Pesquisa usa bauxita para criar cimento de baixo carbono

Bauxita extraída no Pará deixa 500 mil toneladas por ano de resíduos. Objetivo é usar rejeitos na composição de Cimento Portland Crédito: Hydro
Bauxita extraída no Pará deixa 500 mil toneladas por ano de resíduos. Objetivo é usar rejeitos na composição de Cimento Portland
Crédito: Hydr

A Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com empresas norueguesas, começou a pesquisar como produzir Cimento Portland de baixo carbono utilizando resíduos de bauxita. O mineral é a matéria-prima do alumínio e as indústrias instaladas no Pará geram 500 mil toneladas por ano de resíduos.

Segundo o professor-doutor Márcio Barata, da área de geologia da UFPA, o objetivo é substituir 35% do calcário pela bauxita na composição do cimento. Com esse percentual, os pesquisadores estimam que a produção de um saco de 50 quilos vai lançar na atmosfera metade do CO2 emitido por um saco de cimento convencional. “Além de liberar menos CO2, temos a expectativa de que o produto terá alta resistência e durabilidade”, diz Barata.

A pesquisa está prevista para durar 18 meses, e o início dos trabalhos vai ocorrer a partir de agosto de 2020. De acordo com o professor-doutor Márcio Barata, o estudo não é apenas tecnológico, mas também de alcance ambiental e econômico. Como a região gera um grande volume de resíduos de bauxita, a projeção é que se possa produzir Cimento Portland com um custo 10% a 15% inferior à média da região norte do Brasil.

A coordenação do estudo será do Laboratório de Tecnologia das Construções da UFPA e envolve outros cinco pesquisadores noruegueses. Essa parceria da Universidade Federal do Pará com os noruegueses vem desde 2013, e nasceu no acordo batizado de Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega (BRC). Também participam a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a Universidade de Oslo. 

Sob o ponto de vista ambiental, a UFPA estima que a aplicação industrial de milhares de toneladas de resíduos de bauxita na produção de Cimento Portland de baixo carbono vai diminuir sensivelmente o risco da região de Barcarena voltar a ser atingida por desastres ambientais, como o de 2018. “Vazamentos desses resíduos podem comprometer os cofres hídricos da região. Diminuindo os depósitos, diminuímos as ameaças ao meio ambiente”, frisa Márcio Barata. Além disso, existe a expectativa de que o uso desses resíduos pela indústria cimenteira possa gerar novos empregos no Pará.

Poli-USP e UFSCar também trabalham para adicionar resíduos de bauxita no cimento

A pesquisa a ser desenvolvida pela UFPA não é inédita. Há pelo menos uma década, o Grupo de Engenharia e Microestrutura de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (GEMM-UFSCar) e o Laboratório de Microestrutura e Ecoeficiência de Materiais do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (LME-PCC/Poli-USP) trabalham em estudos sobre Cimento Portland de baixo carbono, substituindo percentuais de calcário por bauxita.

Um dos principais pesquisadores nesta área é o professor-doutor do departamento de engenharia de construção civil da Poli-USP, Rafael Pileggi. Em 2014, no auge de seus estudos, ele deu a seguinte declaração sobre o uso de bauxita no Cimento Portland. “O potencial de utilização do resíduo de bauxita como adição a materiais cimentícios surge em um momento muito oportuno, pois este segmento está buscando rotas alternativas para aumentar a capacidade de produção sem elevar seu impacto ambiental”, afirmou. Agora, com a parceria entre noruegueses e UFPA, a expectativa é que se possa produzir cimento de baixo carbono em escala industrial no Brasil a partir de 2030.

Entrevistado
Universidade Federal do Pará (UFPA) (via assessoria de imprensa)

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ascomufpa@ufpa.br
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Venda online da construção quase dobra na pandemia

Mobilização para incluir o setor como atividade essencial foi decisiva para evitar danos maiores ao varejo da construção Crédito: banco de imagens.
Mobilização para incluir o setor como atividade essencial foi decisiva para evitar danos maiores ao varejo da construção
Crédito: banco de imagens.

Dados trazidos pelo CEO da Juntos Somos Mais, Antonio Serrano, indicam que o comércio online de materiais de construção foi o que mais cresceu durante o período de pandemia de COVID-19. “A L.E.K Consulting mostra que o setor da construção foi o que mais evoluiu do offline para o online neste período. Na pré-pandemia, 24% dos consumidores compravam material de construção online. Hoje, são 42%, ou seja, quase dobrou o percentual”, revela.

A informação foi passada no webinar “Varejo na construção: digitalização e mercado pós-pandemia”, no qual também participou o presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) Geraldo Defalco. O dirigente confirma que as vendas online aceleraram e comprova uma recuperação maior do setor neste início de segundo semestre. “A recuperação das vendas nas duas primeiras semanas de julho foram de 36%”, diz.

Antonio Serrano e Geraldo Defalco destacam que quando a pandemia alterou a rotina do país, em março, houve muita apreensão e incertezas sobre como se comportaria o varejo da construção civil. No entanto, a mobilização para incluir o setor como atividade essencial foi decisiva para evitar uma “quebradeira geral”. “Quando houve a determinação do isolamento social, o varejo de material de construção ainda não havia sido incluso como atividade essencial. Provamos que havia baixo risco de contaminação em nossas lojas e conseguimos a reabertura. Isso nos livrou de uma quebradeira grande”, afirma Defalco.

Venda de cimento se destaca no cenário de recuperação dos negócios 

O CEO da Juntos Somos Mais lembra que entre a última semana de março e 1ª quinzena de abril houve queda de 15% nas vendas de material de construção, na comparação com o período pré-pandemia. “Em maio estabilizou e em junho houve uma forte recuperação. A venda de cimento foi o principal exemplo”, comenta. Segundo dados do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), o volume de Cimento Portland vendido no Brasil em junho cresceu 24,2% em relação ao mesmo período de 2019. Em volume, as vendas de cimento em junho no país somaram 5,2 milhões de toneladas.

Os dirigentes que participaram do webinar estimam que o varejo da construção civil vai conseguir preservar o ambiente de vendas aquecidas na pós-pandemia. “O mercado aponta para vetores positivos: taxas de juros mais baixas da história, venda de imóveis em alta e a autoconstrução, seja residencial ou comercial, também com bastante estímulo. Isso mostra o quanto o setor é resiliente e criativo para vencer as dificuldades”, avalia Antonio Serrano. 

Já Geraldo Defalco mostra que a Anamaco detecta recuperação de 36% nas vendas na segunda semana de julho. “As pessoas estão cuidando mais de suas casas. Além disso, o home office exigiu que buscassem mais espaço nas residências, para conciliar trabalho e vida em família. Isso obrigou a construir ou comprar outro imóvel, o que gera mais vendas de materiais de construção”, finaliza.

Cadastre-se e veja o webinar “Varejo na construção: digitalização e mercado pós-pandemia”

Entrevistado
Reportagem com base nas informações passadas durante o webinar “Varejo na construção: digitalização e mercado pós-pandemia”

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


UFMG é a que mais cresce em ranking de engenharia civil

Campus da UFMG, em Belo Horizonte - MG: engenharia civil da universidade é a 3ª melhor do país e a 5ª no continente latino-americano Crédito: UFMG
Campus da UFMG, em Belo Horizonte - MG: engenharia civil da universidade é a 3ª melhor do país e a 5ª no continente latino-americano
Crédito: UFMG

Entre as universidades brasileiras que oferecem cursos de graduação em engenharia civil, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) foi a que mais cresceu na edição 2020 do Times Higher Educacion (THE). O ranking avalia 1.250 universidades em todo o mundo, das quais 166 são do continente latino-americano. A UFMG agora é a 3ª do Brasil no ensino de engenharia civil, atrás de USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ambas no estado de São Paulo. 

Em anos anteriores, desde que o Brasil passou a integrar o levantamento internacional, a universidade mineira ocupou 11º (2017), 9º (2018) e 8º (2019) lugares no ranking THE. No continente, a graduação de engenharia civil da UFMG está em 5º lugar, antecedida por Universidade Católica do Chile, USP, Unicamp e Instituto de Tecnologia de Monterrey, no México. No mundo, quem melhor ensina a engenharia civil, segundo o THE, é a Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Em nota divulgada pela assessoria de comunicação da UFMG, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida comemora o resultado. “A gente não se move pelos rankings, mas uma notícia como esta tem que se comemorar. Temos nos destacado, cada vez mais, nos cenários nacional e internacional. Isso é fruto do nosso esforço para nos tornarmos referência. A satisfação é grande, como é, também, com relação ao que teremos pela frente. Ciência não se faz de um dia pro outro, tem que ser sustentada. O que colhemos hoje é fruto de investimentos passados”, destaca.

UFSC supera UFRGS e surge como a melhor da região sul em 2020

Liderado pela britânica Oxford, o top 10 do ranking Internacional de engenharia civil é predominado pelas universidades norte-americanas. A lista é completada pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia-EUA, Universidade de Stanford-EUA, MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts-EUA), Universidade de Princeton-EUA, Universidade de Harvard-EUA, Universidade de Yale-EUA, Colégio Imperial de Londres-Reino Unido, Universidade John Hopkins-EUA e Universidade da Califórnia-EUA.

Na América Latina, pelo segundo ano seguido, a Universidade Católica do Chile desponta como a melhor graduação em engenharia civil no ranking THE. Na sequência, depois de USP, Unicamp, Instituto de Tecnologia de Monterrey e UFMG, o top 10 do continente é completado por PUC do Rio, Universidade do Chile, UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Universidade dos Andes, na Colômbia. Já o top 10 brasileiro inclui, além de USP, Unicamp, UFMG, PUC RJ, UFSC e Unesp, as seguintes universidades: UFRGS, UnB, Universidade Federal de Pelotas-RS e UFRJ. 

Na região Sul do Brasil, que engloba os estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o ranking das 10 melhores de 2020 no ensino de engenharia civil, segundo as avaliações do Times Higher Educacion, são: UFSC, UFRGS, Universidade Federal de Pelotas-RS, PUC-RS, Universidade de Caxias do Sul-RS, UFPR (Universidade Federal do Paraná), Universidade Federal de Santa Maria-RS, UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) , UEL (Universidade Estadual de Londrina) e PUC-PR. A Cia. de Cimento Itambé possui convênio com duas delas (UFPR e UTFPR ), além da FAE Curitiba

O ranking do Times Higher Education é elaborado com base em cinco indicadores: ensino, pesquisa, citações, visão internacional e transferência de conhecimento para a indústria. As universidades recebem pontuações para cada um desses critérios, que têm pesos diferentes para a nota final. O Brasil tem 61 instituições de ensino superior listadas no ranking.

Acesse o ranking THE

Entrevistado
Times Higher Educacion (THE) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (via assessorias de imprensa)

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Sai o Minha Casa Minha Vida, entra o Casa Verde Amarela

Programa Casa Verde Amarela quer evitar erros do MCMV, como a construção de conjuntos habitacionais no meio do nada Crédito: Urbel
Programa Casa Verde Amarela quer evitar erros do MCMV, como a construção de conjuntos habitacionais no meio do nada
Crédito: Urbel

Até setembro de 2020 é aguardado o anúncio oficial do novo programa habitacional brasileiro. Sai o Minha Casa Minha Vida, criado em 2009, e entra o Casa Verde Amarela. O novo plano tem características próprias. Vai buscar regularizar pelo menos 12 milhões de moradias que não possuem escritura e facilitar financiamento para que essas unidades familiares sejam reformadas ou reconstruídas. O plano também terá foco na redução de juros para quem for buscar financiamento imobiliário.

Toda a reformulação do programa está sob a responsabilidade do ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Rogério Marinho. O Casa Verde Amarela também pretende retomar as obras de 100 mil unidades contratadas pelo MCMV, e que estão paralisadas. No entanto, as bases do Minha Casa Minha Vida serão reformuladas. O governo federal não irá mais investir em grandes conjuntos habitacionais, mas estimular as famílias a construírem suas próprias casas legalmente. Desde a aquisição e legalização do terreno, passando pelo projeto de arquitetura e a execução de engenharia.

Outra diferença do Casa Verde Amarela para o Minha Casa Minha Vida será a parceria mais intensa com as prefeituras. O ministro Rogério Marinho afirma que o governo federal vai apoiar os municípios brasileiros em programas de regularização fundiária. Segundo ele, o ministério do Desenvolvimento Regional vai transferir metodologia e recursos para o levantamento social, georreferencial e topográfico das habitações a serem regularizadas. Em seguida, as unidades que puderem ser reformadas ou reconstruídas receberão financiamento da Caixa Econômica Federal.

Brasil tem cerca de 60 milhões de unidades habitacionais irregulares

Rogério Marinho lembra que o Brasil tem cerca de 60 milhões de unidades habitacionais irregulares, porém menos de 1/4 delas são passíveis de serem regularizadas. As demais se encontram em áreas não-edificantes, como encostas, pântanos, margens de rios e áreas de preservação. Para o ministro, o Casa Verde Amarela vai ajudar também nestas desocupações e na proteção ambiental.

O objetivo do governo é que o Casa Verde e Amarela não repita erros que, no entender do ministro, foram cometidos no Minha Casa Minha Vida. Entre eles, a construção de conjuntos habitacionais longe de núcleos urbanos e sem infraestrutura, o que acabou transformando os locais em guetos. “O Minha Casa Minha Vida tem acertos, mas também tem exemplos de como não se deveria fazer um programa habitacional”, diz Rogério Marinho.

Para permitir linhas de financiamento mais baratas para o Casa Verde Amarela, o governo também precisa mexer na política de juros do FGTS. No entender do ministro, se o fundo, que é o maior financiador do sistema financeiro habitacional, tiver juros atrelados à taxa Selic será possível incluir 1 milhão de novas famílias no acesso aos empréstimos habitacionais. Além disso, o MDR e o ministério da Economia estudam políticas diferenciadas para as regiões norte e nordeste do país, onde o déficit habitacional é maior. Nos estados dessas regiões, famílias com renda mensal de até 3 mil reais seriam subsidiadas pelo programa, enquanto nos demais estados o subsídio se limitaria às famílias com renda até 2 mil reais.

Entrevistado
Ministério do Desenvolvimento Regional (via assessoria de imprensa)

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Medidas da Caixa para estimular construção já chegam a 18

Caixa Econômica acompanha movimento da crise causada pela pandemia e busca manter ritmo das obras habitacionais em todo o país Crédito: Agência Brasil
Caixa Econômica acompanha movimento da crise causada pela pandemia e busca manter ritmo das obras habitacionais em todo o país
Crédito: Agência Brasil

Desde março, quando a pandemia de Coronavírus chegou efetivamente ao Brasil, a Caixa Econômica Federal já anunciou 18 medidas de estímulo à construção civil e ao financiamento imobiliário. As iniciativas vão desde pausa nos pagamentos da prestação da casa própria até facilidades para que os construtores captem dinheiro para tocar suas obras. Novas medidas virão, promete o banco, que agora decidiu criar mecanismos para diminuir a burocracia na compra do imóvel.

Entre elas, o registro eletrônico de escrituras e a inclusão dos custos com cartório e Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) no financiamento imobiliário. Com o registro eletrônico, a operação junto aos cartórios, que levava 45 dias, agora será realizada em 5 dias. Além de dispensar a necessidade de encaminhar o contrato físico, o procedimento traz benefícios para construtores e clientes que não têm mais que se deslocar para assinaturas de documentos. 

Quanto ao financiamento de custas e gastos do ITBI, a medida vale para todas as operações residenciais que utilizem recursos do FGTS e do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), e para imóveis com valor de avaliação até 1,5 milhão de reais. Atualmente, esse imposto é pago exclusivamente pelo cliente nos trâmites de registro do contrato de financiamento habitacional. O custo equivale de 2% a 5% do valor do imóvel e a variação percentual depende das custas cartoriais praticadas em cada região do país.

O mais recente pacote de incentivo da Caixa atende também os construtores. As empresas ganham maior flexibilidade na comercialização mínima, que antes era de 30% e agora passa a ser 15% das unidades. Isso para novos empreendimentos. Com essas medidas, a Caixa tem a expectativa de viabilizar 1.280 novos empreendimentos, o que representa mais 156 mil moradias e 485 mil empregos diretos e indiretos na construção civil. 

Confira todas as medidas de estímulo à construção civil imobiliária, desde a chegada da pandemia no Brasil.

Construtoras:

1. Lançamento da linha de crédito atrelada à inflação, com juros de 3,79% ao ano para clientes e 7,80% (taxa de balcão).

2. Redução dos juros na linha tradicional, atrelada à Taxa Referencial (TR), para 6,5% (clientes) e 11,75% (taxa de balcão).

3. Antecipação de até 20% do financiamento para dar início às obras. Nos empreendimentos em andamento e sem atrasos no cronograma, o banco garante 3 meses de recursos para a continuidade das obras.

4. Pausa no pagamento: suspensão de pagamento do empréstimo à produção por até 90 dias, para clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso, incluindo os contratos em obra.

5. Pagamento parcial da prestação do financiamento, por até 90 dias, para os clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso.

6. Carência: inclusão ou prorrogação de carência por até 180 dias para os projetos com obras concluídas e em fase de amortização.

7. Prorrogação de obras: possibilidade de adiar o início das obras por até 180 dias e reformulação do cronograma, nos casos de contingências na execução por questões decorrentes da pandemia.

8. Registro eletrônico de contratos, o que vai permitir redução do tempo médio do registro de 45 dias para 5 dias.

9. Possibilidade de utilizar recursos obtidos com a venda de unidades para pagar juros do financiamento do empreendimento.

10. Flexibilidade da exigência mínima de 30% da execução da obra e da venda de unidades para 15%, a fim de liberação do financiamento.

Clientes:

1. Lançamento da linha de financiamento com juros fixos de 8% ao ano para clientes do banco e 9,75% (taxa de balcão).

2. Pausa no pagamento das prestações do financiamento por até 60 dias.

3. Pausa no pagamento das prestações: ampliação por mais 30 dias (totalizando 90 dias).

4. Possibilidade para que clientes com até duas parcelas em atraso possam optar pelo pagamento parcial da prestação do financiamento, por 90 dias.

5. Construção individual: liberação antecipada de duas prestações, sem a vistoria.

6. Carência: prazo de 180 dias para o início do pagamento da primeira prestação em novos contratos.

7. Pausa no pagamento: ampliação por mais 30 dias (totalizando 120 dias).

8. Custos com cartório e ITBI: inclusão desses custos extras nos novos financiamentos.

Veja como a indústria da construção recebe as medidas da Caixa

Entrevistado
Caixa Econômica Federal (via assessoria de imprensa)

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imprensa@caixa.gov.br

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Design de decoração se redefine e prioriza o concreto

Brutalismo do concreto deixa as fachadas e se une ao cimento queimado na decoração de interiores Crédito: banco de imagens
Brutalismo do concreto deixa as fachadas e se une ao cimento queimado na decoração de interiores
Crédito: banco de imagens

A decoração de interiores se redefine no “novo normal”. Arquitetos têm dado preferência ao concreto aparente, ao cimento queimado e aos revestimentos que imitam o material. Por duas razões: os tons acinzentados dominam as tendências de design para 2020 e a superfície do concreto, segundo testes em laboratório, é uma das mais letais ao Coronavírus  - o microorganismo resiste poucos minutos ao contato, diferentemente do aço e do plástico, por exemplo, onde a sobrevivência pode chegar a horas.

A tendência pelo concreto não se restringe a paredes e pisos. Abrange também os equipamentos funcionais da casa. É o que mostra uma linha de interruptores de luz, tomadas e soquetes criada na Hungria. Ela substitui o plástico e o metal por elementos à base de cimento. Quem projetou foi o escritório Sekhina, para quem, além da estética inovadora, as peças de acabamento reforçam também a segurança do ambiente. “O concreto é apropriado para interruptores e tomadas por causa de suas propriedades isolantes e não-inflamáveis”, diz o idealizador dos objetos, o designer Gábor Kasza.

Interruptor de luz feito à base de cimento: durabilidade acompanha a vida útil do projeto Crédito: Sekhina
Interruptor de luz feito à base de cimento: durabilidade acompanha a vida útil do projeto
Crédito: Sekhina

Os artefatos à base de cimento também têm vida útil altamente prolongada na comparação com os elementos de plástico ou metal usados tradicionalmente nas instalações elétricas. “É como usar um copo de vidro e utilizar copos descartáveis. Os interruptores de concreto vão acompanhar a vida útil de projeto de uma casa. Se ela foi projetada para durar 50 anos, eles vão funcionar por 50 anos,diferente-mente das peças plásticas, mais comuns nos terminais elétricos das residências”, define o designer, que busca investidores para produzir em escala industrial na Europa.

Segundo arquitetos, cor do cimento remete a uma decoração sustentável

Plug para tomada é mais seguro quando aproveita as propriedades de isolamento e não-inflamáveis do concreto Crédito: Sekhina
Plug para tomada é mais seguro quando aproveita as propriedades de isolamento e não-inflamáveis do concreto
Crédito: Sekhina

Além de peças funcionais para a casa, o concreto intensifica a presença no design de móveis, objetos de decoração e até utensílios domésticos. Foi o que pode ser visto na edição 2020 da Expo Revestir, realizada no começo de março - dias antes da pandemia de COVID-19 ser detectada no Brasil e inviabilizar outras feiras e congressos. No evento, os elementos à base de cimento e na cor do concreto predo-minaram. Da mesma forma, o tom cinza característico do material influencia as tintas em 2020. Para os arquitetos, a cor remete a uma decoração sustentável, que será o conceito-chave no decênio que está começando.

Soquetes de concreto também são artefatos que podem substituir os de plástico e de metal Crédito: Sekhina
Soquetes de concreto também são artefatos que podem substituir os de plástico e de metal
Crédito: Sekhina

A tendência já tem até nome: “Padrão Béton”. Porém, o uso do concreto aparente em estruturas externas ou na decoração de interiores não é novo. Tem a influência da tradicional escola de design alemã Bauhaus. No Brasil, ela se juntou ao Brutalismo - movimento arquitetônico que surgiu nos anos 1950 e do qual Oscar Niemeyer foi um de seus principais nomes. Vem do francês Béton Brut (concreto bruto). Linhas retas, materiais pesados e acabamento rústico predominam no trabalho do arquiteto e podem ser vistos não apenas em Brasília, mas em uma série de prédios públicos, igrejas, museus e universidades construídos na metade do século passado no país e em outras nações.

Veja vídeo dos artefatos funcionais da húngara Sekhina

Entrevistado
Escritório de design Sekhina e Expo Revestir (via assessorias de imprensa)

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hello@sekhina.com
imprensa01@exporevestir.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Mercado imobiliário: veja as perspectivas para o 2º semestre

Mercado imobiliário prepara-se para lançar mais de 700 empreendimentos em todo o país, nos próximos 6 meses Crédito: banco de imagens
Mercado imobiliário prepara-se para lançar mais de 700 empreendimentos em todo o país, nos próximos 6 meses
Crédito: banco de imagens

A 3ª rodada da pesquisa "COVID-19: impactos e desafios para o mercado imobiliário", coordenada pela BRAIN Inteligência Corporativa, revela que a crise desencadeada pela pandemia na construção civil imobiliária terá efeitos menos impactantes no 2º semestre de 2020. Analisando os números apresentados pela consultoria, o presidente da comissão de indústria imobiliária da CBIC e economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, foi enfático: “O fundo do poço ocorreu em abril.”

Para o economista, as projeções para o 2º semestre indicam que 2020 pode ser semelhante a 2018. “O ano não será melhor que 2019, mas será melhor do que as perspectivas iniciais indicavam. Tende a ser parecido com 2018”, avalia Petrucci. Essa expectativa se reflete na intenção de construtoras e incorporadoras manterem os lançamentos que estavam programados para o ano. Segundo apurou a BRAIN, apenas 1% das empresas entrevistadas anunciou que vai cancelar novos empreendimentos em 2020.

Antes da pandemia, o normal do mercado era que 40% dos lançamentos aconteciam nos últimos 6 meses de cada ano e 60% no 1º semestre. Isso se inverteu, revela a pesquisa. Em 2020, 20% dos projetos de empreendimentos novos surgiram no 1º semestre e 80% estão programados de julho a dezembro. O levantamento da BRAIN mostra ainda que a maioria das empresas entrevistadas concentrará seus lançamentos em agosto e setembro. “Esses dois meses serão marcados por uma ‘avalanche’ de lançamentos”, prevê Celso Petrucci. 

Na 3ª rodada da pesquisa foram ouvidas 554 construtoras e incorporadoras, entre 10 a 25 de junho. Boa parte dessas empresas (76%) está no mercado entre 10 anos e 30 anos. Juntas, elas planejam lançar 700 empreendimentos até final de 2020, em todo o país. Por causa dessa resiliência do setor, e com números confirmados pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), as admissões com carteira assinada na construção civil cresceram 40% em maio, enquanto as demissões caíram 20%.

Estoque de imóveis é o mais baixo da década e obriga setor a construir

A análise da CBIC é de que as demissões feitas no setor formalizado da construção civil ocorreram no início da pandemia, até abril. “Não existe sinais de novas demissões, e sim de preservação de empregos”, confirma Celso Petrucci, com base no levantamento da BRAIN. O mesmo estudo mostra não haver tendência de queda de preços dos imóveis, como se esperava no começo da crise. “Indicadores como Fipezap, e o próprio Banco Central, mostram que está ocorrendo crescimento do preço médio. Não é um aumento efetivo do preço, mas ele vem subindo devagar”, diz Petrucci. 

Isso ocorre por causa do baixíssimo estoque de imóveis em todo o país. As construtoras escoaram quase todas as reservas em 2017, 2018 e 2019, indica a pesquisa da BRAIN. Isso faz com que o mercado imobiliário experimente o menor nível de estoque na década. Por isso, Petrucci entende que o momento atual das empresas é manter o foco nas obras e na construção de um novo modelo de venda. “Acreditamos que o ‘novo normal’ será um sistema híbrido, que une a venda online com o plantão presencial no local do empreendimento”, finaliza. 

Veja relatório completo da 3ª rodada da pesquisa

Assista apresentação da BRAIN Inteligência Corporativa

Entrevistado
Reportagem com base na apresentação da 3ª rodada da pesquisa "COVID-19: impactos e desafios para o mercado imobiliário" (via YouTube)

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Concreto fotovoltaico: a nova fronteira da engenharia de materiais

Universidade de Kassel, na Alemanha, desenvolveu o “Dyscrete” e trabalha para que material possa gerar 20 W por m2 Crédito: Universität Kassel
Universidade de Kassel, na Alemanha, desenvolveu o “Dyscrete” e trabalha para que material possa gerar 20 W por m²
Crédito: Universität Kassel

As pesquisas sobre a condutibilidade do concreto, e como fazer o material armazenar energia e distribuí-la na forma de eletricidade, são cada vez mais intensas. Existem estudos em quase todos os continentes. Os mais avançados buscam dar ao material a mesma função das placas fotovoltaicas, ou seja, possibilitar que o concreto absorva a luz solar e a transforme em energia elétrica. Trata-se da nova fronteira da engenharia de materiais, dizem os pesquisadores. 

O foco nesse novo tipo de concreto é justificável quando se constata que os edifícios consomem 40% da energia elétrica produzida no planeta. Então, a pergunta que os pesquisadores fazem é: já imaginou se as edificações pudessem auxiliar na produção de energia? É o que motiva trabalhos como os que já foram recentemente apresentados na Alemanha e no México.  

Na Universidade de Kassel está em desenvolvimento o "DysCrete".  Trata-se de um concreto que capta energia solar quando recebe uma camada de tinta especial à base de grafite e óxido de titânio. Quando a luz solar atinge os pigmentos, os elétrons são liberados e provocam corrente elétrica no concreto. O trabalho dos pesquisadores é aprimorar a condutibilidade do material e permitir que ele seja capaz de gerar 20 W por m².

Também na Alemanha está em desenvolvimento uma película fotovoltaica que pode ser aplicada sobre o concreto. Desenvolvido pela líder mundial em produção de células fotovoltaicas orgânicas, a alemã Heliatek, o revestimento pode ajudar um edifício a produzir até 30% da energia que consome diariamente, desde que a insolação cubra 60% da área da fachada do prédio.

Porém, o estudo mais avançado para dar condutibilidade ao concreto está em desenvolvimento no Instituto Politécnico Nacional (IPN), do México. Além dos agregados tradicionais - cimento, areia, brita, água e aditivos -, o material recebe o mineral perovskita, além de um composto de óxido de cálcio e titânio, para conduzir eletricidade. As pesquisas ainda ocorrem em laboratórios, mas se mostram cada vez mais animadoras.

Cimento usado no experimento mexicano usa nanotecnologia na moagem

À frente da pesquisa estão os doutores em tecnologias avançadas, Orlando Gutiérrez Obeso e Euxis Kismet Sierra Márquez. Eles atuam no Centro de Pesquisa e Inovação Tecnológica Azcapotzalco do IPN. A preocupação dos engenheiros não é apenas dar condutibilidade, mas preservar as características estruturais do material (fck), para que possa ser usado em obras como calçadas, pontes e lajes, e até fundações.

O protótipo desenvolvido no IPN é uma peça sólida de concreto, sem tintas ou películas, e que consegue capturar a radiação solar e gerar corrente elétrica. Orlando Gutiérrez explica que foi preciso submeter o cimento utilizado no processo a uma moagem que utiliza nanotecnologia. Ela permite chegar a “nanopós de cimento”, cujas partículas são inferiores a 100 nanômetros. É nessa etapa que o cimento se mistura à perovskita e ao composto de óxido de cálcio e titânio. 

A pesquisa ganhou o prêmio internacional Solutions for the future-Prize for Polytechnic Entrepreneurship Award 2018 (Soluções de empreendedores politécnicos para o futuro) e entrou no escopo de novas tecnologias da Indústria 4.0 apoiadas pela sul-coreana Samsung. Particularmente, o México é um país privilegiado para o avanço de sistemas fotovoltaicos por estar inserido no cinturão solar do planeta - principalmente os estados de Chihuahua, Sonora, Durango e Baja California, que recebem radiação solar mais longa e mais intensa superior à média internacional ao longo do ano.

Veja como o “Dyscrete” funciona em laboratório

Assista ao vídeo sobre a pesquisa no México

Entrevistado
Universidade de Kassel e Instituto Politécnico Nacional (via assessoria de imprensa)

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crm@ipn.mx

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Na pós-pandemia, hospital será ambiente da engenharia

Normalização para construir hospitais deve atender tanto às exigências do Ministério da Saúde quanto da ABNT Crédito: Governo do Ceará
Normalização para construir hospitais deve atender tanto às exigências do Ministério da Saúde quanto da ABNT
Crédito: governo do Ceará

Engenharia hospitalar, arquitetura hospitalar, engenharia clínica e engenharia de manutenção hospitalar são profissões em alta diante do cenário de pandemia desencadeado pela COVID-19. Para um dos pioneiros desse setor no Brasil, o engenheiro civil Fumio Araki, hospitais serão ambientes compartilhados cada vez mais por médicos, enfermeiros, engenheiros e arquitetos. “A doença deixou evidente o quanto essas edificações precisam estar com obras, manutenção e equipamentos em dia”, diz. 

Ao participar do webinar “O futuro promissor da profissão do engenheiro de manutenção hospitalar, após a pandemia”, promovido pelo INBEC (Instituto Brasileiro de Educação Continuada), Fumio Araki mostra o quanto o projeto de um hospital se diferencia de outras edificações, como instalações industriais e prédios residenciais e corporativos. “São construções com muitas peculiaridades. Hospital é uma eterna obra, que deve ser projetada e executada de acordo com as normas do ministério da Saúde e da ABNT”, afirma.

Sobre as mudanças arquitetônicas que os hospitais tendem a incorporar após a chegada da COVID-19, Fumio Araki aponta no webinar que ventilação e iluminação natural ganharão preponderância nos novos projetos. Os conceitos não são novos. Começaram no século 19, em Paris-França, no Hospital Lariboisiére, que tinha um ambiente ventilado, ensolarado e limpo, diferentemente dos hospitais da época, cuja maioria era insalubre. 

Após estagiar no Lariboisiére, a britânica Florence Nightingale - considerada a fundadora da enfermagem moderna - passou a propagar pela Europa a ideia de que hospitais precisavam ser arejados, iluminados e limpos, o que ajudou a derrubar as taxas de mortalidade em ambientes hospitalares. “Com a COVID-19, mais do que nunca hospitais não poderão abdicar de ar fresco e luz natural em suas estruturas”, afirma Fumio Araki. 

Entenda cada uma das especialidades relacionadas com projetos hospitalares

Mas o que faz cada uma das especialidades relacionadas com a construção de um hospital? A engenharia hospitalar engloba projeto, construção, manutenção, instalações (elétrica, hidráulica, ar condicionado, gases medicinais, etc.), obras e reformas (predial e instalações). A arquitetura hospitalar cuida do planejamento arquitetônico e atende os seguintes requisitos: expansão da área do hospital, modulação e padronização das instalações, sustentabilidade (de insumos a consumo de energia) e humanização do ambiente.  

A engenharia clínica abrange gerenciamento, manutenção e reposição dos equipamentos médicos; inventários e cadastramento dos aparelhos; elaboração de normas e padrões técnicos; treinamentos periódicos aos usuários de equipamentos; cadastro de fornecedores e prestadores de serviços de assistência técnica e monitoração de custos da gestão. Já a manutenção hospitalar é o conjunto de trabalhos para que todo o sistema hospitalar - prédios e equipamentos - esteja em condições de funcionamento e de preservação da vida.  

Para o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (Abeclin), Alexandre Ferreli, o espaço hospitalar não se restringe aos especialistas em engenharia hospitalar, arquitetura hospitalar, engenharia clínica e engenharia de manutenção hospitalar. Ele aponta que nas unidades de saúde há espaço para a atuação de outros profissionais do Sistema Confea/CREA. “Temos também engenheiros civis, mecânicos, de produção e biomédica. Cada vez mais os hospitais precisam dos engenheiros para deixar a tecnologia disponível para os profissionais da saúde. Nosso mote é que os engenheiros também ajudam a salvar vidas”, resume.

Acompanhe o webinar “O futuro promissor da profissão do engenheiro de manutenção hospitalar, após a pandemia

Entrevistado
Reportagem com base no webinar “O futuro promissor da profissão do engenheiro de manutenção hospitalar, após a pandemia”, promovido pelo INBEC.

Contato
celak@amcham.com.br
fortaleza@inbec.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Quem movimenta o setor de máquinas para a construção?

Empresas de locação de máquinas pesadas projetam crescer entre 10% e 15% em 2020, se ritmo do 1º semestre for mantido Crédito: Banco de imagens
Empresas de locação de máquinas pesadas projetam crescer entre 10% e 15% em 2020, se ritmo do 1º semestre for mantido
Crédito: banco de imagens

A pandemia não paralisou o setor de máquinas para a construção. Há segmentos em crescimento, como o de pequenos equipamentos, movimentado por obras menores, reformas e construções de casas, sobrados e prédios pequenos. Também está em alta a locação de máquinas pesadas, que fechou o 1º semestre com otimismo. Se os negócios se mantiverem aquecidos até o final do ano, a expectativa é fechar 2020 com crescimento entre 10% e 15%.

Os fabricantes nacionais também têm se beneficiado, pois as importações ficaram mais difíceis, em função do câmbio e do fechamento de fronteiras por causa da COVID-19. O que também tem animado o setor é o aumento pela procura por veículos novos da linha amarela. Empresas buscam renovar a frota, por dois motivos: máquinas antigas e paradas elevam o custo de manutenção e equipamentos recém-lançados agregam tecnologias e geram economia de combustível.

As projeções foram apresentadas no webinar "Investimentos em equipamentos no mercado em transformação", promovido pela Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração). Segundo Expedito Eloel Arena, fundador da franquia Casa do Construtor, em São Paulo-SP, “o setor de pequenas obras e de reformas têm sustentado os negócios neste período”. Entre os principais equipamentos procurados estão betoneiras de até 250 litros e politrizes para concreto.

Existe também a procura por máquinas que possam substituir ou reduzir a mão de obra nos canteiros. O motivo, dizem as construtoras, é que o custo com pessoal aumentou significativamente, por causa das novas medidas para manter a segurança e a saúde dos trabalhadores. Isso engloba alojamento, transporte e saúde física e psicológica das pessoas. Além disso, a pandemia afastou um bom número de operários. “Há ainda a falta do capital humano, já que as pessoas que fazem parte do grupo de risco foram afastadas e algumas delas são peças-chave para o processo”, revela Carlos Magno Cascelli Schwenk, outro participante do webinar.

Marco regulatório do saneamento e concessões de ferrovias podem dar impulso ao setor

Para o consultor da Sobratema, Mario Miranda, o mercado brasileiro de equipamentos tem a tendência de acompanhar o PIB do país, sejam em viés de alta ou de baixa. Mas existem anos em que há um descolamento, como já ocorreu em 2019. No ano passado, o volume de vendas da linha amarela cresceu 94% na comparação aos anos de 2016, 2017 e 2018. Apostando num novo impulso para o 2º semestre, o engenheiro civil Afonso Mamede, presidente da Sobratema, enfatiza a importância da aprovação do marco regulatório do saneamento básico e destaca o plano do ministério da Infraestrutura para a concessão de ferrovias no Brasil. “São duas alavancas que devem mexer sensivelmente com o mercado”, avalia.

O webinar também abordou as mudanças do mercado de máquinas e equipamentos para a construção na pós-pandemia. Segundo os participantes, a locação se tornará uma tendência forte. “A opção pela locação é feita no planejamento. Ela pode ser um bom negócio em diversas situações. Por exemplo, quando é necessário um equipamento específico ou é preciso ter a expertise sobre a aplicação da máquina. Outro fator que viabiliza ou não a locação é o prazo de execução da obra. Entretanto, há contratos que exigem que a construtora utilize equipamentos próprios”, conclui Reynaldo Fraiha, presidente da Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas).

Veja o webinar "Investimentos em equipamentos no mercado em transformação"

Entrevistado
Reportagem com base no webinar "Investimentos em equipamentos no mercado em transformação", promovido pela Sobratema

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330