Descubra onde está a grande obra da humanidade
Autor do livro História das Construções fala da evolução da engenharia e da arquitetura no continente sul-americano, e cita estruturas mais relevantes do mundo
Por: Altair Santos
O engenheiro e professor do Cefet-MG, José Celso da Cunha, é autor do livro História das Construções – obra dividida em quatro volumes. Recentemente, no VIII Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, realizado no final de maio de 2014, no Rio de Janeiro-RJ, ele elencou as principais obras da humanidade e do continente americano. As construções pré-colombianas, o Panteão de Paris e Brasília são destacadas pelo especialista. É o que ele revela na entrevista a seguir:

Recentemente, no VIII Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, o senhor palestrou sobre as construções históricas da América do Sul. O continente é referência em termos de arquitetura e engenharia para o resto mundo?
Apesar de ter sido um congresso direcionado ao tema da construção de Pontes, a Coordenação do evento, que já conhecia minhas pesquisas e livros sobre a história das construções, convidou-me para proferir uma palestra fora do Tema do Congresso. Isto, para quebrar a monotonia do tema e apresentar um assunto intrigante sobre as Construções Pré-Colombianas das Américas, de interesse coletivo. Do ponto de vista histórico, ao contrário da pergunta, as construções pré-colombianas das Américas nunca foram referência para nenhuma outra civilização, porque durante todo o tempo ficou desconhecida do resto do mundo até a chegada de Colombo. Posteriormente, essas mesmas obras, desconhecidas pela maior parte das pessoas em todo mundo, mesmo nas Américas, também não contribuíram ou influenciaram Escolas ou movimentos arquitetônicos abrangentes de maior relevância. Somente no século XX, com o inovador Oscar Niemeyer, é que a arquitetura moderna e a engenharia de estruturas, com o uso do concreto armado, ocuparam uma posição de vanguarda nas construções Sul-americanas.

Entre as construções históricas da América do Sul, há obras contemporâneas ou elas concentram-se mais nas seculares?
É importante observar que os povos pré-colombianos das Américas, que não tiveram sabidamente nenhum contato com qualquer civilização ocidental, antes de 1496, foram grandes construtores com obras que remontam a três mil anos a.C., contemporâneas das Grandes Pirâmides do Egito. Em Chavin de Huantar, no Peru, uma cidade sagrada localizada cerca de trezentos quilômetros ao norte de Lima, próxima a Cordilheira Branca, observa-se o nascimento da arquitetura em pedra das Américas, na construção de templos, galerias subterrâneas, praças e pontes. Povos que viveram entre 1.500 e 700 anos a.C. nessa cidade milenar desenvolveram arquitetura própria, com base no uso da pedra polida intertravada, marcando definitivamente o nascimento da arquitetura em todas as Américas, onde não bastava apenas construir abrigos e moradias. Era necessário também construir com harmonia e beleza, apresentando estética, urbanismo e integração coerentes com a natureza e a civilização que desfrutava desse avanço nessa região. Outros povos vieram posteriormente a juntar a esse desenvolvimento novas técnicas construtivas cinco mil quilômetros ao norte do Peru. São os construtores da Mesoamérica, como os Olmecas, os Teotihuacanos e os Zapotecas, no México, numa primeira fase; posteriormente os Maias, também na Guatemala e em Honduras, considerados os mais competitivos e criativos construtores dessa região das Américas. Suas técnicas construtivas, com o uso da cal e dos grandes arcos, propiciaram o avanço na arquitetura com a mesma pujança do ocidente. Os últimos construtores pré-colombianos de relevância na História das Construções no novo continente foram os Incas. Suas técnicas construtivas desenvolvidas em pouco mais de dois séculos de existência dessa civilização, permitiram a realização de obras de engenharia surpreendentes, por resistirem ao tempo com segurança e estabilidade, mesmo obras inseridas em regiões sujeitas aos abalos sísmicos dos Andes. Infelizmente, com a chegada dos espanhóis no continente americano, toda essa técnica foi ignorada e mesmo escondida. Não era possível, segundo a crença da época, que qualquer civilização não cristã pudesse ter conhecimentos como aqueles que os conquistadores encontraram nessas terras do novo continente. Massacraram os nativos, desprezaram sua cultura e transformaram em ruínas as suas construções. As obras contemporâneas são diversas, mas não se espelham em nada do que se produziu nas Américas do passado. São mais voltadas às escolas ocidentais de arquitetura, como no resto do mundo.

Entre as obras contemporâneas construídas na América do Sul, quais o senhor destacaria?
Gosto de Brasília, pelo conjunto da obra em concreto armado.
Em sua série de livros da História das Construções, e que já está no quarto volume, o senhor faz um apanhado sobre a evolução da engenharia, correto? Qual escola mais influenciou ou influencia a arquitetura sul-americana?
Escrevo sobre a evolução da construção, suas técnicas e descobertas, a partir das primeiras manifestações construtivas propiciadas pelas primeiras ferramentas primitivas em pedra lascada. Não sou especialista em construções contemporâneas. Mas, observa-se que a Escola Europeia, sobretudo a francesa, teve grande influência na arquitetura de Oscar Niemeyer e de outros arquitetos e urbanistas sul-americanos, a partir do contato com o arquiteto suíço Le Corbusier, nos anos 1930.
Quais seriam os grandes nomes do continente, em termos de arquitetura e engenharia?
Na arquitetura há vários e não poderia enumerá-los. Na engenharia do concreto armado, o nome de Emílio Baumgardt deve ser destacado.
O continente sul-americano segue erguendo grandes obras ou esse movimento hoje sofre uma interrupção?
Uma obra torna-se grande quando atinge o seu objetivo. Torna-se importante quando é útil à sociedade. Uma ponte que liga duas margens, que há vários anos seus moradores usam balsas na travessia é uma obra importante, mesmo não sendo grande. Obras deixam de ser grandes ou importantes quando servem à vaidade do governante. Somente o governo é capaz de construir algo inútil. Somente ele é capaz de interromper esse movimento, mas persiste em continuar nesse compasso sem interrupção.
O que lhe inspirou a escrever livros sobre a história das construções?
Curiosidade com a história da humanidade no campo das construções. De poder ler onde a escrita ainda não existia, através das ruínas do que se construiu no passado. O estudo das obras antigas propicia uma leitura do tempo e da evolução da humanidade através das técnicas construtivas empregadas em confronto com outras diferenciadas, provenientes ou não da mesma origem.

Para o senhor, qual a construção mais relevante já feita no planeta, e por quê?
A construção do Panteão de Paris, iniciada em meados do século XVIII, sempre me chamou a atenção desde quando morei nesta cidade, quando fiz meu doutorado entre 1981 e 1985. Uma obra relativamente pequena, comparando-a com outras contemporâneas. Penso da sua relevância, sobretudo, por reunir todas as técnicas da construção em pedra em uma só obra a partir da pesquisa e iniciativa de um jovem arquiteto francês, chamado Germain Souflot. Nesta obra Souflot reuniu numa só construção, conhecimentos técnicos adquiridos pela humanidade nos últimos seis mil anos. Além disso, apresentou uma novidade extraordinária, a pedra armada, antecipando em meio século a chegada da tecnologia do concreto armado, que surgiria na mão de outro francês chamado Lambot, na década de 1840. Esta obra inspirou-me a escrever sobre a história das construções. Com sua descrição e a história desta obra, o Panteão de Paris, encerro a série sobre o tema em meus livros, publicados pela Autêntica Editora (www.autenticaeditora.com.br), em quatro volumes, num total de 1.700 páginas.
Entrevistado
Engenheiro civil, doutor em mecânica dos solos e estruturas pela École Centrale de Paris e professor da UFMG e do Cefet-MG, José Celso da Cunha. Também é autor do livro Palace II – A Implosão Velada da Engenharia (Autêntica Editora)
Contato: jcdacunha@civil.cefetmg.br
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Brasil despenca no ranking de competitividade do IMD
País despenca em lista de 60 nações, por investir pouco ou desperdiçar recursos em projetos ruins para transporte, saneamento e habitação
Por: Altair Santos
Pelo quarto ano consecutivo, o Brasil perde espaço no cenário competitivo internacional. Segundo o mais recente ranking divulgado pelo International Institute for Management Development (IMD) o país caiu três posições em relação a 2013 no Índice de Competitividade Mundial 2014 (World Competitiveness Yearbook - WCY). Agora, ocupa o 54º lugar em uma lista composta por 60 países. Em 2010, estava em 38º; em 2012, em 46º, e em 2013, em 51º. O levantamento sustenta-se em quatro pilares: economia doméstica, eficiência do governo, eficiência empresarial e infraestrutura.

Para elaborar o ranking, o IMD combina indicadores de infraestrutura básica (estradas, portos, aeroportos, energia), tecnológica (telefonia, internet), científica (pesquisa e desenvolvimento), além de educação básica e superior, saúde e meio ambiente. Os resultados de 2014 se caracterizam por indicadores críticos principalmente em infraestrutura básica, tecnológica e na educação. "O maior problema é que o investimento feito hoje não está gerando resultado. Precisa de maior eficiência", analisa Hérica Righi, professora do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral - responsável pela análise e coleta dos dados do Brasil para o ranking de competitividade.
O relatório reitera o que é sabido sobre a qualidade da infraestrutura básica brasileira. Com o país ocupando o último lugar dos indicadores de opinião sobre a qualidade da infraestrutura rodoviária e logística, o documento demonstra a preocupação da comunidade empresarial com a oferta futura de energia (54ª posição) e com a gestão das cidades brasileiras como plataformas locais para o desenvolvimento da competitividade e das atividades empresariais (58ª posição no item Qualidade de Gestão das Cidades). Nestes quesitos, o Brasil se compara a Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina, Croácia e Venezuela – os últimos no Índice de Competitividade Mundial 2014.
Dilma admite falhas

Um exemplo da ineficiência do país na gestão de sua infraestrutura está na obra de transposição do rio São Francisco. Os entraves já atrasaram o final da construção em cinco anos. Atualmente, encontra-se com 57,8% de execução e a necessidade de reengenharia financeira fez o seu custo passar de R$ 5,1 bilhões para R$ 8,2 bilhões. Além disso, os atrasos fizeram o semiárido nordestino assistir à maior seca dos últimos 40 anos, entre 2013 e 2014. A ponto de a própria presidente Dilma Rousseff admitir que houve equívocos no planejamento. "É uma obra complexa e que precisa do tempo correto de maturação. Seu exemplo será usado na melhoria da execução de todos os outros projetos do governo federal", diz.
Para Hérica Righi, mais do que admitir erros o Brasil deveria seguir bons exemplos. "Somos um país continental que tem muitas particularidades. Um dos caminhos que poderia nos inspirar é o que a Coreia do Sul seguiu nas décadas de 1970 e 1980, e que a China também adotou nos anos 2000, ou seja, o investimento em tecnologia e parcerias entre ciência e tecnologia. Nossa taxa de inovação é muito baixa. Sem isso, não teremos como ser competitivos e, consequentemente, nossos produtos terão menor demanda internacional. O problema é que são medidas de longo prazo, que precisam de tempo para causar a reestruturação do país", alerta.
Confira os 10 melhores e os 10 piores do ranking
10 economias mais competitivas – World Competitiveness Yearbook 2014

10 economias menos competitivas – World Competitiveness Yearbook 2014

Entrevistada
Hérica Righi, economista pela UFMG e professora do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral e responsável pela análise e coleta dos dados do Ranking de Competitividade
Contatos
herica@fdc.org.br
www.fdc.org.br
Crédito Foto: Cadu Gomes/ Fotos Públicas/FDC
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Brasil tem o que mostrar em construção sustentável?
Conferencistas internacionais reconhecem que boas práticas proliferam no país, desde que passou a adotar certificações para “prédios verdes"
Por: Altair Santos
O engenheiro norte-americano Phil Williams, do US Green Building Council (USGBC) e do Center for the Built Environment do Vale do Silício, destaca que, de cinco anos para cá, o Brasil é o que mais tem requerido certificações de construções sustentáveis depois dos Estados Unidos. No ranking geral, o país ainda ocupa a quarta colocação, atrás de EUA, China e Emirados Árabes Unidos, mas vem reduzindo essa diferença. Entre certificados já emitidos, e em processo de emissão, passam de 500 os chamados "prédios verdes" nas principais cidades brasileiras.

Esses dados, por si só, respondem o questionamento sobre o que o Brasil tem a mostrar em termos de construção sustentável. "Soube que o mercado imobiliário aqui anda muito competitivo e isso estimula a busca por esse modelo de construção. Ela se aplica a diferentes necessidades, que vão desde obras para abrigar escolas, hospitais, escritórios ou residências. Qualquer que seja a construção, todas visam bem-estar e qualidade. "Bons mercados buscam isso", afirma Phil Williams, completando há também uma conscientização maior do setor sobre os impactos de uma obra. "Temos que usar os recursos de maneira sábia. Não podemos retirar algo da natureza e não devolver."
Williams revelou que nos Estados Unidos o sistema LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) começa a entrar em um novo estágio, que é o dos "bairros verdes". "Em meu país está se adotando o Eco-district, que é um modelo que enfatiza a inovação e a implantação de melhores práticas em uma localidade. Fiquei surpreso em ver que Curitiba já segue alguns itens desse protocolo, mesmo que a cidade não tenha sido planejada sobre esses conceitos”, ressaltou Williams. De acordo com ele, a responsabilidade dos profissionais da construção civil é escolher melhor os produtos utilizados, reduzindo o consumo de energia e os gastos. “Moramos no mesmo planeta e temos que aprender a evoluir, trocando experiências e adotando novas tecnologias”, enfatiza.
Certificação LEED
Em palestra concedida no ENINC (Encontro Nacional para Inovação na Construção Civil) - evento realizado dias 2 e 3 de junho, em Curitiba, e que marcou os 70 anos de fundação do SindusCon-PR -, Phil Williams esteve acompanhado do consultor especializado em certificação LEED, Guido Petinelli, que reforçou as teses de seu colega. “Não tem porque construir de outra forma se já existe e é viável a construção sustentável. Precisamos encontrar profissionais e empresas inovadoras e mostrar que isso é possível e que não tem por que fazer diferente”, realça, alertando que a construção civil mundial vive a era do "fazer melhor com menos".
Petinelli definiu também como os inovadores se destacam no mercado da construção civil. “A principal diferença entre o inovador e a maioria é que a maioria se pergunta qual o retorno antes de inovar”, define, assegurando que hoje é possível construir um prédio sustentável gastando 5% menos. "Outra vantagem das construções sustentáveis é a certificação. Ela estabelece uma linguagem única que possibilita que o consumidor saiba o que é, e possa tomar uma decisão informada. A certificação também incentiva o mercado, gerando um círculo virtuoso", finaliza.
Entrevistado
Engenheiro civil Phil Williams, do US Green Building Council e do Center for the Built Environment do Vale do Silício
Contato: leedinfo@usgbc.org
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Em cidades inovadoras, concreto estimula mobilidade
Urbanista dinamarquês David Sim cita exemplos em que o material serviu para gerar obras que transformaram algumas das principais metrópoles do mundo
Por: Altair Santos
No Encontro Nacional para Inovação na Construção Civil (ENINC) que aconteceu dias 2 e 3 de junho na sede da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) o arquiteto paranaense Edson Yabiku, sócio do escritório de arquitetura Foster & Partners - localizado em Londres -, e o urbanista dinamarquês David Sim mostraram ser possível viabilizar cidades inovadoras com o concreto predominando nas obras. Masdar, a cidade “carbono zero” em construção em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, é a prova. "Desenvolvemos um concreto sustentável, com uma pegada menor de carbono, e que vai ajudar a resfriar a cidade", diz Sim, que junto com Yabiku está envolvido no projeto.

Estima-se que a construção de Masdar City consuma 2 milhões de m³de concreto. Para se chegar à pegada ideal de carbono do material, foram testados treze tipos de misturas, onde o cimento recebeu alto volume de escórias de alto forno, variando de 50% a 80%. A escolha recaiu sobre um composto que usa 30% de escórias e 30% de cinzas volantes, com resistência à compressão de 40 MPa e pegada de carbono de 154 kg/m3. "O objetivo é ter um concreto que permita resfriar a cidade. Em Abu Dhabi, a temperatura média é de 39°C com sensação térmica de 52°C. Em Masdar, a sensação térmica será menor que a marcada pelos termômetros", revela Edson Yabiku.
Cidade sustentável
É curioso como surgiu o projeto para construir a cidade de Masdar. Em 2006, o governo dos Emirados Árabes recebeu um relatório que apontava para o alto índice de cidadãos com diabetes. O sedentarismo da população, motivado pelo uso excessivo de carros, motivou o investimento em uma cidade sustentável, onde a prioridade seria o pedestre. "O projeto, que começou a ser concebido em 2006, levou três anos para ficar pronto. Em Mazda, tudo poderá ser feito a pé. A entrada de carros será proibida", explica Yabiku. O distrito de seis quilômetros quadrados ainda está em construção e será finalizado em 2015, ao custo de US$ 22 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões).
Edson Yabiku e David Sim disseram na palestra no ENINC - evento que também comemorou os 70 anos de fundação do SindusCon-PR - que Curitiba inspirou conceitos aplicados em Mazda. Uma das ideias é a Rua das Flores. "Em Mazda também haverá ruas das flores, inspiradas em Curitiba. A cidade aqui é exemplar, limpa. Há um forte uso do transporte público, com baixo consumo de gasolina se comparada a outras. Isso nos inspirou a emprestar boas práticas para usar em nossos projetos”, completa Yabiku. A dupla também atuou recentemente na revitalização da Trafalgar Square, em Londres.
Entrevistados
Arquiteto Edson Yabiku e urbanista David Sim, sócios do escritório londrino Foster & Partners
Contato: info@fosterandpartners.com
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Aquário Pantanal vira obra relevante de Ruy Ohtake
Projetada pelo arquiteto, construção na cidade de Campo Grande conta com a assessoria técnica da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
Por: Altair Santos
O Aquário Pantanal é atualmente o projeto que mais mobiliza o renomado arquiteto Ruy Ohtake. É ele quem assina a obra, que entrou na reta final de execução. A previsão é que seja inaugurada em outubro de 2014, em Campo Grande-MS, nas comemorações dos 37 anos de emancipação do Mato Grosso do Sul. Para que tudo saia minuciosamente como planejou, Ohtake tem visitado a construção de 15 em 15 dias. "Se perguntarem qual o meu melhor projeto, digo sempre que é o que está em andamento. Que filho você mais gosta? Arquiteto é mais ou menos parecido. Nós temos que nos habituar em ser um pouco mais ousados”, diz, falando do Aquário Pantanal.

O projeto é complexo e, por isso, impôs desafios à engenharia. Com 17 mil m² de área construída, a obra localiza-se no Parque das Nações Indígenas e é financiando pelo governo sul-matogrossense. O custo estimado é de R$ 80 milhões e conta com a assessoria técnica da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Na fase de concretagem, a PhD Engenharia, do professor-doutor Paulo Helene, também foi contratada para orientar na estrutura do material a ser usado na construção. A resistência à compressão foi fator determinante na escolha do concreto, já que as paredes dos 16 grandes aquários que o prédio irá abrigar deverão suportar 4.275.000 litros de água.
A princípio optou-se pelo uso do concreto convencional (CCV) com resistência à compressão de 35 MPa. Porém, falhas na concretagem, com o aparecimento de nichos e mudança de tonalidade do concreto, levaram à mudança no tipo do material. Estudos da UFMS, com a orientação do especialista Paulo Helene, concluíram que o concreto autoadensável (CAA) com fck de 50 MPa, seria a solução ideal. A aplicação do CAA, porém, exigiu treinamento da mão de obra e revisão na estanqueidade das fôrmas. Nas primeiras aplicações, houve vazamento do material. A complexidade das peças também requereu que o concreto usasse pedriscos de 12,5 mm, em vez de brita 1, de 18 mm.
Concreto autoadensável acelerou obra

Resolvidos os impasses em relação à concretagem, o uso de CAA acelerou a obra. Com o concreto convencional, um caminhão-betoneira levava até meia hora para descarregar todo o volume. Com o autoadensável, o tempo reduziu para 12 minutos. Por causa da esbelteza das peças, muitas delas receberam 100% de CAA. A concentração de armaduras também inviabilizou o uso de concreto convencional. A construção recebeu 15 mil m³ de concreto, dos quais 75% na forma de autoadensável. Os dados fazem parte de relatório apresentado pelo curso de graduação em engenharia civil da UFMS, durante o 1º Congresso Brasileiro de Patologia das Construções, que aconteceu em Foz do Iguaçu-PR, de 21 a 23 de maio de 2014.
Ruy Ohtake acompanhou os estudos na UFMS e teve contato direto com os alunos da universidade. Ele explica por que escolheu a forma de elipse para a arquitetura do Aquário Pantanal. “Por que uma elipse? É um formato bonito. É instigante, todo mundo quer saber o que será ali. É uma forma inovadora, não tem nada parecido no mundo”, disse, em palestra aos estudantes. O complexo irá receber 263 espécies da fauna aquática da região e será o maior aquário de água doce do mundo.
Entrevistados
Arquiteto Ruy Ohtake
Engenheiro-doutor Paulo Helene
Engenheira civil e professora da UFMS, Sandra Regina Bertocini
Contatos
instituto@institutotomieohtake.org.br
paulo.helene@concretophd.com.br
sandra.bertocini@gmail.com
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Indústria nacional de cimento: vocação para crescer
Até 2019, capacidade instalada do setor terá potencial de produzir mais de 110 milhões de toneladas e atender, com folga, as demandas do país
Por: Altair Santos
Se o Brasil voltar a ter o crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) na casa de 5% ao ano, a indústria de cimento está preparada para atender a demanda. O recado foi dado pelos presidentes da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) Renato Giusti, e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) José Otávio de Carvalho. "Temos fortes demandas na habitação e na infraestrutura. A missão da indústria do cimento é atender essas demandas quantitativa e qualitativamente", frisou o dirigente da ABCP.

Já o presidente do SNIC enfatizou que o setor segue investindo no país, para produzir muito mais do que as 70 milhões de toneladas alcançadas em 2013. "Nossa capacidade instalada de 63 milhões de toneladas por ano, em 2006, foi acrescida em mais de 20 milhões de toneladas em sete anos. Além disso, outros 30 milhões de toneladas são anunciadas e encontram-se em andamento para os próximos cinco anos. Por isso, está garantido o abastecimento regular do mercado. Temos 87 unidades produtivas, pertencentes a 17 grupos econômicos. O capital nacional é predominante, pois mais de 2/3 da produção pertence a empresas brasileiras", disse.
As declarações de Giusti e José Otávio de Carvalho foram dadas na solenidade de abertura do 6º Congresso Brasileiro de Cimento. O evento ocorreu em São Paulo-SP, de 19 a 21 de maio de 2014, e nele foi reforçada a vocação para crescer da indústria brasileira de cimento. "Com a crise mundial afetando a economia dos países desenvolvidos, e havendo no mesmo período uma forte expansão da construção civil voltada à habitação, o Brasil atingiu a quarta posição na produção de cimento em 2013. Esse congresso, portanto, reflete a posição que assumimos no mundo a partir de 2006, que é a de continuar crescendo, apesar da conjuntura atual não ser favorável. Estamos enfrentando crescimento em torno de 3%, sem perspectiva de que isso seja alavancado no curto e médio prazo", afirmou o presidente do SNIC.
José Otávio de Carvalho ressaltou, porém, que o Brasil segue em posição vantajosa se for feita uma analogia com outros países. "Nos Estados Unidos, a produção de cimento caiu de 120 milhões de toneladas por ano para 70 milhões de toneladas. Já a Espanha despencou de 55 milhões de toneladas por ano para 11 milhões de toneladas por ano, em 2013", comparou.
Renato Giusti, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) lembrou ainda que atualmente a produção de cimento no país está sustentada sobre três pilares: responsabilidade ambiental, qualidade e respeito à normalização. "Neste contexto, a indústria brasileira conseguiu se posicionar como a mais ecoeficiente do mundo. Fruto de suas baixas emissões e de sua eficiência energética. Essa ecoeficiência também é resultado de um parque industrial moderno e da adoção de tecnologias que preservam o meio ambiente", destacou.
Pioneira na ABNT
A indústria de cimento no Brasil é pioneira na adoção de normas técnicas. Foi uma das fundadoras da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que nasceu em 1940 exatamente em um congresso para debater a qualidade do cimento e do concreto. "Hoje, o setor de cimento possui o maior índice de qualidade dentro do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) do ministério das Cidades, atingindo 99%", lembrou Ricardo Fragoso, diretor-geral da ABNT. Para José Otávio de Carvalho, há ainda outros componentes que foram acrescentados à indústria da construção civil no país, e que contribuíram para seu crescimento e, consequentemente, no aprimoramento da indústria de cimento. "Nos últimos dez anos houve o avanço da legislação, que estimulou investidores, o aumento da massa salarial, o aumento do crédito e a redução de juros. Aumentou a demanda por obras e a nossa indústria está sempre em busca de inovações para atender esse mercado", finalizou.
Entrevistados
- Renato Giusti, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
- José Otávio de Carvalho, presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC)
- Ricardo Rodrigues Fragoso, diretor-geral da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
Contatos
renato.giusti@abcp.org.br
snic@snic.org.br
abnt@abnt.org.br
Crédito Foto: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Eficiência energética estimula cimento ecológico
Em congresso da ABCP, indústria do setor revela comprometimento para mitigar consumo de energia, sem prejudicar aumento da produtividade
Por: Altair Santos
O Brasil, de acordo com a Cement Sustainability Initiative (CSI) - organismo global que promove auditorias de sustentabilidade na indústria de cimento - é benchmarking mundial em coprocessamento de biomassa. Isso se deve à grande eficiência energética atingida pelas plantas instaladas no país. O setor alcança esse desempenho ao substituir a queima do coque de petróleo, para a fabricação de clínquer, por resíduos líquidos, pastosos e sólidos em seus fornos, economizando matérias-primas. Só no ano passado, 1,2 milhão de toneladas de resíduos foram coprocessados nas instalações produtoras de cimento. Os números foram apresentados no 6º Congresso Brasileiro de Cimento (CBC) pelo diretor de tecnologia da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) Yushiro Kihara.

Segundo o geólogo e dirigente da ABCP, hoje o grande desafio da indústria de cimento é aliar desenvolvimento com baixo impacto ambiental. No Brasil, essa equação segue equilibrada, mas é preciso ter estratégias para enfrentar os desafios que virão. "Hoje, do total de cimento consumido no mundo, o país responde por 1,8%. É muito pouco. Por habitante, o brasileiro consome 350 quilos por ano, enquanto a média mundial é de 550 quilos. No entanto, a indústria nacional de cimento caminha para a conquista do oeste, planejando novas plantas em cidades do interior, e isso vai demandar estratégias para que o Brasil siga como referência em baixas emissões de CO₂", cita Yushiro Kihara, lembrando que atualmente os setores agropecuário e de produção de energia - por causa das termoelétricas - respondem por 88% das emissões de CO₂ no país.
No 6º CBC, o consultor norte-americano Allan Andersen, especialista em estudos de novos materiais para a produção de cimento, lembrou que o Brasil tem um ambiente propício para a fabricação de materiais ecológicos, a partir da calcinação da argila em substituição ao clínquer. "Esta tecnologia garante um cimento de alta qualidade, com menos consumo de energia e emissões, e menor investimento inicial do que os processos tradicionais. O Brasil encontra-se numa posição privilegiada para essas pesquisas, pois tem várias reservas de argila e as usa pouco. Se quisesse, teria potencial para substituir imediatamente 50% do clínquer pela argila calcinada em seus cimentos", afirma.
Coprocessamento na Itambé

Há um ano, a Cia. de Cimento Itambé intensificou o coprocessamento de resíduos líquidos, pastosos e sólidos. Em 2013, foram levados aos fornos da fábrica de Balsa Nova, na região metropolitana de Curitiba, 63 mil toneladas de resíduos industriais. Para 2014, a projeção é de que sejam coprocessadas 92 mil toneladas. Para isso, foi criada a empresa Rio Bonito, que recebe, trata e analisa em laboratório próprio a qualidade dos resíduos. "O grande benefício é que o coprocessamento tira dos lixões materiais que ficariam expostos, muitos deles tóxicos, e que poderiam emanar vapores que contribuem para a emissão de CO₂ e de NOx, elemento responsável pela chuva ácida", explica Dair Favaro Júnior, gerente industrial da Itambé, e que no 6º CBC palestrou sobre o case da empresa em coprocessamento.
Entrevistados
- Geólogo Yushiro Kihara, diretor de tecnologia da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)
- Engenheiro industrial Allan Andersen, pesquisador de materiais para a fabricação de cimentos ecológicos
- Engenheiro químico Dair Favaro Junior, gerente industrial da Cia. de Cimento Itambé
Contatos
yushiro.kihara@abcp.org.br
dair.favaro@cimentoitambe.com.br
info@flsmidth.com
Créditos Fotos: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Arquitetura brasileira perde "pai do pré-fabricado"
João Filgueiras Lima, o Lelé, deixa um dos maiores legados à construção civil do país. Contemporâneo de Niemeyer, ele também se dedicou ao concreto
Por: Altair Santos
Lúcio Costa - responsável por projetar Brasília - definia Oscar Niemeyer como o "criador" e João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé, como o "construtor". Foi essa tríade de arquitetos que tornou possível o sonho de erguer a capital federal no centro do Brasil. Pois no dia 21 de maio de 2014, o único dos três que ainda estava vivo veio a falecer - vítima de câncer. João Filgueiras, 82 anos, foi pioneiro no país na adoção de sistemas construtivos industrializados. Não é à toa que o definiam como o "pai do pré-fabricado de concreto".

Lelé entendia que o pré-fabricado aceleraria o progresso do país e atenderia as altas demandas que o Brasil ainda tem em construções de escolas, hospitais, habitações e outros equipamentos comunitários. Porém, tinha consciência de que seu ideal estava longe de ser alcançado. "O Brasil ainda deve muito à industrialização na construção. O que ocorre é o seguinte: embora haja uma demanda grande em termos de obras habitacionais, escolas e prédios na área de saúde, o investimento é muito pequeno em processos industriais", disse em entrevista concedida ao Massa Cinzenta, em abril de 2012.
O arquiteto desenvolveu sua tecnicalidade com pré-moldados em cursos que realizou no Leste Europeu nos anos 1960. Foi quando estava construindo a Universidade de Brasília (UnB) sua primeira experiência com a industrialização da construção civil. Já nos anos 1970, iniciou a série de projetos para a Rede Sarah de hospitais, que até hoje é uma de suas obras mais marcantes.
Também neste período, João Filgueiras criou em Salvador-BA a Fábrica de Equipamentos Comunitários (FAEC). O objetivo era oferecer soluções inovadoras para as cidades, atendendo, principalmente, construção de creches, escolas e postos de saúde. A tecnologia desenvolvida por ele prometia erguer um equipamento desses em até 15 dias. Sem demanda do poder público, a FAEC durou apenas três anos.
Referência à arquitetura

Para Haroldo Pinheiro, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Lelé era um profissional comprometido com a dimensão ética da arquitetura e colocou sua arte de projetar e construir a serviço, sobretudo, de obras públicas em programas sociais. "Por falta de uma cultura arquitetônica maior, o país talvez não tenha conhecimento exato dos méritos dele, do quanto ficamos empobrecidos culturalmente nesse momento. É uma perda que ocorre justamente quando a sociedade exige cidades com espaços e equipamentos coletivos de boa qualidade, que era o que João Filgueiras propunha", afirmou.
De acordo com Thiago de Andrade, presidente da regional do Distrito Federal do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) a morte de Lelé deixa uma lacuna na área de soluções arquitetônicas, principalmente para a saúde."Os hospitais da Rede Sarah são faces do Brasil das quais nos orgulhamos. A beleza, a dignidade e o amplo aspecto de soluções integradas, a humanização dos espaços sem concessões ao luxo, torna-os, por isso mesmo, objetos ímpares e um necessário estudo de caso para hospitais do mundo inteiro", comentou, finalizando: "Lelé foi uma escola."
Confira aqui entrevista concedida por João Figueiras Lima ao Massa Cinzenta
Entrevistados
Presidentes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo e do Instituto de Arquitetos do Brasil, regional DF, Haroldo Pinheiro e Thiago de Andrade
Contatos
rrt@caubr.gov.br
iabdf@iabdf.org.br
Créditos Fotos: Divulgação/Joana França
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cumprir normas técnicas evita confrontos com a lei
É o que diz artigo da superintendente do CB-18, Inês Laranjeira da Silva Battagin, onde são abordadas as controvérsias sobre o assunto
Por: Altair Santos
Norma técnica tem força de lei? O aprimoramento da sociedade brasileira e os esforços da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em estabelecer parâmetros cada vez mais rigorosos para que os produtos estejam adequados às exigências do mercado têm levados os setores produtivos, indistintamente, a fazer esse questionamento. No entender do poder judiciário, a norma técnica não é lei, mas serve como um instrumento para balizar o poder público sobre uma prática adequada, que deve ser seguida na ausência de outra comprovadamente melhor ou igual.

Já o entendimento internacional é que, quando o conteúdo de uma norma é transcrito em uma lei, essa norma passa a ter caráter legal. A controvérsia entre a interpretação jurídica dentro do Brasil e fora do país é de solução complicada, entende a engenheira civil Inês Laranjeira da Silva Battagin, superintendente do ABNT/CB-18 e membro dos conselhos técnico e deliberativo da ABNT. "Essa difícil separação tende a ser mais complexa, especialmente em função de processos de acreditação e de certificação que embasam os programas governamentais (diversos na construção civil) como os previstos pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat e respectivos Programas Setoriais da Qualidade", explica.
Inês Battagin escreveu recentemente o artigo Norma não é lei, mas por força de lei é obrigatória. Ela afirma que foi motivada a expor seus conceitos sobre o assunto, por causa da frequência com que é consultada a respeito do caráter legal das normas técnicas brasileiras. "Tenho percebido que esse tema é recorrente em eventos da construção civil. O assunto é amplo e controverso e tem, de forma crescente, chamado a também a atenção de profissionais do Direito, valendo ser explorado, para melhor entendimento", completa.
A superintendente do CB-18 - Cimento, Concreto e Agregados - entende que as normas técnicas refletem o consenso técnico de um país sobre um determinado tema, em um dado momento da história e que, portanto, são evolutivas e sujeitas ao gatilho de uma revisão (ou de um novo trabalho) de acordo com a necessidade da própria sociedade. Por esse motivo, Inês Battagin destaca que é crescente a busca por processos de certificação que possibilitem comprovar que produtos e serviços seguem rigorosamente as normas. "Além de uma garantia para o consumidor, os processos de certificação têm servido como instrumento de marketing e acabam gerando o que se convencionou denominar de círculo virtuoso”, destaca.
Esse processo evolutivo se firmou a partir do Código de Defesa do Consumidor, em que as relações de consumo tornaram-se mais claras, apesar de complexas, e passou-se a falar de responsabilidade compartilhada a todos que de alguma forma fazem parte de um determinado sistema (produtor, importador, vendedor, instalador e outros, se houver). Foi a partir daí que a normalização técnica tornou-se uma legítima aliada no combate ao uso indiscriminado de produtos perigosos, às práticas comerciais abusivas e à busca pela sustentabilidade, entre outros importantes objetivos. "Nos dias atuais há um limite tênue no campo da normalização técnica, entre o que se considera atendimento obrigatório e o que pode ser uma simples recomendação", reflete Inês Battagin, reforçando a tese de seu artigo, de que norma não é lei, mas por força de lei é obrigatória.
Clique aqui e leia a íntegra do artigo
Entrevistado
Engenheira civil Inês Laranjeira da Silva Battagin, superintendente do ABNT/CB-18 - Cimento, Concreto e Agregados.
Contato
ines.consult@abcp.org.br
cb18@abcp.org.br
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Boas práticas para ensaiar cimento e concreto
Assessoria técnica da Cia. de Cimento Itambé torna visível ao setor da engenharia a qualidade e a tecnologia empregadas para fabricar seus produtos
Por: Altair Santos
Para comprovar toda a qualidade e tecnologia utilizadas na fabricação de seus produtos, a Cia. de Cimento Itambé disponibiliza vídeos de alguns ensaios. A assessoria técnica da empresa mostra as boas práticas para realizar ensaios de cimento e concreto. Onze vídeos já estão disponíveis: Ensaios químicos do cimento, Ensaios físicos do cimento, Granulometria, Massa específica dos agregados, Ensaio de abatimento do concreto, Ensaio de espalhamento do concreto, Moldagem dos corpos de prova, Ensaio de ruptura dos corpos de prova, Ensaio de ruptura de postes, Ensaio de ruptura de tubo de concreto e Ensaio de ruptura de blocos.

Cada vídeo funciona como uma miniaula sobre cada um dos processos. A produção é da Redirect Digital Marketing. Além de ser um complemento ao trabalho que a assessoria técnica da empresa presta aos seus clientes, os vídeos também têm a função de esclarecer dúvidas que exigem respostas rápidas e de mostrar aos profissionais da construção civil, estudantes de engenharia civil, engenharia química e geologia como atuam os laboratoristas.
O objetivo pedagógico dos vídeos é reforçado pela forma como eles foram produzidos. Todos possuem legendas e frisam frequentemente quais normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) são seguidas em cada um dos ensaios. Destacam-se também as tecnologias e os equipamentos empregados para que se obtenham os resultados desejados. Além disso, revelam a transparência com que a Cia. de Cimento Itambé fabrica seus produtos e a preocupação em sempre orientar os clientes sobre as melhores práticas para usá-los em suas obras.
Assessoria permanente
Os onze vídeos técnicos disponíveis no site da Itambé são uma extensão da assessoria técnica que a empresa presta há 19 anos para seus clientes. Neste caso, uma equipe especializada orienta tanto parceiros industriais quanto construtoras e clientes dos revendedores de Cimento Itambé - na maioria, microempresas que fabricam artefatos de concreto. Para receber uma visita destes especialistas, o cliente pode acionar o assessor comercial da empresa ou entrar em contato através do site da Itambé ou pelo telefone 0800 419002. O serviço é prestado nos estados da região sul do país (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Atualmente, a pedido dos próprios clientes, a assessoria técnica da Cia. de Cimento Itambé passou a orientá-los também sobre a disposição dos equipamentos de produção (layout), a ampliação do parque industrial e o uso de novos materiais e tecnologias. No entanto, a maior parte dos serviços está relacionada a dosagens de concreto, dosagens de argamassa, ensaios de cimento, controle tecnológico do concreto, ensaios de agregados, acompanhamento e avaliação do processo produtivo e apoio técnico em processos de certificação. Com os novos vídeos, a vocação da empresa de compartilhar conhecimento fica ainda mais reforçada.
Acesse os vídeos da assessoria técnica
http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/assessoria-tecnica/videos-tecnicos/
Entre em contato com a assessoria técnica
http://www.cimentoitambe.com.br/assessoria-tecnica ou pelo telefone 0800419002
Obs: serviço exclusivo para clientes Itambé
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