BIM Fórum Conference Brasil 2025 debate os rumos da transformação digital 

Nos dias 21 e 22 de maio de 2025, em São Paulo, foi realizado o BIM Fórum Conference – Brasil 2025.

De acordo com os organizadores, em 2024, no âmbito das exigências do Roadmap da Estratégia BIM BR, o BIM passou a ser utilizado em novas etapas de obra. Essa realidade representa novos impactos para o setor e uma ampliação dos rumos do BIM no país.

“O BIM Fórum Conference Brasil 2025 surgiu como uma evolução de suas edições anteriores (2023 e 2024), consolidando-se como palco para debater os novos impactos do BIM no contexto da Nova Estratégia BIM BR. Com uma proposta imersiva, o evento trouxe um olhar ampliado para os temas centrais da transformação digital no setor AECO, com eixos temáticos que abordaram desde BIM e inteligência artificial, ao uso da metodologia em projetos de infraestrutura, passando pelo licenciamento digital e pelo openBIM”, informou Rodrigo Koerich, presidente BIM Fórum Brasil.

Plano de Trabalho da Nova Estratégia BIM BR está sendo executado por cinco Grupos de Trabalho (GTs).
Crédito: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos

Durante o evento, Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), lembrou que a adoção do BIM é fundamental para o setor se tornar mais competitivo. “É o início de toda uma jornada de transformação, que começa no projeto, passa pelo controle e chega até a execução da obra, com mais eficiência, menos desperdício e mais qualidade”, afirmou.

Avanços da Nova Estratégia BIM BR 

O painel “A Nova Estratégia BIM-BR: Desafios e Perspectivas” abordou a sinergia entre a Estratégia BIM BR e as missões estruturantes da NIB — com destaque para a Missão 3 (Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades). O tema foi apresentado por Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Segundo o secretário, o Plano de Trabalho da Nova Estratégia BIM BR está sendo executado por cinco Grupos de Trabalho (GTs), criados por meio de portarias da SDIC e compostos por representantes de diversas instituições públicas e privadas. O plano contempla 60 ações prioritárias, organizadas em três eixos estratégicos:

  • Eixo A – Reforçar a capacidade do setor público para implementar o BIM, em conformidade com a Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 14.133/2021), que recomenda o uso preferencial da Modelagem da Informação da Construção em obras públicas.
  • Eixo B – Alinhar as políticas educacionais às exigências da transformação digital no setor de Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação (AECO).
  • Eixo CFomentar investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), com o objetivo de impulsionar o crescimento sustentável da indústria da construção por meio do uso do BIM e de tecnologias correlatas.

Case paranaense: Projetek

Durante o evento, foi apresentado o Escritório de Projetos Executivos de Engenharia e Arquitetura (Projetek), que faz parte dos programas estratégicos do Governo Estadual do Paraná e é conduzido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O painel foi apresentado por Lorreine Vaccari, diretora do Departamento de Gestão da Inovação para Planos, Projetos e Obras da SEIL/PR.

Esta iniciativa une o saber acadêmico à inovação com o objetivo de modernizar obras públicas em pequenos municípios do Paraná. O projeto tem como proposta instalar escritórios acadêmicos nos campi das sete universidades estaduais para desenvolver projetos de engenharia e arquitetura voltados às cidades com até 30 mil habitantes. Essas localidades, muitas vezes, enfrentam a escassez de profissionais qualificados e de recursos para contratar esse tipo de serviço no setor privado.

Com o apoio de bolsistas universitários, todos os projetos são elaborados com a metodologia BIM, que vem transformando a indústria da construção por meio da integração inteligente de dados. Essa abordagem permite o alinhamento entre todas as etapas do projeto – desde os estudos iniciais e o planejamento até a execução da obra –, garantindo maior precisão técnica, menos retrabalho e redução de desperdícios.

Fontes
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti)
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Contatos
imprensa.mdic@mdic.gov.br
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Certificações verdes valorizam empreendimentos e ditam novo padrão na construção civil

A busca por certificações internacionais deixou de ser um diferencial para se tornar uma prática cada vez mais consolidada no setor da construção civil, especialmente em empreendimentos de alto padrão. Ao obter certificações como Leed, Well, Leed Zero, Fitwel e Active Score, as empresas não apenas atestam boas práticas ambientais e de bem-estar, mas também agregam valor aos imóveis e aceleram vendas em um mercado cada vez mais competitivo.

A certificação é uma régua que mede a qualidade do empreendimento. Ela reconhece quem está entregando mais conforto, eficiência e sustentabilidade do que a média do mercado”, explica Guido Petinelli, CEO da Petinelli Inc., empresa de engenharia referência em performance de edificações no Brasil. Para ele, certificações são como medalhas olímpicas: "quem entrega mais qualidade, sobe no pódio”.

Uma das empresas pioneiras na obtenção de certificações é a Construtora Laguna, de Curitiba (PR), que iniciou esse caminho nos anos 2000, com o Residencial Iguaçu, recebendo o selo Leed Gold. Com isso, a empresa passou a entender todos os benefícios que podia oferecer para os clientes. De forma pioneira, a Laguna associou-se ao International Well Building Institute, passando a integrar um grupo exclusivo de apenas 30 empresas em todo o mundo que possuem vários empreendimentos com características Well.

Projeto localizado em Porto Belo (SC) tornou-se o primeiro residencial do mundo a conquistar simultaneamente as certificações Leed Platinum, Well Platinum e Leed Zero (Energy e Carbon)
Crédito: Divulgação/ZAH Empreendimentos 

Valorização e diferencial competitivo

Empreendimentos certificados podem alcançar valores por metro quadrado significativamente superiores à média do mercado. É o caso do Amazônia, projeto da ZAH Empreendimentos, em Porto Belo (SC), que se tornou o primeiro residencial do mundo a conquistar simultaneamente as certificações Leed Platinum, Well Platinum e Leed Zero (Energy e Carbon).

Segundo Ricardo Zanella, diretor de conceito da ZAH, o objetivo foi criar um novo paradigma: “Queremos entregar mais do que moradias. Estamos oferecendo qualidade de vida, saúde e um novo olhar sobre o que significa habitar”.

O impacto vai além do apelo sustentável. “A qualidade do ar, da água, o conforto térmico e acústico e a eficiência energética são atributos que influenciam diretamente a saúde dos moradores. E isso tem valor de mercado real”, destaca Petinelli. Ele compara: “Quem compra um apartamento de R$ 7 ou R$ 10 milhões quer garantia de que não vai ter mofo ao voltar de viagem ou que vai dormir bem. Isso é o que os selos internacionais entregam”.

Prática que se espalha

A GT Building, em Curitiba, também apostou na tendência. Seu mais recente projeto, o The Pineyards, recebeu o selo Active Score Platinum, um dos sete edifícios no mundo com essa pontuação. “O certificado reconhece nossa proposta de promover mobilidade ativa, saúde e baixo impacto ambiental desde a concepção do projeto”, afirma Mauricio Fassina, diretor de operações da GT.

Além disso, o empreendimento busca as certificações Fitwel e Edge, com sistemas de reuso de água, eficiência energética de 23% e economia estimada de 155 MWh/ano. A incorporadora também compensará 100% do carbono emitido na obra e investirá na conservação de áreas da Mata Atlântica. O movimento dos green buildings está moldando o futuro da construção, unindo tecnologia, design e sustentabilidade.

“Embora o investimento para a construção do empreendimento seja superior, o ciclo de vida de uma edificação demonstra que esse valor é compensado durante a operação do empreendimento, com retorno ao longo da ocupação e uso do empreendimento, a partir da redução em despesas como energia e água”, assinala Fassina.

Sustentabilidade como ativo financeiro

Engana-se quem vê os certificados como meros adornos para campanhas publicitárias. Eles se tornaram ferramentas de valorização concreta dos ativos imobiliários.

A lógica baseia-se em uma nova mentalidade do consumidor, que prioriza qualidade de vida, desempenho ambiental e conforto. O mercado de luxo já entendeu isso e agora vê surgir uma nova elite de empreendimentos: sustentáveis, saudáveis e altamente desejáveis.

Entrevistados

Guido Petinelli é mestre em arquitetura pela McGil University (Montreal), especialista em Empreendedorismo pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), atua na área de Desenvolvimento de Negócios, com larga experiência nacional e internacional. É fundador e CEO da Petinelli Inc, empresa de engenharia líder no Brasil em desempenho e bem-estar em edificações. Foi premiado com o U.S. Green Building Council (USGBC) Leadership Award em reconhecimento pelas primeiras certificações LEED Zero Energy e LEED Zero Water no mundo. Em 2024, recebeu o Rising Star Award do International WELL Building Institute (IWBI).

Mauricio Fassina é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pós-graduado em Gerenciamento de Obras pela UTFPR. Possui mais de 20 anos de experiência no setor de construção civil, com especialização em incorporação de imóveis de alto padrão, gestão de obras e viabilidade de negócios. Na GT Building é responsável pela gestão técnica e operacional das obras, controle de custos e prazos, e supervisão de viabilidades econômicas para novos projetos. 

Ricardo Zanella é empreendedor da construção civil, sócio fundador e diretor de Conceito da ZAH Empreendimentos, atuando há mais de dez anos em Itapema, Santa Catarina. 

Contatos
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Como será a obra do Túnel Santos-Guarujá?

Em fevereiro de 2025, foi lançado o edital para a construção do Túnel Santos-Guarujá, que será o primeiro túnel submerso do país. Com aporte estimado em R$ 6 bilhões, o projeto é fruto de uma parceria entre os governos Federal e Estadual, coordenada pelo Ministério de Portos e Aeroportos.

Integrada ao Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a obra será a maior do programa e promete aumentar a eficiência e a segurança no tráfego entre os dois municípios. A concessionária vencedora da licitação ficará encarregada pela construção, operação e manutenção do túnel. O leilão está agendado para 1º de agosto deste ano.

Como será o túnel Santos-Guarujá?

Construção tem previsão de R$ 6 bilhões de investimentos e leilão deve acontecer em agosto
Crédito: Governo de SP

Com 1,5 km de extensão, sendo 870 metros imersos, e 21 metros de profundidade, o túnel contará com três faixas de rolamento por sentido, incluindo uma faixa exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de acessos dedicados para pedestres e ciclistas. Atualmente, mais de 21 mil veículos passam diariamente pelas duas margens utilizando balsas e catraias, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres. 

Atualmente, os usuários têm duas opções: a Rodovia Cônego Domênico Rangoni, com 40 km e 50 minutos de viagem, ou a balsa, que leva de 20 minutos a 2 horas, dependendo do tráfego, movimentação no porto e condições climáticas.

O trecho vai ligar o cais do Outeirinhos, no bairro Macuco, em Santos, ao distrito Vicente de Carvalho, em Guarujá.

Construção do túnel

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=4HRv9LMAu7E 

De acordo com Guillermo Ruperto Martin Cortes, professor de Engenharia Civil e Ambiental do Centro Universitário FMU, o túnel previsto será construído sobre o leito marinho através de trincheira. “Este modelo é similar ao construído pela Societé de Grand Travaux de Marseille sob a baía da Havana com mais de 1200 m de extensão, com 733 m imersos, a 12 m de profundidade entre os municípios Habana Vieja e Habana del Este”, compara Cortes.

No entanto, o solo da região de Santos, segundo Cortes, é considerado o segundo pior do mundo. “Portanto, a escavação terá que ser feita primeiro em trincheira a ser coberta por placas de concreto que vão suportar as seções de túnel após afundamento. Finalmente as seções de túnel serão protegidas por cobertura de pedras. A cidade e o porto de Santos se localizam em área costeira, seus solos apresentam características típicas de regiões litorâneas. A cidade se assenta sobre uma planície costeira formada por depósitos quaternários de origem marinha fluvial e camadas moles. De acordo com o perfil esquemático dos solos da região de Santos e segundo o informado sobre as características do projeto acima, o túnel vai passar pelas argilas marinhas moles”, explica o professor. 

Cortes detalha o passo a passo:

  1. O primeiro passo para a construção é o acondicionamento do solo por meio de escavação de trincheira que será protegida por placas de concreto onde os futuros elementos do túnel vão se apoiar; 
  2. Em doca seca serão construídas as seções ou elementos do túnel de concreto, que flutuando, serão transportados por rebocadores até o local cujo posicionamento será controlado por meios eletrônicos;
  3. Uma vez no local, os elementos do túnel serão fixados por pontes flutuantes, depois serão afundadas por injeção de água nas piscinas provisórias, guinchos hidráulicos aproximarão os elementos ou seções do túnel e uma vez juntos, proceder-se-á o nivelamento da seção usando macacos hidráulicos ancorados em uma das extremidades do elemento.

Ariston da Silva Melo Junior, professor de Engenharia Civil e Ambiental do Centro Universitário FMU, aponta que as técnicas construtivas utilizadas em projetos de túneis imersos levam em conta a preparação do leito do canal, tomando-se o cuidado com os aspectos ligados aos elementos pré-moldados que devem ser armazenados em local seco. “Na execução da obra, prepara-se o leito removendo materiais e níveis de sedimentos de modo a garantir uma base nivelada e sólida. Deve-se garantir a estabilização e ancoragem dos elementos do projeto de modo a não haver problemas quanto a fase de acabamento, como exemplo a instalação de revestimentos; iluminação e sistemas de segurança”, afirma.

Materiais utilizados

A escolha dos materiais deve atender critérios técnicos e econômicos, além das implicações com o macro e microclima, condições de exposição e índice de agressividade ambiental. De acordo com Melo Junior, esse ponto é importante e deve-se atentar quanto às especificidades dos materiais empregados, como o caso do concreto armado. Neste caso, o aço receberá traços de níquel e/ou cromo em proporção de 3%, atribuindo melhor resistência à corrosão, pontua.

Riscos e desafios técnicos

Túnel Santos-Guarujá terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros imersos, e 21 metros de profundidade
Crédito: Governo de SP

Melo Junior pontua que, por se tratar de construção de túneis imersos, deve-se levar em conta que há diversos riscos e desafios técnicos a serem enfrentados. “Entre eles: gestão das águas subterrâneas; condições geológicas do local; segurança dos funcionários encarregados da execução; além da problemática relacionada à necessidade de técnicas específicas para esse tipo de projeto para imersão e acoplagem dos elementos constituintes do túnel. Com relação aos fatores de risco ambiental deve-se atentar a possíveis alterações no ecossistema aquático do local; bem como a atividade ocasionar ruídos e vibrações que afetem o bioma local”, afirma.

Cortes, por sua vez, aponta que o impacto ambiental no solo marinho será temporal e estará restrito à seção ocupada pela construção, sendo que os materiais tradicionalmente utilizados na construção destas obras são considerados inertes ou não reagentes com o meio aquoso. “Após passado algum tempo, o habitat marinho deve retornar a sua forma antes da escavação das trincheiras como acontece atualmente com as plataformas de petróleo ou navios afundados intencionalmente ou não, realizando o papel de recifes artificiais para promover a vida marinha”, esclarece.

Sistemas

Como instalar os sistemas de ventilação, iluminação, combate a incêndios e evacuação de emergência? De acordo com Cortes, a exemplo do Eurotúnel, a ventilação é fornecida por dois sistemas interconectados entre si, forçada desde instalações nos dois extremos do túnel.

“Seguindo esse exemplo e os de muitos outros como o Túnel de Hokkaido, no Japão, a energia é fornecida por subestações em ambos os extremos da obra, além de sistemas de emergência para fornecer energia em caso de quedas imprevistas. Seções situadas a intervalos regulares devem contar com sistemas de extinção de incêndios, e também intercomunicação entre ambas as faixas do túnel para permitir a evacuação do pessoal ameaçado. Semelhante as rodovias, sistemas telefônicos de emergência devem ser instalados a intervalos regulares dentro do túnel”, informa Cortes.

Melo Junior destaca que é importante avaliar estes pontos. “Sem dúvidas, as medidas de segurança privam por ventilação chamada de ventilação longitudinal mecanizada; ventilação transversal e um sistema automatizado de controle. Na ventilação longitudinal mecanizada são utilizados jatos de ar para movimentar e remover a fumaça e gases tóxicos no interior do túnel. Enquanto a ventilação transversal ajuda na liberação de dióxido de carbono e gases sulfatados, eliminados do escapamento dos veículos. A iluminação utiliza sistemas de fitas LED para direcionar as saídas de evacuação. Com relação a possíveis incêndios internos é importante a instalação de hidrantes, extintores e mangueiras, alocados e distribuídos ao longo do túnel imerso. Tais medidas são tão importantes que no Brasil temos um conjunto de normas pré-estabelecidas que devem ser obrigatoriamente executadas nesse tipo de projeto. Como exemplo de normas temos: ABNT NBR 17027/2022 e a ABNT NBR 17175/2024”, conclui. 

Entrevistados
Guillermo Ruperto Martin Cortes é professor de Engenharia Civil e Ambiental do Centro Universitário FMU.
Ariston da Silva Melo Junior é professor de Engenharia Civil e Ambiental do Centro Universitário FMU.

Contato
Diretoria da Escola de Engenharias da FMU - angela.ninomia@fmu.br 

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Novo Horizonte inicia operações e marca presença no agronegócio com fornecimento de calcário agrícola

Novo Horizonte, empresa do mesmo grupo da Cimento Itambé, iniciou as operações no mês de maio de 2025.
Crédito: Cimento Itambé

Com um investimento robusto em equipamentos de ponta e logística, a Novo Horizonte, empresa do mesmo grupo da Cimento Itambé, começou suas operações em maio de 2025. Voltada à produção e comercialização de calcário agrícola, a empresa nasce com a missão de atuar no setor do agronegócio, aproveitando décadas de experiência em produção e comercialização na indústria cimenteira.

A criação da Novo Horizonte reforça a experiência da Cimento Itambé ao longo dos anos, já que ambas as empresas compartilham da mesma matéria-prima, o calcário. “Estamos levando toda a expertise que acumulamos no mercado de cimento para o agronegócio, observando especificações desta nova atividade e mercado consumidor de calcários, oferecendo produtos de qualidade e uma estrutura logística eficiente”, explica Marcio Lobo, diretor comercial da Cimento Itambé e Novo Horizonte.

A nova planta da Novo Horizonte está localizada às margens da BR-277, no município de Campo Largo (PR), corredor logístico estratégico que liga o Porto de Paranaguá aos grandes polos agrícolas dos Estados do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Paraguai. A posição geográfica privilegiada permite reduzir custos de transporte e otimizar o escoamento da produção.

Foco em qualidade e inovação

A Novo Horizonte oferece análise de solos, fertilizantes e corretivos. Crédito: Cimento Itambé

Neste início de operação, a empresa está comercializando calcário dolomítico e, nas próximas semanas, ofertará ao mercado o calcário calcítico. Ambos são corretivos de solos que atendem com segurança e regularidade as características técnicas exigidas pelo produtor rural, resultado da blendagem de diferentes frentes de matéria-prima extraídas das jazidas do grupo.

Com capacidade instalada de 300 mil toneladas por ano e previsão de expansão nos próximos anos, a Novo Horizonte destaca-se por entregar regularidade técnica e qualidade superior. “Produzimos corretivos agrícolas com qualidade acima do que o mercado oferece. Contribuímos diretamente para a sustentabilidade, já que nossos produtos, por serem mais reativos, exigem menor volume de aplicação”, afirma José Eduardo Silveira, assessor comercial da Novo Horizonte.

Contribuição direta à produtividade no campo

A atuação da Novo Horizonte vai além da simples oferta de insumos. A empresa posiciona-se como parceira estratégica do produtor rural, contribuindo de forma efetiva para a melhoria do manejo do solo. “Não existem altas produtividades sem a prática do manejo do solo e uso de corretivos. Eles reduzem a acidez, neutralizam alumínio e manganês tóxicos e fornecem nutrientes como cálcio e magnésio, fundamentais para o desempenho das lavouras”, completa Silveira.

Estamos levando toda a expertise que acumulamos no mercado de cimento para o agronegócio, afirma Marcio Lobo - Diretor Comercial da Cimento Itambé e Novo Horizonte.
Crédito: Cimento Itambé

Outro diferencial importante é a infraestrutura da empresa. Com laboratório próprio certificado pelo Inmetro, a Novo Horizonte oferece análise de solos, fertilizantes e corretivos, garantindo que os produtos estejam sempre dentro dos parâmetros ideais de qualidade e desempenho.

Além disso, a logística foi planejada para facilitar a vida do produtor, com acesso pavimentado, horários estendidos e carregamento ágil, contribuindo para um processo de compra e retirada eficiente.

Compromisso com o futuro do agro

A Novo Horizonte chega em um momento de recorde histórico no consumo de corretivos agrícolas. De acordo com a ABRACAL - Associação Brasileira dos Produtores de Calcários Agrícolas, o Brasil consumiu 61,6 milhões de toneladas em 2023, representando um reforço importante para a cadeia produtiva do agronegócio.

Com foco na inovação, sustentabilidade e eficiência, a empresa cumpre com a missão do grupo de contribuir para o desenvolvimento de setores estratégicos da economia brasileira. “Estamos apenas começando, mas com uma estrutura sólida e preparada para crescer junto com o agronegócio”, finaliza Marcio Lobo.

Entrevistados
Marcio Lobo, Diretor Comercial da Cimento Itambé e Novo Horizonte.
José Eduardo Silveira, Assessor Comercial da Novo Horizonte.

Contatos
marcio@cimentoitambe.com.br
eduardo.silveira@cimentoitambe.com.br

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Assentamento Mario Covas recebe o projeto piloto de construção offsite

O Assentamento Mario Covas, em São Simão (SP), recebeu o projeto piloto de construção offsite realizado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). Por meio desta iniciativa, unidades habitacionais são construídas com tecnologias industrializadas modulares offsite, a partir de um chamamento público feito pela CDHU para estimular métodos inovadores de produção habitacional. 

A área, de propriedade do Estado, foi transformada em assentamento em 2011. Hoje, abriga 124 lotes destinados a famílias assentadas pela Fundação Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), totalizando 748,2660 hectares, incluindo zonas de preservação ambiental. Ela está localizada em uma área contínua à Estação Ecológica da Fazenda Santa Maria, administrada pela Fundação Florestal, que mantém mais de 80% de sua vegetação nativa preservada.

Em fevereiro de 2024, a CDHU publicou um edital de chamamento para credenciar empresas interessadas na construção de 15 mil unidades habitacionais, além de 100 mil m² de edificações não residenciais, utilizando o sistema de construção industrializada modular offsite. O objetivo, dentro do horizonte do Plano Plurianual até 2027, é entregar 7,5 mil moradias verticais (prédios), 7,5 mil moradias horizontais (casas) e 100 mil m² em estruturas voltadas ao uso público.

As obras fazem parte de um convênio firmado no fim de 2024 entre a CDHU e Itesp, com a finalidade de atender 630 famílias de assentamentos rurais e comunidades quilombolas em diversas regiões do Estado.

Casas utilizam métodos construtivos que permitem a fabricação dos componentes em uma fábrica, reduzindo o tempo e os resíduos de construção, bem como a emissão de poluentes.
Crédito: CDHU

Tecnologias construtivas

Dentre as tecnologias empregadas para a construção das casas estão o Painel de Concreto e Impressão 3D. Essas tecnologias permitem a fabricação dos componentes em uma fábrica, reduzindo o tempo e os resíduos de construção, bem como a emissão de poluentes.

“Estamos vistoriando as oito casas já construídas para verificar a qualidade e conforto da construção, que são alguns dos aspectos a serem observados no nosso chamamento. Também vamos levar em conta os custos de cada modalidade, além da capacidade de produção em longa escala. É um processo muito técnico e inovador, então é um aprendizado comum para as empresas e para as equipes da CDHU", aponta Marcelo Branco, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=XI1qf-KKO8w 

Para o professor e doutor Roberto Christ e coordenador do itt Performance DPPGI – Diretoria de Pesquisas, Pós-Graduação e Inovação / itt da Unisinos, as casas modulares têm a vantagem de utilizar materiais com tempo de cura menores, o que permite uma maior produtividade. “O mercado da construção civil para casas de interesse social sempre foi grande, e temos um déficit habitacional gigante. A construção modular pode ajudar tanto a diminuir esse déficit quanto a aumentar a produtividade. A construção modular não é aplicável apenas para construções de interesse social, mas para toda e qualquer construção, seja ela residencial, industrial ou comercial. Com a escassez de mão de obra, a industrialização será uma pauta em todas as construtoras a médio e longo prazo”, conclui.

Fontes
O professor e doutor Roberto Christ é coordenador do itt Performance DPPGI – Diretoria de Pesquisas, Pós-Graduação e Inovação / itt da Unisinos.
Contato: RCHRIST@unisinos.br

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Leilões de imóveis ganham força no Brasil e atraem novos investidores em busca de preços atrativos

Nos últimos anos, os leilões de imóveis deixaram de ser uma alternativa pouco conhecida para se tornar um dos meios mais estratégicos de aquisição no mercado imobiliário brasileiro. Em 2024, a Caixa Econômica Federal registrou um crescimento de 228% no volume de imóveis leiloados em comparação a 2022. Foram 25.500 unidades levadas à praça, frente às 7.700 de dois anos antes.

Esse aumento acompanha o volume de imóveis retomados por inadimplência, ampliando as oportunidades para quem busca comprar com preços abaixo da média. Segundo dados do Banco Central, até novembro de 2024, os bancos acumulavam um estoque de R$ 79 bilhões em imóveis, o equivalente a um terço de todos os empreendimentos lançados no país no ano anterior.

Ana Castelo, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que este é um efeito defasado da pandemia, quando os bancos deram mais prazos e aceitaram postergar pagamentos. “Mas depois tudo voltou ao normal e muitos não conseguiram se equilibrar. Acontece que o processo de retomar imóveis e pôr a leilão não é tão rápido e estamos vendo agora o resultado”, ressalta.

Compras com até 40% de desconto

Para investidores e famílias em busca da casa própria, os leilões oferecem vantagens expressivas. “É possível adquirir imóveis com até 40% de desconto em relação ao preço de mercado. Com planejamento e suporte jurídico, trata-se de uma excelente oportunidade”, afirma o advogado Samuel Rangel de Miranda, especialista em direito imobiliário e fundador do Instituto Nacional de Direito e Empreendedorismo.

Tendência é de que o volume de imóveis em leilão continue crescendo em 2025 com novas ofertas
Crédito: Envato

A liquidez do mercado também tem atraído um novo perfil de comprador. “Estamos vendo um número crescente de pessoas físicas participando dos leilões. Isso se deve à popularização das plataformas digitais e à necessidade de encontrar preços mais acessíveis”, acrescenta.

Cuidados jurídicos e burocracia reduzida

Apesar do atrativo dos valores, a compra de imóveis em leilão exige atenção redobrada. “O comprador precisa observar se há débitos pendentes, como IPTU, condomínio ou ações judiciais, e avaliar o risco de o imóvel estar ocupado. Ter uma orientação jurídica é fundamental para evitar surpresas”, recomenda.

Ele explica que os imóveis leiloados, em geral, foram retomados por instituições financeiras após a inadimplência de financiamentos. “A execução judicial ou extrajudicial culmina na perda do bem. A participação do comprador se dá em um processo transparente, mas que requer conhecimento das regras e da situação do imóvel.”

Tecnologia e democratização do acesso

Plataformas digitais de leilões têm ampliado a capilaridade desse mercado, permitindo que interessados de qualquer lugar do país participem de lances com segurança. A digitalização também trouxe mais transparência ao processo. “O ambiente online democratizou o acesso aos leilões, que antes estavam restritos a investidores experientes ou empresas especializadas. Hoje, qualquer pessoa com CPF regular pode participar”, ressalta Miranda.

Perspectivas de crescimento

A tendência é de que o volume de imóveis em leilão continue crescendo em 2025. Segundo os entrevistados, o panorama econômico de juros altos e desigualdade na contratação dos financiamentos tendem a gerar um aumento da inadimplência, aliado aos contratos vinculados a uma correção monetária que leva a um desiquilíbrio financeiro com a realidade do país. “A tendência é aumentar as parcelas e os compradores não vão acompanhar esses acréscimos e os bancos vão começar a retomar esses imóveis”, completa Miranda. 

De acordo com ele, com o aumento da oferta, o mercado precisará se ajustar em termos de segurança jurídica e transparência. “Sem dúvida, os leilões já se consolidaram como uma via viável e estratégica para aquisição de imóveis no Brasil”, conclui. 

Entrevistados
Samuel Rangel de Miranda é graduado em Direito pela Universidade Positivo, pós-graduado em Direito Processual Civil, MBA em Gestão Empresarial, especialista em Direito Empresarial e Imobiliário e pós-graduando em Direito e Processo Tributário pela PUC-RS. É um dos fundadores do Instituto Nacional de Direito e Empreendedorismo.

Ana Maria Castelo é coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre.

Contatos
samuel@rangeldemiranda.com.br
ana.castelo@fgv.br

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CBIC mantém projeção de crescimento de 2,3% do PIB para 2025 e indicadores do primeiro trimestre mostram resiliência do setor

Vendas de apartamentos novos aumentaram 17% no primeiro trimestre
Crédito: Envato

A construção civil brasileira começou o ano com sinais claros de resiliência. Embora o PIB do setor tenha apresentado uma leve retração de 0,5% no primeiro trimestre, a atividade segue em ritmo consistente, amparada por fundamentos sólidos e boas expectativas para os próximos meses. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mantém sua projeção de crescimento de 2,3% para o setor em 2025, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador.

De acordo com o presidente da CBIC, Renato Correia, os números indicam uma fase de acomodação após ciclos intensos de expansão. “O setor está ajustando seu ritmo, mas segue robusto. A retomada de programas habitacionais e os investimentos públicos em infraestrutura devem impulsionar ainda mais a atividade nos próximos trimestres”, avalia.

No 1º trimestre de 2025 o saldo de novas vagas criadas (654.503) sofreu redução de 9,84% em relação a igual período do ano anterior (725.973). Embora esse número seja um pouco menor do que o registrado em igual período de 2024, permanece acima dos resultados observados em 2022 e 2023, reflexo da continuidade das obras e do bom desempenho dos lançamentos no ano passado. “É um dado que mostra vitalidade e comprova que as obras continuam em andamento, movimentando a economia e gerando oportunidades”, destaca a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos. 

Venda de cimento em alta

O consumo de insumos típicos da construção também apresentou desempenho positivo. Em janeiro e fevereiro deste ano, a produção industrial desses materiais cresceu 4,9% em relação ao mesmo período de 2024. O comércio varejista de materiais de construção também cresceu: alta de 6,7% nos dois primeiros meses de 2025 em relação a iguais meses de 2024.

O volume de cimento vendido também reforça esse cenário: foram 15,6 milhões de toneladas no primeiro trimestre, um crescimento de quase 6% na comparação anual. A expectativa do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) é de estabilidade com leve crescimento até o final do ano.

Em março, na comparação com igual mês de 2024, observou-se incremento de 5,2%. O aumento de lançamentos em 2024 e também o mercado de trabalho aquecido ajudam a explicar esse resultado. Porém, apesar dos resultados positivos, o SNIC projeta crescimento entre 1% e 1,5% em 2025 em relação ao ano anterior em virtude do desempenho da economia, investimentos em habitação e infraestrutura e política monetária.

Setor imobiliário registra vendas aquecidas e estoques em baixa

Outro sinal positivo veio do mercado imobiliário. As vendas de apartamentos novos aumentaram 17% no primeiro trimestre, mesmo com uma queda de 7% nos lançamentos. O desempenho das vendas reforça a confiança do consumidor e evidencia o potencial de recuperação contínua do setor.

Com a redução dos estoques, novas oportunidades de lançamentos devem surgir ao longo de 2025, especialmente com o estímulo do programa Minha Casa, Minha Vida. A criação da Faixa 4 no programa habitacional federal trouxe novo ânimo ao segmento. O novo programa oferece financiamento com juros subsidiados para famílias com renda mensal de R$ 8 mil até R$ 12 mil. A medida deve contribuir para ampliar o acesso à moradia e dinamizar o mercado, especialmente nas regiões metropolitanas. 

Empresariado mantém confiança positiva

A confiança dos empresários, apesar de estar levemente abaixo da linha neutra dos 50 pontos, mantém viés positivo. Os indicadores de expectativa para novos empreendimentos, compras de insumos e número de empregados permanecem acima desse patamar, apontando que o setor aposta em uma retomada mais intensa a partir do segundo semestre.

A construção civil segue como um pilar estratégico da economia brasileira. Responsável por 6,18% de todos os empregos formais do país e com protagonismo em grandes centros urbanos e projetos de infraestrutura, o setor mostra que está preparado para enfrentar os desafios do ano e continuar avançando.

Fontes
Ieda Vasconcelos é economista da CBIC.
Renato Correa é presidente da CBIC.

Contato
ascom@cbic.org.br (Assessoria de Imprensa)

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.


Carros elétricos demandam infraestrutura em empreendimentos e Brasil caminha para implantar normas para carregamento em garagens

Eletromobilidade é uma realidade irreversível e cabe à construção civil se preparar para esse novo cenário
Crédito: Envato

O avanço dos veículos elétricos no Brasil tem pressionado por uma regulamentação específica para a instalação de pontos de recarga em garagens de edifícios. Até agora, o país opera sem uma norma técnica unificada, o que gera insegurança para construtoras, síndicos e moradores. Agora, esse cenário está prestes a mudar.

“Estamos discutindo uma norma nacional que vai atualizar a regulamentação dos estacionamentos, incluindo a recarga de veículos elétricos. A expectativa é de que ela seja publicada até o início de junho”, afirma Márcio Severine, diretor de Infraestrutura da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). A norma está sendo desenvolvida em parceria com o Corpo de Bombeiros e outras entidades técnicas, e deve ser aplicada em todo o território nacional.

Segurança e responsabilidade técnica 

A elaboração da nova norma leva em conta episódios recentes de incêndios ocorridos durante o carregamento de veículos elétricos. Em São José (SC), em novembro de 2024, um incêndio destruiu parte de uma residência após a combustão de um carro elétrico em recarga. Em Presidente Prudente (SP), um veículo híbrido pegou fogo e danificou a estrutura de uma casa. Ambos os casos levantaram alertas importantes.

“Esses incidentes mostram que o carregamento precisa ocorrer em ambientes preparados, com sistemas de detecção de fumaça, sprinklers automáticos e ventilação mecânica, especialmente em garagens subterrâneas”, alerta Diogo Pellissari Nogaroli, engenheiro civil, especialista em segurança contra incêndio e diretor de operações da Nogaroli Engenharia

Entre os itens obrigatórios discutidos estão: uso de carregadores certificados conforme norma NBR IEC 61851-1, instalações elétricas adequadas à NBR 17019 e emissão de laudo técnico por profissional habilitado.

Impactos diretos na construção civil

Para os novos empreendimentos, a adaptação às futuras normas já é uma realidade em andamento. “Os lançamentos de médio e alto padrão já nascem com infraestrutura para recarga de carros elétricos. Não em todas as vagas, mas sempre com pontos dedicados”, afirma Marcos Kahtalian, vice-presidente do Banco de Dados do SindusCon-PR.

Segundo ele, esse diferencial está se tornando padrão em projetos comerciais e residenciais. Conforme avança o barateamento da tecnologia, a tendência é de que todas as vagas estejam prontas para receber recarga elétrica nos próximos anos.

Desafios para prédios antigos e gestão condominial

A norma também pretende orientar como condomínios existentes podem se adaptar à nova demanda. “Em edifícios mais antigos, será necessário avaliar caso a caso, considerando a capacidade elétrica e o tipo de sistema que será adotado. A instalação exige projeto técnico, ART e profissionais qualificados”, pontua Severine.

A recomendação para esses casos é instalar carregadores com controle de carga, interligados à nuvem, e fazer uso de softwares de balanceamento para gerenciar a distribuição da energia. “A solução caseira de puxar uma extensão da tomada comum é perigosa e pode comprometer a segurança do edifício”, alerta o diretor da ABVE.

Normatização abre caminho para padronização e segurança

A construção da norma traz um ambiente mais seguro para todos os envolvidos: consumidores, construtoras e gestores de condomínio. “Estamos num ponto de transição. A normatização traz previsibilidade, reduz riscos e viabiliza a disseminação da eletromobilidade nos projetos urbanos”, avalia Kahtalian.

Além de garantir segurança técnica, a adequação às normas valoriza os imóveis e amplia o leque de compradores. “Quanto antes os empreendimentos estiverem prontos, mais preparados estarão para o futuro”, assinala Nogaroli.

Tecnologia e valorização caminham juntas

Para o mercado da construção civil, a mobilidade elétrica representa uma oportunidade concreta de inovação. “À medida que os padrões forem consolidados e os custos reduzidos, a tendência é de que todas as vagas contem com essa estrutura. Em poucos anos, esse tipo de instalação será tão natural quanto uma vaga de garagem tradicional”, aposta Kahtalian.

Além da valorização do imóvel, os carros elétricos também contribuem para a redução de ruídos e de emissões nos ambientes internos, trazendo benefícios diretos para a convivência nos condomínios. Como resume Nogaroli: “A eletromobilidade é uma realidade irreversível. Cabe à construção civil se preparar para esse novo cenário com segurança, planejamento e responsabilidade”.

Entrevistados

Márcio Severine é graduado em Engenharia Elétrica e Administração de Empresas, com MBA pela University of Toronto e com pós-graduação em Comunicação Elétrica pelo Politecnico di Torino. Atualmente, é integrante do Conselho Diretor e diretor de Infraestrutura da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Marcos Kahtalian é vice-presidente do Banco de Dados do SindusCon-PR.

Diogo Pellissari Nogaroli é engenheiro civil, especialista em segurança contra incêndio, sócio e diretor de operações da Nogaroli Engenharia, sediada em Curitiba. Possui formação em gestão estratégica de negócios e atualmente cursa especialização em segurança contra incêndio pela INBEC.

Contatos
mseverine@mobilitastec.com
marcosk@brain.srv.br  
diogo@nogaroli.com

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.


O que faz um imóvel valorizar?

Curitiba foi a capital com maior alta nos preços de imóveis residenciais do Brasil em 2024.
Crédito: Envato

Em 2024, as vendas de imóveis novos no Brasil aumentaram 11,8% em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com o indicador ABRAINC-FIPE, um levantamento realizado com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

Mas o que faz um imóvel valorizar? Para Thiago Bernardes, head comercial do QuintoAndar, regiões com fácil acesso ao transporte público, boa oferta de comércio, serviços essenciais e segurança tendem a se valorizar ao longo do tempo. “Além disso, projetos de infraestrutura, como novas estações de metrô e investimentos públicos, podem impulsionar os preços de imóveis em áreas antes pouco valorizadas”, complementa.

Fatores que impulsionam a valorização

Um estudo recente da Proptech, em parceria com o Datafolha, apontou que os principais fatores que valorizam um imóvel são:

Localização: É um dos elementos mais determinantes na hora de precificar um imóvel. A pesquisa indica que 65% dos compradores e locatários, assim como 62% dos vendedores e proprietários, consideram a localização um fator essencial.

Características do imóvel: Dois imóveis com a mesma área podem ter valores bem diferentes, dependendo do número de quartos, da organização dos cômodos e da funcionalidade dos espaços. Ambientes versáteis são especialmente valorizados. “Um quarto menor pode ser adaptado como escritório, por exemplo – algo que ganhou relevância após a pandemia, ampliando o público interessado”, afirma Bernardes.

Condições e reformas: Melhorias estruturais e funcionais costumam valorizar o imóvel, enquanto alterações muito personalizadas podem limitar o interesse de potenciais compradores. Segundo levantamento do Datafolha, identificar possíveis problemas estruturais é a segunda maior dificuldade enfrentada por quem pretende comprar ou alugar um imóvel. Investir em manutenção constante e acabamentos modernos pode facilitar a venda ou locação.

Infraestrutura do condomínio: Comodidades como portaria 24 horas, academia, piscina e salão de festas contribuem para o valor final do imóvel. Esses itens também impactam no valor do condomínio, que tende a ser mais alto devido aos custos de manutenção desses serviços.

De acordo com Fabrício Bellini, executivo do mercado imobiliário com mais de 20 anos de atuação na área e na liderança da construtora Blue Heaven Empreendimentos, uma sugestão para quem não atua no setor é observar a escassez do imóvel, compreender o potencial construtivo do terreno e identificar a fração de terreno atribuída a cada unidade. “A lógica é que quando um prédio tem muitas unidades, o terreno é dividido entre todos e cada apartamento fica com uma parte muito pequena dele. Já em empreendimentos mais exclusivos, com poucas unidades, cada imóvel carrega uma parte maior do terreno, e isso, obviamente, faz toda a diferença no valor e no potencial de valorização”, afirma Bellini.

Em toda avaliação imobiliária, o terreno deve ser considerado como ponto inicial, é ele que define as possibilidades de construção, seja uma casa térrea ou um edifício de 30 andares, segundo Bellini. “O método mais comum utilizado no mercado brasileiro ainda é o comparativo, que analisa os valores praticados em imóveis semelhantes na mesma região. Porém, esse método pode ser falho, já que muitas vezes considera imóveis com preços acima do valor real ou desvalorizados por venda forçada. Isso distorce o valor de mercado, gera insegurança e compromete a tomada de decisão do investidor”, comenta.

Bellini cita como exemplo Balneário Camboriú (SC), que lidera o ranking do metro quadrado mais valorizado do Brasil segundo o Índice FipeZap. “Imóveis na região das praias agrestes, como o Estaleiro, têm se destacado rapidamente. Além de ser uma área que começou a ser explorada pela construção civil há poucos anos, e que integra um município ‘fora da curva’ em valorização, ela carrega vantagens como uma praia paradisíaca e perto de grandes centros. Além disso, por estar em uma Área de Proteção Ambiental (APA), a legislação local permite apenas construções com até três pavimentos e 40% de ocupação do terreno. O resultado é um número reduzido de unidades por empreendimento, o que aumenta, consequentemente, o potencial de valorização de cada imóvel”, destaca.

Curitiba: a capital com maior alta nos preços de imóveis residenciais

Curitiba foi a capital com maior alta nos preços de imóveis residenciais do Brasil em 2024, de acordo com pesquisa da FipeZAP. Entre as capitais monitoradas, os maiores avanços no ano foram em Curitiba (18%), Salvador (16,38%), João Pessoa (15,54%) e Aracaju (13,79%). Os dados de dezembro mostram que o valor médio para venda de um imóvel em Curitiba foi de R$ 10.703,00 por metro quadrado. Desta forma, um apartamento de 50 metros quadrados custou, em média, R$ 535.150,00. O valor médio ficou atrás apenas dos de Vitória (ES), Florianópolis (SC) e São Paulo (SP), segundo a pesquisa. Em 2023, imóveis de luxo e superluxo em Curitiba registram recorde de vendas

Segundo o Índice FipeZAP, Curitiba vem se destacando por unir qualidade de vida, boa infraestrutura urbana e um ritmo de crescimento econômico consistente, fatores que têm atraído cada vez mais investidores e novos moradores.

Entre os bairros com maior valorização no último ano, destacam-se:
Campo Comprido: 32,2%
Batel: 29,8%
Água Verde: 16,5%
Portão: 15,4%
CIC: 13,2%

Já de acordo com a pesquisa mais recente da ABRAINC, com dados da Brain Inteligência Estratégica (GeoBrain), o preço médio do metro quadrado de imóveis privados vendidos em Curitiba subiu 10% em setembro de 2024, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O bairro Água Verde registrou o maior Valor Geral de Vendas (VGV) médio por empreendimento, concentrando imóveis de médio, alto padrão e luxo. Na sequência, destacaram-se os bairros Centro, Campo Comprido, Vila Izabel e Batel.

Inteligência artificial para avaliar valorização de imóveis

De acordo com Daniel Pazinatto, empresário e especialista em Gestão de Empreendimentos Privados de Desenvolvimento Urbano, a inteligência artificial tem incidido na insegurança ao investir em imóveis por possibilitar a análise de dados em uma escala e velocidade que nenhum ser humano poderia igualar.

“Um dos principais benefícios da IA no mercado imobiliário é a capacidade de cruzar milhares de dados para estimar se um imóvel tende a valorizar ou desvalorizar ao longo dos anos. Entre os principais fatores analisados estão o crescimento populacional, a infraestrutura planejada, o histórico de valorização, a segurança e a qualidade de vida na região, bem como a demanda por aluguel. Esses são alguns dos aspectos cruciais que influenciam o valor de um imóvel e que podem ser precisamente avaliados pela tecnologia, proporcionando informações valiosas para qualquer tomada de decisão”, conclui Pazinatto.

Fontes

Daniel Pazinatto é empresário e especialista em Gestão de Empreendimentos Privados de Desenvolvimento Urbano. Com 25 anos de experiência, foi presidente da Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (Aelo) RMC e diretor do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis (SECOVI) de Campinas/SP. Atualmente, o profissional é sócio-diretor da Antonio Andrade Empreendimentos Imobiliários, fundada em 1978 pelo seu tio e referência no mercado de loteamento de alto padrão no estado de São Paulo. 

Fabrício Bellini é diretor da Blue Heaven Empreendimentos e especialista em mercado imobiliário com mais de 20 anos de experiência.

Thiago Bernardes é head comercial do QuintoAndar.

Contatos

Daniel Pazinatto - Assessoria de imprensa - pedro.assis@mention.net.br

Assessoria de imprensa QuintoAndar - izabelly.lopes@agencia.pub

Assessoria de imprensa Blue Heaven – redacao2@rotascomunicacao.com.br

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“São Paulo pra Toda Obra” terá mais de 1.500 obras públicas e privadas

SP pra Toda Obra prevê intervenções em 22,3 mil quilômetros de vias.
Crédito: Pablo Jacob/Governo de SP (enviada pela assessoria)

O Governo de São Paulo apresentou em abril o programa “São Paulo pra Toda Obra” — considerado o maior plano de modernização da malha rodoviária já realizado no estado. Ao todo, serão investidos R$ 30 bilhões em melhorias nas rodovias públicas e concedidas.

A iniciativa contempla mais de 1.500 intervenções com foco na melhoria da infraestrutura e da segurança viária, na criação de empregos e no impulso ao desenvolvimento econômico, promovendo mais qualidade de vida para a população.

“O SP pra Toda Obra não trata só de asfalto, concreto, máquina e engenharia. Estamos falando de gente, porque são as pessoas que vão se beneficiar desse empreendimento, com a diminuição do tempo de viagem e o aumento da segurança. Estamos falando do pai que vai ficar mais tempo com os filhos, da mãe que ficará despreocupada porque o filho vai sair e voltar em segurança e do produtor rural que vai deslocar sua produção com menos custos e transtornos. É prosperidade nos quatro cantos do estado”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas durante o evento de lançamento do programa.

De acordo com o Governo do Estado de São Paulo, a expectativa é que o programa gere um total de 252,6 mil postos de trabalho, sendo 86,7 mil nas obras já entregues e 168,8 mil nos serviços em andamento e nos projetos futuros.

Obras previstas

O SP pra Toda Obra prevê intervenções em 22,3 mil quilômetros de vias, abrangendo grandes rodovias, estradas estaduais, concedidas e vicinais. Das cerca de 1.500 obras previstas, 544 já foram entregues, 208 estão em execução e outras 829 ainda serão iniciadas. Desse total, 617 obras são de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER – SP), com investimentos de R$ 14,5 bilhões. Já nas rodovias sob concessão, há 964 obras gerenciadas pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP), que somam R$ 15,4 bilhões em investimentos.

Durante o evento, o governador Tarcísio de Freitas anunciou o início de 62 novas obras, que somam um aporte de R$ 1 bilhão. Dessas ordens de serviço, 61 são convênios para melhorias em estradas vicinais que beneficiam 70 municípios e uma relativa a um viaduto na rodovia estadual SP 322, em Bebedouro, na região de Barretos, com aporte de R$ 67,1 milhões.

As melhorias envolvem pavimentação, restauração funcional, duplicações, interseções viárias, iluminação, adequações de trevos e recapeamento. As regiões com os maiores volumes de investimento, considerando os projetos do DER e da Artesp, são: Grande São Paulo (R$ 4,3 bilhões), região Central (R$ 3,19 bilhões), São José dos Campos (R$ 3,14 bilhões), Campinas (R$ 2,99 bilhões) e São José do Rio Preto (R$ 2,94 bilhões).

Parceria público-privada

Durante o lançamento do programa, o governador Tarcísio de Freitas ressaltou o desafio de consolidar uma mudança efetiva no modelo de regulação. “Não adianta pensar em transferir ativos para a iniciativa privada sem antes fortalecer a regulação. Mais uma vez, a Assembleia Legislativa foi protagonista: o arcabouço regulatório que temos em São Paulo é único no país. Não se pode ampliar a participação privada sem garantir uma regulação sólida e eficiente", afirmou.

Tarcísio de Freitas destacou ainda o papel essencial do capital privado nos investimentos em infraestrutura. “Estamos falando de R$ 30 bilhões apenas neste programa. E, no total, os investimentos em rodovias concedidas devem se aproximar de R$ 100 bilhões em breve. É um volume expressivo. Não é possível atender à demanda por infraestrutura apenas com recursos do Tesouro, que são limitados e sujeitos a oscilações econômicas. O Estado de São Paulo não é uma ilha, depende também do desempenho do Brasil como um todo", informou.

O governador lembrou ainda os avanços obtidos por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). “Já temos cerca de R$ 354 bilhões contratados por meio do PPI, com leilões realizados em áreas como saneamento básico, mobilidade urbana, transporte sobre trilhos, entre outros. Estamos fazendo a nossa parte para impulsionar o crescimento do país, buscando e atraindo investimentos que geram desenvolvimento e melhoram a vida da população”, concluiu.

Lançamento do programa SP Pra Toda Obra:

https://www.youtube.com/watch?v=Q5Pi0jX19I8

Fonte

Agência de Notícias do Governo do Estado de São Paulo/Lançamento do Programa SP Pra Toda Obra.

Contato: agenciadenoticias@sp.gov.br

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.