Assentamento Mario Covas recebe o projeto piloto de construção offsite
O Assentamento Mario Covas, em São Simão (SP), recebeu o projeto piloto de construção offsite realizado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). Por meio desta iniciativa, unidades habitacionais são construídas com tecnologias industrializadas modulares offsite, a partir de um chamamento público feito pela CDHU para estimular métodos inovadores de produção habitacional.
A área, de propriedade do Estado, foi transformada em assentamento em 2011. Hoje, abriga 124 lotes destinados a famílias assentadas pela Fundação Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), totalizando 748,2660 hectares, incluindo zonas de preservação ambiental. Ela está localizada em uma área contínua à Estação Ecológica da Fazenda Santa Maria, administrada pela Fundação Florestal, que mantém mais de 80% de sua vegetação nativa preservada.
Em fevereiro de 2024, a CDHU publicou um edital de chamamento para credenciar empresas interessadas na construção de 15 mil unidades habitacionais, além de 100 mil m² de edificações não residenciais, utilizando o sistema de construção industrializada modular offsite. O objetivo, dentro do horizonte do Plano Plurianual até 2027, é entregar 7,5 mil moradias verticais (prédios), 7,5 mil moradias horizontais (casas) e 100 mil m² em estruturas voltadas ao uso público.
As obras fazem parte de um convênio firmado no fim de 2024 entre a CDHU e Itesp, com a finalidade de atender 630 famílias de assentamentos rurais e comunidades quilombolas em diversas regiões do Estado.

Crédito: CDHU
Tecnologias construtivas
Dentre as tecnologias empregadas para a construção das casas estão o Painel de Concreto e Impressão 3D. Essas tecnologias permitem a fabricação dos componentes em uma fábrica, reduzindo o tempo e os resíduos de construção, bem como a emissão de poluentes.
“Estamos vistoriando as oito casas já construídas para verificar a qualidade e conforto da construção, que são alguns dos aspectos a serem observados no nosso chamamento. Também vamos levar em conta os custos de cada modalidade, além da capacidade de produção em longa escala. É um processo muito técnico e inovador, então é um aprendizado comum para as empresas e para as equipes da CDHU", aponta Marcelo Branco, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=XI1qf-KKO8w
Para o professor e doutor Roberto Christ e coordenador do itt Performance DPPGI – Diretoria de Pesquisas, Pós-Graduação e Inovação / itt da Unisinos, as casas modulares têm a vantagem de utilizar materiais com tempo de cura menores, o que permite uma maior produtividade. “O mercado da construção civil para casas de interesse social sempre foi grande, e temos um déficit habitacional gigante. A construção modular pode ajudar tanto a diminuir esse déficit quanto a aumentar a produtividade. A construção modular não é aplicável apenas para construções de interesse social, mas para toda e qualquer construção, seja ela residencial, industrial ou comercial. Com a escassez de mão de obra, a industrialização será uma pauta em todas as construtoras a médio e longo prazo”, conclui.
Fontes
O professor e doutor Roberto Christ é coordenador do itt Performance DPPGI – Diretoria de Pesquisas, Pós-Graduação e Inovação / itt da Unisinos.
Contato: RCHRIST@unisinos.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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Leilões de imóveis ganham força no Brasil e atraem novos investidores em busca de preços atrativos
Nos últimos anos, os leilões de imóveis deixaram de ser uma alternativa pouco conhecida para se tornar um dos meios mais estratégicos de aquisição no mercado imobiliário brasileiro. Em 2024, a Caixa Econômica Federal registrou um crescimento de 228% no volume de imóveis leiloados em comparação a 2022. Foram 25.500 unidades levadas à praça, frente às 7.700 de dois anos antes.
Esse aumento acompanha o volume de imóveis retomados por inadimplência, ampliando as oportunidades para quem busca comprar com preços abaixo da média. Segundo dados do Banco Central, até novembro de 2024, os bancos acumulavam um estoque de R$ 79 bilhões em imóveis, o equivalente a um terço de todos os empreendimentos lançados no país no ano anterior.
Ana Castelo, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que este é um efeito defasado da pandemia, quando os bancos deram mais prazos e aceitaram postergar pagamentos. “Mas depois tudo voltou ao normal e muitos não conseguiram se equilibrar. Acontece que o processo de retomar imóveis e pôr a leilão não é tão rápido e estamos vendo agora o resultado”, ressalta.
Compras com até 40% de desconto
Para investidores e famílias em busca da casa própria, os leilões oferecem vantagens expressivas. “É possível adquirir imóveis com até 40% de desconto em relação ao preço de mercado. Com planejamento e suporte jurídico, trata-se de uma excelente oportunidade”, afirma o advogado Samuel Rangel de Miranda, especialista em direito imobiliário e fundador do Instituto Nacional de Direito e Empreendedorismo.

Crédito: Envato
A liquidez do mercado também tem atraído um novo perfil de comprador. “Estamos vendo um número crescente de pessoas físicas participando dos leilões. Isso se deve à popularização das plataformas digitais e à necessidade de encontrar preços mais acessíveis”, acrescenta.
Cuidados jurídicos e burocracia reduzida
Apesar do atrativo dos valores, a compra de imóveis em leilão exige atenção redobrada. “O comprador precisa observar se há débitos pendentes, como IPTU, condomínio ou ações judiciais, e avaliar o risco de o imóvel estar ocupado. Ter uma orientação jurídica é fundamental para evitar surpresas”, recomenda.
Ele explica que os imóveis leiloados, em geral, foram retomados por instituições financeiras após a inadimplência de financiamentos. “A execução judicial ou extrajudicial culmina na perda do bem. A participação do comprador se dá em um processo transparente, mas que requer conhecimento das regras e da situação do imóvel.”
Tecnologia e democratização do acesso
Plataformas digitais de leilões têm ampliado a capilaridade desse mercado, permitindo que interessados de qualquer lugar do país participem de lances com segurança. A digitalização também trouxe mais transparência ao processo. “O ambiente online democratizou o acesso aos leilões, que antes estavam restritos a investidores experientes ou empresas especializadas. Hoje, qualquer pessoa com CPF regular pode participar”, ressalta Miranda.
Perspectivas de crescimento
A tendência é de que o volume de imóveis em leilão continue crescendo em 2025. Segundo os entrevistados, o panorama econômico de juros altos e desigualdade na contratação dos financiamentos tendem a gerar um aumento da inadimplência, aliado aos contratos vinculados a uma correção monetária que leva a um desiquilíbrio financeiro com a realidade do país. “A tendência é aumentar as parcelas e os compradores não vão acompanhar esses acréscimos e os bancos vão começar a retomar esses imóveis”, completa Miranda.
De acordo com ele, com o aumento da oferta, o mercado precisará se ajustar em termos de segurança jurídica e transparência. “Sem dúvida, os leilões já se consolidaram como uma via viável e estratégica para aquisição de imóveis no Brasil”, conclui.
Entrevistados
Samuel Rangel de Miranda é graduado em Direito pela Universidade Positivo, pós-graduado em Direito Processual Civil, MBA em Gestão Empresarial, especialista em Direito Empresarial e Imobiliário e pós-graduando em Direito e Processo Tributário pela PUC-RS. É um dos fundadores do Instituto Nacional de Direito e Empreendedorismo.
Ana Maria Castelo é coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre.
Contatos
samuel@rangeldemiranda.com.br
ana.castelo@fgv.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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CBIC mantém projeção de crescimento de 2,3% do PIB para 2025 e indicadores do primeiro trimestre mostram resiliência do setor

Crédito: Envato
A construção civil brasileira começou o ano com sinais claros de resiliência. Embora o PIB do setor tenha apresentado uma leve retração de 0,5% no primeiro trimestre, a atividade segue em ritmo consistente, amparada por fundamentos sólidos e boas expectativas para os próximos meses. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mantém sua projeção de crescimento de 2,3% para o setor em 2025, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador.
De acordo com o presidente da CBIC, Renato Correia, os números indicam uma fase de acomodação após ciclos intensos de expansão. “O setor está ajustando seu ritmo, mas segue robusto. A retomada de programas habitacionais e os investimentos públicos em infraestrutura devem impulsionar ainda mais a atividade nos próximos trimestres”, avalia.
No 1º trimestre de 2025 o saldo de novas vagas criadas (654.503) sofreu redução de 9,84% em relação a igual período do ano anterior (725.973). Embora esse número seja um pouco menor do que o registrado em igual período de 2024, permanece acima dos resultados observados em 2022 e 2023, reflexo da continuidade das obras e do bom desempenho dos lançamentos no ano passado. “É um dado que mostra vitalidade e comprova que as obras continuam em andamento, movimentando a economia e gerando oportunidades”, destaca a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos.
Venda de cimento em alta
O consumo de insumos típicos da construção também apresentou desempenho positivo. Em janeiro e fevereiro deste ano, a produção industrial desses materiais cresceu 4,9% em relação ao mesmo período de 2024. O comércio varejista de materiais de construção também cresceu: alta de 6,7% nos dois primeiros meses de 2025 em relação a iguais meses de 2024.
O volume de cimento vendido também reforça esse cenário: foram 15,6 milhões de toneladas no primeiro trimestre, um crescimento de quase 6% na comparação anual. A expectativa do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) é de estabilidade com leve crescimento até o final do ano.
Em março, na comparação com igual mês de 2024, observou-se incremento de 5,2%. O aumento de lançamentos em 2024 e também o mercado de trabalho aquecido ajudam a explicar esse resultado. Porém, apesar dos resultados positivos, o SNIC projeta crescimento entre 1% e 1,5% em 2025 em relação ao ano anterior em virtude do desempenho da economia, investimentos em habitação e infraestrutura e política monetária.
Setor imobiliário registra vendas aquecidas e estoques em baixa
Outro sinal positivo veio do mercado imobiliário. As vendas de apartamentos novos aumentaram 17% no primeiro trimestre, mesmo com uma queda de 7% nos lançamentos. O desempenho das vendas reforça a confiança do consumidor e evidencia o potencial de recuperação contínua do setor.
Com a redução dos estoques, novas oportunidades de lançamentos devem surgir ao longo de 2025, especialmente com o estímulo do programa Minha Casa, Minha Vida. A criação da Faixa 4 no programa habitacional federal trouxe novo ânimo ao segmento. O novo programa oferece financiamento com juros subsidiados para famílias com renda mensal de R$ 8 mil até R$ 12 mil. A medida deve contribuir para ampliar o acesso à moradia e dinamizar o mercado, especialmente nas regiões metropolitanas.
Empresariado mantém confiança positiva
A confiança dos empresários, apesar de estar levemente abaixo da linha neutra dos 50 pontos, mantém viés positivo. Os indicadores de expectativa para novos empreendimentos, compras de insumos e número de empregados permanecem acima desse patamar, apontando que o setor aposta em uma retomada mais intensa a partir do segundo semestre.
A construção civil segue como um pilar estratégico da economia brasileira. Responsável por 6,18% de todos os empregos formais do país e com protagonismo em grandes centros urbanos e projetos de infraestrutura, o setor mostra que está preparado para enfrentar os desafios do ano e continuar avançando.
Fontes
Ieda Vasconcelos é economista da CBIC.
Renato Correa é presidente da CBIC.
Contato
ascom@cbic.org.br (Assessoria de Imprensa)
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Carros elétricos demandam infraestrutura em empreendimentos e Brasil caminha para implantar normas para carregamento em garagens

Crédito: Envato
O avanço dos veículos elétricos no Brasil tem pressionado por uma regulamentação específica para a instalação de pontos de recarga em garagens de edifícios. Até agora, o país opera sem uma norma técnica unificada, o que gera insegurança para construtoras, síndicos e moradores. Agora, esse cenário está prestes a mudar.
“Estamos discutindo uma norma nacional que vai atualizar a regulamentação dos estacionamentos, incluindo a recarga de veículos elétricos. A expectativa é de que ela seja publicada até o início de junho”, afirma Márcio Severine, diretor de Infraestrutura da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). A norma está sendo desenvolvida em parceria com o Corpo de Bombeiros e outras entidades técnicas, e deve ser aplicada em todo o território nacional.
Segurança e responsabilidade técnica
A elaboração da nova norma leva em conta episódios recentes de incêndios ocorridos durante o carregamento de veículos elétricos. Em São José (SC), em novembro de 2024, um incêndio destruiu parte de uma residência após a combustão de um carro elétrico em recarga. Em Presidente Prudente (SP), um veículo híbrido pegou fogo e danificou a estrutura de uma casa. Ambos os casos levantaram alertas importantes.
“Esses incidentes mostram que o carregamento precisa ocorrer em ambientes preparados, com sistemas de detecção de fumaça, sprinklers automáticos e ventilação mecânica, especialmente em garagens subterrâneas”, alerta Diogo Pellissari Nogaroli, engenheiro civil, especialista em segurança contra incêndio e diretor de operações da Nogaroli Engenharia
Entre os itens obrigatórios discutidos estão: uso de carregadores certificados conforme norma NBR IEC 61851-1, instalações elétricas adequadas à NBR 17019 e emissão de laudo técnico por profissional habilitado.
Impactos diretos na construção civil
Para os novos empreendimentos, a adaptação às futuras normas já é uma realidade em andamento. “Os lançamentos de médio e alto padrão já nascem com infraestrutura para recarga de carros elétricos. Não em todas as vagas, mas sempre com pontos dedicados”, afirma Marcos Kahtalian, vice-presidente do Banco de Dados do SindusCon-PR.
Segundo ele, esse diferencial está se tornando padrão em projetos comerciais e residenciais. Conforme avança o barateamento da tecnologia, a tendência é de que todas as vagas estejam prontas para receber recarga elétrica nos próximos anos.
Desafios para prédios antigos e gestão condominial
A norma também pretende orientar como condomínios existentes podem se adaptar à nova demanda. “Em edifícios mais antigos, será necessário avaliar caso a caso, considerando a capacidade elétrica e o tipo de sistema que será adotado. A instalação exige projeto técnico, ART e profissionais qualificados”, pontua Severine.
A recomendação para esses casos é instalar carregadores com controle de carga, interligados à nuvem, e fazer uso de softwares de balanceamento para gerenciar a distribuição da energia. “A solução caseira de puxar uma extensão da tomada comum é perigosa e pode comprometer a segurança do edifício”, alerta o diretor da ABVE.
Normatização abre caminho para padronização e segurança
A construção da norma traz um ambiente mais seguro para todos os envolvidos: consumidores, construtoras e gestores de condomínio. “Estamos num ponto de transição. A normatização traz previsibilidade, reduz riscos e viabiliza a disseminação da eletromobilidade nos projetos urbanos”, avalia Kahtalian.
Além de garantir segurança técnica, a adequação às normas valoriza os imóveis e amplia o leque de compradores. “Quanto antes os empreendimentos estiverem prontos, mais preparados estarão para o futuro”, assinala Nogaroli.
Tecnologia e valorização caminham juntas
Para o mercado da construção civil, a mobilidade elétrica representa uma oportunidade concreta de inovação. “À medida que os padrões forem consolidados e os custos reduzidos, a tendência é de que todas as vagas contem com essa estrutura. Em poucos anos, esse tipo de instalação será tão natural quanto uma vaga de garagem tradicional”, aposta Kahtalian.
Além da valorização do imóvel, os carros elétricos também contribuem para a redução de ruídos e de emissões nos ambientes internos, trazendo benefícios diretos para a convivência nos condomínios. Como resume Nogaroli: “A eletromobilidade é uma realidade irreversível. Cabe à construção civil se preparar para esse novo cenário com segurança, planejamento e responsabilidade”.
Entrevistados
Márcio Severine é graduado em Engenharia Elétrica e Administração de Empresas, com MBA pela University of Toronto e com pós-graduação em Comunicação Elétrica pelo Politecnico di Torino. Atualmente, é integrante do Conselho Diretor e diretor de Infraestrutura da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Marcos Kahtalian é vice-presidente do Banco de Dados do SindusCon-PR.
Diogo Pellissari Nogaroli é engenheiro civil, especialista em segurança contra incêndio, sócio e diretor de operações da Nogaroli Engenharia, sediada em Curitiba. Possui formação em gestão estratégica de negócios e atualmente cursa especialização em segurança contra incêndio pela INBEC.
Contatos
mseverine@mobilitastec.com
marcosk@brain.srv.br
diogo@nogaroli.com
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O que faz um imóvel valorizar?

Crédito: Envato
Em 2024, as vendas de imóveis novos no Brasil aumentaram 11,8% em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com o indicador ABRAINC-FIPE, um levantamento realizado com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
Mas o que faz um imóvel valorizar? Para Thiago Bernardes, head comercial do QuintoAndar, regiões com fácil acesso ao transporte público, boa oferta de comércio, serviços essenciais e segurança tendem a se valorizar ao longo do tempo. “Além disso, projetos de infraestrutura, como novas estações de metrô e investimentos públicos, podem impulsionar os preços de imóveis em áreas antes pouco valorizadas”, complementa.
Fatores que impulsionam a valorização
Um estudo recente da Proptech, em parceria com o Datafolha, apontou que os principais fatores que valorizam um imóvel são:
• Localização: É um dos elementos mais determinantes na hora de precificar um imóvel. A pesquisa indica que 65% dos compradores e locatários, assim como 62% dos vendedores e proprietários, consideram a localização um fator essencial.
• Características do imóvel: Dois imóveis com a mesma área podem ter valores bem diferentes, dependendo do número de quartos, da organização dos cômodos e da funcionalidade dos espaços. Ambientes versáteis são especialmente valorizados. “Um quarto menor pode ser adaptado como escritório, por exemplo – algo que ganhou relevância após a pandemia, ampliando o público interessado”, afirma Bernardes.
• Condições e reformas: Melhorias estruturais e funcionais costumam valorizar o imóvel, enquanto alterações muito personalizadas podem limitar o interesse de potenciais compradores. Segundo levantamento do Datafolha, identificar possíveis problemas estruturais é a segunda maior dificuldade enfrentada por quem pretende comprar ou alugar um imóvel. Investir em manutenção constante e acabamentos modernos pode facilitar a venda ou locação.
• Infraestrutura do condomínio: Comodidades como portaria 24 horas, academia, piscina e salão de festas contribuem para o valor final do imóvel. Esses itens também impactam no valor do condomínio, que tende a ser mais alto devido aos custos de manutenção desses serviços.
De acordo com Fabrício Bellini, executivo do mercado imobiliário com mais de 20 anos de atuação na área e na liderança da construtora Blue Heaven Empreendimentos, uma sugestão para quem não atua no setor é observar a escassez do imóvel, compreender o potencial construtivo do terreno e identificar a fração de terreno atribuída a cada unidade. “A lógica é que quando um prédio tem muitas unidades, o terreno é dividido entre todos e cada apartamento fica com uma parte muito pequena dele. Já em empreendimentos mais exclusivos, com poucas unidades, cada imóvel carrega uma parte maior do terreno, e isso, obviamente, faz toda a diferença no valor e no potencial de valorização”, afirma Bellini.
Em toda avaliação imobiliária, o terreno deve ser considerado como ponto inicial, é ele que define as possibilidades de construção, seja uma casa térrea ou um edifício de 30 andares, segundo Bellini. “O método mais comum utilizado no mercado brasileiro ainda é o comparativo, que analisa os valores praticados em imóveis semelhantes na mesma região. Porém, esse método pode ser falho, já que muitas vezes considera imóveis com preços acima do valor real ou desvalorizados por venda forçada. Isso distorce o valor de mercado, gera insegurança e compromete a tomada de decisão do investidor”, comenta.
Bellini cita como exemplo Balneário Camboriú (SC), que lidera o ranking do metro quadrado mais valorizado do Brasil segundo o Índice FipeZap. “Imóveis na região das praias agrestes, como o Estaleiro, têm se destacado rapidamente. Além de ser uma área que começou a ser explorada pela construção civil há poucos anos, e que integra um município ‘fora da curva’ em valorização, ela carrega vantagens como uma praia paradisíaca e perto de grandes centros. Além disso, por estar em uma Área de Proteção Ambiental (APA), a legislação local permite apenas construções com até três pavimentos e 40% de ocupação do terreno. O resultado é um número reduzido de unidades por empreendimento, o que aumenta, consequentemente, o potencial de valorização de cada imóvel”, destaca.
Curitiba: a capital com maior alta nos preços de imóveis residenciais
Curitiba foi a capital com maior alta nos preços de imóveis residenciais do Brasil em 2024, de acordo com pesquisa da FipeZAP. Entre as capitais monitoradas, os maiores avanços no ano foram em Curitiba (18%), Salvador (16,38%), João Pessoa (15,54%) e Aracaju (13,79%). Os dados de dezembro mostram que o valor médio para venda de um imóvel em Curitiba foi de R$ 10.703,00 por metro quadrado. Desta forma, um apartamento de 50 metros quadrados custou, em média, R$ 535.150,00. O valor médio ficou atrás apenas dos de Vitória (ES), Florianópolis (SC) e São Paulo (SP), segundo a pesquisa. Em 2023, imóveis de luxo e superluxo em Curitiba registram recorde de vendas.
Segundo o Índice FipeZAP, Curitiba vem se destacando por unir qualidade de vida, boa infraestrutura urbana e um ritmo de crescimento econômico consistente, fatores que têm atraído cada vez mais investidores e novos moradores.
Entre os bairros com maior valorização no último ano, destacam-se:
• Campo Comprido: 32,2%
• Batel: 29,8%
• Água Verde: 16,5%
• Portão: 15,4%
• CIC: 13,2%
Já de acordo com a pesquisa mais recente da ABRAINC, com dados da Brain Inteligência Estratégica (GeoBrain), o preço médio do metro quadrado de imóveis privados vendidos em Curitiba subiu 10% em setembro de 2024, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O bairro Água Verde registrou o maior Valor Geral de Vendas (VGV) médio por empreendimento, concentrando imóveis de médio, alto padrão e luxo. Na sequência, destacaram-se os bairros Centro, Campo Comprido, Vila Izabel e Batel.
Inteligência artificial para avaliar valorização de imóveis
De acordo com Daniel Pazinatto, empresário e especialista em Gestão de Empreendimentos Privados de Desenvolvimento Urbano, a inteligência artificial tem incidido na insegurança ao investir em imóveis por possibilitar a análise de dados em uma escala e velocidade que nenhum ser humano poderia igualar.
“Um dos principais benefícios da IA no mercado imobiliário é a capacidade de cruzar milhares de dados para estimar se um imóvel tende a valorizar ou desvalorizar ao longo dos anos. Entre os principais fatores analisados estão o crescimento populacional, a infraestrutura planejada, o histórico de valorização, a segurança e a qualidade de vida na região, bem como a demanda por aluguel. Esses são alguns dos aspectos cruciais que influenciam o valor de um imóvel e que podem ser precisamente avaliados pela tecnologia, proporcionando informações valiosas para qualquer tomada de decisão”, conclui Pazinatto.
Fontes
Daniel Pazinatto é empresário e especialista em Gestão de Empreendimentos Privados de Desenvolvimento Urbano. Com 25 anos de experiência, foi presidente da Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (Aelo) RMC e diretor do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis (SECOVI) de Campinas/SP. Atualmente, o profissional é sócio-diretor da Antonio Andrade Empreendimentos Imobiliários, fundada em 1978 pelo seu tio e referência no mercado de loteamento de alto padrão no estado de São Paulo.
Fabrício Bellini é diretor da Blue Heaven Empreendimentos e especialista em mercado imobiliário com mais de 20 anos de experiência.
Thiago Bernardes é head comercial do QuintoAndar.
Contatos
Daniel Pazinatto - Assessoria de imprensa - pedro.assis@mention.net.br
Assessoria de imprensa QuintoAndar - izabelly.lopes@agencia.pub
Assessoria de imprensa Blue Heaven – redacao2@rotascomunicacao.com.br
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“São Paulo pra Toda Obra” terá mais de 1.500 obras públicas e privadas

Crédito: Pablo Jacob/Governo de SP (enviada pela assessoria)
O Governo de São Paulo apresentou em abril o programa “São Paulo pra Toda Obra” — considerado o maior plano de modernização da malha rodoviária já realizado no estado. Ao todo, serão investidos R$ 30 bilhões em melhorias nas rodovias públicas e concedidas.
A iniciativa contempla mais de 1.500 intervenções com foco na melhoria da infraestrutura e da segurança viária, na criação de empregos e no impulso ao desenvolvimento econômico, promovendo mais qualidade de vida para a população.
“O SP pra Toda Obra não trata só de asfalto, concreto, máquina e engenharia. Estamos falando de gente, porque são as pessoas que vão se beneficiar desse empreendimento, com a diminuição do tempo de viagem e o aumento da segurança. Estamos falando do pai que vai ficar mais tempo com os filhos, da mãe que ficará despreocupada porque o filho vai sair e voltar em segurança e do produtor rural que vai deslocar sua produção com menos custos e transtornos. É prosperidade nos quatro cantos do estado”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas durante o evento de lançamento do programa.
De acordo com o Governo do Estado de São Paulo, a expectativa é que o programa gere um total de 252,6 mil postos de trabalho, sendo 86,7 mil nas obras já entregues e 168,8 mil nos serviços em andamento e nos projetos futuros.
Obras previstas
O SP pra Toda Obra prevê intervenções em 22,3 mil quilômetros de vias, abrangendo grandes rodovias, estradas estaduais, concedidas e vicinais. Das cerca de 1.500 obras previstas, 544 já foram entregues, 208 estão em execução e outras 829 ainda serão iniciadas. Desse total, 617 obras são de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER – SP), com investimentos de R$ 14,5 bilhões. Já nas rodovias sob concessão, há 964 obras gerenciadas pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP), que somam R$ 15,4 bilhões em investimentos.
Durante o evento, o governador Tarcísio de Freitas anunciou o início de 62 novas obras, que somam um aporte de R$ 1 bilhão. Dessas ordens de serviço, 61 são convênios para melhorias em estradas vicinais que beneficiam 70 municípios e uma relativa a um viaduto na rodovia estadual SP 322, em Bebedouro, na região de Barretos, com aporte de R$ 67,1 milhões.
As melhorias envolvem pavimentação, restauração funcional, duplicações, interseções viárias, iluminação, adequações de trevos e recapeamento. As regiões com os maiores volumes de investimento, considerando os projetos do DER e da Artesp, são: Grande São Paulo (R$ 4,3 bilhões), região Central (R$ 3,19 bilhões), São José dos Campos (R$ 3,14 bilhões), Campinas (R$ 2,99 bilhões) e São José do Rio Preto (R$ 2,94 bilhões).
Parceria público-privada
Durante o lançamento do programa, o governador Tarcísio de Freitas ressaltou o desafio de consolidar uma mudança efetiva no modelo de regulação. “Não adianta pensar em transferir ativos para a iniciativa privada sem antes fortalecer a regulação. Mais uma vez, a Assembleia Legislativa foi protagonista: o arcabouço regulatório que temos em São Paulo é único no país. Não se pode ampliar a participação privada sem garantir uma regulação sólida e eficiente", afirmou.
Tarcísio de Freitas destacou ainda o papel essencial do capital privado nos investimentos em infraestrutura. “Estamos falando de R$ 30 bilhões apenas neste programa. E, no total, os investimentos em rodovias concedidas devem se aproximar de R$ 100 bilhões em breve. É um volume expressivo. Não é possível atender à demanda por infraestrutura apenas com recursos do Tesouro, que são limitados e sujeitos a oscilações econômicas. O Estado de São Paulo não é uma ilha, depende também do desempenho do Brasil como um todo", informou.
O governador lembrou ainda os avanços obtidos por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). “Já temos cerca de R$ 354 bilhões contratados por meio do PPI, com leilões realizados em áreas como saneamento básico, mobilidade urbana, transporte sobre trilhos, entre outros. Estamos fazendo a nossa parte para impulsionar o crescimento do país, buscando e atraindo investimentos que geram desenvolvimento e melhoram a vida da população”, concluiu.
Lançamento do programa SP Pra Toda Obra:
Fonte
Agência de Notícias do Governo do Estado de São Paulo/Lançamento do Programa SP Pra Toda Obra.
Contato: agenciadenoticias@sp.gov.br
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Projeto pretende transformar a mobilidade no município de Fazenda Rio Grande

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Fazenda Rio Grande, município da Região Metropolitana de Curitiba, vive um momento decisivo. Com uma população que quase dobrou em pouco mais de uma década, saltando de 81 mil habitantes em 2010 para 149 mil em 2022, a cidade sofre diariamente com congestionamentos, sobretudo na BR-116, principal ligação com Curitiba e com outros municípios do sul do Paraná.
O desafio de modernizar a mobilidade urbana encontrou resposta no projeto desenvolvido pela Geplan, que coordena uma das maiores intervenções viárias já realizadas na cidade. A obra, fruto de uma parceria entre o Governo do Estado e a Prefeitura, tem orçamento de R$ 160 milhões e prevê a construção de dois viadutos, reestruturação de vias marginais e revitalização de áreas de lazer.
“O município enfrenta várias dificuldades no planejamento estratégico urbano. O aumento populacional e o fluxo transitório dificultam o deslocamento das pessoas e causam congestionamentos, especialmente nos horários de pico”, explica Ricardo Amaral, fundador do escritório Ricardo Amaral Arquitetos Associados e da Geplan – Gerenciamento e Planejamento de Obras.
Diagnóstico técnico e participação comunitária
Antes de pôr a mão na massa, a Geplan realizou um mapeamento detalhado dos gargalos de mobilidade na cidade. A metodologia incluiu pesquisas em escolas, terminais urbanos e oficinas comunitárias. “Buscamos acessar famílias de diferentes regiões da cidade para obter um diagnóstico mais preciso”, afirma.

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O projeto também foi alinhado com diretrizes de órgãos como a Agência de Serviços Metropolitanos do Paraná (AMEP), a concessionária Arteris, a prefeitura e a Paraná Projetos. O objetivo foi garantir sinergia com outras intervenções já planejadas e evitar sobreposição de obras.
Segundo Amaral, o uso de softwares especializados de engenharia permitiu simular diferentes cenários de tráfego e avaliar o comportamento do sistema viário com os novos elementos previstos, como ruas, rotatórias, semáforos e binários. “Essa tecnologia nos permitiu testar soluções e prever a evolução da mobilidade a curto, médio e longo prazos”, detalha.
Obras estruturantes: dois viadutos e 1,5 km de vias revitalizadas
O projeto de engenharia prevê a construção de dois viadutos: o primeiro na Rua Nelson Claudino dos Santos, ligando os bairros Eucaliptos e Pioneiros, e o segundo na Rua Jatobá, nas proximidades do Posto Pelanda 21. Juntas, essas estruturas deverão melhorar significativamente o fluxo de aproximadamente 100 mil veículos que trafegam diariamente pela BR-116.
Além dos viadutos, serão revitalizados 1,5 km de vias marginais. A licitação será feita em modelo de contratação semi-integrada, modalidade que prevê a execução do projeto executivo e da obra pela mesma empresa, aumentando a eficiência e a agilidade do processo.
Requalificação urbana com foco em lazer e sustentabilidade
Mas o projeto vai além da mobilidade. A iniciativa também contempla melhorias em espaços públicos, como a Praça Brasil e o Parque Verde. Entre as novidades estão a construção de uma ponte sobre o vertedouro, ampliação do estacionamento, instalação de espaços gastronômicos para food trucks, criação de quadras esportivas e modernização do playground com piso emborrachado. Também haverá estrutura para esportes aquáticos.
As ruas Lapa, Paranaguá e a Avenida Paraná serão revitalizadas para facilitar o acesso ao Parque Verde, cujo objetivo é fomentar o turismo e integrar os espaços com calçadas acessíveis, ciclovias, pistas de corrida e estacionamento. “Avaliamos fatores como resistência e durabilidade dos materiais, impacto ambiental e custo-benefício. A experiência com outros projetos foi fundamental para garantir uma execução eficiente e duradoura”, ressalta.
Expectativa de impacto econômico e social
Com previsão de início das obras ainda este ano e conclusão em 24 meses, esse projeto representa um marco para Fazenda Rio Grande, não apenas por resolver os gargalos do trânsito, mas por impulsionar o desenvolvimento urbano e econômico da cidade. “Esse projeto foi pensado para transformar a mobilidade e a qualidade de vida da população. É uma intervenção que vai muito além da infraestrutura viária”, finaliza.
Entrevistado
Ricardo Amaral é arquiteto graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), fundador do escritório Ricardo Amaral Arquitetos Associados e da Geplan – Gerenciamento e Planejamento de Obras. Membro da AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), possui mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento de projetos urbanos e corporativos.
Contato
contato@ricardoamaralarquitetos.com.br
Quais os impactos do Tarifaço de Trump para a construção civil brasileira?

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No dia 12 de março de 2025, passou a valer nos Estados Unidos a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. A nova tarifa afeta diretamente o setor siderúrgico de importantes parceiros comerciais dos EUA, como Canadá e México. O Brasil, segundo maior exportador de aço para o mercado norte-americano, também será atingido pela medida. Qual será o impacto para a construção civil do Brasil?
Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), acredita que esta questão da guerra tarifária gera uma incerteza muito grande. “Ainda não temos a dimensão do que pode ocorrer. O aço consumido aqui no Brasil não pode ser importado da China. Lá, o vergalhão utilizado é o CA40 e as nossas normas exigem o CA50 – trata-se de uma característica técnica diferente. O que está acontecendo, muito provavelmente, é uma sobra de produtos chineses. Na nossa opinião, isso vai afetar mais o varejo do que a construção civil. Nós nos preocupamos mais com a subida do dólar do que com esta questão tarifária. De toda a forma, é uma incerteza que se gera no mercado e que não sabemos como isso vai se desdobrar”, pontuou durante a coletiva de imprensa da CBIC.
Segundo Ieda Vasconcelos, economista chefe da CBIC e do Sinduscon-MG, a preocupação maior é com a incerteza que ela estabelece nos investimentos – especialmente nos produtivos (aqueles que visam melhorar a capacidade de produção de uma empresa ou de um setor da economia, como máquinas, equipamentos e construção de instalações) – que já estão prejudicados com o patamar de alta taxa de juros. “O nível de incerteza não é só no Brasil, isso gera uma incerteza com relação à economia global como um todo. E o menor crescimento do mundo, conforme projetado pelo FMI, impacta todos, inclusive o Brasil. O que preocupa com relação a isso é o efeito que ela pode causar no crescimento da economia mundial e isso afetar a economia brasileira”, destaca.
Para Celso Zaffarani, fundador da Zaffarani Design Build, mesmo que não pareça à primeira vista, as decisões econômicas dos Estados Unidos acabam impactando os canteiros de obra por aqui. “Como empresário da construção civil, vejo com preocupação o modo como o aumento das tarifas e a valorização do dólar afetam diretamente o custo dos materiais que usamos diariamente. Quando o governo americano impõe tarifas sobre matérias-primas como aço, alumínio ou cobre, o efeito se espalha pelo mundo. Aqui no Brasil, esses insumos sobem de preço, mesmo quando são produzidos localmente, porque fazem parte de uma cadeia global. Isso pressiona os orçamentos, especialmente em obras com margens mais ajustadas e cronogramas rígidos”, explica.
Já Milton Bigucci Junior, diretor técnico da construtora MBigucci, acredita que o momento atual é de incerteza. “É difícil prever o cenário a médio e longo prazo, uma vez que as taxas ainda podem sofrer alterações. O Brasil, na verdade, é um dos maiores exportadores de aço para os EUA. Com a taxação — atualmente em 25% para aço e alumínio, e 10% para outros insumos — pode haver uma redução nas exportações e, consequentemente, um aumento da oferta no mercado interno, o que poderia até baratear alguns produtos da construção civil. Mas, a princípio, a expectativa é de que o mercado, de forma geral, se mantenha estável por enquanto”, prevê.
Impactos para as construtoras
Na opinião de Zaffarani, o impacto já é evidente no dia a dia das construtoras. “Estamos vendo orçamentos sendo revisados com muito mais frequência e decisões estratégicas sendo tomadas com base na volatilidade dos preços dos insumos. A imprevisibilidade dos custos tem levado até à reavaliação ou ao adiamento de projetos”, destaca.
Bigucci Junior, por sua vez, aponta que, no caso de sua construtora, a MBigucci, os impactos ainda não foram sentidos, uma vez que não depende de produtos importados para suas obras. “Mas o clima, no geral, ainda é de incerteza”, enfatiza.
Consequências
Com relação à expectativa de demanda de imóveis, assim como em 2024, Ieda afirma que há uma projeção de que o mercado continuará se destacando neste ano.
Correia complementa: “O mercado imobiliário é muito mais em função do que se tem de crédito ao cliente, porque demanda existe bastante. O FGTS hoje vai aplicar R$ 127 bilhões – mais ou menos o que fez no ano passado – e a extensão do faixa 4, renda de R$ 8 mil a R$ 12 mil, vai aplicar mais R$ 30 bilhões. Então este segmento certamente estará abastecido e poderá comprar um imóvel. Agora aquele imóvel acima de R$ 500 mil, ele vai ser um pouco mais seletivo, na nossa opinião, porque você vai ter menos dinheiro de caderneta de poupança. No ano passado, nós tivemos R$ 184 bilhões, aproximadamente, e para este ano espera-se R$ 150 bilhões aplicados em poupança. Então, deverá ter menos oportunidade de crédito, porque os bancos serão mais seletivos. Mas ainda assim é um valor muito importante”.
Zaffarani acredita que o risco de repasse ao consumidor final é bastante concreto — e preocupante. “No caso de obras públicas ou projetos voltados à habitação popular, que operam com margens muito justas e regras rígidas de reajuste, os aumentos de custo nem sempre conseguem ser absorvidos. Isso pode levar, infelizmente, à suspensão de contratos, à desaceleração dos canteiros e até à inviabilidade de certas obras”, afirma.
Já no setor privado, existe, de fato, maior flexibilidade para repassar parte desses aumentos ao consumidor final. “No entanto, é um movimento delicado, pois o encarecimento da construção costuma vir acompanhado de crédito mais restrito e mais caro, o que reduz a capacidade de compra da população. Ou seja, o impacto acaba sendo duplo: a obra custa mais para ser feita e o cliente tem mais dificuldade para financiá-la”, comenta Zaffarani.
Quando se trata de empreendimentos voltados à população de menor renda, essa equação se torna ainda mais sensível. “A elasticidade de preço é alta, e qualquer variação significativa pode comprometer a viabilidade do projeto. Por isso, o setor como um todo precisa buscar soluções criativas e sustentáveis para mitigar esses efeitos — e garantir que o acesso à moradia continue sendo possível para quem mais precisa”, pondera Zaffarani.
De acordo com Bigucci Junior, sempre existe o risco de repasse de preços aos consumidores finais, para mais ou para menos, conforme a oferta e a demanda no mercado de materiais de construção. “Entretanto, o momento ainda é de incerteza e, por enquanto, segue estável”, justifica.
Impactos do dólar na construção civil
Outro fator a ser considerado é que, com o dólar mais alto, tudo o que depende de importação — de equipamentos a componentes técnicos — fica mais caro. “Isso nos obriga a rever estratégias, antecipar compras e agir com muito mais cautela. Não é só uma questão de custo, mas de garantir que a obra continue, que o cliente não seja impactado e que a entrega mantenha o padrão de qualidade que defendemos. Além disso, lidamos com tarifas voláteis impostas pelo governo norte-americano e com toda a evolução dessa situação, o que gera um clima constante de incerteza. Essa instabilidade afeta diretamente os custos e a composição de preços, exigindo ainda mais planejamento e resiliência das empresas do setor”, opina Zaffarani.
Estratégias para mitigar os impactos
Zaffarani comenta que está atualmente executando uma obra cujo projeto vem dos Estados Unidos. “Os materiais de acabamento especificados são de origem italiana, espanhola, alemã e também americana, e estavam inicialmente previstos para serem adquiridos por meio de representantes nos Estados Unidos. Para manter os preços orçados e reduzir os impactos causados pelas tarifas e custos adicionais, adotamos uma mudança estratégica: estamos realizando a importação direta dos fabricantes europeus, eliminando a intermediação dos representantes norte-americanos. Essa decisão tem nos permitido maior controle sobre os custos e os prazos de entrega. Além disso, incluímos a importação direta de peças sob medida, como um lustre feito sob encomenda na China, o que também contribui para manter a previsibilidade orçamentária da obra”, relata.
Bigucci Junior destaca que, por enquanto, não houve grandes alterações que exigissem renegociações ou antecipação de compras.
Entrevistados
Renato Correia é presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Ieda Vasconcelos, economista chefe da CBIC e do Sinduscon-MG.
Celso Zaffarani é CEO da Zaffarani Construtora, uma empresa especializada no desenvolvimento de empreendimentos de alto padrão, com um olhar inovador para o mercado imobiliário de luxo. Com expertise em projetos diferenciados, a construtora tem acompanhado de perto a transformação dos shoppings centers em hubs multifuncionais, um fenômeno que tem impactado diretamente a valorização imobiliária em seu entorno.
Milton Bigucci Junior é diretor técnico da MBigucci e presidente da Associação dos Construtores do Grande ABC.
Contatos
CBIC - ascom@cbic.org.br
Celso Zaffarani – Assessoria de imprensa: abigail.reis@baronesarp.com.br
Milton Bigucci Junior – Assessoria de imprensa: imprensa@mbigucci.com.br
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Inovações trazem benefícios para as obras e construção

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Inovações tecnológicas vêm transformando a construção civil, trazendo mais agilidade, precisão e eficiência para as obras. Soluções como vistorias remotas, inteligência artificial e plataformas digitais estão sendo incorporadas por construtoras para otimizar processos, reduzir custos e melhorar a experiência do cliente — tanto durante a execução quanto nas etapas pós-entrega dos empreendimentos. Confira algumas soluções:
Primeiro chat de IA do setor de construção civil
Recentemente, a construtora BRZ Empreendimentos lançou o Kintú, um chat de inteligência artificial (IA) desenvolvido internamente pelo setor de Tecnologia e Inovação. De acordo com Francis Navarro, CTO na BRZ Empreendimentos, a ferramenta foi criada para ampliar a capacidade analítica dos times. “Treinado com base em dados estratégicos da empresa, ele permite que qualquer colaborador envie documentos próprios, como contratos, apresentações e planilhas complexas com grandes volumes de dados, e receba respostas inteligentes, organizadas e contextualizadas em segundos. O KINTÚ eleva o nível das análises, amplia a autonomia dos times e fortalece a maturidade operacional. Na prática, cada colaborador passa a contar com um assistente pessoal, com conhecimento ilimitado e senioridade elevada, capaz de trazer mais segurança, agilidade e precisão ao dia a dia”, informa o CTO.
Segundo Navarro, desde a implementação do KINTÚ, a BRZ Empreendimentos tem observado ganhos expressivos em agilidade, precisão e produtividade. “As áreas que mais se beneficiaram até agora foram Engenharia, Jurídico, Financeiro, Gente e Gestão e Comercial, especialmente em rotinas que exigem análise de documentos extensos, interpretação de dados e apoio a decisões operacionais. Além disso, temos percebido redução no retrabalho, maior autonomia dos times e aceleração nos ciclos de decisão. O KINTÚ tem se consolidado como um reforço estratégico no dia a dia, transformando tarefas operacionais em decisões mais rápidas e inteligentes”, pontua.
Navarro destaca que optaram por desenvolver uma IA própria, pois o custo de licenciar uma IA genérica, como o ChatGPT, para mais de mil colaboradores superaria R$ 1,5 milhão por ano, com limitações de uso individual e pouca flexibilidade de personalização.
O primeiro grande entrave para a criação de uma IA própria é estratégico: superar a resistência natural à mudança em um cenário onde a inteligência artificial ainda é, para muitos, uma abstração. Do ponto de vista técnico, os desafios são complexos. “É necessário escolher entre diferentes motores de IA como OpenAI, Anthropic ou Google, avaliando desempenho, custo por token, velocidade e profundidade contextual. No caso do KINTÚ, foi fundamental implementar uma camada de autenticação exclusiva para colaboradores, garantindo que apenas usuários autorizados possam acessar o conteúdo e interagir com dados estratégicos da empresa”, destaca Navarro.
Gêmeos digitais em diferentes tipos de obras
Os gêmeos digitais são réplicas virtuais dinâmicas que permitem simular, emular ou espelhar dados coletados em tempo real de ativos físicos, como edifícios, rodovias, fábricas etc. “O modelo BIM pode ser utilizado como base para a criação do gêmeo digital, no qual dados dinâmicos provenientes de sensores podem ser vinculados para permitir a visualização em tempo real”, expõe Natália Nakamura Barros, arquiteta no Tech Lab - Hub de BIM e Inovação - da Sondotécnica.

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Algumas referências trazem que o primeiro estágio de maturidade do gêmeo digital é o ativo virtual, que pode ser um modelo BIM, e que estágios mais avançados de maturidade incluem a conexão com dados de sensores, análise preditiva e ativos conectados. “Deste modo, os gêmeos digitais consistem em ativos virtuais que refletem o que está acontecendo no ativo físico em tempo real, permitindo análises preditivas e decisões baseadas em dados atualizados”, destaca Natália.
Segundo a arquiteta, o gêmeo digital pode ser utilizado em todo o ciclo de vida do empreendimento:
- Concepção: dados agregados ao ativo virtual, ou modelo BIM, podem ser utilizados para auxiliar nas simulações e requisitos operacionais.
- Construção: sensores instalados no canteiro de obras podem monitorar progresso, qualidade e segurança, sincronizando dados com o modelo virtual.
- Operação e manutenção: o gêmeo digital se torna uma ferramenta essencial, recebendo dados em tempo real sobre variáveis como temperatura, consumo energético e condições de operação, o que permite a manutenção preditiva, eficiência energética e gestão proativa de ativos.
Apesar de hoje ser mais comum o uso de gêmeos digitais em grandes empreendimentos, a viabilidade em empreendimentos de médio e pequeno porte está crescendo, segundo Natália. “Soluções baseadas em nuvem podem reduzir custos com infraestrutura física, enquanto módulos específicos — como os dedicados à manutenção preditiva de ativos — permitem uma adoção gradual”, aponta.
Atualmente, o setor industrial está à frente na adoção de gêmeos digitais, devido à complexidade dos ativos e à necessidade de manutenção preditiva:
- Fábricas e plantas industriais, por exemplo, dependem de monitoramento constante para evitar paradas não programadas.
- O setor de infraestrutura, como rodovias e redes de saneamento básico, está avançando, uma vez que requerem gestão eficiente ao longo de décadas.
- O setor de edificações, especialmente em projetos de edifícios inteligentes e certificações sustentáveis, também está crescendo rapidamente, impulsionado pela demanda por eficiência energética e conforto dos usuários. A evolução desses setores serve como um laboratório para práticas que, futuramente, podem ser replicadas em outros setores da construção civil.
Vistoria remota na pós-entrega
Setores da construção civil têm adotado plataformas digitais para vistorias remotas, especialmente no pós-obra ou pós-entrega. Na Octágora, por exemplo, após a entrega das chaves, o cliente avalia o imóvel e pode relatar problemas via atendimento por vídeo. “A vistoria remota permite registrar os apontamentos do cliente em um laudo padronizado, sem necessidade de visita presencial”, explica Daniel Cussi, cofundador e CTO da empresa.
Além disso, formulários digitais permitem iniciar o atendimento de forma assíncrona, coletando fotos e descrições que passam por análise técnica. Se necessário, uma videochamada é agendada para aprofundar o diagnóstico. Essa abordagem reduz custos, acelera o atendimento e traz mais comodidade às partes envolvidas.
Segundo Cussi, a vistoria remota é eficaz quando o suporte visual é suficiente. Em casos mais complexos, ela funciona como triagem, permitindo que a equipe vá ao local já preparada, muitas vezes evitando visitas adicionais.
Entrevistados
Francis Navarro é CTO na BRZ Empreendimentos.
Natália Nakamura Barros, arquiteta no Tech Lab - Hub de BIM e Inovação - da Sondotécnica.
Daniel Cussi é cofundador e CTO da Octágora.
Contatos
Assessoria de imprensa BRZ Empreendimentos: annacarolina@nbpress.com.br
Natália Nakamura Barros: natalianakamura.arq@gmail.com
Assessoria de imprensa Octágora: cassio.valler@camp1.co
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Plano Nacional de Economia Circular propõe novo modelo de desenvolvimento sustentável

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O Brasil está se preparando para uma mudança significativa na forma como lida com recursos naturais, resíduos e cadeias produtivas. O governo federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), está elaborando o Plano Nacional de Economia Circular (PNEC).
A proposta busca promover uma transição do modelo linear de produção, baseado em extrair, consumir e descartar, para uma lógica circular, que valoriza o reuso, a regeneração e o reaproveitamento de recursos.
“O plano parte da premissa de que precisamos de uma abordagem sistêmica, intersetorial e integrada para lidar com os desafios ambientais, sociais e econômicos do país”, afirma Flávio Ribeiro, coordenador da Cooperação Técnica alemã da GIZ no Brasil para a agenda de economia circular.
Estratégia ampla e participação ativa
O PNEC está sendo construído com a contribuição de representantes do setor produtivo, poder público, academia e sociedade civil. Segundo Ribeiro, o objetivo é que o plano seja não apenas uma política pública, mas um verdadeiro pacto nacional pela transformação do modelo de desenvolvimento brasileiro.
“Estamos focando em quatro grandes eixos estratégicos: promoção da circularidade nas cadeias produtivas, incentivo a modelos de negócio circulares, estímulo à inovação e melhoria do ambiente regulatório”, explica o coordenador. Além disso, estão previstas medidas de educação, formação profissional e financiamento para iniciativas sustentáveis.
Entre os setores que podem se beneficiar dessa transição e já atuam com economia circular, está a indústria cimenteira. De acordo com Ribeiro, o setor tem diversas oportunidades para aplicar os princípios circulares de maneira prática e estratégica.
“O setor cimenteiro pode adotar tecnologias de coprocessamento de resíduos, substituindo parte do combustível fóssil por resíduos sólidos urbanos, industriais e da agricultura”, afirma.
Exemplo disso é a Rio Bonito, empresa do grupo Itambé especializada em coprocessamento e que em 2024 processou 155.786 toneladas de resíduos. “Hoje, o coprocessamento é uma técnica consolidada, reconhecida por sua eficiência no tratamento de resíduos. A diversidade de vias de introdução de resíduos nos fornos é um diferencial técnico que posiciona a Rio Bonito como líder no mercado”, assinala Israel Wisniewski Vaz, gerente técnico e de coprocessamento da Rio Bonito.
A economia circular é reconhecida mundialmente por seus efeitos positivos na geração de empregos, redução de emissões e estímulo à inovação. De acordo com Flávio Ribeiro, a experiência norueguesa mostra como é possível implementar soluções concretas e eficientes no setor da construção civil, promovendo a circularidade desde o início das obras.
“Na Noruega, está sendo adotado um modelo no qual os estandes de vendas de imóveis já são construídos com planejamento para serem desmontados e reutilizados em outras obras. Ou seja, nada é descartado após a venda do empreendimento”, destaca Ribeiro.
Essa prática alia sustentabilidade à redução de custos, ao evitar o desperdício de materiais e gerar menor impacto ambiental. Além disso, ela representa uma mudança na mentalidade do setor, priorizando o design reversível e reutilizável desde a concepção do projeto arquitetônico. “É uma aplicação clara do conceito de economia circular. O que antes era visto como lixo passa a ser entendido como recurso”, completa.
Para o Brasil, as oportunidades são especialmente promissoras nos setores da construção civil, agronegócio, indústria e saneamento. “É um caminho para tornar o país mais competitivo internacionalmente, com produtos mais sustentáveis, e ao mesmo tempo promover inclusão social e melhoria na qualidade de vida”, reforça Ribeiro. Ele também destaca que o plano prevê indicadores para medir os avanços e identificar áreas prioritárias para políticas públicas.
Brasil como protagonista
O PNEC representa uma oportunidade para o país liderar uma agenda ambiental moderna e inclusiva. Para Ribeiro, o momento é de ação coordenada e construção de consensos. “A economia circular nos convida a repensar processos, valores e formas de produzir. É uma proposta transformadora, que pode gerar benefícios para as atuais e futuras gerações.”
O plano, que já passou pela fase de consulta pública, deve ser finalizado ainda este ano, e a expectativa é de que se torne referência para estados e municípios. “Nosso desafio é construir um modelo que funcione na prática, com metas claras, recursos e governança. E estamos no caminho certo para isso”, conclui.
Iniciativa prática: Caçamba do Bem
Um exemplo concreto de economia circular em prática é o projeto Caçamba do Bem, idealizado por Marília Bender Almeida, designer de interiores e empreendedora social. O projeto funciona como um brechó da construção civil, evitando o descarte de materiais e promovendo seu reaproveitamento.
“Nós reinscrevemos no mercado peças que seriam jogadas fora, por meio da venda ou da doação desses materiais. Em 2024, já ressignificamos mais de 6 mil peças”, afirma Marília. A ação ajuda a reduzir resíduos em canteiros de obras e democratiza o acesso a materiais de construção.
Entrevistados
Flavio Ribeiro é embaixador do Movimento Circular, consultor e professor de Economia Circular, Logística Reversa e Regulação Ambiental Empresarial. Engenheiro Mecânico, especialista em Gestão e Tecnologias Ambientais e Análise Pluridisciplinar do Estado do Mundo. Mestre em Energia e Doutor em Ciências Ambientais. Conselheiro para Economia Circular do Pacto Global da ONU. Professor na Pós-Graduação em Direito Ambiental Internacional da Universidade Católica de Santos e na FIA Business School.
Marília Bender Almeida é formada em direito pela Universidade Positivo e designer de interiores pelo Centro Europeu. Sócia do escritório Bender Arquitetura e fundadora e CEO do Caçamba do Bem
Israel Wisniewski Vaz é graduado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pós-graduado em Gestão da Produção e Recursos Humanos pela Faculdade Venda Nova do Imigrante (FAVENI), MBA em Lean Manufacturing pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Atualmente, é gerente técnico e coprocessamento da Cimento Itambé e Rio Bonito Soluções Ambientais.
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israel.vaz@cimentoitambe.com.br
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.