Falta d’água estimula uso de agentes de cura do concreto
Produto retarda evaporação, aumenta durabilidade e reduz formação de fissuras. Com crise hídrica, obras residenciais também aderem à mistura química
Produto retarda evaporação, aumenta durabilidade e reduz formação de fissuras. Com crise hídrica, obras residenciais também aderem à mistura química
Por: Altair Santos
Conhecidos por retardar a evaporação da água e por proporcionar processos de secagem sem formação de fissuras, os agentes de cura do concreto estão em alta durante a crise hídrica. Por promoverem economia de água no canteiro de obras, passaram a ser mais requisitados. Dependendo da marca, da área concretada e das condições meteorológicas, esses produtos podem gerar economia de até dois mil litros de água para cada 100 m² construídos. Mais usados em obras de infraestrutura ou grandes empreendimentos, como shopping centers e galpões logísticos, a falta d’água passou a fazer com que os agentes de cura ganhassem espaço em construções residenciais.
![cura do concreto](https://www.cimentoitambe.com.br/wp-content/uploads/2024/04/cura_concreto-150x150.jpg)
Aplicados sobre a superfície do concreto fresco, logo após o desaparecimento da água de exsudação – o que pode ocorrer entre meia hora e duas horas após o alisamento do concreto, dependendo das condições meteorológicas -, os agentes de cura têm elementos que, ao contato com o concreto, formam uma película uniforme e flexível sobre o material e que funcionam como filtros para os raios solares. Alguns possuem até propriedades antirraios UV (ultravioleta), considerados nocivos ao concreto novo por estimularem o surgimento de fissuras. “Existem diferentes bases de agentes de cura, cada uma adequada para determinadas características de clima e de superfície do concreto”, explica o tecnólogo Fábio Pires, da Camargo Química, um dos fabricantes de agentes de cura no Brasil.
Comprovadamente eficientes para a cura do concreto, os agentes precisam ter a aplicação bem distribuída e controlada para que suas propriedades possam ser cumpridas de forma adequada. “Por isso, é indicada a aplicação com pulverizadores, que proporcionam distribuição uniforme. A aplicação de forma desigual é mais prejudicial ao concreto do que a utilização em excesso. Também não é recomendado diluí-lo, o que também prejudica o desempenho do produto”, orienta Fábio Pires, lembrando que cada tipo de concreto exige um agente de cura específico. “Mas não é apenas a superfície do concreto que irá definir o agente de cura a ser usado. As condições meteorológicas também são relevantes para que o produto desempenhe sua função e gere economia de água no processo de cura”, complementa.
Ensina o engenheiro civil Rubens Curti, coordenador do laboratório de concreto e argamassa da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), que há outros procedimentos, além do uso de agentes, que podem impedir o desperdício de água durante o processo de cura. Entre eles:
• Manter úmida a superfície do concreto construindo-se pequenas barreiras nas bordas da superfície (horizontal) para que ocorra o represamento de uma lâmina de água.
• Manter úmida a superfície do concreto com auxílio de sacos de aniagem umedecidos, mantas de bidim umedecidas, camada de areia úmida, camada de serragem úmida e sacos de cimentos umedecidos.
• No caso das superfícies verticais, também se pode fazer a cura com aspersão de água através de “chuveirinhos”. Outra alternativa, neste caso, está na utilização de mantas de bidim umedecidas para envolver as peças verticais.
![Cura do concreto](https://www.cimentoitambe.com.br/wp-content/uploads/2024/04/cura-concreto-2-150x150.jpg)
Importância da cura do concreto
Em cursos promovidos pela ABCP, Rubens Curti orienta que agentes de cura são recomendáveis para grandes superfícies em concreto, como estradas em pavimento rígido, pistas e pátios de aeroportos e superfícies verticais, além de paredes de concreto – após a retirada das formas. Neste caso, ele lembra que agentes de cura são à base de parafinas, ceras ou acrílicos que podem dificultar a aderência de argamassas de revestimentos nas paredes de concreto. Por isso, antes de revesti-las, o agente de cura deve ser removido. Normalmente, com o uso de escovas de aço. Essas e outras orientações sobre a cura do concreto e o uso de agentes de cura estão inseridas em duas normas técnicas: ABNT NBR 14931 – Execução de Estruturas de Concreto – Procedimento – e ABNT NBR 16055 – Parede de concreto moldada no local.
Também nas aulas que ministra na ABCP, Rubens Curti ressalta a importância da cura. “O concreto é composto por cimento, água, agregados miúdos e graúdos e, eventualmente, aditivos. A única reação química que se processa com esses materiais é a do cimento com a água. Portanto, tem que ter água suficiente para que a reação ocorra. Se não houver uma perfeita hidratação do cimento não vai ocorrer a formação dos C-S-H (Silicatos de Cálcio Hidratados) que se originam na principal fase de hidratação do Cimento Portland e têm grande influência na maioria das propriedades físicas e mecânicas dos materiais cimentícios”, professa.
Reforçando a importância da cura nesta época de crise hídrica, o tecnologista em concreto, e consultor da ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem), Arcindo Vaquero y Mayor, reforça que contratar concreteiras credenciadas, que tenham suporte técnico, além de obedecer as normas técnicas, também fazem parte dos procedimentos adequados para se economizar água no canteiro de obras.
Entrevistados
-Tecnólogo em concreto Fábio Pires, diretor da Camargo Química
– Engenheiro civil Rubens Curti, coordenador do laboratório de concreto e argamassa da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) (via assessoria de imprensa)
– Engenheiro civil Arcindo Vaquero y Mayor, consultor na área de tecnologia do concreto da ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem)
Contatos
fabio@camargoquimica.com.br
dcc@abcp.org.br
www.abesc.org.br/contato.html
Crédito fotos: U.S. Navy/Demetrius Kennon/Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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