Falta de dados sobre cliente é desafio para varejo da construção
No Brasil, menos de 30% dos varejistas da construção civil possuem dados sobre seus clientes. Sem conhecer quem frequenta as lojas e quais as preferências dos consumidores, o desafio para o setor é aumentar a base de dados sobre quem compra seus produtos. Essa é a constatação da especialista em comportamento do consumidor, Fátima Merlin, feita durante webinar promovido pela Feicon Batimat.
“Menos de 30% dos varejistas possuem uma base de dados dos clientes. O cadastro é o primeiro passo para desenhar ações e conhecer esse cliente. Principalmente agora, que novos hábitos de consumo têm sido adotados. Não sabemos se esses hábitos vieram para ficar, mas alguns deles certamente permanecerão na pós-pandemia, como a conectividade, a objetividade na compra e a busca por melhores relações custo-benefício”, avalia.
Há consenso entre os analistas que participaram do webinar de que o varejo pós-pandemia vai encontrar outro tipo de cliente. Esse será mais prático, resolutivo e preocupado com a sua segurança sanitária, dizem. Diante do novo cenário, os debatedores consideram que a estratégia omnichannel tende a ser irreversível, por causa de sua principal expertise, que é estreitar a relação online e offline do varejo.
Segundo os debatedores, a omnicanalidade vai se reforçar por conta da segurança sanitária. “As pessoas não querem mais frequentar as lojas por muito tempo, para evitar risco de contágio. Vão preferir fazer suas compras online e aparecer na loja física apenas para pegar o produto. As questões sanitárias passaram a ser uma variável seletiva e um fator que vai definir a preferência por uma ou outra loja”, diz a especialista em comportamento do consumidor.
Crescimento da venda online vai exigir retaguarda operacional e logística das empresas
Porém, destaca Fátima Merlin, é necessário que o varejo aprenda a segmentar cada vez mais seus clientes para conseguir entendê-los. Nesse primeiro momento, apesar de o consumidor ter buscado a compra online, não significa que ele tenha saído plenamente satisfeito de suas experiências. “As pesquisas mais recentes indicam que 80% dos consumidores experimentaram novas formas de fazer compra durante os meses de pandemia. Porém, a média de satisfação não foi muito alta. Começou em 4, entre março e abril, e subiu para 6 em junho e julho. Isso significa que tem muito para ser melhorado”, afirma.
Outra convergência de ideias dos debatedores foi com relação às mudanças de gestão das lojas. No caso do varejo da construção, eles entendem que a retaguarda operacional e logística será essencial para o bom andamento dos negócios. Avaliam ainda que a venda pela internet pode desencadear “guerra de preços”. Para Fátima Merlim, são situações inevitáveis, mas que podem ser amenizadas por um novo modelo de venda. “É preciso sair do vender produto para vender solução. Óbvio que não existe uma receita pronta, pois todo o varejo terá de se reinventar. Mas no começo sugiro que fazer o simples bem feito é o melhor caminho para dar certo”, finaliza.
Assista ao webinar “Comunicação Omnichannel: atingindo o novo consumidor”
Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Comunicação Omnichannel: atingindo o novo consumidor”, promovido pela Feicon Batimat
Contato
feicon@kbcomunicacao.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
NY projeta construir o maior arranha-céu sustentável do mundo

Crédito: Lissoni & Partners
O maior arranha-céu do mundo com conceitos de sustentabilidade está projetado para ser construído em Nova York, nos Estados Unidos. O edifício com 130 metros de altura promete ser autossuficiente em consumo de energia e tratamento de água e esgoto. O projeto busca adaptar a edificação a conceitos de pós-pandemia, ou seja, quem habitar o prédio poderá fazer tudo dentro de suas instalações – desde frequentar escolas até ser atendido por um centro médico.
O edifício segue outra tendência: terá pavimentos ocupados por jardins suspensos. Segundo o escritório de arquitetura Piero Lissoni, a pretensão é ter uma floresta urbana vertical no coração de NY. As áreas verdes não serão por acaso. Servirão para abastecer um sistema de reciclagem do ar, dispensando equipamentos de ar-condicionado, além de ajudar na captação de água da chuva e seu respectivo tratamento. “As infraestruturas do futuro devem ser pensadas para suportar períodos de confinamento”, diz o autor do projeto, o arquiteto Lissoni Casal Ribeiro.

Crédito: Lissoni & Partners
A concepção do arranha-céu também leva em consideração a escassez de terrenos em Nova York. O prédio vai ocupar uma área de 80 metros de largura por 130 metros de comprimento. “A torre está configurada para maximizar a funcionalidade dos espaços interiores e exteriores e garantir a eficiência estrutural. Partindo de um lote urbano de 80 x 130 m, o núcleo central do prédio é circundado por grandes jardins suspensos apoiados por uma cortina externa de cabos de aço, que atuam tanto como estrutura quanto como desenho de fachada da torre”, define Lissoni Casal Ribeiro.
Entre as inovações a serem usadas no prédio nova-iorquino está a energia geotérmica

Crédito: Lissoni & Partners
Uma das principais inovações do edifício projetado para NY é que ele utilizará energia geotérmica combinada com painéis fotovoltaicos. Em Nova York, as duas formas de energia renovável geram benefícios fiscais a quem as utiliza em projetos arquitetônicos. No caso da energia geotérmica, que bombeia água aquecida do subsolo através de dutos por dentro das estruturas do prédio, o objetivo é que a temperatura ambiente dos apartamentos seja, em média, 10 °C acima do ambiente externo quando o bombeamento estiver ligado. Com isso, projeta-se uma economia de 60% com sistemas de ar-condicionado e calefação.
O projeto do edifício projetado pelo estúdio Lissoni & Partners ganhou menção-honrosa no SKYHIVE 2020 Skyscraper Challenge, que premia arranha-céus conceituais e que tendem a ditar padrões arquitetônicos. “Não projetamos simplesmente um edifício, mas sim um ecossistema completo. Como uma árvore, que reúne e transforma toda a energia necessária do sol, do vento e da chuva”, afirma Lissoni Casal Ribeiro. Os projetos vencedores da premiação foram a Biorrefinaria, um prédio a ser construído em Londres-Inglaterra, e que promete emissão zero de CO2; o Edifício Oco de Dubai, com paredes e lajes ocas, por onde o ar circula e ajuda a resfriar a edificação, e a Cidade Vertical, em Roma-Itália, dentro do conceito de que uma edificação deve suprir todas as necessidades de seus moradores em caso de pandemia.
Entrevistado
Lissoni&Partners Arquitetos e SKYHIVE 2020 Skyscraper Challenge
Contato
info@lissoniandpartners.com
hello@beebreeders.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Rol de obras para PPPs explorarem é diversificado
A Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV EPGE) aponta que as Parcerias Público-Privadas (PPPs) são uma alternativa importante para a retomada da atividade econômica na pós-pandemia de COVID-19. Por isso, promoveu recentemente o webinar “Parcerias Público-Privadas como estratégia de recuperação econômica”, reunindo Fernando Camacho, professor do mestrado profissional da FGV EPGE e Investment Officer na International Finance Corporation; Cleverson Aroeira, superintendente da área de estruturação de parcerias de investimentos do BNDES, e Gabriel Fiuza, subsecretário de regulação e mercado da secretaria de desenvolvimento da infraestrutura do ministério da Economia.
Os debatedores apontaram as vantagens das PPPs, e como elas estão ganhando espaço na esfera federal, nos estados e nos municípios. Gabriel Fiuza destacou que os marcos regulatórios, como o que recentemente foi aprovado para o setor de saneamento básico, são decisivos para impulsionar as Parcerias Público-Privadas. Na avaliação do representante do ministério da Economia, as ferrovias e as telecomunicações tendem a seguir o mesmo caminho do saneamento. No entanto, Gabriel Fiuza fez a seguinte ressalva: “O setor privado precisa apresentar mais projetos de PPPs e não apenas esperar a ação do governo.”

Crédito: FGV
Fernando Camacho destacou os modelos de PPPs e concessões bem-sucedidos no Brasil, como os que privatizaram os aeroportos. “Temos praticamente 70% do setor aeroportuário com a área privada e os bons resultados são inegáveis. O setor rodoviário está no mesmo caminho”, afirma. O professor da FGV EPGE também ressaltou que as PPPs têm setores ainda pouco explorados no país, como as direcionadas para a infraestrutura urbana e a infraestrutura social, que atende educação e saúde. “Existem alguns pequenos projetos-pilotos bem sucedidos no Brasil, como os firmados em Minas Gerais e na Bahia, mas há muito espaço para investidores nessas áreas”, avalia.
BNDES tem uma “fábrica de projetos de PPPs” que atendem todos os segmentos
Cleverson Aroeira lembrou que o BNDES tem o que banco batizou de “fábrica de projetos de PPPs”. Nele, há pacotes que buscam duplicar o volume de rodovias federais privatizadas no país, e que hoje somam aproximadamente 10 mil quilômetros. “Também existem projetos interessantes no setor portuário e em segmentos subexplorados, como o de parques. O Parque Nacional do Iguaçu é um bom exemplo de privatização bem sucedida. Mas há muito mais para fazer. Para se ter ideia, os parques brasileiros recebem 12 milhões de visitas por ano, enquanto nos Estados Unidos chegam a 300 milhões. Quer dizer, existe um potencial enorme nessa área”, atesta.
Sobre os impactos da COVID-19 nos projetos de PPPs e concessões que estão em andamento, Aroeira avalia que esse tipo de investimento desperta uma visão diferente. “O investidor em infraestrutura enxerga o longo prazo, ou seja, ele continua olhando nossos projetos. O que as esferas de governo (federal, estadual e municipal) precisam fazer é seguir estruturando seus projetos. Não se pode parar de lançar leilões e de aprimorar as PPPs, a fim de atrair ainda mais investidores”, finaliza o executivo do BNDES.
Veja a íntegra do webinar “Parcerias Público-Privadas como estratégia de recuperação econômica”
Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Parcerias Público-Privadas como estratégia de recuperação econômica”, promovido pela Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV EPGE)
Contato
secepge@fgv.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Insubstituível, concreto será mais sustentável e inteligente
Em uma das várias conferências que aconteceram na edição 2020 do Fórum Econômico Mundial, em janeiro, na cidade de Davos-Suíça, o concreto foi o centro dos debates. O material é o segundo mais utilizado no planeta e os conferencistas concluíram que ele seguirá insubstituível na construção civil, porém ao longo do século 21 irá se tornar cada vez mais sustentável e inteligente.
Como? Já não são poucas as iniciativas que vêm garantindo ao concreto maior durabilidade e desempenho, aliado a menores emissões de CO2. Agora, o próximo passo é tornar o material inteligente, no sentido de que possa se adequar ao ambiente em que está exposto, com menor risco de adquirir patologias. As pesquisas partem de experiências bem-sucedidas, como o bioconcreto, e avançam para a fase de nanossensores capazes de estimular o concreto a reagir às agressões.

Crédito: Banco de Imagens
Segundo a consultoria canadense Technavio, especialista em relatórios industriais e cujos dados coletados embasaram os debates no Fórum Econômico Mundial, o concreto será um dos materiais que mais irá incorporar tecnologia neste século. O impulso vem da necessidade de se buscar estruturas cada vez mais resistentes e sustentáveis. No relatório, a Technavio cita a família de concretos originários do concreto de pós reativos (CPR), cuja resistência à compressão pode variar de 180 MPa a 800 MPa.
A consultoria canadense projetou no começo do ano que o consumo global de concreto de ultra alto desempenho cresceria 7% em 2020, independentemente da pandemia de COVID-19. A análise cita ainda que, conforme os concretos tecnológicos ganharem mais espaço no mercado, eles irão mexer também com os canteiros de obras, exigindo maior especialização dos trabalhadores e consumindo menos mão de obra. Da mesma forma, produzirão estruturas mais duradouras.
Construção industrializada do concreto perto de movimentar 100 bilhões de dólares por ano
Obviamente, o relatório canadense não deixa de citar que os processos de industrialização do concreto também se intensificarão neste século, o que coincide com a pesquisa “Prefabrication and Modular Construction 2020”. O estudo desenvolvido pela Dodge Data & Analytics afirma que mundialmente o mercado de construção industrializada do concreto movimentou 64,86 bilhões de dólares em 2019, mas que até 2026 esse volume de recursos deverá chegar a 107,21 bilhões de dólares.
A Dodge Data & Analytics também ouviu construtores e 62% dos entrevistados indicaram que já utilizam a pré-fabricação do concreto em suas obras há pelo menos 3 anos. Entre os 38% que responderam que ainda não se beneficiaram da industrialização do concreto, 75% afirmaram que pretendem usar elementos pré-fabricados e modulares em suas obras nos próximos 3 anos (2020-2021-2022).
Os avanços tecnológicos obtidos pelo concreto andam paralelamente às conquistas obtidas pelo Cimento Portland, como já frisou o gerente de laboratórios da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), Arnaldo Battagin. Segundo ele, o cimento do futuro será o Cimento Portland. “O investimento em tecnologia feito pela indústria de Cimento Portland faz o setor superar os desafios”, destaca Battagin.
Entrevistados
Fórum Econômico Mundial, consultorias Technavio e Dodge Data & Analytics (via assessorias de imprensa)
Contato
Interviews@weforum.org
enquiry@technavio.com
media@technavio.com
support@construction.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Pandemia muda prioridade e bairros-inteligentes se destacam
A pandemia de COVID-19 mexe também com os projetos de smart cities. As cidades-inteligentes, que necessitam de grandes volumes de investimento, e que às vezes são planejadas dentro de conceitos que se tornam inviáveis quando confrontados com a realidade, dão lugar a experiências mais simples, como os bairros-inteligentes. Haja vista o que aconteceu com a Quayside, que seria construída na orla de Toronto-Canadá. A cidade-inteligente, que teria a Google como investidor, foi cancelada.
Para a doutora e consultora em cidades-inteligentes pela PUC-SP, Stella Hiroki, a pandemia transformou o pedestre em prioridade. Com isso, cresce exponencialmente entre os urbanistas o conceito de “cidades de 15 minutos”, ou seja, quase tudo que envolve o dia a dia do cidadão deve estar a uma caminhada com duração de 15 minutos de sua residência. “Como as aglomerações e os grandes deslocamentos em transportes urbanos podem propagar o vírus, o pedestrianismo virou protagonista”, diz.
Stella Hiroki participou recentemente do webinar “Smart Cities: desafios e prospecções para o futuro da construção com a tecnologia”, promovido pela ConcreteShow, e destacou que mais um item foi acrescentado aos conceitos de smart cities e bairros-inteligentes, após a pandemia. Trata-se da segurança da saúde (health security). “Se antes mobilidade, meio ambiente, pessoas, economia, governança e moradia eram premissas que definiam o que é cidade-inteligente, agora a saúde também ganhou relevância”, acrescenta.
A constatação é confirmada pelo médico-sanitarista Chris Gibbons, um dos precursores do conceito de health security para cidades e bairros-inteligentes. Ele começou a propagar o termo na Universidade do Alabama-EUA, onde atua. “A maioria das cidades inteligentes concentrava-se em infraestrutura, transporte, iluminação urbana e outros serviços do governo municipal. Não havia foco explícito na saúde. O que busco é construir comunidades inteligentes com foco explícito na saúde, sendo esse o foco central dos conceitos de cidade e bairro-inteligente”, revela.
Brasília e Foz do Iguaçu vão ganhar bairros-inteligentes na pós-pandemia

Crédito: Carlos Ratti Associati
No Brasil, serão viabilizados dois projetos de bairros-inteligentes na pós-pandemia, e que prometem abranger da tecnologia à saúde. Em Brasília, será construído o BIOTIC, que busca unir inovação tecnológica com valorização do pedestre. Na mesma linha, em Foz do Iguaçu-PR, será construída a Vila A. O projeto é uma parceria entre Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Itaipu Binacional e a prefeitura do município. A prioridade é dar autonomia digital e mobilidade aos frequentadores.

Crédito: Carlos Ratti Associati
Já o bairro-inteligente de Brasília teve seu projeto concebido pelo arquiteto italiano Carlo Ratti. O BIOTIC vai ocupar uma área de 1 milhão de m2, no extremo da asa norte. O bairro-inteligente vai contrariar a proposta do Plano Piloto planejado pelo urbanista Lúcio Costa e pelo arquiteto Oscar Niemeyer, em 1955, e que se sustentou em quatro pilares: residencial, monumental, gregário e bucólico. Sessenta anos depois de ser inaugurada, Brasília terá uma área com ruas estreitas, praças, calçadas para abrigar cafés e restaurantes, onde a prioridade é o pedestre.

Crédito: Prefeitura de Foz do Iguaçu
Quanto ao projeto da Vila A, ele prioriza as startups. O bairro-inteligente busca testar soluções e intervenções tecnológicas que poderão ser monitoradas por meio de aplicativos customizados, os quais permitirão comunicação direta com os moradores. Inclui-se aí a telemedicina. “As tecnologias integrarão cidadãos e instituições. Segurança, saúde e inteligência artificial serão áreas muito beneficiadas”, afirma o presidente da ABDI, Igor Calvet. A construção da Vila A começa em outubro de 2020 e deve estar concluída no prazo de 3 anos.
Assista ao webinar “Smart Cities: desafios e prospecções para o futuro da construção com a tecnologia”
Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Smart Cities: desafios e prospecções para o futuro da construção com a tecnologia” e informações do Parque Tecnológico de Itaipu e Carlos Ratti Associati (via assessorias de imprensa)
Contato
pr@carloratti.com
pti@pti.org.br
atendimento.concreteshow@informa.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Agronegócio impulsiona obras de infraestrutura no Paraná
A produção de grãos do Brasil bateu novo recorde na safra 2019/2020, atingindo 253,7 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Paraná contribuiu fortemente para essa nova marca e, com o impulso do agronegócio, o interior do estado se transforma em canteiro para obras de infraestrutura. Os projetos realizados nas regiões Sul, Sudoeste e Oeste incluem pontes, uma rodovia, um aeroporto e uma usina hidrelétrica: a PCH Bela Vista, com capacidade para gerar 29 MW.

Crédito: AEN
No segmento rodoviário, acontece a pavimentação da PR-912, entre Palmas e Coronel Domingos Soares, em um trecho de 27,1 quilômetros. Em União da Vitória, está em construção a quarta ponte sobre o rio Iguaçu, com 492,8 m de comprimento e 13 m de largura. Em Foz, avança a Ponte da Integração - nova conexão com o Paraguai. Já em Cascavel, foi autorizado o início das obras do novo Trevo Cataratas, que une as BRs 277, 369 e 467, e avança a execução do novo aeroporto da cidade.

Crédito: AEN
O novo Trevo Cataratas vai contar com a construção de dois viadutos. O entroncamento é um dos maiores gargalos rodoviários do Paraná e as passagens em nível vão facilitar o fluxo de cerca de 45 mil veículos que circulam pelo local diariamente. A obra, orçada em 80 milhões de reais, integra um pacote de projetos que começaram a ser executados com recursos do acordo de leniência de 400 milhões de reais, firmado em 2019 entre a Ecorodovias S.A. e a força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal.
A liberação ambiental para a construção do novo trevo saiu em 20 dias, por causa da solução de engenharia que será feita na obra para preservar o rio Cascavel - afluente do rio Iguaçu -, que passa embaixo do complexo rodoviário. O rio abastece 70% da população cascavelense e serão construídas bacias de contenção subterrâneas. No caso de um acidente ambiental, os reservatórios de concreto terão suporte técnico para armazenar até 400 mil litros de efluentes derramados na pista, sem contaminar o rio.
Grande volume de concreto no aeroporto de Cascavel e na Ponte da Integração, em Foz

Crédito: AEN
Também em Cascavel, destaca-se a construção do novo terminal aéreo, que terá um pátio de estacionamento de aeronaves todo em concreto, com 34,5 centímetros de espessura. Outra obra com grande volume de concreto é a Ponte da Integração. Do lado brasileiro, a estrutura estima consumir 17 mil m3. O material é fornecido pela empresa Minero Mix, de Foz do Iguaçu, que utiliza Cimento Itambé . O canteiro de obras envolve mais de 500 trabalhadores e atua 24 horas por dia. Já foram executados 30% do projeto. O lado paraguaio tem ritmo mais lento e ainda finaliza a terraplanagem, mas as obras serão aceleradas com o fim dos empecilhos aduaneiros. A previsão é que a nova ponte seja inaugurada em 2022.

Crédito: AEN
Além disso, em 2021 serão licitados 4,1 mil quilômetros de rodovias no estado. O programa será um dos maiores do país. Incorpora 1,6 mil quilômetros de estradas federais e estaduais aos 2,5 mil quilômetros que já fazem parte do Anel de Integração do Paraná. A expectativa é que as novas concessões sejam leiloadas a partir de novembro de 2021, quando vencem os contratos assinados nos anos 1990. O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, vê o estado como modelo. “O Paraná é uma potência, produz muito, tem um Produto Interno Bruto maior que o do Uruguai e os projetos devem atrair muitos investidores”, prevê.
Entrevistado
Ministério da Infraestrutura e secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná (via assessoria de imprensa)
Contato
aescom@infraestrutura.gov.br
seil@seil.pr.gov.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cingapura constrói prédio mais alto do mundo em pré-fabricado

Crédito: ADDP
Duas torres residenciais, cada uma com 56 pavimentos, serão os prédios mais altos do mundo construídos com elementos pré-fabricados de concreto. Os projetos arquitetônicos e estruturais são do escritório ADDP Architects e a execução da obra acontecerá em Cingapura. Os edifícios atingirão mais de 200 metros de altura, contando hall de entrada, andares para área técnica e cobertura. Todas as peças para a montagem dos prédios serão fabricadas em ambiente industrializado e transportadas até o canteiro de obras.
Estima-se que a obra empregue 40% menos mão de obra que uma construção convencional. O projeto arquitetônico já contempla um novo modelo de construção em período de pandemia. “O conceito live-work-play (viver-trabalhar-divertir) atende aquilo que as famílias buscam, que é estar em casa 24 horas por dia”, explica Markus Cheng Thuan Hann, sócio da ADDP Architects. Cada prédio terá 1.074 unidades residenciais e nos andares 19 e 36 haverá grandes vãos para abrigar terraços verdes a céu aberto.
Na construção dos prédios será empregada a tecnologia Prefabricated Prefinished Volumetric Construction (PPVC) (Construção Volumétrica Pré-fabricada). Diferentemente dos sistemas de pré-fabricação convencionais, em que após erguer a estrutura da edificação vem a etapa da montagem das paredes e depois se busca a fase de acabamento, na PPVC a construção é feita por módulos que se encaixam. Salas, quartos, banheiros, cozinhas, lavabos e áreas de serviço chegam montadas no canteiro de obras, incluindo instalações hidrossanitárias, elétrica, janelas e tratamento termoacústico das paredes.
“Cada módulo chegará 80% pronto no canteiro de obras, incluindo impermeabilização, azulejos, pintura, vidros, armários, encanamentos, eletricidade, escadas, fossos de elevadores e outras estruturas. Isso reduzirá muito o tempo de construção e também o desperdício de material. Além de assegurar melhor controle dos processos de produção e de logística. Também haverá um aumento da segurança no local da obra, pois a montagem dos edifícios minimiza a poluição sonora, o volume de poeira e também preserva a saúde no local da obra”, confirma Markus Cheng Thuan Hann.
Torre no Bahrein, com 165 metros de altura, é atualmente a maior com tecnologia pré-fabricada

Crédito: Banco de Imagens
As duas torres farão parte do condomínio Avenue South Residence e atendem a nova política habitacional de Cingapura, que determina melhora da produtividade da construção civil em 40%. Os edifícios não só se tornarão os maiores do mundo em construção industrializada do concreto como irão superar em altura o Clement Canopy, que tem 140 metros e atualmente é o maior da cidade-estado construído com a tecnologia de pré-fabricados. No mundo, o maior prédio erguido com esse sistema é o The Breaker Tower, no Bahrein, com 165 metros.
No ENECE 2019 (Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural) o engenheiro-projetista britânico George Jones, coordenador do GT 6.7 (grupo de trabalho) de Edifícios Altos Pré-Fabricados da fib (International Federation for Structural Concrete), disse que atualmente a tecnologia pode viabilizar torres com até 300 metros de altura, com ampla segurança.
Entrevistado
ADDP Architects (via assessoria de imprensa)
Contato
admin@addp.sg
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Itália inaugura ponte com alta tecnologia em Gênova

Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure
A ponte San Giorgio foi inaugurada dia 3 de agosto, em Gênova-Itália. Ela substitui a ponte Morandi, que colapsou há 2 anos após uma série de problemas estruturais. O desabamento causou a morte de 43 pessoas e ocorreu em 14 de agosto de 2018. A execução da nova ponte aconteceu em tempo recorde no país. As obras iniciaram em novembro do mesmo ano e envolveram 500 trabalhadores atuando ininterruptamente, mesmo no período de pandemia que paralisou a Itália.
A San Giorgio tem a alta tecnologia como marca. Construída com estrutura mista (aço e concreto) a obra de arte produzirá 95% da energia que irá

Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure
consumir, através de placas fotovoltaicas. Também possui sensores em seus pilares, vigas e tabuleiro, que são monitorados por robôs durante 24 horas. A ponte com 1.067 metros de extensão tem design aerodinâmico, para resistir a tempestades e vendavais, além de escudos anti-ruídos em suas laterais.
Outra característica da ponte é que seus pilares construídos com formato elíptico interrompem o mínimo possível a insolação nas edificações do entorno. Com projeto do arquiteto italiano Renzo Piano, a obra de arte sobre o rio Polcevera tem seu tabuleiro sustentado por 18 esguios pilares de concreto armado, separados por 50 metros um do outro. Exceto no vão central, onde a distância entre os pilares é de 100 metros. Nesse setor, a ponte atinge seu ponto mais alto e fica a 40 metros do solo.

Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure
A ponte foi construída com capital privado, através de joint venture entre as empreiteiras WeBuild e Fincantieri Infrastructure, a um custo de 202 milhões de euros (quase 1,3 bilhão de reais). Pedagiada, ela é parte da principal rota de ligação entre Itália e França. Genovês, Renzo Piano ofereceu gratuitamente à sua cidade-natal o projeto arquitetônico da San Giorgio. A estrutura está aberta ao tráfego de veículos desde 5 de agosto. Para sua construção foram produzidos 67 mil m3 de concreto.
Brasil ganha norma técnica para pontes construídas com sistemas mistos
No Brasil, estruturas como as da Itália podem vir a ser construídas, principalmente depois de publicada a inédita norma ABNT NBR 16694 - Projeto de

Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure
pontes rodoviárias de aço e mistas de aço e concreto. A norma estabelece os requisitos básicos para o projeto de estruturas de pontes e viadutos com sistemas mistos (concreto e aço). Seu texto se baseia nos métodos dos estados limites e todo o trabalho em cima da norma foi desenvolvido pela comissão de estudos de pontes de aço, vinculado ao comitê ABNT/CB-02 (Comitê Brasileiro da Construção Civil). Os coordenadores da norma foram os engenheiros civis Fernando Ottoboni Pinho e Zacarias Chamberlain.
Entenda a norma técnica ABNT NBR 16694
Entrevistado
WeBuild e Fincantieri Infrastructure, empreiteiras responsáveis pela execução da ponte San Giorgio
Contato
info@webuildgroup.com
press.office@fincantieri.it
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Quer empreender na engenharia? Veja dicas para atrair clientes

Crédito: Banco de Imagens
Vencida a etapa para abrir uma empresa de engenharia, seja ela para atuar em projetos, construções, reformas, laudos ou perícias, eis que chega a fase mais desafiadora: captar clientes. Não existe fórmula perfeita para se atingir essa meta, mas há caminhos trilhados por empreendedores que colheram bons resultados, e que servem de exemplo. O engenheiro civil e YouTuber Alex Wetler pesquisou as melhores soluções e as resumiu em 10 estratégias para captação de clientes na engenharia. Muitas são simples, de fácil execução, e que podem ajudar principalmente engenheiros civis e arquitetos empreendedores que estão iniciando a carreira profissional ou aqueles que buscam ampliar a carteira de clientes.
Confira as 10 estratégias
Mídias sociais
Quem não está na internet declina de impulsionar seu negócio. Por quê? Os clientes estão nas mídias sociais e para atingi-los é importante oferecer conteúdo que desperte o interesse. Eles associam conteúdo de qualidade com conhecimento e autoridade. O raciocínio é o seguinte: se essa empresa ou profissional gera conteúdo bom, é porque ela conhece de sua especialidade e vale a pena contratá-la.
Panfletos
Estratégia simples, mas que ainda traz resultado. Por quê? Segundo os mais recentes dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC), 1 em cada 4 brasileiros ainda não tem acesso à internet. Esse é um público que pode ser alcançado por panfletos. Mas é importante levar em conta a lei 20/80 (Lei de Pareto) na elaboração da mensagem. Tem que ser direto, com um bom gancho sobre o serviço prestado, capaz de atingir pelo menos 20% dos que receberem o panfleto.
Google ADS
O Google é a principal plataforma de busca do mundo. Com o Google ADS, a ferramenta se torna parceira para divulgar seu trabalho e sua empresa, através de anúncios segmentados. Ela permite atingir o público que está em busca do serviço a ser prestado.
Visitas a grandes obras
Empreendimentos de grande porte costumam terceirizar serviços dentro do canteiro de obras. Com uma empresa regularizada, é possível participar das cotações, no caso das obras privadas, ou licitações, se for uma obra pública.
Boca a boca
Serviços bem prestados levam o cliente a indicar seu trabalho para outro cliente, e assim sucessivamente.
Jornal de bairro
Essa mídia tradicional tem custos menores do que publicar anúncios em jornais de grande circulação, e é possível alcançar clientes com mais rapidez. Um exemplo: imagine um bairro que esteja passando por expansão imobiliária e recebendo benfeitorias público-privadas. Quem adquirir um imóvel na localidade pode precisar de serviços da construção civil. Com o anúncio no jornal que circula na região, as chances de ser visto são maiores.
Cartão de visitas
Um cartão de visita bem organizado e esteticamente atraente pode gerar melhor impressão no cliente do que qualquer endereço de site ou conta de mídia social. Além da primeira impressão positiva, o cartão de visitas tem outras 3 qualidades: o baixo custo, abre janelas de oportunidades para negócios e ajuda a construir a marca da empresa.
Lojas de materiais de construção
Manter contato com esses estabelecimentos é um bom caminho para atrair clientes. É possível conversar com o dono da loja para deixar panfletos e cartões de visita no balcão, acessível a quem estiver procurando um serviço de engenharia civil ou de arquitetura.
Obra com qualidade
Quem busca o serviço da construção civil espera por um resultado final que o satisfaça. Uma obra bem construída, por si só, serve de chamariz para atrair outros clientes.
Síndico
Se a obra em um condomínio for bem feita, o potencial de o síndico sugerir o nome da empresa para outros condomínios é grande.
Assista ao vídeo sobre as 10 estratégias para atrair clientes
Entrevistado
Engenheiro civil e YouTuber Alex Wetler, empreendedor da construção civil
Contato
contato@alexwetler.com.br
www.alexwetler.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Projeto no RN constrói 1ª casa do Brasil com impressora 3D

Crédito: 3DHomeConstruction
A primeira casa do Brasil construída com a tecnologia de impressão 3D já é realidade no município de Macaíba, no Rio Grande do Norte. Sob a orientação do professor-doutor André Felipe Oliveira de Azevedo Dantas, os engenheiros civis Allynson Aarão César Xavier e Iago Felipe Domingos da Silva, vinculados à Universidade Potiguar (UnP), viabilizaram o processo de impressão utilizando concreto como matéria-prima. Os três também se envolveram com a construção da impressora, ao longo de um projeto que começou há 3 anos. Nesse desenvolvimento, o trio teve o apoio do centro de excelência em pesquisa aplicada da UnP.
A etapa da impressão das paredes estruturais de uma casa com 66,32 m2 se estendeu por quase 7 meses. Ao longo dessa fase foi necessária uma série de ajustes. A impressão ocorreu em local aberto, o que fez com que as mudanças climáticas interferissem no desempenho da máquina. Os engenheiros também precisaram atingir a composição correta do concreto para que pudesse ser bombeado até a impressora. Sem contar que o equipamento passou por vários consertos ao longo da execução do projeto.
O grau de confiabilidade do composto cimentício para alimentar a impressora 3D foi conseguido após 6 meses. Para alcançar a especificação ideal, os pesquisadores contaram com o apoio da equipe de pós-graduação em engenharia de materiais da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). O software da máquina replica tecnologia consagrada pela chinesa Win Sun e pela russa Apis e lê as seguintes características do concreto: traço, viscosidade, composição e resistência.

Crédito: 3DHomeConstruction
A casa construída em Macaíba-RN atende padrões de habitação de interesse social (HIS). Os engenheiros civis envolvidos com o projeto estimam que no prazo de 1 ano a tecnologia esteja apta para construir a estrutura de uma casa em 24 horas. A impressora montada na UnP é capaz de construir uma moradia de até 200 m2. O equipamento tem 3 m de altura, 7,6m de largura, e 12 m de comprimento. Segundo o professor-doutor André Felipe Oliveira de Azevedo Dantas, a economia de materiais, custos e mão de obra para viabilizar a casa-protótipo chegou a 30%. “Podemos impactar fortemente o nosso país com um modelo de produtividade diferenciado, diminuindo custos e maximizando lucros”, avalia.
Custo do m2 para construir a casa ficou em torno de 50 reais, mas pode baixar
Considerando apenas a fase de impressão, o custo do m2 para construir a casa ficou em torno de 50 reais. Os pesquisadores, no entanto, asseguram que esse valor pode ser reduzido. “O próximo passo é conseguir investimento para desenvolver a tecnologia, aumentando sua precisão e confiabilidade. Também buscamos criar um modelo de negócio que coloque o produto no mercado, de forma competitiva, e também para dentro das universidades, como instrumento de pesquisa”, diz Allynson Xavier.
Algumas das principais empresas que desenvolvem a tecnologia de impressão 3D fora do Brasil já possuem investimento mensal na ordem de 30 milhões de dólares (cerca de 150 milhões de reais). “Acreditamos que o futuro da construção está nos projetos híbridos, onde a impressão 3D entra como ferramenta para aumentar a produtividade da construção em escala, no caso dos projetos de habitação popular, e também com a precisão para os projetos de alta complexidade geométrica, no caso das edificações de alto padrão”, definem os pesquisadores.
Veja time-lapse da construção casa com impressão 3D
Entrevistado
Professor-doutor André Felipe Oliveira de Azevedo Dantas, do departamento de engenharia civil da Universidade Potiguar, e engenheiros civis Allynson Aarão César Xavier e Iago Felipe Domingos da Silva
Contato
andre.dantas@unp.br
www.instagram.com/3dhomeconstruction/
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330








