Telhado verde passa a ser obrigatório no Recife

Capital pernambucana segue o Rio de Janeiro e cria lei municipal sobre o tema. Objetivo é diminuir concentração de calor em áreas da cidade

Por: Altair Santos

Recife começou 2015 aprovando uma lei inovadora, no que se refere a construções sustentáveis. Seguindo modelo já adotado na cidade do Rio de Janeiro, a prefeitura da capital pernambucana sancionou legislação que obriga a instalação de telhado verde em prédios residenciais com mais de quatro pavimentos e em casas com área coberta acima de 400 m². O objetivo, segundo o arquiteto e urbanista João Domingos Azevedo, é diminuir a concentração de calor em determinadas áreas da cidade. A lei prevê o plantio de gramas, hortaliças, arbustos e árvores de pequeno porte nas lajes dos edifícios.

João Domingos Azevedo: efeitos da lei do telhado verde serão sentidos no longo prazo na capital pernambucana.

Estudos que levaram Recife a adotar o telhado verde mostram que esse revestimento natural reduz em até 6°C a temperatura no entorno do prédio. “A estratégia dos telhados verdes está integrada ao plano municipal de ampliação da cobertura vegetal no território do Recife. Essas iniciativas perseguem a redução das temperaturas de superfície nos diversos ambientes da cidade e a menor emissão de carbono na atmosfera”, cita João Domingos Azevedo, que preside o Instituto da Cidade Pelópidas Silveira - organismo vinculado à secretaria de planejamento urbano da cidade do Recife, e que vai fiscalizar o cumprimento da legislação.

A lei é de caráter urbanístico. Portanto, não interfere na construção civil das edificações. “A técnica a ser usada para a construção da cobertura vegetal fica a cargo dos empreendedores que assinam os projetos construtivos”, explica João Domingos Azevedo. “A elaboração de projetos e execução de obras e serviços (implantação e manutenção) está dentro do escopo da construção civil, e sujeita aos registros e anotações de responsabilidades técnica junto aos conselhos de classe. Da mesma forma, os fornecedores de sistemas e de insumos que irão compor os telhados verdes”, completa.

Telhado extensivo: vegetação rasteira sem exercer carga sobre a laje.

Divergências e cuidados
Desde a implantação, a comunidade da construção civil do Recife tem feito críticas à lei, sob a alegação de que os projetos irão encarecer o custo da obra. A prefeitura da cidade, entretanto, acredita que isso não inviabilizará a legislação, e que o seu entendimento se dará no longo prazo. “Experiências como as dos telhados verdes passarão a ser entendidas pela sociedade quando estiverem consolidadas, tornando-se perceptíveis à avaliação do cidadão. Ao mesmo tempo, a classe técnica tem sido naturalmente crítica, mas provocado ricos debates sobre o tema. A busca é para tornar viável a implantação e manutenção dos telhados verdes no Recife”, diz o arquiteto.

No Brasil, prevalecem dois modelos de telhados verdes. Um, mais extensivo, projeta um tapete de vegetação rasteira sobre a laje do prédio, variando de 5 a 15 centímetros de espessura. Raramente exerce carga excessiva sobre a estrutura. O cuidado maior é com a impermeabilização da laje e com o escoamento da água acumulada pela vegetação. Já a intensiva funciona como um jardim suspenso, inclusive agregando árvores de pequeno porte. A espessura pode chegar a 50 centímetros e acarreta em sobrepeso estrutural. Neste caso, requer projeto paisagístico, acompanhado de plano arquitetônico e de avaliação de engenheiros civis – no caso do prédio estar construído. Em empreendimentos a serem viabilizados, o projeto deve contemplar o telhado verde.

Telhado verde intensivo: com plantas maiores, exerce carga sobre a estrutura.

Entrevistado
Arquiteto e urbanista João Domingos Azevedo, presidente do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira - organismo vinculado à secretaria de planejamento urbano da prefeitura do Recife.

Contato
imprensa@recife.pe.gov.br
planejamentopcr@gmail.com

Créditos fotos: Daniel Tavares/Prefeitura do Recife e Lu Streithorst/Prefeitura do Recife

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Consumidor redescobre o silêncio nos andares altos

Tendência do mercado imobiliário prevalece principalmente nos grandes centros urbanos do país, onde proliferam prédios com mais de 20 pavimentos

Por: Altair Santos

Prédios altos, com mais de 20 pavimentos, tornaram-se comuns no Brasil. Isso ocorre por que a legislação de uso do solo nos principais centros urbanos adotou a norma conhecida como potencial construtivo. Em resumo, ela permite verticalizar ao máximo a construção, aproveitando amplamente o terreno. Com isso, está mudando também o comportamento do consumidor - principalmente o de alto poder aquisitivo. Esse cliente tem preferido comprar unidades nos andares mais altos, revelando uma nova tendência no mercado imobiliário. O motivo, explicam os especialistas, é fugir da poluição sonora e ir ao encontro da melhor insolação e da boa ventilação.

Edifício Lifespace, em Curitiba: unidades altas custam, em média, 10% a mais do que as localizadas em andares baixos.

De fato, medições acústicas comprovam que o nível de ruído é menor quanto mais alto o andar. O próprio barulho do trânsito chega mais difuso nos pavimentos posicionados a partir do 20º andar – dependendo, obviamente, da localização do edifício. “O entorno das edificações certamente definirá estes fatores. No entanto, a partir de 20 pavimentos percebe-se, através de medições acústicas, que o nível de ruído nas regiões centrais das cidades - onde ele encontra-se próximo dos 75 decibéis (dB) ao nível do térreo - cai para 50, em média. Na escala acústica, estas reduções são extremamente significativas”, explica o arquiteto Ivan Luciano Lupion, coordenador de qualidade da Invespark Empreendimentos Imobiliários.

Normas para prédios altos
O preço de venda de uma unidade localizada em andares altos é, em média, 10% maior do que das unidades térreas. Mas o consumidor parece estar disposto a desembolsar mais pelo silêncio. E essa parece ser uma tendência mundial. Até cidades de países extremamente conservadores na arquitetura começam a se render às edificações mais esbeltas. “Um exemplo é a cidade de Zurique, na Suíça, onde em 2011 foi inaugurado um prédio com 36 pavimentos: o Prime Tower. Até então, a cidade só aceitava prédios com altura máxima de quatro, quando muito, seis pavimentos”, revela Luciano Lupion.

Vista panorâmica, blindagem contra a poluição sonora e ar menos carregado atraem compradores de apartamentos em andares altos.

No Brasil, duas normas devem ser atendidas quando se busca conforto acústico em edificações altas. Uma é a ABNT NBR 15575 (Norma de Desempenho). Para cumpri-la, as construtoras recorrem a paredes e vidros com maior espessura nos andares altos, além de utilizar materiais alternativos como a borracha e o neoprene para qualificar a vedação. Outra norma imprescindível é a ABNT NBR 6123:1988 - Forças devido ao vento em edificações. Ela fornece procedimentos e coeficientes confiáveis para as construções com geometria em plantas quadradas ou retangulares. Os coeficientes apontados pela norma definem padrões de janelas, sistemas construtivos e materiais a serem aplicados na fachada, com o objetivo de minimizar os efeitos do vento e a redução de ruídos.

Entrevistado
Arquiteto, urbanista e economista Ivan Luciano Lupion, coordenador de qualidade da Invespark Empreendimentos Imobiliários Ltda., e que em Curitiba especializou-se em lançar prédios altos – tanto residenciais quanto comerciais.

Ivan Luciano Lupion: até em Zurique os prédios altos passaram a compor o cenário da cidade.

Contato
ivan@lupion.com.br

Créditos fotos: Divulgação/Investpark

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Microapartamento pré-fabricado inova moradia em NY

Projeto executado em Manhattan propõe novo tipo de construção para prédios habitacionais, que se viabiliza através de linhas de montagem

Por: Altair Santos

O brinquedo Lego, que forma objetos através do encaixe de peças, inspirou a construção mais inovadora atualmente em Nova York (Estados Unidos). O canteiro de obras localiza-se em um dos cobiçados endereços de Manhattan: a 27th Street, em Kips Bay. É no local que está em execução o My MicroNY, um prédio com 55 apartamentos de 20 m² cada um, em que as unidades são montadas separadamente e depois fixadas uma a uma, dando forma ao edifício. Projetada pelo arquiteto Eric Bunge, a obra tem o incentivo da prefeitura de NY, que pretende usá-la como modelo para criar um novo programa habitacional na cidade.

My MicroNY: as unidades se encaixam uma a uma, dando forma ao edifício.

A construção funciona como uma linha de montagem de automóveis. Em um galpão, os apartamentos são fabricados como se fossem contêineres de aço. Cada um recebe uma cozinha planejada, um closet e um banheiro com todas as instalações - de espelho a chuveiro e vaso sanitário. As conexões hidráulicas e elétricas também já saem prontas da linha de montagem, para compor com o sistema geral do edifício. No processo final, a estrutura em aço é revestida por paredes pré-fabricadas de concreto, já com os encaixes adequados para se acoplar às demais unidades.

Depois de pronto, cada microapartamento pré-fabricado é transportado por caminhão e erguido através de guindaste para ir dando forma ao prédio. “Conseguimos conceber um canteiro de obras seco e ajustado às rigorosas leis para construir edifícios, que vigoram em Nova York. Também pensamos no novo morador da cidade: jovem, com poucos recursos para investir em uma habitação e que prefere morar sozinho”, diz Eric Bunge. Por ser um protótipo, e estar localizado em uma área nobre de NY, os microapartamentos não são assim tão baratos. Quando prontos, serão colocados à venda por algo em torno de US$ 450 mil (cerca de R$ 1,350 milhão).

Linha de montagem dos contêineres: cada apartamento vem com cozinha, closet e banheiro montados.

Projeto levou dois anos
A conclusão da obra do My MicroNY está programada para o verão de 2015, provavelmente em agosto. O canteiro de obras foi instalado em maio de 2014. “A rapidez da edificação está surpreendendo até nós mesmos”, afirma o arquiteto, relatando que a etapa mais demorada foi a do projeto. O planejamento da linha de montagem, a concepção das formas para receber o concreto e a logística para transportar as unidades e içá-las por guindaste em cada um dos andares do prédio levou cerca de dois anos. Esse trabalho envolveu aproximadamente 50 pessoas, entre arquitetos, engenheiros civis, projetistas e designers.

Quando pronto, o My MicroNY terá a aparência de um prédio comum. Revestido por pastilhas, aparentará ser uma construção monolítica. Quem ocupar cada unidade também não perceberá que habita um sistema construtivo inovador. As paredes de cada contêiner, revestidas com drywall, dão a aparência de um apartamento convencional, porém com melhor desempenho acústico e térmico. “Tudo foi pensado para oferecer conforto ao morador. É um prédio de habitação popular, mas com sofisticação”, finaliza Eric Bunge, cujo projeto ganhou o prêmio máximo do New Cities Summit de 2014, realizado na cidade de São Paulo, e que neste ano acontece em Jacarta, na Indonésia.

Quando pronto, provavelmente em agosto de 2015, o My MicroNY terá a aparência de um edifício convencional.

Entrevistado
Arquiteto Eric Bunge, professor-assistente do departamento de arquitetura da Universidade de Columbia, em Nova York (via assessoria de imprensa).

Contato
erb2147@columbia.edu

Créditos fotos: Divulgação/mir.no

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

100 empresas mais amadas por estudantes de engenharia

Consultoria Universum entrevistou 5 mil estudantes brasileiros de 130 cursos de graduação. Petrobras, Vale e Google foram as mais votadas

Por: Altair Santos

A Consultoria Universum divulgou um ranking que mostra as 100 empresas apontadas por estudantes de engenharia como as melhores do Brasil para trabalhar. Foram ouvidos cinco mil alunos de 130 cursos de graduação de engenharia – incluindo engenharia civil – e arquitetura. A empresa realiza essa pesquisa há 25 anos, nos cinco continentes. Desde 2013, ela passou a incluir o Brasil em lista. Petrobras, Vale, Google, Odebrecht e Apple ocuparam os cinco primeiros lugares do ranking.

André Valias Siqueira, da Consultoria Universum: Petrobras tem fortes atributos motivadores na escolha de uma carreira

As 100 empresas citadas na lista têm em comum o fato de serem referência em seus campos de atuação, oferecerem oportunidades de aprendizado, valorizarem a criatividade, terem líderes inspiradores, priorizarem a meritocracia, terem bons planos de carreira e pagarem salários compatíveis com as melhores do mercado. “Os jovens buscam empresas que os ajudem a se desenvolver e a se profissionalizarem na carreira. Os principais drivers para eles são as empresas que oferecem oportunidades de treinamento, plano de carreira estruturado e líderes que dão suporte ao desenvolvimento deles”, avalia André Valias Siqueira, responsável pela pesquisa no Brasil.

Para os estudantes de engenharia, a empresa que melhor agrega os valores idealizados por eles é a Petrobras. Quando a pesquisa foi realizada - no primeiro semestre de 2014 -, a principal companhia brasileira não estava mergulhada no escândalo trazido à tona pela operação Lava-Jato. Mesmo assim, André Valias Siqueira acredita que a parte da política da corporação não influencia na opção dos futuros engenheiros. “A Petrobras, por ser uma estatal, oferece atributos que são fortes motivadores na escolha de uma carreira. Entre eles, estabilidade, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, salário e benefícios competitivos. Além disso, a Petrobras possui uma forte estratégia de employer branding (sistema de ações que reforça a imagem da empresa como boa empregadora) pautada na inovação”, diz o analista.

Engenheiros civis dominam pesquisa
Entre os cinco mil estudantes de engenharia entrevistados, 21% cursavam engenharia civil quando a pesquisa ocorreu. Os alunos desta especialidade foram os mais participativos, seguidos dos que cursam engenharia de produção (12% das respostas) e arquitetura (12% das respostas). Não é sem razão que o interesse maior pelo estudo partiu dos estudantes de engenharia civil. De 2010 para cá, as vagas de trainees nas grandes corporações têm sido absorvidas por quem cursa essa especialidade. “O Brasil tem escassez de engenheiros e a construção civil disputa essa mão de obra com outros setores, como o financeiro, o de consultorias e o de bens de consumo”, afirma André Valias Siqueira.

O especialista sinaliza o caminho que o estudante de engenharia deve percorrer para conquistar uma vaga nas empresas que ocupam o topo do ranking. “Os programas de trainee estão extremamente competitivos, mas há uma alternativa que é aderir aos bancos de estágio. O estudante não terá o status de um trainee, mas acessa uma porta mais fácil e com menos pressão. Assim, o jovem pode conhecer melhor a empresa e saber se é o que ele realmente busca. Outra possibilidade é investir em especializações no exterior”, considera o consultor da Universum.

Além dos cinco mil estudantes de engenharia e arquitetura, a Consultoria Universum ouviu no Brasil outros 60 mil estudantes das seguintes áreas: humanas, educação, TI (Tecnologia da Informação), direito, medicina, ciências naturais, administração e economia. A Petrobras foi indicada a número 1 do ranking em seis destes grupos. Para os alunos de TI, a referência é o Google. Idem para quem atua no segmento de humanas.

Veja o ranking completo das 100 melhores empresas, segundo os estudantes de engenharia
http://universumglobal.com/rankings/brazil/student/2014/engineering/

Entrevistado
André Valias Siqueira é formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas, expert em employer branding e responsável pela operação da Universum no Brasil, cuja matriz é em Estocolmo (Suécia)

Contato
andre.siqueira@universumglobal.com
andre.barreto@universumglobal.com
ricardo.maldonado@universumglobal.com

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Kit de obras atende construtoras de pequeno porte

Fabricantes de equipamentos priorizam empresas que atuam em microempreendimentos e lançam amplo portfólio de produtos a esse mercado

Por: Altair Santos

A construção civil leve, que engloba construtoras de pequeno porte e construtores autônomos, é um nicho cada vez mais explorado pelos fabricantes de equipamentos voltados ao setor. De balde metálico para concreto à minibetoneiras, esses produtos apostam no ganho de produtividade para conquistar mercado. Os fabricantes garantem que uma obra pode avançar até 30% em seu cronograma com o uso de máquinas voltadas para o pequeno construtor.

Balde para carregar concreto: mais ergonomia para uso no dia a dia

Segundo o gerente de marketing da CSM, Alexsandro Possani, além de gerar ganho de produtividade, os equipamentos melhoram a segurança nos canteiros de obras. “Os dispositivos que protegem o trabalhador são prioridade nestes produtos. Dessa forma, evita-se a exposição do operador a riscos de acidente”, afirma.

Os produtos são abrangentes e também ergonômicos. Há carrinhos apropriados para transportar betoneiras de até 400 litros e também veículos para facilitar a mobilidade de materiais no canteiro de obras, como as giricas. O equipamento é ideal para o transporte de concreto, argamassa e entulho. O que o diferencia de um carrinho de mão é que ele vem com sistema de içamento (por cabo basculante) para elevação por meio de guinchos de coluna ou guinchos de elevação com tripé.

Recicladores portáteis

Padiolas, caixas metálicas para massa e balde para concreto também se modernizaram para atender o mercado das pequenas construtoras. No caso das padiolas, a capacidade máxima vai de 36 quilos a 70 quilos. Independentemente do tamanho, esse é um equipamento de transporte que requer duas pessoas para carregá-lo. Além de facilitar o transporte de agregados, como pedra, areia e brita, a padiola é essencial para a medição de materiais e para determinar o traço do concreto. Já as caixas metálicas agora são fabricadas em aço e podem comportar volumes menores. Esse equipamento é bem útil em pequenas reformas, assim como o balde metálico. Com design novo, ele ganhou alça lateral para facilitar o manuseio. O acessório também vem com marcas para medir os materiais a serem aplicados em pequenas obras e reformas residenciais.

Até recicladores portáteis estão se incorporando aos equipamentos voltados para os pequenos construtores.Eles permitem a transformação de resíduos sólidos da construção, resultado de reformas e demolições, em agregados para projetos de calçadas e muros. Também servem como trituradores para que os entulhos sejam ensacados. Há municípios que permitem que os rejeitos de pequenas obras sejam acondicionados em sacos que comportam até 50 quilos. Assim, eles podem ser transportados pela coleta convencional (caminhões de lixo). Esse material não pode superar 1 m³. A cidade de São Paulo adotou essa flexibilidade. Já os trituradores portáteis disponíveis no mercado podem processar até 2 m³ por hora.

Entrevistado
Alexsandro Possani, especialista em administração de marketing e gerente de marketing da CSM

Contato: marketing@csm.ind.br

Créditos Fotos: Divulgação/CSM

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Infraestrutura do Paraná sai da inércia pelas rodovias

Diante da escassez de recursos estaduais e federais, PPPs tornam-se alternativas para viabilizar obras importantes no interior do estado

Por: Altair Santos

Contornos, viadutos, pontes, trincheiras e conclusões de trechos rodoviários movimentam a infraestrutura paranaense em 2015. Longe das grandes obras, o estado aposta em parcerias com o setor privado para alavancar projetos. É com base nas chamadas PPPs (Parcerias Público-Privadas) que ocorre a viabilização de um novo trecho da PR 340, a fim de ligá-la à BR 376, na região de Ortigueira. No município, a Klabin investe R$ 6,8 bilhões na implantação de uma nova fábrica de celulose e assumiu obras complementares de infraestrutura para escoar sua produção. O empreendimento envolve 37 quilômetros de pavimentação, além da construção de uma nova ponte sobre o rio Tibagi. O gasto estimado é de R$ 200 milhões.

Trincheira em Prudentópolis: estruturas em pré-fabricado ajudam a tornar rodovias estaduais mais seguras

Outra obra importante para a infraestrutura do Paraná, que atrai o interesse da iniciativa privada, é a viabilização do contorno norte de Ponta Grossa. O entroncamento ligará as BRs 376, 373 e 151, facilitando o escoamento da produção para Argentina, Paraguai, São Paulo e outros estados da região Sul. O projeto de 45 quilômetros prevê investimento de R$ 530 milhões. Para viabilizá-lo, dois parceiros privados, com plantas industriais nos Campos Gerais, estão dispostos a desembolsar recursos. Um é a Paccar, gigante norte-americana de caminhões, que recentemente instalou uma fábrica na região, e outro é a Ambev, considerada hoje a maior empresa da América Latina, e que está construindo uma unidade em Ponta Grossa.

Segundo recente estudo da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), o contorno norte de Ponta Grossa está entre as sete obras rodoviárias mais relevantes para o estado. As demais são as seguintes:

- Construção da segunda ponte sobre o Rio Paraná (Brasil-Paraguai), na BR 277
- Construção de trecho rodoviário entre Campo Mourão e Palmital, na BR 158
- Adequação do trecho rodoviário entre Toledo e Marechal Cândido Rondon, BR 163

Obras na PR 340, que leva à fábrica da Klabin, em Ortigueira: PPP entre governo e indústria viabiliza infraestrutura

- Adequação do trecho rodoviário entre Cascavel e Marmelândia, na BR 163
- Construção de trecho rodoviário entre Porto Camargo e Campo Mourão, na BR 487 (Estrada Boiadeira)
- Novo acesso rodoviário ao Porto de Paranaguá, na BR 277, com pavimentação de concreto

Federalização
O Paraná ainda viabiliza uma parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) na ordem de R$ 300 milhões para tirar do papel as construções de contornos rodoviários nas regiões de Wenceslau Braz e Castro. Os recursos internacionais também possibilitarão construir desvios nas cidades históricas de Antonina e Morretes. A nova ligação permitirá o acesso direto ao Porto de Antonina, retirando o tráfego de caminhões dos centros urbanos. Além disso, com recursos próprios, o governo estadual viabiliza a construção de 19 trincheiras e viadutos em trechos urbanos de cidades do interior cortados por rodovias. Esse é um projeto que movimenta a construção industrializada, pois boa parte das obras utiliza peças pré-fabricadas.

No entanto, sem recursos suficientes, o Paraná propôs recentemente a federalização de 190 quilômetros da rodovia PR 280. O trecho liga o oeste ao sudoeste do estado e comporta boa parte do escoamento de produtos vindo da região centro-oeste do Brasil, sem contar o tráfego que vem da Argentina e do Paraguai. São mais de seis mil veículos por dia, sendo 60% de caminhões. Em troca, o governo estadual quer assumir o controle da ferrovia Maracaju-Paranaguá para finalizar a Ferroeste. O objetivo é abrir concessões do trecho ferroviário para a iniciativa privada.

Duplicação da BR 277, entre Guarapuava e Relógio: recursos do BID viabilizam obras rodoviárias de leste a oeste

Entrevistados
Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR) e Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná (via assessorias de imprensa)

Contato
der@der.pr.gov.br
infraestrutura@seil.pr.gov.br

Créditos Fotos: Jorge Woll/DER/Arnaldo Alves/ANPr

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Crise requer foco na gestão social corporativa

Especialista mostra fatores que podem ser o diferencial para que uma companhia chegue ao lucro econômico através de negócios de fim social

Por: Altair Santos

O escândalo em que se envolveu a Petrobras, trazido à tona pela operação Lava-Jato, fez com que temas como compliance fosse um dos mais buscados pelas empresas brasileiras nos primeiros meses de 2015. O termo inglês, sem uma tradução específica para o português, mostra a capacidade de uma companhia de seguir regras e leis, fazer direito, dentro dos prazos e de acordo com procedimentos éticos. É um conceito que deve vir complementado pela responsabilidade social corporativa. Neste caso, definido como a inserção da empresa perante os atores com quem ela interage, os stakeholders.

João Paulo Vergueiro: quem não tiver plano de responsabilidade social corporativa estará fora do mercado

Para o mestre em administração, João Paulo Vergueiro, a adoção destas estratégias no modelo de gestão das empresas pode fazer a diferença, principalmente em tempos de crise. Em recente palestra no 1º Seminário de Gestão Empresarial Estratégica e Responsabilidade Social, promovido pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), em parceria com o SindusCon-PR, Vergueiro mostrou que gestão eficiente, governança e responsabilidade social fazem a diferença para as empresas, principalmente em meio às crises. Confira a entrevista:

Como uma empresa pode reagir à crise a partir de ações como responsabilidade social, governança e compliance?
Esses são conceitos que mostram que a empresa está inserida em um ambiente onde ela tem relacionamento com fornecedores, com trabalhadores, com o meio ambiente, com a mídia, com acionistas e com a comunidade no entorno dela. Há uma série de atores, que chamamos de stakeholders, que afetam a empresa e são impactados pela sua atuação. A esse conjunto, chama-se responsabilidade social corporativa. Trata-se de fatores que podem ser o diferencial de uma empresa em momentos de crise. Isso porque, a empresa socialmente responsável demonstra uma conduta diferenciada frente ao seu público de relacionamento, como acionistas, consumidores, funcionários e membros da comunidade.

Seria hora, então, de focar em outras formas de lucro, e não somente o lucro econômico?
Ela pode buscar não só o lucro econômico, mas o lucro social. De que forma? Adotando estratégias de responsabilidade social corporativa, adotando a prática como um negócio de fim social, ou seja, não só dar lucro, mas agregar valores éticos, sociais e ambientais. Não é só gerar valor para os acionistas. O novo negócio da empresa é gerar sustentabilidade para ela e seus stakeholders.

Como a empresa que ainda não tem esse tipo de visão pode começar a pensar em lucro social?
Ainda que as empresas possam trabalhar evolutivamente para buscar as certificações ISO 9000 e ISO 14000, que de certa forma englobam responsabilidade social corporativa, a ISO 26000 é mais envolvida com esse tipo de gestão. Ela apresenta para a sociedade o que o mundo entende como responsabilidade social corporativa. Consolidada em 2010, a norma trouxe para o debate os caminhos para a implementação de tais conceitos. Ela também tem uma diferença em relação às outras ISO: não certifica, é apenas um documento de autoavaliação para as empresas. A ISO 26000 é didática para as empresas e o caminho para quem quer começar.

N.R: a ISO 26000 é a primeira Norma Internacional de Responsabilidade Social Empresarial. Sua versão final foi publicada em 2010. O documento tem como objetivo traçar diretrizes para ajudar empresas de diferentes portes, origens e localidades, na implantação e desenvolvimento de políticas baseadas na sustentabilidade.

A CBIC pensa em alguma ação para disseminar a responsabilidade social corporativa entre as empresas do setor?
A ISO 26000 aborda sete temas: governança organizacional, direitos humanos, práticas de trabalho, meio ambiente, práticas de áreas de operação, consumidor e desenvolvimento da comunidade. Com base nestas premissas, a CBIC está classificando de que forma a indústria da construção civil se posiciona em relação a esses temas. Esse é um procedimento para que a CBIC, como um organismo de representação nacional, assine o pacto global de sustentabilidade e insira a construção civil brasileira em uma rede mundial de cidadania corporativa, liderada pela ONU (Organizações das Nações Unidas), onde prevalece o respeito aos direitos ambientais, aos direitos humanos e trabalhistas, assim como às normas vigentes.

De que forma todas essas ações irão se refletir no desempenho das empresas no mercado e em soluções para elas superarem a crise?
É simples. Quem não tiver plano de responsabilidade social corporativa estará fora do mercado. O valor ambiental, o valor social e o valor ético abrirão caminho para o valor econômico, e não o contrário.

Saiba mais sobre Responsabilidade Social Corporativa
http://www.cimentoitambe.com.br/wp-content/uploads/2015/05/Apresentacao-Seminario-Parana.pdf

Entrevistado
João Paulo Vergueiro, mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas e professor da FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) na cadeira de Responsabilidade Social Empresarial

Contato: jpverg@hotmail.com

Crédito Foto: Divulgação/SindusCon-PR

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Colmeia inspira muro de arrimo com blocos de concreto

Estruturas inventadas na Coreia do Sul lembram casulos, que, encaixados uns nos outros, podem conter barreiras e atender outros tipos de obras

Por: Altair Santos

Blocos de concreto pré-fabricados, inspirados nos favos das colmeias produzidas pelas abelhas, formam um sistema inovador para a construção de muros de arrimo e outras estruturas de contenção. Encaixadas umas nas outras, as peças distribuem o empuxo gerado pela terra na parede construída. O peso exercido reforça as conexões e garante estabilidade à construção. Trazida da Coreia do Sul, a tecnologia foi apresentada ao mercado brasileiro pela Ecounion, durante a Feicon 2015. O tipo de obra dispensa argamassa para assentamento e não requer reforços em aço ou concreto. “Esta talvez seja a maior inovação do sistema. O bloqueio das peças é resultado da forma curvada assumida pelo sólido geométrico. É como se fosse girada uma chave e ela travasse”, resume Mauro S. Igarashi, diretor-executivo da Ecounion. “Por isso, o sistema não utiliza qualquer tipo de argamassa ou concreto”, completa.

Chamados de HexBlocks, peças possuem encaixes que travam e formam estruturas compactas, capazes de conter grandes encostas

Exceto a tecnologia de encaixe das peças, a produção dos blocos de concreto, batizados de HexBlock – por causa de seu formato hexagonal -, não tem nenhum segredo. “O concreto utilizado é o convencional, com resistência entre 20 MPa e 25 MPa. Nossa pesquisa trabalha na direção de utilizar agregados reciclados na confecção destes produtos. A meta é entregar um produto de preço menor, com as mesmas características do concreto convencional. Os resultados obtidos até agora são muito bons”, diz Mauro S. Igarashi. No Brasil, o que a Ecounion chama de obras-protótipos estão localizadas na região da cidade de São Paulo. A princípio, no país, a construção se limita a muros de arrimo de até 12 metros de altura. Na Coreia do Sul, no entanto, os HexBlocks já têm sido usados para recuperação de encostas de rodovias, reforços de leito de rios e barreiras de orla marítima.

Em busca de parcerias
Para produzir os HexBlocks, a EcoUnion tem parceria com fábricas de artefatos de concreto. “Nossa proposta é transferir tecnologia para a fabricação das peças, procurando ganhar margem por oferecer produtos não convencionais que possibilitem a entrega de uma solução ao cliente final. Conhecemos com muita profundidade o mercado dos fabricantes de artefatos de concreto no Brasil. Atualmente, acreditamos que o país tem cerca de 80.000

Blocos de HexBlock são fabricados com concreto convencional, cuja resistência varia entre 20 MPa e 25 MPa

fabricantes, que estão em diferentes níveis tecnológicos. No modelo de negócio intencionado pela EcoUnion, o objetivo é estabelecer sinergia com os pequenos fabricantes, aqueles que têm produtividade mínima de 300 m³ de concreto por mês. A grande maioria de nossas fábricas parceiras possui duas máquinas com produtividade que varia de 700 m³ a 1.150 m³ de concreto por mês”, explica o dirigente da empresa.

Outra preocupação dos detentores da tecnologia no Brasil é com a formação da mão de obra. Eles asseguram que um montador bem treinado consegue erguer um muro de 10 metros de comprimento por 4 metros de altura em um dia de trabalho. Para uma obra deste tamanho são usados 430 blocos. “Mas a solução que entendo que merece maior destaque é a utilização de mão de obra não-qualificada. Após a construção da base, qualquer pessoa pode seguir com a montagem do muro até o seu final”, destaca Mauro S. Igarashi. Isso, segundo o especialista, cria mais um nicho de mercado para o Brasil: a construção de muros residenciais a baixo custo, e do tipo “faça você mesmo”.

 

Estruturas não precisam de argamassa nem de base de concreto para a consolidação no terreno

Entrevistado
Mauro S. Igarashi, diretor-executivo da Ecounion no Brasil e tecnólogo da construção civil, com 30 anos de experiência no setor

Contatos
mauro.igarashi@ecounion.com.br
www.ecounion.com.br

Créditos fotos: Divulgação/Ecounion

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Conceito de apartamentos com “quintal” ganha adesões

Edifício 360°, na cidade de São Paulo, e Mandala, em Curitiba, se inspiram em arquiteturas que valorizam grandes varandas e fachadas assimétricas

Por: Altair Santos

O Edifício 360°, que teve a execução concluída em 2013, na cidade de São Paulo, lançou o conceito de fachada assimétrica no Brasil. Ele repaginou as plantas das unidades, valorizando as varandas, transformando-as em verdadeiros quintais. A ideia do projeto é de que cada apartamento funcione como uma casa suspensa. Deu tão certo que o prédio ganhou o Mipim Future Projects Awards, oferecido pela The Architectural Review – uma das mais respeitadas publicações europeias sobre arquitetura. O sucesso desencadeou projetos semelhantes no país. Em Curitiba, por exemplo, a Thá constrói o Mandala.

Edifício 306°: cada apartamento tem um “quintal” exclusivo. Projeto ganhou premiação internacional

Fora do país são cada vez mais comuns projetos com esse perfil. Em Miami, nos Estados Unidos, e em balneários da Itália e da França tornaram-se uma tendência na arquitetura local. Em comum, eles têm o objetivo de atender um público que busca segurança, sem abrir mão do espaço e da privacidade que uma casa oferece. No Brasil, não é diferente. “Pessoas que compram um apartamento com esse diferencial não estão comprando o primeiro imóvel e querem investir em uma moradia mais luxuosa. O mercado imobiliário tem nichos de públicos diferentes”, explica a engenheira civil Cássia Santos Assumpção, gerente de incorporações da AG7 Realty, que está à frente do edifício Mandala.

Esta edificação em construção em Curitiba, com previsão de entrega em janeiro de 2017, resume os desafios arquitetônicos e de engenharia impostos por prédios com essas características. “Como não há andares com repetições, conhecidos no meio técnico como ‘andar tipo’, cada andar exige uma solução diferente. A continuação vertical de todas as instalações sofre desvios, o tratamento acústico é diferenciado entre as unidades e a exclusividade do produto também gera uma engenharia de soluções complexa. Por exemplo, as varandas precisam ser projetadas estruturalmente, utilizando tecnologia para grandes vãos e grandes balanços”, explica Cássia Santos Assumpção.

Apartamentos pré-fabricados

Edifício Mandala: cada andar tem uma solução arquitetônica diferente

Isay Weinfeld, arquiteto que projetou o Edifício 360° revela que ficou um ano e meio desenvolvendo soluções para viabilizar a obra. A saída foi investir em estruturas pré-fabricadas para construir as caixas que formam os apartamentos, em vez de concretá-las diretamente na estrutura. Isso, segundo ele, ajudou a baratear o custo e a encurtar o cronograma da obra. Outra solução foi usar parede em drywall com tratamento acústico nas áreas internas, reduzindo a carga sobre pilares e vigas e proporcionando maior flexibilidade nas plantas. “Esta tecnologia construtiva também tem a vantagem de ser mais sustentável e ter mais velocidade de produção no canteiro de obras”, reconhece a engenheira da AG7 Realty, que adotou tecnologia similar no Mandala.

No prédio com fachadas assimétricas em construção em Curitiba estima-se que serão empregados 10.500 m³ de concreto. Já no Edifício 360°, a torre de 22 pavimentos consumiu perto de 80 mil m³ de concreto. O know how adquirido por essas construtoras já as estimula a empreender em novos projetos com características semelhantes. AG7 Realty, por exemplo, está à frente do Igloo Curitiba. O empreendimento de apartamentos compactos terá grandes varandas com churrasqueiras, com ampla relação entre a área a externa e a área interna. Os quintais, definitivamente, chegaram aos prédios habitacionais.

Cássia Santos Assumpção: prédios com essas características impõem desafios arquitetônicos e de engenharia

Entrevistados
Engenheira civil Cássia Santos Assumpção, gerente de incorporações da AG7 Realty
Arquiteto Isay Weinfeld (via assessoria de imprensa)

Contatos
info@isayweinfeld.com
www.ag7partners.com.br/contato/

Créditos Fotos: Divulgação e Divulgação/ AG7 Realty

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Plaenge especializa-se em selo LEED para indústrias

Divisão industrial da construtora é referência em viabilizar estruturas com desempenho hídrico e energético, comprometidas com a sustentabilidade

Por: Altair Santos

Pela quarta vez, a Plaenge Industrial obteve a certificação LEED para um de seus empreendimentos. Desta vez, quem foi contemplado com o selo de “prédio verde” foi a fábrica da Coca-Cola, na cidade de Maringá-PR. Isso fez com que a GBC Brasil, que concede a certificação no país, reconheça a construtora como referência no segmento de edificações sustentáveis. Com foco na redução dos custos operacionais e na eficiência energética, a fábrica construída pela empresa alcançou a economia de 64% de água e 21% de energia nos processos industriais. Isso foi resultado direto dos diferenciais sustentáveis aplicados no projeto e na execução da obra.

Equipe da Plaenge: dupla certificação LEED por projetar fábrica-modelo para a Coca Cola

Para a gerente de novos negócios da Plaenge Industrial, Stella Boiça, esse tipo de projeto é o caminho futuro para a engenharia civil. “Conseguir uma certificação LEED é um processo trabalhoso e muito gratificante. O cliente percebe valor na sustentabilidade quando conseguimos mensurar a economia de energia, que se reflete na redução do custo operacional”, diz. A análise é avalizada pelo diretor da Green Building Council Brasil (GBC Brasil), Felipe Faria, que é quem credencia a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) no país. “Algumas construtoras brasileiras destacam-se pelo envolvimento com projetos diferenciais, a fim de obter a certificação internacional. Em matéria de plantas industriais, a Plaenge é, sem dúvida, um dos destaques”, confirma.

A fábrica da Coca-Cola FEMSA Brasil, construída em Maringá, fez com que a Plaenge Industrial recebesse a certificação LEED NC Gold, no que tange a área de escritórios, e LEED NC Silver, na edificação destinada à produção. Isso fez com que a unidade da multinacional, localizada na região noroeste do Paraná, fosse eleita como fábrica-modelo para as demais plantas em operação no país. “A Coca Cola possui um projeto de certificar todas suas indústrias no Brasil. Ela já tem 16 registros entre edificações corporativas e plantas industriais, sendo 9 certificações e 7 empreendimentos em processo. Trata-se da primeira grande corporação a anunciar um projeto audacioso, influenciando positivamente a indústria nacional pela construção sustentável”, revela Felipe Faria.

No Brasil, 235 obras têm selo LEED
A eficiência da unidade construída pela Plaenge Industrial é que estimula a surgirem outras fábricas sustentáveis. A edificação da Coca-Cola FEMSA Brasil em Maringá gera economia energética que equivale ao que consomem 2.700 casas com quatro pessoas, durante o período de um ano. São 5.400.000 kWh, representando uma redução total de 21%. Já a economia de água chega a 26,8 milhões de litros/ano. O projeto agrega características como a captação de água da chuva, telhado verde, 39% de área verde, bicicletário, vaga para carro de baixa emissão, vaga para carona solidária e proteção da radiação solar nas janelas. Os dados foram fornecidos pela GBC Brasil.

Indústria da Coca-Cola, em Maringá: unidade virou referência para a construção de outras fábricas da multinacional pelo mundo afora

Hoje, os selos LEED estão em 235 obras no país, incluindo edificações residenciais (94), comerciais (102) e industriais (39). Há outros 966 projetos em busca da credencial LEED no Brasil. Destes, 191 são plantas industriais. A intensa busca está relacionada às vantagens que uma fábrica ganha ao operar de acordo com princípios de sustentabilidade. Além da comprovada economia de energia e de consumo de água, há também redução nos custos operacionais da edificação, que podem chegar a 85%. Eles vão desde a redução no prêmio do seguro até ao aumento da produtividade nas instalações.

Entrevistados
Advogado Felipe Faria, diretor do Green Building Council Brasil
Engenheira civil Stella Boiça, gerente de novos negócios da Plaenge Industrial

Contatos
s.boiça@plaenge.com.br
ffaria@gbcbrasil.org.br

Créditos Fotos: Divulgação/Plaenge

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330