Paraná investe R$ 1,4 bi em pavimento rígido na região Central do Estado
O Governo do Paraná anunciou o investimento de cerca de R$ 1,44 bilhão a um conjunto de grandes intervenções que incluem duplicações, ampliações e restaurações em concreto em mais de 200 quilômetros de rodovias estaduais na região Central do Estado.
Ao todo são sete obras, duas ainda em fase de licitação, e o valor total deverá superar R$ 2 bilhões para modernizar quase 300 quilômetros de vias. Todas as intervenções adotam o whitetopping, técnica que aplica uma nova camada de concreto sobre o pavimento existente, aumentando a segurança dos usuários e oferecendo uma durabilidade até duas vezes maior que a de soluções tradicionais.
“Atualmente, cerca de 20% de toda a nossa malha está recebendo investimentos em infraestrutura, incluindo obras de ampliação de capacidade, duplicações, contornos e outras melhorias. É um grande orgulho afirmar que o Paraná é hoje o estado que mais realiza obras com esse tipo de estrutura. Temos diversos trechos em whitetopping, além de implantações e duplicações inteiras com pavimento rígido”, afirma Janice Soares, diretora técnica no Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).
O processo começou na região Sudoeste, com a obra da PRC-280. “Inicialmente executamos 60 km de whitetopping em pista simples e, diante do sucesso, ampliamos a solução para toda a rodovia, totalizando 143 km já concluídos. Esse resultado levou o governo a expandir o uso do pavimento rígido para outras regiões”, explica Janice.
Após a intervenção entre Palmas e Pato Branco, o Governo decidiu realizar um investimento na região central, que possui um dos menores IDHs do estado. “Foi uma decisão do governador Ratinho direcionar recursos para melhorar a infraestrutura e impulsionar o desenvolvimento local. Nesse trecho, estamos executando 80 km de duplicação da PRC-466, de Guarapuava a Pitanga, divididos em três lotes, com pavimento rígido na pista nova e whitetopping na pista existente”, destaca a diretora técnica do DER.
Confira quais são as obras programadas para a região central do estado por rodovia, de acordo como DER/PR:

Crédito: Ricardo Ribeiro / Agência de Notícias do Governo do Estado do Paraná
PRC-466
Guarapuava - Palmeirinha
Em novembro de 2025, a duplicação e restauração em concreto dos 11,52 km da PRC-466 entre Palmeirinha e Guarapuava já alcançou 73,76% de execução. De acordo com o Governo do Estado do Paraná, a obra deve ser entregue no primeiro semestre de 2026, com investimento de R$ 139,7 milhões. Os serviços mais adiantados são a melhoria do pavimento asfáltico existente e a terraplenagem da nova pista, enquanto o pavimento rígido de concreto avança nas duas faixas, utilizando whitetopping sobre o asfalto recuperado. Mais da metade da sinalização já foi implantada, junto com drenagem, iluminação e outros serviços, e a nova ponte sobre o Rio Coutinho já está concluída.
Palmeirinha – Turvo
A obra de duplicação em concreto da PRC-466, no trecho que liga Turvo ao distrito de Palmeirinha, em Guarapuava, abrange 27,02 quilômetros e recebe investimento de R$ 293,75 milhões. O projeto inclui também a recuperação da pista atual com pavimento rígido, a construção de dois viadutos e a edificação de uma nova ponte sobre o Rio Turvo.
Turvo – Pitanga
No final de outubro de 2025, o DER/PR alcançou 5,46% de execução da duplicação em concreto da PRC-466 entre Pitanga e Turvo, em um trecho de 45,5 quilômetros e investimento de R$ 514,2 milhões, com entrega prevista para 2027. As frentes de trabalho incluem terraplenagem, drenagem e a construção de um grande viaduto no entroncamento com a PR-239 e PR-460. A obra também contempla restauração da pista atual pelo método whitetopping, dois novos viadutos adicionais, uma passarela para pedestres em Pitanga e novas pontes sobre os rios Carazinho e Bonito.
Pitanga - Manoel Ribas
Em outubro de 2025, o DER/PR homologou a licitação para restaurar e ampliar em concreto 43,05 km da PRC-466 entre Manoel Ribas e Pitanga, investimento de R$ 231,6 milhões. As obras incluem restauração total da pista com técnica whitetopping, faixas adicionais em trechos críticos, dois viadutos em desnível (em Manoel Ribas e Pitanga), melhorias de acessos – incluindo a subestação de Furnas – além de novos sistemas de drenagem, sinalização e dispositivos de segurança.
Manoel Ribas – Lidianópolis
No dia 18 de novembro, o DER/PR divulgou o resultado final da licitação para a restauração e ampliação em concreto da PRC-466, entre Lidianópolis e Manoel Ribas, em 51,86 quilômetros, confirmando como vencedor o Consórcio Construtor PR-466 – Porto Ubá, com proposta de R$ 558,59 milhões. Após a homologação, seguirá a formalização do contrato para uma obra que inclui restauração em whitetopping, 15,9 km de duplicação, 17,18 km de terceiras faixas, acostamentos, vias marginais, seis novos viadutos e o alargamento da ponte sobre o Rio Ivaí. O projeto contempla ainda rotatórias, retornos, iluminação, drenagem e sinalização.
PRC-272
Lidianópolis - Mauá da Serra
A intervenção mais extensa é a recuperação dos 54,8 quilômetros da PRC-272 entre Lidianópolis e Mauá da Serra, onde todo o trecho, incluindo acostamentos e terceiras faixas, receberá whitetopping. O projeto prevê ainda três viadutos — em Faxinal, Cruzmaltina e no acesso a Borrazópolis — além de cinco rotatórias alongadas. A obra também inclui a modernização da drenagem, nova iluminação e a instalação de dispositivos de segurança.
Rodovias PRC-487 e PR-460
O DER/PR também contratou a restauração em concreto das rodovias PRC-487 e PR-460, no trecho que liga Pitanga a Nova Tebas, no sentido oposto às demais obras. Com investimento de R$ 267,8 milhões e prazo de 27 meses, a intervenção abrangerá 51,52 quilômetros. O projeto inclui ainda a construção de terceiras faixas nos pontos de maior demanda e acostamentos, todos em pavimento rígido.
Fonte
Janice Kazmierczak Soares é graduada em Engenheira Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pós-graduada em Infraestrutura de Transportes pela Universidade Paulista (UNIP) e em Obras Públicas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente, é diretora técnica do DER/PR.
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Mercado imobiliário avança em lançamentos no 3º trimestre mesmo sob pressão dos juros
O terceiro trimestre de 2025 confirmou a força de um mercado imobiliário que segue avançando, mesmo enfrentando um dos ambientes macroeconômicos mais desafiadores dos últimos anos, especialmente no que diz respeito à taxa de juros. A avaliação é de Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, que apresentou os dados nacionais do setor residencial vertical em coletiva promovida pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Mesmo diante de um cenário marcado por juros de 15% ao ano, Petrucci ressalta que o comportamento do mercado surpreende. “O mercado se mostra extremamente resiliente, apesar de todas as adversidades macroeconômicas”, afirmou. Ele lembrou, contudo, que a taxa de juros é um inibidor muito grande de uma expansão ainda maior, especialmente no segmento de classe média.
Lançamentos seguem em ritmo forte
O trimestre registrou crescimento de lançamentos na comparação com o trimestre anterior e com o mesmo período de 2024. No acumulado dos nove primeiros meses de 2025, foram 307 mil unidades lançadas, e em 12 meses o total chegou a 433 mil unidades. Petrucci destacou o salto histórico do setor: “Há poucos anos acumulávamos menos de 250 mil unidades lançadas. Hoje passamos de 430 mil. É um crescimento significativo e constante”, observa. Os valores também impressionam: só no terceiro trimestre foram R$ 68 bilhões lançados, e o acumulado de 12 meses atingiu R$ 280 bilhões.

Crédito: Envato
O volume vendido mantém patamar elevado, com cerca de 105 mil unidades por trimestre, mas o setor já percebe os primeiros sinais da pressão do crédito caro. As vendas do terceiro trimestre caíram 4,2% frente ao trimestre anterior e 6,5% ante o mesmo período de 2024. Além disso, pela primeira vez, o número de unidades lançadas superou o de unidades vendidas no acumulado de 12 meses. “É a primeira vez que apresentamos indicadores em que as vendas ficam abaixo dos lançamentos”, aponta Petrucci.
A desaceleração ocorre, principalmente, no segmento de classe média, entre R$ 350 mil e R$ 2 milhões. “É nesse público que sentimos a inversão na tendência de velocidade de vendas, especialmente no Sudeste”, explica.
Minha Casa, Minha Vida mantém tração e ganha recursos
Enquanto a classe média sente mais o peso dos juros, o programa Minha Casa, Minha Vida continua sendo o motor do mercado. Nos nove primeiros meses do ano, os lançamentos cresceram 7,9% e as vendas saltaram 15,5%.
A oferta final do programa permanece baixa e o escoamento é mais rápido, em torno de sete meses, contra quase nove meses no mercado geral. “O Minha Casa, Minha Vida continua muito mais aderente que os demais padrões”, destaca. Ele cita ainda o orçamento robusto aprovado para 2026: R$ 144,5 bilhões para habitação e R$ 12,5 bilhões em subsídios. “Temos preservação dos recursos, o que garante continuidade e segurança ao programa”, afirmou.
Intenção de compra em alta indica confiança do consumidor
Mesmo com juros elevados, o desejo de comprar imóvel permanece entre os maiores da série histórica. Levantamento realizado pela Brain Inteligência mostra que 48% das famílias pretendem adquirir um imóvel nos próximos meses, e 6% já estão visitando unidades. Isso é equivalente a 2,6 milhões de famílias prontas para fechar negócio em até 12 meses.
Para Petrucci, isso confirma o comportamento observado. “A empregabilidade e o aumento de renda têm levado as famílias a olharem muito mais para sua realidade do que para o cenário macroeconômico”, conclui.
Fonte
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
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Concreto lapidado ganha espaço na construção civil e se consolida como solução de desempenho e sustentabilidade
A busca por soluções construtivas mais duráveis, sustentáveis e esteticamente qualificadas tem impulsionado a adoção do concreto lapidado em obras de diferentes portes no Brasil. O material, que combina desempenho técnico e apelo arquitetônico, tem se destacado como alternativa a revestimentos tradicionais, sobretudo em edificações que priorizam manutenção reduzida e longa vida útil.
De acordo com pesquisa recente desenvolvida pelos engenheiros Nereu Teixeira Rodrigues Takeda e Hinoel Ehrenbring, o concreto lapidado não apenas entrega ganhos estéticos perceptíveis, como também amplia significativamente o desempenho da superfície. O estudo analisou diferentes níveis de lapidação abrasiva e trouxe resultados consistentes sobre resistência, durabilidade e comportamento químico.
O que é concreto lapidado

Crédito: Arquivo Pessoal.
O processo de lapidação pode ser descrito como um polimento técnico, capaz de transformar a superfície do concreto após o endurecimento. O engenheiro Nereu Takeda explica que “O concreto lapidado é o termo dado a uma peça de concreto com a superfície tratada por meio de máquinas politrizes com discos diamantados de diversas granulometrias. Esse tratamento regulariza e sela a peça, podendo ou não gerar brilho, sem a necessidade de revestimentos adicionais”.
Além do acabamento uniforme e da valorização da textura original, a técnica reduz a necessidade de materiais complementares, como cerâmicas, porcelanatos ou resinas, contribuindo para uma obra mais econômica e ambientalmente responsável.
Avanços em resistência e durabilidade
A pesquisa realizada pelos dois especialistas analisou como diferentes níveis de lapidação afetam características fundamentais do concreto. Segundo Takeda, os resultados em resistência, desempenho e durabilidade foram bastante satisfatórios. “Conforme o aumento da granulometria dos abrasivos, observou-se melhora na resistência à abrasão, ao manchamento, ao ataque químico, além de ganho de dureza e redução de rugosidade”, enumera.
Esses avanços resultam em superfícies mais robustas e menos suscetíveis ao desgaste diário, o que pode reduzir ciclos de manutenção e aumentar a vida útil dos pavimentos. O estudo também avaliou brilho, rugosidade e dureza superficial, consolidando a lapidação como processo eficiente de qualificação do concreto.
O professor Hinoel Ehrenbring destaca que a pesquisa contribui diretamente para o avanço tecnológico do setor. Segundo ele, “a importância está tanto nos ganhos estéticos quanto na durabilidade e nas propriedades mecânicas e químicas, que tornam o concreto lapidado uma solução competitiva para diferentes tipos de obras”.
Sustentabilidade como diferencial

Crédito: Arquivo Pessoal.
Além de melhorar o desempenho técnico, o concreto lapidado tem um papel relevante na agenda ambiental da construção civil. Takeda ressalta: “A lapidação traz benefícios ao meio ambiente, reduzindo a extração de rochas ornamentais e a aplicação de revestimentos cerâmicos e porcelanatos”.
Ao reduzir etapas de revestimento, elimina-se também a necessidade de argamassas, rejuntes e placas de revestimento final,elementos que historicamente elevam o impacto ambiental do setor,tanto pelas emissões associadas à sua produção, quanto pela geração de resíduos em eventuais processos de reforma e descarte.
Uma solução em expansão
Com resultados experimentais positivos e crescente valorização estética, o concreto lapidado tende a ganhar ainda mais espaço no mercado brasileiro. Sua aplicação é especialmente vantajosa em edificações corporativas, residenciais de alto padrão, obras industriais e espaços comerciais que exigem resistência intensa ao tráfego. Para Ehrenbring, o caminho é promissor: a combinação de desempenho técnico, menor impacto ambiental e acabamento arquitetônico coloca a lapidação entre as técnicas mais versáteis da engenharia contemporânea.
Entrevistados
Nereu Teixeira Rodrigues Takeda é graduado em Engenharia Civil pela Faculdade Politécnica Unisinos (Rio Grande do Sul), mestre no campo Gerenciamento de Resíduos pelo PPGEC Universidade Unisinos Rio Grande do Sul e sócio-diretor da Construtora Takeda Engenharia e Construção.
Hinoel Ehrenbring é graduado em Engenharia Civil pela Faculdade Politécnica Unisinos (Rio Grande do Sul), doutor em Engenharia Civil, professor do curso de graduação de Engenharia Civil da Unisinos, responsável técnico do itt Performance, diretor regional do IBRACON-RS e autor de livros e artigos relacionados à tecnologia do concreto.
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nereu.takeda@takedaengenharia.com.br
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Ana Carvalho
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Indústria do cimento prevê crescimento entre 2,0% e 3,0% para 2025
Em setembro de 2025, o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) divulgou a projeção de crescimento de 2,0% no consumo do produto em 2025. Em outubro, a entidade destacou que esse crescimento deve ficar entre 2,0% e 3,0%. Em julho de 2025, a projeção era de um crescimento de 2,1% para o ano. Em março deste ano, a expectativa era de um crescimento de 1%.
As vendas de cimento atingiram 6,3 milhões de toneladas em outubro, resultado que representa um avanço de 7,1% em comparação com o mesmo mês de 2024, de acordo com dados do SNIC.
No acumulado de janeiro a outubro, o setor registrou 56,6 milhões de toneladas comercializadas, alta de 3,5% frente ao mesmo período do ano anterior.
Outro dado apresentado pelo SNIC é o volume médio vendido por dia útil. Em outubro, foram comercializadas 252,3 mil toneladas/dia, aumento de 5,0% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, observa-se um crescimento de 4,0% em comparação ao mesmo período de 2024.
Para Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, a indústria do cimento demonstra resiliência ao manter uma performance positiva, sob uma base de recuperação de vendas iniciada em 2024. “Contudo, o aumento das incertezas na economia cria um ambiente de cautela. Nossas projeções para 2025 refletem essa moderação, mas o foco em habitação social (MCMV) e soluções de infraestrutura sustentáveis, como o pavimento de concreto, são vetores cruciais que continuarão a contribuir com o consumo e o desenvolvimento econômico, social e ambiental do país”, ponderou.

Crédito: Divulgação Itambé
Vendas por região
Em outubro de 2025, todas as regiões apresentaram crescimento, com destaque para o Norte e o Nordeste que, ao comparar com outubro de 2024, tiveram um aumento de 17,3% e 12,1% respectivamente. Vale lembrar que, em 2025, o governo federal destinou mais de R$ 4 bilhões em obras para a COP30, que aconteceu no Pará. As intervenções incluíram a modernização do aeroporto, do terminal hidroviário e do complexo Ver-o-Peso, drenagem de canais, reestruturação de parques e melhorias na mobilidade urbana.
No acumulado do ano (de janeiro a outubro), todas regiões apresentaram crescimento quando o resultado é comparado com o mesmo período de 2024. O Nordeste se destaca novamente, com crescimento de 7,1%.
Fatores positivos: mercado de trabalho aquecido
Um dos fatores que contribuiu positivamente para o crescimento, foi a queda da taxa de desemprego para o menor nível recente (a taxa segue no menor patamar da série histórica, que iniciou em 2012) — 5,6% em setembro — acompanhada de recordes na população ocupada nos postos com carteira assinada e massa salarial chegando a 102,4 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), do FGV Ibre, o indicador registrou alta de 1,3 ponto em novembro, atingindo 89,8 pontos — o maior patamar desde dezembro de 2024 — impulsionado pela melhora no mercado de trabalho e pela desaceleração da inflação.
Desafios para a indústria do cimento
A incerteza macroeconômica tem afetado diretamente o setor da construção, que adotou uma postura mais pessimista no terceiro trimestre. Segundo a Sondagem da Construção, realizada pelo FGV IBRE – Instituto Brasileiro de Economia, o Índice de Confiança da Construção subiu 0,7 ponto em setembro, para 92,3 pontos. Entretanto, caiu 0,7 ponto em outubro, fechando o mês em 91,6 pontos. Este aumento observado em setembro veio após dois meses seguidos de retração. Em novembro, o índice voltou a subir 1,0 ponto, para 92,6 pontos, maior nível desde julho deste ano (92,7 pontos). Na média móvel trimestral, o índice avançou 0,4 ponto.
“De fato, a sondagem de outubro não captou qualquer mudança positiva na percepção das empresas. Assim, o Índice de confiança retornou ao patamar de agosto, puxado pelas expectativas que não sustentaram o crescimento do mês anterior. Na comparação com setembro, o sinal positivo veio do indicador de evolução recente da atividade, que engatou duas melhoras consecutivas, sugerindo retomada. Mas, em relação ao início do ano, houve redução do ritmo de crescimento. Em novembro, a recuperação da confiança foi bem disseminada entre os principais segmentos setoriais, ainda assim, insuficiente para recuperar o patamar do início do ano. Pode-se dizer que, na média, as empresas permaneceram acusando um pessimismo moderado. O indicador de Evolução Recente continuou a trajetória de recuperação, alcançando o melhor resultado desde março, quando iniciou o movimento recente de queda. Ou seja, nos últimos meses do ano, o setor voltou a ganhar ritmo e projeta também aumento da demanda por mão de obra nos próximos meses”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
De acordo com a Sondagem da Construção Civil, a melhora das expectativas foi alavancada pelos segmentos de Infraestrutura e Serviços Especializados, que também indicaram maior intenção de contratar trabalhadores nos próximos meses. Na avaliação de Ana Maria, o segmento de Serviços é o mais intensivo em mão de obra dentro da construção e o que já apresenta maiores dificuldades em contratar trabalhadores qualificados. “Portanto, a retomada do crescimento significa também um mercado de trabalho mais estressado e custos pressionados,” declara Ana Castelo.
Outro desafio para a indústria da construção civil e, consequentemente, do cimento, é a Selic elevada, que pressiona o setor ao tornar os investimentos financeiros mais atrativos do que os imobiliários.
No terceiro trimestre de 2025, os lançamentos imobiliários tiveram leve crescimento de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionados sobretudo pelo Sudeste, onde a alta foi de 13,1%. Já as vendas sentiram mais fortemente o impacto dos juros elevados: apesar de permanecerem acima de 100 mil unidades, caíram 6,5% na comparação anual. As únicas exceções foram as Regiões Norte e Sul, que registraram aumentos de 46,7% e 1,3%. O programa Minha Casa, Minha Vida também apresentou queda nas vendas, embora mantenha participação expressiva de 44% no total comercializado, com destaque para o Norte (61% das vendas) e o Sudeste (54%).
Fontes
Paulo Camillo Penna é presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).
Ana Maria Castelo é coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
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SNIC - daniela.nogueira@fsb.com.brAna Maria Castelo - assessoria.fgv@insightnet.com.br
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Programa Reforma Casa Brasil deve disponibilizar R$ 40 bilhões
No dia 3 de novembro, entrou em vigor o novo programa habitacional do Governo Federal, o Reforma Casa Brasil. Ele tem como objetivo facilitar o acesso a crédito com juros baixos para reformas, ampliações e adequações de moradias em todo o país.
Dentro do programa, serão disponibilizados R$ 40 bilhões para ações como
pequenas instalações ou trocas, serviços elétricos e hidráulicos, correção e prevenção de infiltrações, troca de pisos e azulejos, reboco e pintura, entre outros.
Como funciona o Programa Reforma Casa Brasil?
Segundo o Governo Federal, o programa contará com R$ 30 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal destinados a linhas de crédito para famílias com renda mensal de até R$ 9.600,00. Já a Caixa Econômica Federal reservará R$ 10 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para atender famílias com rendimentos acima desse valor. No total, o volume de crédito disponibilizado será de R$ 40 bilhões.
O programa foi estruturado em três faixas de renda familiar mensal:
- Até R$ 3.200,00 – juros de 1,17% ao mês, com prazo de financiamento de até 60 meses.
- De R$ 3.200,01 a R$ 9.600,00 – juros de 1,95% ao mês, também com prazo máximo de 60 meses.
- Acima de R$ 9.600,00– juros limitados a 1,95% ao mês, podendo ser menor dependendo da análise de crédito e prazo de até 180 meses.
O crédito é destinado a imóveis residenciais, mas também pode abranger propriedades de uso misto, que conciliem funções residenciais e comerciais. Os recursos poderão ser aplicados na compra de materiais, no pagamento de mão de obra e na contratação de serviços técnicos. O programa tem como foco famílias que vivem em moradias com problemas estruturais, como telhados danificados, pisos deteriorados, instalações elétricas ou hidráulicas precárias, além de situações que demandem melhorias de acessibilidade ou ampliação dos espaços.

Crédito: Envato
O crédito será liberado em duas etapas: após a análise de crédito e envio de fotos comprobatórias do “antes”, feita pelo aplicativo da Caixa, a família aprovada receberá 90% do valor solicitado diretamente na conta bancária. Os 10% restantes serão pagos após a conclusão da obra, mediante o envio de fotos que comprovem a finalização dos serviços. A adesão ao programa será totalmente digital e simplificada, podendo ser feita pelo site ou aplicativo da Caixa Econômica Federal. Embora não seja necessário comparecer a uma agência, o interessado também poderá solicitar o crédito presencialmente. Durante o processo, o beneficiário passará por análise de crédito e deverá informar detalhes da reforma ou melhoria pretendida.
Impactos do Programa Reforma Casa Brasil
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT) divulgou o estudo “Perfil da Cadeia Produtiva da Construção – 2025”, realizado pela Consultoria Ecconit, que mostra a forte contribuição do setor para o PIB: em 2024, a cadeia da construção cresceu 4,4%, acima da média nacional, impulsionada pelo mercado de materiais, que movimentou R$ 318,6 bilhões. O setor também gerou 809 mil novos empregos. Em 2025, após um início de ano positivo, houve desaceleração por causa do endividamento das famílias e do alto custo do crédito, levando a projeções modestas para 2025, com crescimento estimado de apenas 0,5%.
Para 2026, porém, as perspectivas melhoram com o Programa Reforma Casa Brasil. "O programa representa uma mudança importante no cenário que vínhamos observando. Dos R$ 40 bilhões disponibilizados, estimamos que R$ 35,2 bilhões se transformem em demanda para fornecedores em geral, e deste total, R$ 12,3 bilhões devem chegar especificamente à indústria de materiais de construção", explica a economista Ana Maria Castelo, responsável pelo estudo.
O impacto inicial deve ocorrer nos distribuidores, que reforçarão estoques. A consultoria projeta crescimento entre 0,9% e 2,9% para o setor em 2026, dependendo da execução do programa.
Apesar do otimismo, a ABRAMAT aponta desafios que podem limitar os resultados: a falta de mão de obra qualificada — com custos quase 10% acima da inflação — e a necessidade de garantir a conformidade dos materiais financiados.
“É crucial que a indústria e o varejo se mobilizem para ajudar a suprir essa demanda por mão de obra e se mantenham vigilantes em relação à conformidade dos produtos adquiridos com o crédito governamental. O sucesso do programa depende disso", conclui Paulo Engler, presidente executivo da ABRAMAT.
Fontes
Paulo Engler é presidente executivo da ABRAMAT.
Ana Maria Castelo é coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre.
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Ana Maria Castelo - ana.castelo@fgv.br
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Concretos que “sentem”: pesquisa desenvolve tecnologia para construções mais seguras e resilientes
Em um cenário em que o país convive com envelhecimento de edificações, manutenção insuficiente e eventos extremos, como incêndios e desastres naturais, garantir a segurança estrutural de construções é um desafio crescente. Foi diante desse contexto que o engenheiro civil Gustavo Henrique Nalon, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), desenvolveu uma pesquisa inovadora que propõe materiais cimentícios inteligentes aplicáveis à alvenaria estrutural de concreto, conhecidos como componentes de alvenaria autossensores.
“Esses materiais têm a habilidade intrínseca de perceber e quantificar tensões, deformações e vibrações estruturais por meio de alterações em suas propriedades elétricas, podendo atuar em conjunto ou em substituição a sensores convencionais”, explica Nalon. Isso significa que as construções passam a “sentir” quando algo está errado, abrindo caminho para edificações mais seguras e sustentáveis.

Crédito: Arquivo Pessoal
A pesquisa, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFV (PPGEC), contou com a orientação do professor José Carlos Ribeiro e coorientação de pesquisadores das áreas de estruturas, materiais de construção e física aplicada da UFV e da UFMG. Essa abordagem interdisciplinar uniu engenharia estrutural, nanotecnologia e ciência dos materiais para desenvolver uma solução pioneira de monitoramento estrutural.
Blocos e argamassas que se “autodiagnosticam”
A tese de Nalon concentrou-se na invenção de blocos vazados de concreto e juntas de alvenaria nanomodificados, capazes de automonitorar tensões, deformações e danos antes e após situações críticas, como exposição a elevadas temperaturas e processos de reidratação pós-incêndio.
Segundo o pesquisador, o princípio é simples, mas poderoso. “As adições de nanopartículas condutivas, como o carbon black, permitem que o concreto responda eletricamente a deformações mecânicas. Assim, a estrutura não apenas suporta o carregamento, mas também funciona como um sensor para diagnóstico do desempenho mecânico em tempo real”, assinala.
O comportamento piezoresistivo, caracterizado por variações de resistência elétrica resultantes de deformações, viabiliza um sistema de monitoramento contínuo, durável e de baixo custo, substituindo sensores externos caros e suscetíveis a falhas no longo prazo.
Superando limitações e ampliando possibilidades
Os sistemas tradicionais de Structural Health Monitoring (SHM), que utilizam extensômetros, acelerômetros ou sensores de fibra óptica, podem apresentar diferentes limitações, como alto custo, dificuldade de instalação e baixa durabilidade. Já os componentes autossensores integram material e monitoramento, permitindo o acompanhamento do desempenho estrutural ao longo da vida útil da construção. “As vantagens vão desde a detecção precoce de falhas até a adoção de estratégias de manutenção preventiva, prolongando a durabilidade das edificações e reduzindo custos de reparo”, destaca Nalon.

Crédito: Arquivo Pessoal
Além disso, os blocos e argamassas autossensores são compatíveis com o próprio concreto das estruturas, o que facilita sua aplicação em projetos novos e em estruturas já existentes. Outro diferencial é o uso de adições condutivas de baixo custo, como o negro de fumo condutivo, que possibilita a produção em escala. “Isso torna a tecnologia economicamente viável, sem abrir mão do desempenho e da precisão”, acrescenta o engenheiro.
Impactos sociais, econômicos e ambientais
A pesquisa, vencedora do Prêmio CAPES de Tese na área de Engenharia I, também se destaca pelos impactos que pode gerar em diferentes dimensões. No campo social, os novos componentes de alvenaria poderão aumentar a segurança de edificações, pontes e reservatórios, reduzindo riscos de acidentes. Economicamente, a tecnologia reduz gastos com manutenção e substituição de elementos degradados, além de prolongar a vida útil das construções.
Já sob o aspecto ambiental, o uso desses materiais pode evitar demolições desnecessárias e o consumo excessivo de novos recursos naturais, uma vez que permite reabilitar estruturas comprometidas. “Ao favorecer a recuperação de construções afetadas por incêndios, contribuímos para uma construção civil mais sustentável e menos intensiva em carbono”, afirma o pesquisador.
Para Nalon, o avanço representa um passo para a inovação tecnológica e mudanças de paradigma na construção civil. “Estamos caminhando para uma engenharia capaz de unir inteligência, resiliência e sustentabilidade. As construções do futuro serão, ao mesmo tempo, estruturas e sensores, reproduzindo princípios biomiméticos que definem o modo como a natureza sente e reage ao seu entorno”, conclui.
Entrevistado
Gustavo Henrique Nalon é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Viçosa, graduação-sanduíche em Engenharia Civil na University of Evansville (EUA), mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Viçosa e doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente é professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PEC) da UFJF. Recebeu o Prêmio CAPES de Tese 2025 da área de Engenharias I pelo trabalho “Self-sensing concrete blocks and mortar joints for health monitoring of structural masonry before and after exposure to high temperatures”.
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gustavo.nalon@ufjf.br
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Tendência: student housing ganha força no Brasil e inaugura nova era de moradias universitárias
O déficit de moradias voltadas ao público universitário tornou-se um dos motores mais relevantes do mercado imobiliário brasileiro. O país ultrapassou 5 milhões de estudantes presenciais, sendo 1,5 milhão migrantes, segundo dados apresentados pela Brain. Ainda assim, a oferta de unidades estruturadas para esse público é mínima: apenas 4.100 camas formais em todo o território nacional. O contraste com mercados mais maduros é evidente. No Reino Unido, são quase 590 mil leitos estudantis; na França e Alemanha, 242 mil e 234 mil, respectivamente.
O movimento coincide com uma mudança importante no perfil do ensino superior. Após anos de avanço acelerado, o Ensino a Distância (EAD) desacelerou: entre 2023 e 2024, o crescimento foi de 5,6%, bem abaixo dos 13,4% registrados no período anterior. As restrições do MEC para áreas como saúde, psicologia e licenciaturas ampliam a permanência física nos campi e, com isso, a urgência por habitação. Globalmente, o setor acompanha trajetória semelhante. O mercado de student housing movimentou US$ 12,7 bilhões em 2024 e deve chegar a US$ 19,6 bilhões até 2033.

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O que é student housing: modelo exclusivo para a vida universitária
Com a necessidade de maior presença física nos campi, a demanda por moradias especializadas tende a aumentar. Para Marcos Kahtalian, vice-presidente de Banco de Dados do Sinduscon-PR, esse cenário reforça a urgência por soluções dedicadas. “O student housing é um tipo de empreendimento no qual todas as unidades são voltadas exclusivamente à moradia estudantil. Ele não pode ter outra destinação”, afirma.
A explicação ajuda a diferenciar esse modelo do mercado tradicional. Kahtalian destaca que, ao contrário de prédios de estúdios e quitinetes, o student housing tem uma lógica própria. “Diferentemente de um prédio de quitinetes, que pode ter todo tipo de morador ou até mesmo hospedagem temporária, o student housing é 100% voltado ao estudante”.
Além disso, a localização é essencial. “Esses empreendimentos normalmente estão muito próximos das universidades. A ideia de o estudante ir a pé para a faculdade é central”, afirma. O modelo também opera com gestão profissionalizada, exigindo operação contínua e especializada. “Não basta construir. É preciso operar o empreendimento e prestar serviços aos alunos que ali vivem”, observa Kahtalian.
Um modelo pensado para a rotina acadêmica
O student housing ultrapassa o conceito de moradia compacta. Trata-se de um projeto concebido desde o início para promover integração, segurança e suporte acadêmico. A operação profissional centraliza contratos, padroniza pagamentos e otimiza ocupação, muitas vezes por meio de aluguel por leito, o que reduz custos para as famílias. Salas de estudo, coworking, cozinhas comunitárias e áreas esportivas compõem a infraestrutura que diferencia o modelo. “Esses empreendimentos atendem às necessidades reais do estudante, garantindo segurança, localização estratégica e ambiente acolhedor”, explica Gabriel Falavina Dias, diretor-executivo da incorporadora ALTMA.

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Estúdios x student housing: diferenças fundamentais
Enquanto os estúdios tradicionais podem receber moradores de perfis diversos, como jovens profissionais, casais e turistas, o student housing é exclusivo para universitários. Isso se reflete em três pilares:
* Destinação exclusivamente estudantil: a ocupação é restrita a estudantes.
* Operação unificada e especializada: contratos digitais, gestão centralizada e serviços contínuos.
* Infraestrutura acadêmica e de convivência: ambientes de estudo, apoio ao desempenho acadêmico e estímulo à vida comunitária.
No país, o modelo começa a ganhar corpo. Pioneira na incorporação de student housing, a ALTMA lançou o B41 e, mais recentemente, apresentou o Hive, ambos ao lado de uma das maiores universidades de Curitiba, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). O B41 teve 100% das unidades vendidas poucas horas após o lançamento, sinalizando demanda reprimida em centros universitários.
O Hive soma 131 unidades mobiliadas e equipadas, com áreas de estudo, cozinha compartilhada, minimercado, esportes e comércio no térreo. A previsão de conclusão é 2028. “O mercado possui enorme potencial devido à informalidade e ao déficit de oferta”, afirma Falavina. Para ele, o país vive um momento decisivo. “Esse mercado deve crescer rapidamente, derrubando barreiras para que jovens estudem em outras cidades com mais tranquilidade”.
Com a mudança no comportamento universitário e a busca por experiências presenciais mais completas, o student housing não apenas se consolida como tendência, mas inaugura um capítulo na moradia urbana, mais conectado à mobilidade, à segurança e à vida comunitária. Uma transformação que começa nos campi, mas deve ultrapassar as fronteiras da universidade.
Entrevistados
Gabriel Falavina Dias é engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), sócio-fundador e diretor-executivo da incorporadora ALTMA.
Marcos Kahtalian é vice-presidente de Banco de Dados do Sinduscon-PR.
Contatos
roberta.canetti@bombai.com.br (Assessoria de Imprensa)
imprensa@sindusconpr.com.br (Assessoria de Imprensa)
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Nova ligação da BR-101 à Praia Brava promete mudar mobilidade
Uma das obras de mobilidade urbana mais aguardadas no litoral norte de Santa Catarina deu seu primeiro passo. O Instituto Mais Itajaí — Organização da Sociedade Civil (OSC) que reúne mais de 35 empresas — firmou em outubro a ordem de serviço para iniciar o projeto do novo acesso da BR-101 à Praia Brava, em Itajaí (SC).
A intervenção é vista como essencial para aliviar o tráfego na região, hoje marcado por congestionamentos constantes na avenida Osvaldo Reis, principal conexão entre Itajaí e Balneário Camboriú.
A futura via terá cerca de cinco quilômetros de extensão. O traçado deverá partir da região da Arena do Barra, na Canhanduba, seguindo até a avenida Osvaldo Reis, próximo à rua Carlos Drummond de Andrade, já na Praia Brava.
“Essa é uma obra que vai transformar a mobilidade de Itajaí. A Praia Brava é uma região com forte vocação turística e imobiliária, mas hoje depende de vias congestionadas. O novo acesso vai reduzir o tempo de deslocamento, trazer mais segurança e preparar a cidade para crescer de forma planejada e sustentável”, destacou Fábio Inthurn, presidente do Instituto Mais Itajaí.
O prefeito Robison Coelho ressaltou a relevância do projeto: “Trata-se de um dos projetos mais ousados e estratégicos da cidade e de toda a região, que vai contribuir de forma decisiva para o crescimento ordenado e o bem-estar da população”.
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Parceria público-privada
A iniciativa adota um modelo inovador de parceria público-privada: o Instituto Mais Itajaí, representando o setor empresarial, financia e coordena a elaboração do projeto executivo completo – quem ficará responsável por essa etapa é a empresa catarinense PROSUL, que já foi contratada. Esse trabalho é realizado em colaboração direta com a equipe técnica da prefeitura, garantindo alinhamento e viabilidade. Ao final, o projeto será doado ao Município para que a obra seja licitada e executada.
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O Governo do Estado de Santa Catarina já sinalizou apoio à futura execução da ligação e reconhece a importância estratégica da obra para a infraestrutura de transporte e turismo do litoral catarinense.
Primeira fase
A etapa inicial — que envolve o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e uma série de estudos adicionais, como análises geotécnicas, hidrológicas e de custos — tem previsão de ser finalizada em até seis meses. O EVTEA deverá custar R$ 2,5 milhões.
Para viabilizar a obra, a prefeitura estima investir mais de R$ 100 milhões, valor já contemplado no plano de governo destinado à melhoria da infraestrutura, utilizando recursos da outorga onerosa.
Projeto
De acordo com o Instituto Mais Itajaí, o projeto completo prevê a construção de uma nova via arterial composta por:
• Três faixas de circulação em cada sentido;
• Ciclovia e calçadas acessíveis;
• Iluminação pública em LED, além de mobiliário urbano contemporâneo.
Para assegurar maior fluidez e segurança, a proposta também contempla paisagismo e rotatórias com travessias adequadas para pedestres e ciclistas.
O traçado final será definido a partir de estudos técnicos de alta precisão. Para isso, o Instituto contratou uma empresa espanhola especializada, que realizará análises de fluxo viário com base em dados de telefonia móvel, permitindo simular com fidelidade os impactos da nova conexão. O Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA) ficará a cargo da Acquaplan, garantindo que o empreendimento avance de forma sustentável.
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Concluído o projeto executivo, sua entrega ao Município será seguida da fase de licitação e execução da obra pela prefeitura de Itajaí.
Fonte
Fábio Inthurn é presidente do Instituto Mais Itajaí.
Contato
Instituto Mais Itajaí - redacao5@rotascomunicacao.com.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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Aditivos cristalizantes aumentam a durabilidade de estruturas submersas
A Barragem de Jucazinho, no Agreste de Pernambuco, passou por obras de recuperação após a identificação de fissuras em sua estrutura de concreto. Para reforçar a durabilidade e estanqueidade,foram aplicados produtos cristalizantes.
Inaugurada em 1998, é o maior reservatório do Estado, responsável pelo abastecimento de cerca de 800 mil pessoas em 15 municípios. Em 2016, enfrentou a pior seca em seis décadas, que a deixou praticamente seca. Esse processo fez com que ela entrasse em colapso. No momento de cheia, essa estrutura poderia se romper, representando risco para a cidade vizinha de Surubim. "As fissuras foram encontradas na estrutura da barragem durante as inspeções. A barragem realmente precisa de um extenso reparo e renovação", disse, na época, Roberto Tavares, presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).
O Departamento Nacional de Armazenamento de Água (DNOCS) fez um estudo e aplicou alguns produtos para selar as fissuras e reduzir a permeabilidade da superfície. Para selar 6 mil metros de juntas de concreto, foi usada resina de poliuretano flexível. Uma argamassa cimentícia modificada por polímero foi aplicada em mais de 20 mil m² das paredes da barragem, com uma espessura de 2 cm. Um aditivo redutor de permeabilidade por cristalização integral foi adicionado ao concreto projetado para melhorar o desempenho e minimizar a permeabilidade das galerias de drenagem.

Crédito: Departamento Nacional de Armazenamento de Água (DNOCS)
Uso de cristalizantes em estruturas submersas
O uso de cristalizantes vêm sendo empregado em diversas obras que contam com estruturas de concreto submersas.
Em entrevista ao Massa Cinzenta, Jair Schwanck Esteves, coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras, destacou que a utilização do cristalizante é fundamental para uma estrutura como a laje de subpressão, pois, em conjunto com os ligantes previamente dimensionados, resiste a altas pressões hidrostáticas, possui capacidade de autocicatrização de fissuras até 0,4 mm, resiste a ataques químicos, reduz a penetração de cloretos e protege contra sulfatos.
O mesmo pode ser visto em piscinas de ondas de concreto. O empreendimento BSC Aretê Búzios, que terá uma piscina de ondas, também empregou aditivos cristalizantes. Carlos Britez, um dos responsáveis pela construção do empreendimento e sócio-diretor na Britez Consultoria, destacou o uso de cristalizante, compensador de retração, sílica e estabilizador, para reduzir ao máximo as chances de não conformidades.
A obra do túnel Santos-Guarujá também deverá usar cristalizantes nos pré-moldados do túnel imerso. De acordo com a Penetron Brasil, trata-se de um aditivo para impermeabilização por cristalização integral autocicatrizante, adicionado diretamente ao concreto durante a produção nas docas secas. “O sistema funciona a partir de compostos químicos ativos que reagem com a umidade do concreto fresco e com os produtos da hidratação do cimento, formando uma estrutura cristalina insolúvel nos poros e capilares. Essa cristalização torna o concreto permanentemente selado contra a penetração de água e outros líquidos, mantendo-se ativa durante toda a vida útil da estrutura”, informa a empresa.
Fontes
Departamento Nacional de Armazenamento de Água (DNOCS).
Jair Schwanck Esteves é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), pós-graduado em Auditoria, Avaliações e Perícias em Engenharia (IPOG) e coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras.
Carlos Britez é sócio-diretor na Britez Consultoria.
Contatos
comunicacao@dnocs.gov.br
jair.esteves@concrebras.com.br
carlos.britez@concretophd.com.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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Déficit habitacional demonstra que Programa Minha Casa, Minha Vida enfrenta o desafio de atender quem mais precisa de moradia
O Brasil ainda enfrenta um déficit de cerca de 6 milhões de moradias, sendo que quase 90% estão concentradas nas faixas 1 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), justamente aquelas voltadas às famílias de menor renda. No Paraná, o cenário não é diferente: cerca de 491 mil famílias ainda vivem sem moradia adequada, segundo a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). “É um número alarmante que exige uma resposta coordenada entre o poder público e a indústria da construção”, afirma Mariana Basso Boaretto, vice-presidente de Habitação de Interesse Social do Sinduscon Paraná. Em Curitiba, o déficit ultrapassa 90 mil moradias, o que, segundo ela, demanda soluções de adensamento e planejamento urbano focado em habitação de interesse social.
O MCMV continua sendo o principal impulsionador de redução do déficit habitacional no país. “O programa atua como a principal alavanca de demanda e oferta para a moradia popular, ao combinar recursos públicos, subsídios e condições de crédito diferenciadas”, explica Anderson Lopes Morais, diretor comercial da BRZ Empreendimentos.
Ele destaca que a ampliação dos limites de renda e a redução das taxas de financiamento reativaram famílias que estavam com a demanda reprimida, gerando escala para as construtoras. “As empresas precisam redesenhar seus portfólios de produtos para aproveitar as novas regras da política de crédito. Isso inclui localização, padrão construtivo, faixa de preço e velocidade de execução”, acrescenta.
A nova Faixa 4, voltada para famílias com renda de até R$ 12 mil e imóveis de até R$ 500 mil, abriu espaço para a classe média, com juros mais baixos, em torno de 10% ao ano. Apesar de positiva, essa ampliação cobre apenas 3,5% do déficit habitacional nacional, o que indica que os principais desafios continuam entre as faixas mais baixas.
Inovação e eficiência como caminhos de avanço
A industrialização da construção é apontada como uma das principais soluções para melhorar os resultados do programa. “Sistemas como paredes de concreto reduzem tempo de obra, necessidade de mão de obra e garantem maior controle de qualidade”, afirma Mariana.

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Essas tecnologias reduzem retrabalho e permitem incorporar conceitos de sustentabilidade, como eficiência energética e hídrica, alinhados com as diretrizes do MCMV. Na visão de Anderson Morais, a padronização e a eficiência construtiva são fundamentais para entregar mais unidades com o mesmo investimento. “Quando otimizamos o projeto e organizamos bem a obra, ganhamos em tempo e custo, o que significa mais apartamentos entregues e mais famílias atendidas”, afirma.
Ele ressalta ainda que o equilíbrio entre ritmo de vendas e execução das obras é determinante para a saúde financeira dos projetos. “Manter o ritmo das vendas alinhado com o avanço das obras garante estabilidade para o cliente e previsibilidade para o empreendimento”, explica.
O desafio da localização e do acesso
A escolha dos terrenos é outro fator crítico para o sucesso do programa. “Quando o projeto nasce em um lugar bem localizado, com acesso a transporte, escola e serviços, a vida do morador melhora e o entorno se desenvolve urbanística e economicamente”, observa Morais.
No entanto, nas grandes cidades, o custo do terreno é um dos principais entraves. “Em Curitiba, o valor elevado do solo tem dificultado o avanço do MCMV, mesmo com os subsídios”, alerta Mariana. Ela defende que a administração municipal deve revisar parâmetros urbanísticos para permitir empreendimentos de habitação de interesse social em áreas urbanas bem localizadas. “Isso reduz tempo e gasto com deslocamentos e permite o uso de infraestrutura já existente, o que também diminui a necessidade de novos investimentos públicos”, acrescenta.
A importância da parceria público-privada
A experiência do Sinduscon Paraná com programas estaduais e municipais mostra que a articulação entre poder público e setor privado é decisiva. O Programa Casa Fácil Paraná, por exemplo, ampliou os subsídios para famílias que não conseguiam arcar com o valor de entrada. “Foi um triplo sucesso: social, econômico e de representatividade para o setor”, afirma.
Para o futuro, o desafio é garantir previsibilidade e sustentabilidade financeira. “Quando o financiamento, a eficiência e as políticas públicas caminham juntos, conseguimos ampliar o acesso à moradia digna de forma sustentável”, conclui Morais.
Entrevistados
Mariana Basso Boaretto é vice-presidente de Habitação de Interesse Social do Sinduscon PR.
Anderson Lopes Morais é graduado em Direito pela Faculdade Unifenas, pós-graduado em Direito Ambiental pela PUC Minas, e especialista em Incorporação Imobiliária e Convenção de Condomínio. Atualmente é diretor comercial da BRZ Empreendimentos.
Contatos:
fabiane.ribas@sindusconpr.com.br (Assessoria de Imprensa)
brz@nbpress.com.br (Assessoria de Imprensa)
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Ana Carvalho
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