustentabilidade
A sustentabilidade é um fator cada vez mais presente nos novos projetos de shopping centers. “Na fase de construção, há um esforço crescente para obter certificações ambientais, como o Green Building e o Aqua Certificate, que garantem que o empreendimento atenda a padrões rigorosos de eficiência energética, gestão de resíduos e uso racional de recursos naturais”, afirma Zaffarani.
Em termos de tendências de técnicas construtivas e arquitetônicas, Souza cita os biossistemas integrados, nos quais a tecnologia simula e integra sistemas naturais, como o reaproveitamento total da água e a ventilação natural dinâmica. “Muitos shoppings estão mirando a energia limpa total, com o objetivo de operar 100% com fontes renováveis até 2025. Isso não só reduz custos, mas também gera um impacto positivo no meio ambiente e perante a comunidade”, comenta.
A questão da recirculação e reuso da água também tem sido uma prioridade. “Muitos shoppings já adotam sistemas de reuso de água para as bacias sanitárias, reduzindo significativamente o consumo hídrico e o impacto ambiental da operação. Essa estratégia, combinada com a captação de água da chuva, otimiza ainda mais o uso dos recursos hídricos”, destaca Zaffarani.
No quesito eficiência energética, há uma grande evolução no uso de sistemas de iluminação em LED, que reduzem o consumo elétrico e a necessidade de manutenção. “Além disso, os novos empreendimentos estão investindo em sistemas de ar-condicionado mais sofisticados, que demandam menos energia para manter o conforto térmico dos ambientes, gerando economia a longo prazo”, aponta Zaffarani.
Souza também cita iniciativas de economia circular, nas quais o shopping incentiva os consumidores a reciclarem produtos, como roupas e eletrônicos, diretamente no local. Outra tendência é a agricultura urbana, com hortas comunitárias integradas aos espaços dos shoppings. “E não podemos esquecer da neutralidade de carbono. Muitos shoppings estão adotando metas ambiciosas para zerar as emissões em toda a cadeia produtiva”, expõe.
Além disso, muitos desses projetos também estão sendo desenvolvidos com um conceito mais aberto e sustentável. “Eles utilizam ventilação natural e grandes áreas verdes, aproximando a experiência dos consumidores da ideia de uma rua comercial ao ar livre”, aposta Zaffarani.
Entrevistados
João Souza cursou Administração de Empresas na Universidade de Fortaleza (Unifor), possui MBA em Empreendedorismo, Gestão e Inovação Pública e Privada; e em Gestão de Pessoas e Liderança para a Inovação. É empresário e diretor-presidente de uma holding que abarca mais de 30 empresas que operam, em diferentes ramos, nos Estados Unidos. O carro-chefe do conglomerado é a 4 Hands Real Estate, da qual Souza é fundador e que o fez se tornar um dos principais nomes do mercado imobiliário americano. Atualmente, a empresa lidera a construção do Absolut One, o maior prédio de Miami, com 84 andares.
Daniel Szego é proprietário do escritório Daniel Szego Arquitetura, que oferece um portfólio variado de projetos residenciais, comerciais e industriais, além de gestão de obras. O arquiteto é conhecido por sua longa experiência no mercado e pela habilidade de conciliar boa arquitetura, comprometimento e experiência em obras com modernidade, inovação, sustentabilidade e segurança na execução.
Celso Zaffarani é CEO da Zaffarani Construtora, uma empresa especializada no desenvolvimento de empreendimentos de alto padrão, com um olhar inovador para o mercado imobiliário de luxo. Com expertise em projetos diferenciados, a construtora tem acompanhado de perto a transformação dos shoppings centers em hubs multifuncionais, um fenômeno que tem impactado diretamente a valorização imobiliária em seu entorno.
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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Ponte da Lagoa da Conceição: um marco na infraestrutura de Florianópolis vai favorecer transporte náutico e turismo

A construção da nova ponte da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, representa um avanço significativo na infraestrutura urbana da cidade. Com 214 metros de extensão e 17 metros de largura, a obra não apenas otimiza o fluxo de veículos e pedestres, mas também amplia a circulação de embarcações na região, proporcionando melhorias tanto para o trânsito quanto para o turismo e o meio ambiente.
A nova ponte foi projetada para substituir a estrutura anterior, que se encontra desgastada e insuficiente para a demanda crescente da região. Diferente da antiga travessia, que permitia apenas embarcações de até três metros de altura, a nova ponte conta com um vão livre de 30 metros e altura de passagem de até sete metros, favorecendo o transporte lacustre e o turismo náutico.
Segundo Tiago José Schmitt, fiscal da obra e engenheiro civil da Secretaria de Infraestrutura de Florianópolis, a escolha do concreto armado moldado in loco foi fundamental para garantir durabilidade e segurança. “A ponte tem um formato curvo, o que impossibilitava a utilização de pré-moldados. Esse método de construção permitiu um ajuste mais preciso ao projeto, garantindo maior estabilidade estrutural", explica Schmitt.
A Concrebras, empresa do grupo Itambé, foi responsável pelo fornecimento de concreto para a obra. Jair Schwanck Esteves, coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras, revela os desafios dessa obra, que deve se tornar um dos marcos da região de Florianópolis.
“No ambiente marinho, existem alguns agentes que podem comprometer a durabilidade e a vida útil das estruturas em concreto, como respingos de maré que contêm principalmente cloretos, entre outros. Devido a esses fatores, a composição da mistura do concreto foi dimensionada para atender aos requisitos da classe IV de agressividade ambiental da ABNT NBR 6118, com alto risco de deterioração da estrutura, sendo dimensionado com uma relação de água/cimento de 0,45 e fck 40,0”, relata.
Além dos aspectos técnicos, ele aponta que a logística também é complexa. Para chegar à obra, por exemplo, o trajeto mais curto é pelo morro da Lagoa da Conceição, que possui capacidade de carga limitada e trechos sinuosos. “Diante disso, optou-se pelo trajeto mais distante, que leva aproximadamente uma hora e meia para ser percorrido. Neste cenário, empregaram-se aditivos de alta performance para garantir a manutenção da trabalhabilidade do concreto e a durabilidade no estado endurecido”, conta.
A ponte da Lagoa da Conceição é um marco para região Leste de Florianópolis, onde a Concrebras atendeu todas as especificações técnicas e operacionais para entregar uma estrutura diferenciada e durável. “Até o momento, o volume de concreto aplicado é de 3.316 m³”.

Infraestrutura moderna e acessibilidade
A nova ponte não beneficia apenas os motoristas, mas também pedestres e ciclistas. O projeto inclui duas faixas de rolamento de 3,5 metros de largura, passeios laterais de 2,5 metros e uma ciclovia bidirecional de 2,8 metros. “A estrutura foi planejada para integrar os diferentes modais de transporte, conectando a ciclovia da Avenida das Rendeiras às vias que levam ao Terminal da Lagoa”, detalha Schmitt.
Outro diferencial é a ampliação da oxigenação entre a Lagoa da Conceição e a Lagoa Pequena, favorecendo a qualidade ambiental da região. "Com a nova ponte, teremos uma melhoria na circulação da água, ajudando na preservação do ecossistema", afirma o engenheiro.
Revitalização do entorno
As melhorias não se limitam à ponte. A Prefeitura de Florianópolis também investe na revitalização do entorno, incluindo a implantação de praças e de um novo boulevard. No Centrinho da Lagoa, uma nova praça de 650 metros quadrados está sendo construída, equipada com bancos, mesas, paisagismo remodelado e iluminação aprimorada.
O trapiche do Terminal Lacustre Ruth Bastos de Oliveira também está sendo reformado para proporcionar melhor acesso às embarcações que fazem a ligação entre o Centrinho e a Costa da Lagoa. "A revitalização do entorno da ponte é um complemento essencial, tornando a região mais acessível, segura e bonita para moradores e turistas", ressalta Schmitt.
Andamento das obras e previsão de entrega
As obras, iniciadas em março de 2023, estão em ritmo avançado. A primeira etapa da ponte já conta com tabuleiro quase concluído, enquanto as fases seguintes estão em processo de concretagem das vigas e da laje superior. De acordo com a Prefeitura, a previsão é de que a estrutura de concreto esteja finalizada até o aniversário da cidade, em 23 de março de 2025.
A abertura parcial ao tráfego está prevista para abril, permitindo a construção das cabeceiras e do sistema viário de acesso. Já a liberação total da travessia deve acontecer em maio, com asfaltamento e sinalização realizados simultaneamente.
Com um investimento de R$ 53 milhões, a nova ponte da Lagoa da Conceição não apenas moderniza a infraestrutura da cidade, mas também impulsiona o turismo, a mobilidade e a qualidade de vida da população. "Essa é uma obra estratégica para Florianópolis, que vai trazer benefícios a longo prazo para moradores e visitantes", conclui Schmitt.
Entrevistados
Tiago José Schmitt é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e atualmente é Fiscal da Obra da Ponte da Lagoa da Conceição pela Secretaria de Infraestrutura e Manutenção da Cidade de Florianópolis.
Jair Schwanck Esteves é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), pós-graduado em Auditoria, Avaliações e Perícias em Engenharia (IPOG) e coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras.
Contatos
tiago.smi@pmf.sc.gov.br
jair.esteves@concrebras.com.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Justiça de SP suspende e retoma mapa do zoneamento da capital
O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar suspendendo a aplicação do mapa de zoneamento da capital, legislação sancionada em 2024. A decisão do desembargador relator Nuevo Campos, divulgada em 14 de janeiro, atendeu a um pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo. No entanto, em 28 de janeiro, a Justiça restabeleceu as regras aprovadas em 2024.
O mapa estabelece os parâmetros para construções e determina quais atividades são permitidas em cada área da cidade. A lei passou por uma revisão em julho de 2024 e sofreu mudanças no final do ano. A decisão de suspender o mapa foi uma resposta a uma ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Ministério Público de São Paulo, originada a partir de um pedido da Associação dos Amigos do Alto de Pinheiros.

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Para solicitar a suspensão do mapa de zoneamento, o MP argumentou que a emenda parlamentar que originou o artigo 84 da Lei de Zoneamento — que trata do mapa — modificou a legislação sem a devida consulta pública ou planejamento técnico. Além disso, o órgão apontou a violação dos princípios da impessoalidade, moralidade, segurança jurídica e fundamentação. No entanto, em seguida, o desembargador atendeu ao pedido da prefeitura para rever a decisão parcialmente e suspendeu apenas as mudanças feitas no Alto de Pinheiros.
No bairro, a legislação alterou a classificação da Marginal Pinheiros no trecho entre as avenidas Arruda Botelho e Frederico Hermann Jr. Antes da mudança, essa área era considerada uma Zona Corredor, permitindo apenas edificações baixas e atividades comerciais limitadas para preservar o caráter estritamente residencial da região. Com a nova regra, a área foi transformada em uma zona de centralidade, possibilitando a construção de prédios de até 48 metros de altura.
De acordo com o arquiteto Lucas Chiconi Balteiro, a motivação partiu da tentativa de alteração de áreas demarcadas como Zona Exclusivamente Residencial (ZER) no Alto de Pinheiros, zona oeste da cidade. “Acredito que seja delicado afirmar que houve falta de planejamento técnico, uma vez que a Secretaria de Urbanismo e Licenciamento conta com muitos profissionais com diferentes especializações. No entanto, esses trabalhos técnicos estão sujeitos às decisões políticas que os sobrepõem. Portanto, é importante compreender que a técnica está subordinada ao caráter político e ideológico dos processos deliberativos dos poderes Executivo e Legislativo”, justifica.
Balteiro também aponta que a participação popular é uma fraqueza frequente do planejamento e da política urbana em geral. “Embora seja garantida em lei, não há método ou fórmula mágica que consiga intervir nas desigualdades da estrutura social brasileira. Isso significa que, infelizmente, setores já muito privilegiados tendem a dominar o processo participativo, seja por meio de organizações de bairros abastados, seja pelas empresas do próprio setor imobiliário, que já contam com devidas representações institucionais, seja pela organização de audiências públicas e oficinas participativas que, em muitos casos, não atendem às dinâmicas cotidianas de parte considerável da população, sobretudo no que se refere aos horários e locais de realização. A somatória de todas essas variáveis acaba resultando em um processo de elaboração e/ou revisão que é desigual do início ao fim”, comenta.
Desdobramentos e consequências
De acordo com Balteiro, é difícil afirmar desdobramentos concretos. “Acredito que a prefeitura irá reavaliar algumas políticas e dar visibilidade a projetos urbanos que estão sendo debatidos e aplicados, de forma paralela ao marco regulatório (plano diretor e zoneamento). Em perspectiva histórica, sempre houve polêmicas em torno da construção dessas leis, sobretudo por tudo o que elas influenciam em termos de interesses coletivos e particulares no município, abrindo espaço para disputas de toda ordem, mesmo que em caráter democrático. Vale dizer que o próprio zoneamento, como o conhecemos, surgiu na lei de 1972 por meio da criação da Z1, atualmente denominada ZER, com o objetivo de garantir os bairros-jardins exclusivamente residenciais das elites paulistanas, concentrados nos arredores do Rio Pinheiros e do espigão da Avenida Paulista. Desse modo, é necessário compreender essas nuances sociais e econômicas que envolvem a legislação”, explica o arquiteto.
As consequências afetam principalmente os projetos já aprovados pela prefeitura, que foram analisados com base na última revisão cujo mapa foi suspenso, segundo Balteiro. “A cidade já é um espaço de múltiplas temporalidades, onde diferentes legislações são aplicadas simultaneamente, como demonstra o próprio instrumento do Direito de Protocolo, que garante a avaliação e aprovação de um empreendimento conforme a lei vigente no momento do protocolo na prefeitura. No entanto, com a cessação de uma lei recentemente aprovada devido à suspensão do mapa, há uma tendência de que o mercado interprete a situação como insegurança jurídica, gerando receio em toda a cadeia produtiva da indústria imobiliária”, afirma.
Em síntese, Balteiro acredita que uma suspensão desse tipo provoca desconfiança por parte da população e de toda a cadeia de trabalho, além de impactar as relações políticas e sociais.
“O problema, a meu ver, não se trata da última revisão isoladamente, mas de todas as revisões anteriores que, por falhas persistentes, resultaram na aprovação de uma lei pouco consistente, baseada em revisão, revisão da revisão e mini-revisão. Não é novidade que temos visto uma série de contradições no planejamento nos últimos anos, sobretudo pela intensa construção de edifícios altos ao longo dos eixos de transporte, sem que isso garanta um enfrentamento real das desigualdades. Além disso, o incentivo ao adensamento nos eixos tem sido utilizado como argumento contrário à preservação de espaços de memória que podem ser relevantes para o patrimônio cultural e ambiental do município. Essas discussões têm sido promovidas por diferentes instituições de ensino superior e pesquisa, como foi o caso dos Fóruns SP 21 e SP 22/23, que tiveram como premissa debater justamente as revisões da legislação urbanística municipal. Ao fim e ao cabo, os mapas da lei, que são instrumentos imprescindíveis para sua aplicação, quando não produzidos de modo transparente e eficiente, tendem a impactar negativamente todo o processo. Foi o caso de vereadores que chegaram a produzir seus próprios mapas para influenciar a revisão do zoneamento”, conclui Balteiro.
Entrevistado
Lucas Chiconi Balteiro é mestrando na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). É arquiteto e urbanista pelo Centro Universitário FIAM FAAM e membro dos grupos de pesquisa Cultura, Arquitetura e Cidade na América Latina - CACAL (FAU/USP) e Cidade, Arquitetura e Preservação em Perspectiva Histórica - CAPPH (EFLCH/UNIFESP). Tem experiência em planejamento urbano e patrimônio cultural, com atuações nos setores público e privado.
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Concretagem em clima quente: desafios e soluções para garantir a qualidade e durabilidade das estruturas

Crédito: Divulgação/Pasqualotto & GT
O trabalho com o concreto em localidades onde as temperaturas são muito elevadas traz vários desafios. Isso porque as altas temperaturas afetam diretamente a composição, o lançamento e a cura do concreto, podendo prejudicar a qualidade e a resistência do produto final.
Por isso, a concretagem em clima quente exige planejamento e soluções técnicas para garantir a qualidade e a durabilidade das estruturas. Com o aumento das temperaturas, as condições ambientais podem comprometer o desempenho do concreto, tornando essencial a adoção de estratégias específicas.
Segundo Jair Schwanck Esteves, coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras, o calor pode afetar o concreto de diferentes formas. “A influência da temperatura no concreto pode ter origem tanto interna quanto externa. Internamente, é gerado o processo de hidratação do cimento, resultando em variações volumétricas desde a fase inicial de cura até o equilíbrio térmico com o ambiente. Externamente, fatores como temperatura elevada, baixa umidade do ar e ação do vento podem intensificar a retração do concreto”, detalha. Esses elementos podem comprometer a resistência e durabilidade da estrutura se não forem controlados corretamente.
Uso do gelo como solução térmica
Uma estratégia eficaz para combater os efeitos das altas temperaturas na concretagem é a utilização de gelo. O resfriamento do concreto fresco reduz os picos térmicos e minimiza riscos de fissuração. "O gelo é uma ferramenta eficaz para reduzir os efeitos do calor, especialmente em estruturas mais espessas, como blocos de fundação, pilares e vigas de transição", afirma Esteves.
Esse método é amplamente utilizado em grandes obras, onde o controle térmico é essencial para manter a qualidade do concreto. Na concretagem do Edifício Marena, por exemplo, para diminuir os efeitos térmicos, foram utilizados gelo, cimento Portland de baixo calor de hidratação, aditivos redutores de água de alta performance e aditivos de controle de hidratação.
A elevação da temperatura interna do concreto acima de determinados limites pode gerar o fenômeno da DEF (Delayed Ettringite Formation - Formação de Etringita Tardia), um composto secundário da hidratação do cimento com capacidade potencial de expansão volumétrica. Isso poderia comprometer a durabilidade e a estabilidade da fundação sob certas condições ao longo do tempo.
Monitoramento da temperatura durante a concretagem
O controle da temperatura não se restringe apenas à preparação do concreto, mas também ao monitoramento durante sua aplicação. "Para blocos de fundação, as temperaturas são previamente estimadas pelo Método dos Elementos Finitos", explica Esteves.
Durante a execução, sensores chamados termopares são instalados no interior do concreto para monitorar variações térmicas e evitar que o calor excessivo comprometa a estrutura.
O planejamento de uma concretagem em condições climáticas adversas deve ser minucioso. A logística inclui a definição das datas de concretagem e a contratação de empresas especializadas no fornecimento de gelo, garantindo o suprimento necessário ao longo da obra. "Dependendo do porte da construção, a concretagem pode durar uma semana, exigindo um abastecimento contínuo", ressalta Esteves.
Casos desafiadores e a expertise da Concrebras
A experiência técnica é um fator determinante para o sucesso de projetos em clima quente. A Concrebras tem expertise comprovada em obras de grande porte, garantindo a aplicação de concreto de alta qualidade.
Um exemplo disso foi a concretagem do bloco de fundação do empreendimento Vitra by Pininfarina, da construtora Pasqualotto & GT Empreendimentos. "Foram utilizados 4.632 m³ de concreto, cerca de 579 caminhões betoneira e aproximadamente 465.000 kg de gelo para um concreto autoadensável com resistência de 50,0 MPa", destaca Esteves.
Leia também: Controle de picos térmicos e lançamento do concreto foram desafios na concretagem do edifício One Tower
Isso demonstra que a concretagem em clima quente exige medidas estratégicas para evitar comprometimentos na estrutura final. O controle da temperatura, o uso de gelo e o monitoramento constante são fundamentais para garantir a integridade do concreto. Com planejamento e expertise técnica, é possível realizar obras de alto padrão mesmo sob condições climáticas desafiadoras.
Entrevistado
Jair Schwanck Esteves é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), pós-graduado em Auditoria, Avaliações e Perícias em Engenharia (IPOG) e coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras.
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Tendência de ficar em casa transforma arquitetura dos empreendimentos

Crédito: Divulgação/Blue Heaven
Um estudo recente publicado no The Journal of the American Association revelou que, embora tenha havido uma leve recuperação entre 2021 e 2022, o tempo dedicado a atividades fora de casa diminuiu significativamente em 2023, com uma redução de 53 minutos diários em comparação a 2019, período pré-pandemia, entre os americanos. Aqui no Brasil, o percentual de brasileiros que trabalham em seu domicílio de residência é de 8,3% do total, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Em 2019, antes da pandemia, este percentual era de 5,8%. Diante deste cenário, como o home office vem impactando a construção de novos imóveis?
Contato com a natureza
Para Fabricio Bellini, diretor da Blue Heaven Empreendimentos, uma das principais tendências é um maior contato com a natureza. “Eu diria que no Brasil temos uma tela viva, uma conexão direta com a natureza, que já faz parte do nosso ambiente e da nossa origem. Sempre moramos em casas, com essa relação direta com o espaço ao redor. Os apartamentos surgiram depois, por questões de mobilidade e praticidade, mas a essência de viver em um ambiente onde você pode estar em contato com a natureza e sentir que está em uma verdadeira casa nunca deixou de existir. Hoje, após tantas mudanças que vivemos nos últimos anos, as pessoas passaram a valorizar mais essa possibilidade de ter um ambiente que proporcione bem-estar, seja em casa ou no trabalho”, comenta Bellini.
E isso também se reflete nos projetos, pois uma das tendências mais fortes na arquitetura atualmente é o retorno às nossas origens, à simplicidade genuína. “A ideia de voltar ao primitivo, ao que é essencial e verdadeiro, tem sido cada vez mais valorizada. A arquitetura tem se voltado para esse resgate da essência, buscando criar espaços que verdadeiramente conectem as pessoas ao seu ambiente de forma simples, mas autêntica”, afirma Bellini.

Crédito: Divulgação/Blue Heaven
Mudança no ambiente de trabalho
Esse conceito de ambiente de trabalho também tem mudado. “Estamos repensando a ideia do escritório como um lugar pesado e desconfortável e tentando transformá-lo em um espaço mais agradável, porque passamos a maior parte do tempo entre nossa casa e nosso trabalho. A qualidade de vida precisa estar presente em ambos os lugares, para que possamos realmente usufruir deles de forma plena”, explica o diretor da Blue Heaven Empreendimentos.
Apesar de uma parte das pessoas já ter voltado ao trabalho presencial, o conceito de ter um espaço dedicado em casa para atividades como estudos ou até mesmo para algumas demandas profissionais ainda é muito valorizado. “Não se trata apenas de ter um local para trabalhar, mas de ter um ambiente agradável, que proporcione conforto e bem-estar. No nosso caso, além de oferecer a opção de home office dentro do apartamento, também incluímos um escritório de uso dos moradores. Acredito que o home office tem um caráter mais pessoal, voltado para as necessidades e atividades individuais de cada um. Embora as pessoas tentem se desconectar do trabalho, é quase impossível não trazer um pouco dele para dentro de casa, principalmente com a rotina moderna”, expõe Bellini.
Bellini acredita que o escritório de uso dos moradores serve para situações mais profissionais. “Por exemplo, se eu preciso fazer uma reunião ou atender alguém, posso fazê-lo nesse espaço, sem a necessidade de levar a pessoa para minha casa. Isso permite que eu mantenha a minha privacidade enquanto ainda consigo atender demandas externas de forma prática e confortável. Esses dois espaços — o home office para minhas atividades pessoais e o escritório para atender outras pessoas — oferecem flexibilidade e a possibilidade de trabalhar de maneira mais equilibrada entre o ambiente doméstico e o profissional”, comenta.

Crédito: Divulgação/Blue Heaven
Mais espaço
O diretor da Blue Heaven Empreendimentos destaca que hoje há uma busca crescente por casas maiores, especialmente após a pandemia. “As pessoas têm valorizado mais o espaço, e a casa, em sua maioria, é grande. Um exemplo claro disso é a procura por suítes amplas e salas confortáveis, pois esses são os ambientes mais usados no dia a dia, com destaque para a suíte master. Isso se torna um grande diferencial para os clientes, que buscam espaços mais generosos para o convívio. Tenho um exemplo de um cliente que mora em uma cobertura triplex com sua esposa e filha. E esse tipo de situação não é isolado. Conheço empreendimentos em Curitiba, por exemplo, onde há apartamentos de 800 metros quadrados, e, ao visitá-los, nos surpreendemos ao saber que moram lá apenas o casal e um filho. Isso mostra que as pessoas realmente gostam de ter mais espaço, o que, sem dúvida, traz muito conforto, especialmente para quem gosta de receber amigos e familiares. Esse é um dos principais motivos pelo qual as pessoas têm buscado imóveis com mais amplitude”, aponta.
Entrevistado
Fabrício Bellini é diretor da Blue Heaven Empreendimentos e especialista em mercado imobiliário com mais de 20 anos de experiência.
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Governo anuncia investimento de R$ 4,5 bilhões para rotas do agronegócio

Créditos: Divulgação/DNIT
O Ministério dos Transportes anunciou um investimento de R$ 4,5 bilhões em medidas para escoamento da safra de grãos de 2024/2025. Este valor deve ser aplicado para reduzir os custos logísticos e fortalecer a competitividade do Brasil no mercado agrícola internacional. A previsão é que a produção agrícola brasileira em 2025 chegue a 322,47 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento de 8,3% em relação à safra anterior.
Obras a serem feitas
Dentre as obras previstas, segundo o Ministério dos Transportes, estão:
- Restauração da BR-135/MA (em concreto), ligando São Mateus a Miranda do Norte;
- Construção do Ponto de Parada e Descanso de Novo Progresso, na BR-163/PA;
- Duplicação da BR-163/MT, entre Diamantino e Nova Mutum;
- Restauração da BR-158/PA, em Redenção (PA);
- Construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT).
Investimento por regiões
No documento “Medidas para Escoamento da Safra de Grãos 2025”, publicado pelo Ministério dos Transportes, foi considerada uma divisão dos fluxos da seguinte forma:
- Arco Norte: compreende os corredores BR-163, BR-135, BR-364, BR-242 e BR-155/158/FNS/EFC.
- Corredor Sul-Sudeste: BR-153/365/MG, BR-163/PR, BR-050/GO, BR-470/SC, BR-116/RS e FICO.
No Arco Norte, deve acontecer uma ampliação dos Investimentos de R$ 2 bi (2024) para R$ 2,6 bi. No Corredor Sul-Sudeste, o aumento será de R$ 1,6 bi (2024) para R$ 1,9 bi.
“O centro gravitacional da produção agrícola mudou, saiu do Sul e migrou para o Mato Grosso, a infraestrutura precisou ser toda deslocada”, afirmou Renan Filho, ministro dos Transportes.
Leilões
Com o objetivo de aprimorar a infraestrutura de escoamento, o Ministério dos Transportes prevê realizar, em 2025, nove leilões voltados a corredores rodoviários estratégicos, abrangendo 5.517 quilômetros de melhorias e investimentos estimados em R$ 91,4 bilhões. Paralelamente, está planejada a concessão de 1.708 quilômetros de ferrovias, com aportes de R$ 99,7 bilhões, reforçando a competitividade do transporte de cargas no país.
Programa de Parcerias de Investimentos em São Paulo
Ao mesmo tempo em que o governo federal faz este movimento para melhorar a infraestrutura das rodovias ligadas ao agronegócio nacional, o governo do Estado de São Paulo instituiu o Programa de Parceria de Investimentos (PPI-SP), por meio do decreto 67.443. O objetivo principal do PPI-SP é ampliar as oportunidades de investimento, emprego, desenvolvimento socioeconômico, tecnológico, ambiental e industrial de São Paulo.
Fortalecer a integração dos meios de transporte é um dos objetivos do programa. Um dos exemplos disso é a Rodovia Raposo Tavares (SP-270), que tem servido como um novo corredor logístico para o escoamento da produção agroindustrial do Estado e do Centro Oeste. Com a concessão do Lote Paranapanema, que compreende o trecho entre Itapetininga e Ourinhos, toda a SP-270 estará duplicada, o que oferecerá segurança e fluidez ao longo de toda a rodovia, da divisa com o Mato Grosso do Sul à Região Metropolitana.
Além da Raposo Tavares, outras rodovias fazem parte do PPI-SP:
- Rota Sorocabana;
- Túnel imerso Santos-Guarujá;
- Lote Paranapanema;
- Circuito das Águas;
- Rota Mogiana;
- Lote Litoral Norte;
- Lote Litoral Paulista.
A carteira de projetos deste eixo conta com 7 projetos e investimento estimado em R$ 35,4 bilhões.
Fonte
Ministério dos Transportes
Programa de Parceria de Investimentos (PPI-SP)
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