Evento discute infraestrutura brasileira para a Copa de 2014

A 2ª Edição do World Cup Infrastructure Summit acontece entre os dias 20 e 21 de setembro, em São Paulo

Por: Lilian Júlio
Edson Favero Jr.: “A Copa de 2014 é uma excelente oportunidade para que o país tenha investimentos em diversas áreas”

O que precisa ser feito em relação à infraestrutura brasileira para a Copa do Mundo de 2014? Este é o ponto principal das discussões que serão feitas na 2ª Edição do World Cup Infrastructure Summit, nos dias 20 e 21 de setembro deste ano, na cidade de São Paulo. O evento é realizado pela Viex Americas, empresa de eventos de infraestrutura, energia e recursos naturais. “Durante dois dias, representantes do governo e dos comitês da Copa das cidades-sede irão debater como estão e o que ainda é necessário para as obras em infraestrutura”, conta Edson Favero Jr., sócio-diretor da Viex Americas.

De acordo com estimativas do Ministério do Turismo são esperados cerca de 500 mil turistas durante os jogos da Copa do Mundo. Para receber esse volume de fãs do futebol, o Brasil precisa passar por várias mudanças. “São necessárias obras em infraestrutura de estádios, mobilidade urbana, acesso às cidades, transporte e segurança. No World Cup Infrastructure Summit tomaremos como exemplo as obras realizadas em outros países-sede, como a África do Sul”, explica Favero.

Investimentos

De acordo com Favero, a principal preocupação para a Copa do Mundo é a questão do transporte – especificamente os aeroportos brasileiros, classificados por Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), como o maior problema para o Mundial de 2014. “O volume de passageiros durante a Copa deve crescer consideravelmente. Como os turistas irão chegar ao país, se deslocar entre as cidades-sede e o transporte dentro de cada cidade são pontos a serem estudados com atenção”, afirma.

O Brasil precisa de investimentos – e para Favero conquistar esses investimentos envolve dar segurança ao investidor. “O país precisa definir um marco regulatório para o setor aeroportuário e garantir ao investidor que todas as obras serão cumpridas”, explica. O país deve aproveitar a possibilidade de crédito e investir em diversos setores, além dos complexos esportivos. “Os investimentos precisam estar não apenas nos estádios. A Copa é uma excelente oportunidade para que o país tenha investimentos concretos em saneamento básico, transporte, segurança e telecomunicações”.

Uma solução para angariar fundos para as obras da Copa 2014 são as Parceiras Público-Privadas (PPPs). “Algumas cidades-sede estão adotando o modelo de PPPs e assim conseguem viabilizar empreendimentos que sejam interessantes para o investidor e tragam benefícios para a população a longo prazo”, revela Favero. “Esse modelo pode ser aplicado não apenas nos estádios, mas também em rodovias e saneamento, por exemplo”.

Temas concorridos

Durante o World Cup Infrastructure Summit vários temas serão abordados, mas dois painéis serão os mais concorridos: o painel de abertura, com uma abordagem mais geral, e o que trata sobre as Iniciativas e Necessidades de Obras de Infraestrutura Apontadas Pelas 12 Cidades-Sede. “Serão debates nos quais todos os participantes têm dúvidas e por isso serão discussões muito interessantes”, afirma.

Um dos participantes dos painéis é Ricardo Araújo, especialista em Gestão de Instalações Esportivas. Para ele, eventos como este são primordiais para que o país esteja pronto para receber a Copa. “Eventos que envolvam diversos setores da sociedade e que permitam a discussão e reflexão desses temas por uma parcela ampla da população contribuem para uma melhor preparação do Brasil”, afirma.

No painel em que participará – na abertura do fórum – Araújo irá abordar como os investimentos públicos e privados devem se adequar aos preparativos para os mega-eventos esportivos no Brasil. “Vamos focar principalmente na questão da sustentabilidade e dos legados que esta preparação deixará para o país”.

Confira a programação completa do evento:

20 de setembro (segunda-feira)

Manhã
- Abertura do Fórum
- Iniciativas e Necessidades de Obras de Infraestrutura Apontadas Pelas 12 Cidades-Sede + Rio de Janeiro 2016

Tarde
- Financiamento e Investimentos
- Cases Internacionais de países que sediaram grandes eventos esportivos

Noite
- Coquetel

21 de setembro (terça-feira)

Manhã
- Painel – Infraestrutura Nacional - Aeroportos - Portos - TAV - Saneamento
- Painel – Turismo e Capacidade Hoteleira

Tarde
- Painel – Transporte - Mobilidade Urbana e Acessibilidade
- Painel – Estádios

As inscrições para o evento podem ser feitas no endereço www.codesan2010.com.br.

Entrevistados

Edson Favero Jr.
- Especialista em Administração e Publicidade
- Coordenador do curso de Publicidade e Propaganda das Faculdades Oswaldo Cruz
- Sócio-diretor da Viex Americas: www.codesan2010.com.br

Ricardo Araújo
- Economista, pós-graduado em Marketing, MBA em Administração e Especialista em Gestão de Instalações Esportivas.
- Consultor de empresas e órgãos públicos
- Criador do blog Novas Arenas: http://portalexame.abril.com.br/rede-de-blogs/novas-arenas/

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content

Retração - Redução de Efeito e Compensação

A retração do concreto pode gerar fissuras e rachaduras. Nestes casos é necessário realizar a cura eficiente no acabamento final de uma estrutura de concreto

Por: Engº. Jorge Aoki – Gerente de Assessoria Técnica Itambé e Engª. Giovana Medeiros – Assessora Técnico Comercial Itambé

A retração é o processo de redução de volume que ocorre na massa de concreto, ocasionada principalmente pela saída de água por exsudação (retração plástica e por secagem ou hidráulica). Entretanto, existem outros fenômenos no concreto que também provocam outros tipos de retração: retração química, retração autógena e térmica.

Retração plástica
Ocorre pela perda de água do concreto por exsudação, em seu estado fresco. Este processo é acelerado pela exposição de sua superfície às intempéries como vento, baixa umidade relativa do ar e aumento da temperatura ambiente.

Retração por secagem ou hidráulica
Ocorre da mesma maneira que a retração plástica, porém com o concreto já no estado endurecido.

Retração química
Ocorre devido à redução de volume desde o momento que se inicia a hidratação, pois os produtos gerados neste processo têm volumes menores que àqueles materiais que deram origem à reação (cimento e água).

Retração autógena
A água utilizada na reação de hidratação sai dos poros capilares do concreto e, assim, reduz seu volume.

Retração térmica
É a retração provocada pelo calor liberado na reação de hidratação. Esta reação é exotérmica e o calor liberado expande o concreto em um primeiro momento. Ao se resfriar ocorre uma redução de volume denominada retração térmica.

Quando se fala em retração no concreto e seu efeito mais comum – o aparecimento de fissuras e trincas, a primeira ideia é fazer uma cura eficiente para evitar a perda rápida da água e o aparecimento das tensões causadoras. Mas, podemos atuar também preventivamente, ou seja, com uma quantidade reduzida de água no traço do concreto. Neste caso, a exsudação também será pequena e como consequência final, uma pequena retração plástica ou por secagem.  Os dois processos – cura e redução de água – atuam sobre o mesmo problema, ou seja, o fenômeno da saída de água do concreto, mas a cura é facilitada quando o volume de água da exsudação é menor.

Outra forma de compensar parte da retração é a utilização de expansores, que têm a função de aumentar o volume da massa e, assim, equilibrar a redução provocada pela retração. Os expansores, geralmente à base de derivados de alumínio, têm atuação reduzida e, neste caso, compensam apenas uma pequena parte da redução de volume. São utilizados em calda para injeção, argamassas de preenchimento, groutes, dentre outras aplicações específicas.  O cuidado importante é a realização de ensaios prévios para a verificação do efeito sobre a resistência mecânica e o acerto da dosagem adequada.

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Gestão de riscos em projetos

Riscos são inevitáveis. Estar preparado para eles é o que faz a sua empresa se destacar no mercado

Por: Camila Braga

Prever o comportamento das bolsas de valores ou mesmo ter certeza sobre se a previsão do tempo vai se confirmar é algo que ainda não conseguimos fazer. Em contrapartida, podemos estar preparados para administrar resultados positivos ou negativos. A incerteza faz parte da rotina e disso trata a gestão de riscos: planejar ações e estar preparado para imprevistos.

O panorama atual é de um mercado globalizado e dinâmico, mas, ao mesmo tempo, incerto e turbulento. Com relação aos riscos, no entanto, as empresas brasileiras mantêm uma cultura de não fazer um planejamento prévio para eventuais surpresas e, caso elas ocorram, resolvê-las com base no improviso, o que pode afetar a rentabilidade da companhia.

J. Angelo Valle: “Todos os vitoriosos do mercado um dia se confrontaram com o fator surpresa”

O engenheiro e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), José Angelo Santos do Valle, co-autor da obra Gerenciamento de Riscos em Projetos, da editora Fundação Getulio Vargas, espera que essa posição dos gestores mude: “esperamos que a partir de agora as empresas substituam esse alto grau de improviso por um planejamento das suas ações, já que o improviso leva a um desperdício de recursos”.

Tipos de riscos

Os riscos podem ser classificados em diferentes grupos, de acordo com o tema que envolvem. O empresário e também professor da FGV, Alonso Mazini Soler, outro co-autor da obra Gerenciamento de Riscos em Projetos, exemplifica: “na construção de uma obra, por exemplo, você pode ter desde riscos técnicos, riscos legais, riscos de algum acidente até o risco de enfrentar a greve de algum sindicato local e ter a obra paralisada por alguns dias. É importante que a empresa se questione sobre a possibilidade de todos eles”.

Alonso Mazini Soler: “A grande sacada é não deixar a empresa ficar a mercê do que não se tem controle”.

Alonso Mazini ressalta ainda que nem todos os riscos são negativos: “há coisas que o acaso pode fazer acontecer e que podem trazer um impacto positivo para a vida da empresa, mas a grande sacada é aprender a lidar com o que não é certo e tirar proveito disso, seja potencializando os impactos positivos ou minimizando os negativos, e não deixar a empresa ficar a mercê do que não se tem controle”.

De acordo com o professor Angelo do Valle, não existe risco zero, sempre há a possibilidade de falhar de alguma forma. Toda e qualquer atividade tem seu risco, sejam riscos econômicos de operações financeiras, falhas técnicas de um projeto e até mesmo risco moral. “Quando você fala alguma coisa, há o risco de desagradar alguém, um parceiro, um colega de trabalho, um amigo. Acontece sem querer e sem planejar. Temos que estar preparados para a surpresa, que é inevitável. Ajustar-nos para não perder dinheiro com essas oscilações é gerenciar os riscos do cotidiano”.

Como gerenciar os riscos

Para auxiliar na gestão de riscos existem softwares específicos, empresas de consultoria e inclusive uma disciplina sobre o assunto nos cursos de especialização em gestão empresarial. “Mas o passo a passo pode ser feito até num pedaço de saco de pão”, afirma o professor Angelo. E ensina como deve ser um esquema básico para isso:

identificação de riscos -> análise de riscos -> plano de ação -> monitoramento de riscos

Na fase de identificação dos riscos, a empresa deve se perguntar o que é que pode dar errado naquele determinado projeto, com base em informações vindas de três fontes: visão dos recursos do projeto, visão dos clientes e documentação de avanço do projeto. “Adotando uma metodologia questionadora, a organização se compromete a levantar todos os possíveis ‘pode ser’, como: pode ser que meu material seja de má qualidade, pode ser que passe a vigorar uma lei contrária aos meus interesses, pode ser que meu empregado falte por motivo de doença, pode ser que chova por uma semana e as obras tenham que ser suspensas”, enumera o professor Mazini.

Já na fase de análise de riscos é feita uma ponderação. De todos os riscos levantados, com quais a empresa deve se precaver? O objetivo da gestão de riscos é evitar que a empresa perca dinheiro com o acaso, porém seria ilógico investir sem necessidade em planos B. Por isso, o gestor deve analisar, dentre os riscos levantados na fase anterior, aqueles com maior impacto e maior probabilidade de acontecer e para esses elaborar um plano de ação, que vai variar conforme o risco e a empresa.

Por fim, é importante lembrar que o processo de gerenciamento de riscos implica um contínuo monitoramento. Ainda que os processos dentro de uma empresa não aconteçam de forma isolada, cada parte possui impactos e ameaças diferentes diante de cada risco. Portanto, o processo de gestão de riscos é cíclico, a cada nova etapa é necessário analisar os novos impactos e questionar novos riscos. Tudo para estar preparado para o acaso.

Entrevistados
Jose Angelo S. Valle
- Engenheiro Civil, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- Consultor de empresas nacionais e multinacionais em Gerenciamento de Projetos.
- Professor e coordenador Acadêmico do Curso MBA em Gerenciamento de Projetos da Fundação Getulio Vargas (FGV).
- Co-autor do livro “Gerenciamento de Riscos em Projetos” da Editora FGV.
- Participou da elaboração da Norma Internacional ISO 31000, da International Standards Organization, com correspondente na ABNT – NBR 31000, sobre Gerenciamento de Riscos.
- Foi um dos introdutores no Brasil da metodologia internacionalmente reconhecida e consagrada do PMI – Project Management Institute, o maior grupo formalmente organizado de Gerentes de Projeto do mundo.
- Fundador e ex-presidente da Seção Regional Rio de Janeiro do PMI.
- Conferencista. Apresentou diversas palestras e trabalhos em todo Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, sobre Gerenciamento de Projetos.

Alonso Mazini Soler
- Sócio diretor da J2DA Consulting.
- Doutor em Engenharia de Produção pela POLI-USP.
- Trabalhou 14 anos nos ambientes de projetos, consultorias e educação da HP e IBM Brasil.
- Atualmente ministras aulas para os programas de MBA em Gerenciamento de Projetos da FIA-USP e FGV.
- Pensador e crítico das práticas atuais do moderno Gerenciamento de Projetos.
Contato: amsol@j2da.com.br

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Copa 2014: Arena Fonte Nova

Estádio de Salvador para a Copa 2014 ocupará uma área de 12 mil metros quadrados

Por: Lilian Júlio
A Arena Fonte Nova terá capacidade para 50 mil pessoas

Como uma das sedes da Copa do Mundo 2014, o estádio Octávio Mangabeira – conhecido como Fonte Nova – em Salvador, na Bahia, deveria passar por reformas e atender às exigências da Fifa para receber os jogos do próximo mundial de futebol. No entanto, o governo do estado da Bahia optou por demolir o antigo estádio e construir a Arena Fonte Nova, já que o custo da reforma seria superior ao da nova construção.

A Arena Fonte Nova será um estádio mais moderno e sustentável do que o antigo Octávio Mangabeira – pelo menos é o que garante o seu projeto. A capacidade e o conforto serão ampliados e até mesmo o concreto utilizado na obra será fruto de reciclagem, inovando a forma de se construir um grande estádio.

A Nova Fonte Nova

A estrutura da Nova Fonte Nova abrigará 50.433 – serão 45 mil cadeiras, 70 camarotes (com possibilidade da construção de mais 30), 1978 vagas de estacionamento, 81 sanitários, 12 elevadores, 39 quiosques, restaurante panorâmico com vista para o estádio e sala de imprensa. Além disso, o Museu do Futebol, o Fun Shop e o Business Lounge (com 1130 cadeiras VIPs) funcionarão independentemente dos jogos. No total, o novo estádio terá uma área de 12 mil metros quadrados.

O custo final da obra será de R$ 591 milhões

A Arena Fonte Nova deve estar pronta em dezembro de 2012. De acordo com a assessoria de imprensa do Consórcio Fonte Nova, responsável pela execução do projeto e formado pelas empresas OAS e Odebrecht, a intenção é de que o novo estádio seja uma das sedes da Copa das Confederações em 2013. O custo da obra será de R$ 594 milhões, custeados por uma parceria público-privada. E a arena não será utilizada apenas para eventos esportivos: shows de grande porte (inclusive internacionais), congressos e eventos empresariais transformarão a Nova Fonte Nova em referencial.

Sustentabilidade

Todos os estádios da Copa 2014 devem ser arenas sustentáveis. Para atender a demanda do projeto Green Goal, da Fifa, a Arena Fonte Nova trabalhará com princípios de sustentabilidade: economia de água, reuso de esgoto tratado, aproveitamento da chuva para irrigação, reciclagem do lixo gerado, sustentabilidade energética e ventilação e iluminação natural são características do novo estádio de Salvador.

Mas, o principal diferencial é a reciclagem do concreto: após a implosão do Octávio Mangabeira (agendada para 29 de agosto) os resíduos serão separados e reciclados com um equipamento de britagem capaz de processar 100 m³ de concreto por hora. O material será reutilizado no novo estádio, diminuindo a produção de resíduos e o custo final da obra.

Na sua opinião, qual fator é o maior responsável pelos atrasos nas obras para a Copa de 2014? Faça o seu comentário.

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Novas tecnologias em paredes de concreto

Com custos competitivos de construção e prazos menores de execução e acabamento, as paredes de concreto despontam como alternativa para diversos tipos de edificações

Por: Michel Mello

As novas tecnologias de construção em paredes moldadas ou pré-moldadas em concreto, já estão disponíveis para todos os canteiros de obras do país. São sistemas de componentes modernos, que apresentam menor dependência em relação à qualidade da mão de obra e custos reduzidos. As paredes de concreto são indicadas para todas as tipologias de construção e podem ser utilizadas em obras de pequeno, médio e alto padrão, devido a sua grande versatilidade.

Ary Fonseca, consultor da Associação Brasileira de Cimento Portland, especialista em sistemas de concreto

“O que define a escolha de paredes de concreto é uma análise de custos com base em demanda e quantidade”, afirma o consultor Ary Fonseca, especialista da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), em paredes de concreto. “São sistemas que aliam prazos rápidos à alta competitividade, porque incorporam características de racionalização e industrialização em uma mesma obra”, afirma o especialista.

As paredes de concreto podem ser moldadas no local, pré-moldadas ou mesmo pré-fabricadas. Isso reduz os prazos de execução e desenvolve uma logística própria de reorganização das obras. O projeto e a execução em estruturas pré-moldadas e procedimentos técnicos ligados a esse segmento atingiram, em três anos, 50 mil unidades construídas. “E a perspectiva para o setor é que até 2013 tenhamos entre 50 a 100 mil novas unidades”, prevê Ary Fonseca.

“Em razão da demanda reprimida do segmento, eu acredito que a utilização das paredes de concreto seja uma das alternativas mais competitivas no mercado”, antecipa Ary. E o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), como o programa de habitação do governo federal, Minha Casa, Minha Vida (MCMV), tem apostado nessa alternativa de construção por apresentarem diversas facilidades como tempo reduzido de execução, baixo custo de produção e menor dependência de mão de obra especializada.

Tipologias da construção

As paredes de concreto podem ser utilizadas em edificações de casas térreas, assobradadas, edifícios de até cinco pavimentos padrão, edifícios de até oito pavimentos com esforço e, em casos especiais, dependendo da especificidade, em edifícios de até 30 pavimentos. Podem ser empregados os métodos de sistema celular ou sistema convencional.

No Brasil são definidos quatro tipos específicos de concreto para esse sistema, são eles:
• Concreto celular;
• Concreto com elevado teor de ar incorporado;
• Concretos com baixa massa específica; e
• Concreto autodensável.

  
O concreto é adensado às paredes através de formas fixas que podem ser de metal, madeira ou mista. Essas formas são colocadas provisoriamente até a secagem final do concreto, no processo chamado de solidificação.

Os tipos de formas mais empregados em sistemas de paredes de concreto são as formas metálicas, compostas de quadros e chapas metálicas. As formas mistas são uma combinação de formas metálicas e compensados, onde quadros da peça metálica são cobertos por chapas de madeira. Já as formas plásticas são quadros e chapas feitos de plástico reciclável. Também existem os sistemas trepantes utilizados em edificações de múltiplos pavimentos.

Vantagens

Entre as diversas vantagens que as paredes de concreto apresentam, podemos destacar a alta produtividade e a rapidez com que se executam as obras. Possui um custo global competitivo, em relação ao custo tradicional e pode ser executada, simultaneamente, estrutura e a vedação.  Dispensando assim a utilização de revestimentos.

Outra vantagem deste tipo de construção é que dispensa a mão de obra qualificada. Com um treinamento básico e simples, operários podem realizar diversos tipos de montagem das partes de concreto.

Entrevistado
Ary Fonseca
- Graduado em Engenharia Civil com extensão acadêmica em Engenharia de Produção na Construção Civil, pela Fundação Vanzolini - Universidade do Estado de São Paulo (USP).
- Especialista em Gestão de Negócios - Fundação Getúlio Vargas (FGV).
- MBA em Negócios - Gestão, Estratégia e Operação - Fundação Dom Cabral.
- Coordenador de desenvolvimento de mercado, no segmento edificações da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
- Possui mais de 25 anos de experiência no setor da construção civil, com diversificada trajetória profissional (siderurgia, infraestrutura, edificações).
Email: ary.fonseca@abcp.org.br

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Mestrado em Habitação é ferramenta para a qualificação do profissional

Com nota quatro pela Capes o mestrado do Instituto de Pesquisas Tecnológicas é procurado por diferentes profissionais

Por: Lílian Júlio
O mestrado trabalha com as seguintes áreas de conhecimento: Planejamento, Gestão e Projeto e Tecnologia em Construção de Edifícios

Para capacitar profissionais da construção civil o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, criou o mestrado profissional em Habitação. O curso existe desde 1998, mas com o crescimento do setor e a necessidade de qualificação profissional na área a procura pelo mestrado tem aumentado. “Normalmente são duas turmas por ano e, excepcionalmente em 2010, abrimos três por causa da demanda dos alunos” conta o professor Douglas Barreto, coordenador do mestrado.

O mestrado em Habitação do IPT possui avaliação com nota quatro pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que avalia todos os cursos de pós-graduação do Brasil – as notas vão de um a cinco. A pontuação elevada pode ser justificada pelo rigoroso planejamento que o IPT desenvolveu antes de abrir o mestrado. “Durante quatro anos – entre 94 e 98 – nós fizemos treinamentos de profissionais para habitação em parceria com o Japão e as experiências desses treinamentos valeram como suporte para a instituição do mestrado profissional”, explica o professor Barreto.

A maioria dos alunos que procuram o curso é composta de engenheiros civis e arquitetos, mas a formação dos profissionais varia. “Temos, também, físicos, outros tipos de engenheiros e até mesmo advogados e economistas, que buscam conhecimento na sua área de atuação”, afirma. E é esse o foco do mestrado: ampliar a capacitação do profissional no seu próprio campo de atuação – seja planejamento, projeto ou qualquer outro que envolva edificações. “Com uma capacitação, o profissional dá um salto de qualidade muito grande, contribuindo inclusive para a empresa como um todo”, justifica Barreto.

Conteúdo do mestrado

O mestrado profissional em Habitação oferece duas áreas de conhecimento: Planejamento, Gestão e Projeto e Tecnologia em Construção de Edifícios. “Cada área é voltada para determinados temas e o profissional escolhe em qual delas quer desenvolver sua pesquisa”, conta o coordenador. O curso possui duração de 24 meses – durante o primeiro ano o aluno cursa sete disciplinas (de acordo com sua área de estudo) e, depois disso, desenvolve sua pesquisa e dissertação.

A área de Planejamento, Gestão e Projeto é voltada para questões mais abrangentes, como habitação, arquitetura, urbanismo e construção civil envolvendo também planejamento, gestão econômica, programas habitacionais e sustentabilidade. As principais disciplinas nesta área são:

- Racionalização, custo e qualidade do empreendimento habitacional
- Geotecnia aplicada ao meio urbano e fundações dos edifícios
- Habitação de interesse social: gestão da produção e avaliação pós-ocupação
- Análise de custos e de viabilidade de empreendimentos
- Projetos arquitetônicos e urbanísticos sustentáveis
- Sistemas integrados de saneamento urbano
- Políticas públicas e privadas de habitação e urbanismo

Já a área de Tecnologia em Construção de Edifícios aborda questões mais práticas de uma construção, como sistemas, componentes, materiais e técnicas construtivas, instalações prediais, manutenção e restauro de edificações e economia de água e energia. As disciplinas são:

- Sistemas construtivos para habitação: inovação e desempenho
- Alternativas e inovações tecnológicas do concreto nas construções
- Materiais e técnicas de acabamento, revestimento e de restauro de edifícios
- Sistemas prediais e segurança contra incêndio
- Sistema da qualidade no projeto e construção de edifícios
- Patologias das edificações
- Desempenho térmico e acústico de edifícios
- Vedações verticais de edifícios

“Como o curso é voltado para profissionais que já estão atuando é ideal que o aluno possa escolher que área deseja seguir – ele monta a sua grade curricular com as disciplinas que garantam as informações para ele desenvolver o seu trabalho”, justifica Barreto.

Para quem deseja participar da próxima seleção para o mestrado profissional em Habitação a próxima turma será selecionada em outubro. As inscrições são feitas pelo site www.ipt.br.

>>Entrevistado
Douglas Barreto
É coordenador do curso de mestrado profissional em Habitação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Possui doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1998) e pós-doutorado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil – Lisboa.
Email: mestrado@ipt.br

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Sucessão empresarial: êxito com o assessment

Como preparar o próximo líder da sua empresa sem perder a rentabilidade

Por: Camila Braga

Diretor geral, presidente, dono, CEO, seja qual for o cargo, todos sabem apontar quem é o líder de uma empresa. Mas, quando é chegado o momento de substituí-lo é que a corporação pode passar por problemas, pois o eleito pode não estar no mesmo nível de performance do líder anterior. Para combater esse entrave na sucessão empresarial é que muitas empresas têm recorrido ao assessment, uma ferramenta que organiza as informações disponíveis sobre cada funcionário, de maneira a identificar as características e atributos de cada profissional, quanto ao desempenho, potencial de crescimento e liderança, bem como, fragilidades e pontos a serem melhorados.

Carla Mello: “um processo de sucessão bem estruturado traz enormes ganhos”

Para Carla Mello, diretora geral da Acta e DBM, multinacional especializada em outplacement, a pessoa escolhida para substituir aquele que deixa o cargo de líder leva uma média de nove meses para atingir o mesmo nível de desempenho do anterior. “Isso gera um declínio de produtividade e rentabilidade para a empresa”, explica.

De acordo com uma pesquisa realizada pela DBM com aproximadamente 490 empresas brasileiras de médio e grande porte, quase 62% delas, atualmente, não têm uma política para trabalhar a sucessão empresarial. Carla Mello adverte: “muitas vezes se tem um ótimo especialista, um bom líder para determinado projeto, mas esse profissional ainda não está apto para ser um gestor. As empresas não dão a devida importância, mas um processo de sucessão bem estruturado traz enormes ganhos: diminui o tempo que o novo líder leva para se adaptar ao cargo de gestão e com isso evita que empresa tenha essa queda de rentabilidade”.

Benefícios

O assessment traz benefícios tanto para as empresas que aplicam a ferramenta quanto para cada profissional que passa pelo processo. Para as empresas, a grande vantagem do assessment é conseguir ajustar pessoas, processos e estruturas às necessidades do ambiente corporativo, de forma mais ágil. As organizações também passam a contar com colaboradores mais preparados, cientes de suas capacidades e do que precisam otimizar.

Já do lado do profissional, o benefício do assessment é a motivação que gera nos funcionários, que conquistam posições por meritocracia, ou seja, por fazer merecer. Colaboradores com capacidades iguais – capacidades essas mapeadas pelo assessment oferecido pela empresa – têm chances iguais de alcançar um posto e todos lutam por isso. Sem falar que um funcionário que percebe que a empresa está investindo na sua carreira, se sente mais motivado para trabalhar, produz mais e é mais fiel à companhia.

Na prática

Na hora de aplicar o assessment na sua empresa é importante observar alguns pontos para que o procedimento tenha êxito, como definir quais as competências profissionais que realmente importam para a sua organização, já que nem toda habilidade é pertinente a todo negócio. 

Carla lembra que a ferramenta do assessment deve ser aplicada no desenvolvimento do profissional dentro da organização e não em candidatos de fora da empresa, já que para esse tipo de recrutamento existem outras técnicas. A especialista explica que a empresa de consultoria que aplica o assessment apenas mapeia as características dos profissionais, mostrando a cada um deles seus pontos fortes e suas fragilidades, que podem ser supridas via uma leitura, um curso ou simplesmente entrar num foro de discussão. Mas, quem toma a decisão final sobre quem será o novo líder é a própria organização.

Quem aplica o processo de assessment são empresas de consultoria de gestão empresarial e ele dura de 90 a 120 dias. Grandes organizações já adotaram essa ferramenta, com sucesso, como Renault, Volvo, Nutrimental e Zilli Engenharia.

>> Entrevistado
Carla Virmond Mello
- Sócia fundadora da ACTA Desenvolvimento e Educação, empresa  que atua desde 1995 em desenvolvimento organizacional e planejamento de carreira. Diretora DBM Paraná e Santa Catarina. Mestre em engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), especialista em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Contato: http://www.acta.com.br

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Curso de Gestão e Tecnologia de Sistemas Construtivos de Edificações

Como integrar os sistemas construtivos e de edificações com a formação de profissionais especialistas em materiais e a demanda do crescente mercado da construção

Por: Michel Mello

O Departamento de Engenharia Civil (DECiv), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está com inscrições abertas para o VI Curso de Especialização em Gestão e Tecnologia de Sistemas Construtivos de Edificações. Esta especialização procura integrar a diversidade das questões gerenciais e tecnológicas envolvidas nas etapas da produção da construção civil, análise de viabilidade e planejamento do empreendimento. E com isso, formar profissionais especializados e capazes de enfrentar os desafios do mercado.

O crescente mercado da construção exige dos profissionais uma qualificação constante.

A busca por tecnologias inovadoras no setor da construção civil que permitam melhores desempenhos e atuação no mercado. “Este é o princípio que norteia o curso de pós-graduação desde o seu início a mais de dez anos”, afirma o Guilherme Aris Parsekian, que é um dos coordenadores e idealizadores do programa.

Histórico

O curso foi elaborado pelos professores Guilherme Aris Parsekian, José Carlos Paliari e Simar Vieira de Amorim no ano de 1999, que já previam a necessidade de profissionais especialistas no setor de edificações. Na visão dos coordenadores o tempo de formação acadêmica dos engenheiros civis era pequeno. Era necessário oferecer um programa que tratasse especificamente de edificações.

Para suprir esta demanda, vem sendo realizado a cada dois anos o curso de especialização que busca a qualificação de diretores, engenheiros, gestores e outros profissionais ligados à área de produção das edificações. A proposta ultrapassa os limites do canteiro de obras e inclui uma busca constante por novas tecnologias e processos mais atuais de edificação. Os materiais são uma preocupação à parte, desde a concepção do empreendimento, as atividades de planejamento e projeto até a fabricação de materiais e componentes.

“O programa é ofertado para suprir a forte demanda por capacitação e nivelamento dos profissionais, pois em um curso de engenharia não há tempo e nem espaço para a execução de projetos em edificações”, afirma o professor Guilherme.

“O resultado disso é que temos um déficit por profissionais capacitados em sistemas construtivos e de edificações no mercado brasileiro. Daí surgiu o curso de especialização para suprir a demanda crescente, já que o Brasil se encontra em um forte movimento de expansão do setor da construção civil”, completa.
 
Disciplinas X Mercado

As disciplinas ofertadas pelo curso procuram abranger conteúdos dinâmicos e atuais, de acordo com a realidade e a necessidade do mercado. E nesse contexto, visa instruir o aluno, que é um profissional do segmento da construção, aos novos processos empregados em edificações e materiais.

Jorge Aoki, gerente da Assessoria Técnica da Cia. de Cimento Itambé, diz que “um dos pontos que merecem destaque no curso de especialização é a prerrogativa de aliar a teoria com a prática. Trazendo as perspectivas da realidade enfrentada diariamente em uma construtora, ou mesmo em um canteiro de obras, para a sala de aula”. 

Jorge também destaca que: “as disciplinas ligadas aos sistemas construtivos são de fundamental importância nos currículos, pois ensinam os alunos a conhecer os materiais. Hoje em dia o mercado apresenta uma grande diversidade de materiais com qualidades distintas. Em um canteiro de obras é essencial que o profissional da construção saiba comparar questões como qualidade dos materiais, regularidadedesvio padrão – e preço final do produto. Os melhores são aqueles que cumprem todos estes aspectos”, afirma. 

Grade curricular

A grade curricular do curso de especialização enfatiza diversas disciplinas todas relacionadas ao tema edificação e sistemas construtivos. Destacamos abaixo aquelas que tratam diretamente de processos relacionados à construção e à utilização de materiais como cimento e concreto.

Tecnologia dos Sistemas Construtivos em Estruturas de Concreto
Discute as tecnologias de produção das estruturas de concreto armado para edifícios, com abordagem conceitual e aplicada. Ênfase na visão sistêmica à gestão do processo de produção, a racionalização construtiva e as novas tecnologias para o incremento de produtividade.

Tecnologia dos Sistemas Construtivos Industrializados
Abordagem dos aspectos relacionados aos sistemas estruturais industrializados que utilizam aço, madeira e concretos pré-fabricados como também os sistemas complementares de vedação e fechamento e a compatibilização entre os vários subsistemas.

Tecnologia dos Sistemas Construtivos em Alvenaria Estrutural e de Vedação
Trata de conceitos sobre o projeto de vedações verticais e de edifícios de alvenaria estrutural. Levando em consideração o comportamento estrutural, racionalização e compatibilização entre os subsistemas arquitetura, instalações e estrutural.

Tecnologia de Produção de Revestimentos de Argamassa e Cerâmicos
Trata dos subsistemas de revestimentos verticais e horizontais em argamassa e cerâmicos no que diz respeito ao projeto, à produção e ao controle. Enfatiza a racionalização construtiva como meio de evolução tecnológica dos métodos construtivos apresentados.

Durabilidade dos Materiais e Componentes da Construção Civil
Fornecer ao aluno conhecimentos relativos aos principais aspectos inerentes à durabilidade dos materiais e componentes de construção civil e suas inter-relações com o processo construtivo. Serão também descritas as propriedades físicas e mecânicas dos materiais e suas relações com os fenômenos relativos à deterioração, além de aspectos pertinentes ao impacto da tecnologia da construção no desenvolvimento sustentável e no meio ambiente.

Estrutura do curso

São oferecidas 30 vagas e o curso é realizado a cada dois anos. As aulas são presenciais e têm duração de 380 horas-aula. Essa especialização conta com uma extensa equipe de especialistas da UFSCar, USP, UFRJ, UNESP e de outras renomadas empresas que atuam no projeto e na gestão de obras de engenharia. Considerado entre os cinco melhores do país, o curso conta, também, com docentes de outras instituições que, somados aos da UFSCar, conferem ao mestrado o caráter interdisciplinar proposto pelos idealizadores.

>> Entrevistado
Guilherme Aris Parsekian
- Engenheiro Civil pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
- Coordenador do curso de Engenharia Civil da UFSCar
- Mestre em Engenharia de Estruturas - Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP)
- Doutor em Engenharia Civil – Escola Politécnica da Universidade do Estado de São Paulo (EPUSP)
- Pós-doutorado na Universty of Calgary
Email: parsekian@ufscar.br

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content

Expansão da linha 1 da Trensurb

Obra no metrô gaúcho alia respeito ao meio ambiente a inovações tecnológicas

Por: Michel Mello

Metade da obra de expansão da linha 1 do metrô de Porto Alegre, capital gaúcha, já está concluída. Integrando as obras do PAC no estado do Rio Grande do Sul, o empreendimento teve investimento, até agora, de R$ 720 milhões, e conta com mais de nove quilômetros de extensão, onde serão utilizados 46.000 m³ de concreto. O metrô de Porto Alegre é operado em conjunto pelo governo federal, governo do estado e pela prefeitura de Porto Alegre através da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A (Trensurb).

A cobertura da Estação da Liberdade conta com um novo sistema de iluminação solar

A obra é executada pelo Consórcio Nova Via, uma parceria entre as construtoras Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez, Toniolo/Busnello e T’Trans. E vem sendo realizado por trechos independentes durante a sua execução, o que garante maior agilidade e rapidez ao empreendimento. No mês de junho de 2010, a obra de expansão chegou à metade, com 4,9 km já concluídos.

Para o engenheiro Rudimar Berti, gerente de Produção do Consórcio Nova Via, as principais dificuldades durante a execução das obras são as condições climáticas e as dificuldades em se construir em uma indústria a céu aberto. “Ficamos sempre à mercê de dias ensolarados ou pelo menos sem chuva para termos um bom rendimento no trabalho. Até o frio é um componente complicador, pois reduz a eficácia da reação química que ocorre durante o processo de cura do concreto, aumentando o tempo para utilização das peças que são produzidas”, afirma.

O cimento da obra foi fornecido pela Cia. de Cimento Itambé. A Concresul, de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, instalou uma moderna central de concreto automatizada com capacidade de 55 m3/hora e três silos para estocagem do cimento. Esta central atende tanto o concreto para as fundações e pilares como para as vigas pré-moldadas e aduelas das pontes.

Ao término, o projeto do metrô ligará as cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo, integrando a região metropolitana a capital do estado, com 21 estações, totalizando mais de 44 km de extensão. O maior impacto desta obra para as duas cidades é a conquista de um equipamento de transporte público barato, seguro e moderno, para uma demanda superior a 300 mil usuários.

Respeito ao meio ambiente

Foi construída uma indústria de pré-moldados no local, o que diminui o tempo de execução dando mais agilidade na entrega de materiais no canteiro de obras. Esta alternativa também não produz um grande volume de entulho, garantindo menor volume de lixo. Foram utilizadas, também, formas metálicas em arco nas estruturas, sempre que possível, reduzindo a utilização de madeira.

A construção da ponte sobre o Rio dos Sinos utilizou o sistema de balanço sustentável

O sistema utilizado para a construção das pontes é chamado de balanço sucessivo. Este método pode ser aplicado a qualquer tipo de tipologia – vigas contínuas, arcos e tirantes – que é feito a partir de um escoramento no pilar de partida. A cada três dias um trecho novo é concretado. E isso garante a estabilidade do processo. Por outro lado, exige um engastamento garantido do balanço. Após a colocação de treliças metálicas a obra avança simetricamente com o dispositivo de deslocamento da forma até a metade do vão subsequente.

O processo de construção em balanços evita a colocação de pilares no leito do rio. Deste modo, reduz o impacto ambiental. Não obstruindo o curso e não alterando a vazão do Rio dos Sinos, pois não há pilares no leito do curso d´água. O Sinos possui um histórico problemático para a população de São Leopoldo. No último mês de julho de 2010, alagamentos e inundações deixaram 59 famílias desabrigadas. Em 2006, ocorreu no Rio dos Sinos um crime ambiental de grandes proporções, que afetou todo o ecossistema e causou a morte de muitas espécies de peixes e aconteceu durante a época de desova. Este incidente é considerado pelos ecologistas como a maior tragédia ambiental dos últimos 40 anos no Rio Grande do Sul.

Soluções inovadoras

Uma das novidades é a construção de bicicletários no interior do saguão. Esta iniciativa oferece aos usuários a possibilidade de uma locomoção de baixo custo de carbono. E pode trazer iniciativas de negócios de engenharia verde como o aluguel de bicicletas, sistema semelhante ao Vélib da França.

A iluminação também inova e acrescenta um velho novo componente – a luz do sol. Integrada a um sistema de adequação da entrada da quantidade de luz nas estações do metrô, que controla o acendimento das luzes e garante uma maior economia de energia elétrica. Contribuindo desta maneira para uma pegada ambiental em equilíbrio e em busca da sustentabilidade ambiental urbana.

Entrevistado
Rudimar Berti
Currículo
- Gerente de Produção do Consórcio Nova Via
- Engenheiro Civil formado Pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)
- Especialista em Gerência da Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
- MBA em Finanças Empresariais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)
- Tem 32 anos de experiência em construção pesada, sendo 22 anos em obras de grande porte.
Email: rudimar.berti@tbsa.com.br

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content