Crédito imobiliário disponível para 5 milhões de famílias
Base da pirâmide para aquisição da casa própria se alarga com captação recorde da caderneta de poupança
A queda drástica nos juros e a expansão do volume de recursos para o crédito imobiliário democratizaram ainda mais o acesso ao financiamento da casa própria. A análise faz parte de um estudo do Banco Inter, divulgado recentemente, e que mostra que 5 milhões de novas famílias têm potencial para adquirir imóvel através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O financiamento via SBPE abrange unidades com valor médio de 250 mil reais.
Outra razão para que a base da pirâmide do crédito imobiliário tenha se alargado está no fato da captação da poupança ter batido recorde na era do Plano Real (criado em 1994). Nos primeiros 7 meses de 2020, a aplicação, que é uma das principais fontes do financiamento imobiliário no Brasil – junto com o FGTS -, arrecadou 87,9 bilhões de reais. Em termos de comparação, no mesmo período de 2019, a poupança captou 13 bilhões de reais.
Como consequência desse cenário, as operações para aquisição da casa própria pelo SBPE cresceram 25% nos primeiros 7 meses de 2020, se comparado ao mesmo período de 2019. O relatório do Banco Inter resume o momento como “uma janela para o crédito imobiliário”. O mesmo documento avalia que vai caber ao cenário econômico do segundo semestre de 2020 aquecer a demanda por novos financiamentos.
No que depender da Caixa Econômica Federal, que detém 70% do crédito imobiliário do país, mecanismos para estimular a busca por financiamento não irão faltar. A mais recente medida do banco foi aumentar o comprometimento da renda familiar de 20% para 22%. Na prática, significa que a renda familiar para financiar um imóvel de até 300 mil reais por 30 anos baixou de 10.250,60 reais para 9.318,73. As taxas anuais de juros para esse financiamento são de 4,95% + IPCA.
Caixa dispõe de 483 bilhões de reais para investimento em crédito imobiliário e construção de moradias
Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a medida é para estimular novas famílias a adquirirem a casa própria. “A habitação é um bem social que todas as famílias têm direito. Então, o governo federal tem o mercado imobiliário como uma de suas prioridades”, revela o dirigente. Atualmente, a Caixa dispõe de 483 bilhões de reais para investimento no crédito imobiliário e na construção civil residencial.
Por isso, vários analistas econômicos afirmam ser esse o melhor momento para financiar a casa própria. Um deles é o professor do curso de economia da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) Silas de Souza Cézar. Segundo ele, a conjuntura juros baixos, inflação baixa e mercado imobiliário fazendo de tudo para vender é inédita no país. Por outro lado, ele alerta: essa conjuntura é para quem quer adquirir o imóvel para morar, não para investir.
Na mesma linha, Alberto Ajzental, do curso de desenvolvimento de negócios imobiliários da FGV, afirma que o crédito imobiliário está em um patamar que nunca esteve. Ele faz uma comparação, mostrando que quem comprou imóvel em 2016, com taxa de juros a 12% ao ano contra os 7% de agora (média dos cinco bancos que operam com financiamento imobiliário no Brasil) pagou 90 mil reais a mais pela aquisição da casa própria.
Entrevistado
Banco Inter e Caixa Econômica Federal (via assessoria de imprensa)
Contato
imprensa@bancointer.com.br
imprensa@caixa.gov.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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