Home resort em Florianópolis adota estrutura off-site na construção

No bairro Novo Campeche, em Florianópolis (SC), está sendo erguido o primeiro empreendimento da região a adotar estrutura off-site. O home resort Makai Beachfront, da OAD Incorporações, está sendo construído em um sistema híbrido, com a estrutura industrializada desenvolvida em pré-fabricados de concreto.

O Makai Beachfront está sendo desenvolvido como um home resort com 63 mil metros quadrados, distribuído em cinco blocos e um total de 406 unidades. O projeto une o conforto residencial às conveniências de um resort, oferecendo 49 coberturas no ático e 357 apartamentos, entre estúdios e duplex.

O projeto também incluirá 32 unidades comerciais no térreo, integradas a uma praça boulevard e a um street mall abertos a moradores, turistas e à comunidade local. A área de convivência reunirá opções de gastronomia, comércio e serviços, enquanto a praça oferecerá acesso direto à praia do Novo Campeche.

No caso do Makai Beachfront, a superestrutura do empreendimento é em off-site e começou a ser montada em dezembro de 2024, enquanto o restante das obras ocorre no modelo convencional. Em outubro de 2025, está sendo realizada a etapa da concretagem, segundo o grupo OAD. 

Como é o uso de pré-fabricados?

De acordo com a OAD, a obra do Makai adota um sistema construtivo híbrido — uma abordagem inovadora que integra diversos materiais para oferecer uma solução única e eficiente às edificações. A estrutura off-site é desenvolvida pela Cassol Pré-Fabricados.

Segundo a Cassol Pré-Fabricados, na construção off-site, elementos estruturais como vigas, pilares e painéis são produzidos em ambiente fabril e posteriormente levados ao canteiro de obras para a montagem. Assim, os profissionais em campo passam a atuar principalmente na etapa de montagem, seguindo as especificações do projeto.

Felipe Cassol, então diretor superintendente e CEO da Cassol Pré-Fabricados, destaca que o concreto pré-moldado já oferece ganhos claros, como a redução de resíduos, maior durabilidade e possibilidade de reuso dos elementos.

Desafios da industrialização

Para Felipe Cassol, hoje um dos desafios da industrialização no Brasil é a questão tributária. “Temos uma barreira importante que é o ICMS, hoje se você compra um elemento industrializado, há a incidência deste imposto. Não há uma isonomia tributária. O Brasil tem uma cultura de geração de emprego, então a partir das décadas de 70/80, era uma iniciativa do governo federal estimular a construção in loco. A partir de 2020, há uma escassez de mão de obra, que está pressionando o governo para que junto da reforma tributária possa incentivar este sistema”, comentou durante o Rio Construção Summit 2025.

A obra do Makai Beachfront adota um sistema construtivo híbrido, integrando diversos materiais para oferecer uma solução eficiente às edificações.
Crédito: OAD Incorporações

Outro desafio importante é de criar um ambiente de mão de obra favorável. “Hoje vivemos um momento decisivo. A industrialização avança, mas ainda enfrentamos um grande desafio: a falta de profissionais qualificados. Precisamos de engenheiros civis preparados para projetar, planejar e gerenciar. Atualmente, há soluções industrializadas em toda a cadeia da construção. O papel do engenheiro civil é essencial — somos responsáveis por transformar ideias em obras viáveis, seguras e sustentáveis. Na industrialização, isso significa pensar desde o início em cada etapa: no projeto, na produção em fábrica, no transporte, na montagem e também na operação dos equipamentos. A inteligência artificial pode nos apoiar no detalhamento e na análise, mas jamais substituirá a criatividade humana”, ressalta Felipe Cassol.

Ainda de acordo com Felipe Cassol, a solução está no aprendizado contínuo, para acompanhar a velocidade da revolução digital, e integração multidisciplinar, unindo engenharia, arquitetura, indústria e gestão em torno de objetivos comuns.

“Mais do que calculistas ou projetistas, precisamos assumir o papel de protagonistas da inovação. É hora de dar nome a esse novo perfil de profissional que o setor demanda: o engenheiro industrializado — e o conceito também se estende ao arquiteto industrializado. Esse é o profissional que compreende toda a cadeia produtiva, projeta com visão de fábrica e de obra, e, ao mesmo tempo, equilibra tecnologia, sustentabilidade e produtividade”, destaca Felipe Cassol.

Obra sustentável

O canteiro de obras do Makai Beachfront conquistou a Certificação Compromisso “Lixo Zero”. Localizado em uma área privilegiada, entre a vegetação litorânea e a areia da praia do Campeche, em Florianópolis (SC), o empreendimento adota uma sólida política de ESG. De acordo com a OAD, a adoção da construção off-site também ajuda na minimização de geração de resíduos.

Além de cumprir rigorosamente todas as normas ambientais voltadas à preservação da natureza, o projeto alia essas práticas à inovação tecnológica — promovendo, entre outras ações, a reciclagem integral dos resíduos gerados na obra. A OAD disponibiliza uma calculadora ecológica em seu site, que apresenta números da preservação. Segundo a ferramenta, 99% dos resíduos foram destinados para reciclagem, 194,07 kg de resíduos orgânicos foram destinados para compostagem e mais de 12 mil bitucas de cigarro foram destinadas para reciclagem. 

Fontes
OAD Incorporações
Felipe Cassol atualmente é diretor de vendas e marketing da Cassol Centerlar, mas atuou como diretor superintendente e CEO da Cassol Pré-Fabricados. 

Contatos
contato@grupooad.com.br
contato@cassol.ind.br 

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Luz que revela o concreto: o poder do síncrotron na engenharia de materiais

Nova fronteira da ciência aplicada à construção civil, o Sirius, uma das fontes de luz síncrotron mais avançadas do mundo, vem revolucionando a pesquisa em materiais de construção. Trata-se de um acelerador de partículas capaz de produzir feixes de luz extremamente brilhantes, com foco e intensidade incomparáveis, revelando estruturas internas com nível de detalhe impossível de ser visto por outros métodos. Funciona como uma espécie de microscópio gigante, que permite investigar a estrutura interna de materiais com precisão inédita.

Durante a palestra “A luz que revela o concreto: novas fronteiras de pesquisas com o síncrotron no Sirius”, realizada durante o Simpósio Paranaense de Patologia, o professor doutor Rafael Dors Sakata, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), apresentou como essa tecnologia está abrindo novos caminhos para a engenharia civil.

“O Sirius permite analisar a estrutura dos materiais em escala atômica. Com ele, conseguimos entender melhor a patologia do concreto, como a degradação e as falhas estruturais que tanto impactam as construções”, explica Sakata.

Um novo olhar sobre o concreto

A principal vantagem do síncrotron é a possibilidade de realizar experimentos in situ, ou seja, observar os fenômenos de degradação em tempo real, enquanto eles acontecem. Essa capacidade de ver o concreto “por dentro” indica avanços significativos no entendimento de reações químicas e físicas que ocorrem ao longo do tempo nas estruturas.

Entre as técnicas disponíveis nas chamadas linhas de luz, Sakata destaca três:

Tomografia por Raios X na linha Mogno, que permite visualizar em 3D a microestrutura interna do concreto;

Difração de Raios X na linha Paineira, usada para estudar a formação e dissolução de compostos minerais durante a hidratação do cimento;

Análises sob condições extremas de pressão e temperatura na linha Ema, capazes de simular ambientes agressivos, como em casos de incêndio.

“Essas técnicas nos ajudam a investigar o concreto de forma detalhada, sem destruí-lo, observando o comportamento de cada componente. É uma ferramenta poderosa para entender processos de degradação e desenvolver materiais mais duráveis”, afirma o pesquisador.

Ciência aplicada à durabilidade das construções

O uso da luz síncrotron é capaz de investigar fenômenos fundamentais para a longevidade das obras. Entre eles, estão a hidratação do cimento, os ataques por sulfatos e cloretos, que levam à corrosão das armaduras, e a reação álcali-sílica, uma das principais causas de fissuras e danos estruturais em barragens, pontes e edificações de grande porte. Com a possibilidade de visualizar esses processos de degradação em níveis microscópicos, contribui no entendimento de como os materiais reagem e se deterioram.

Essas pesquisas, já realizadas em centros de referência internacionais, agora ganham força no Brasil. “Estamos aplicando as mesmas técnicas usadas por grupos de pesquisa de ponta no mundo, mas com a vantagem de ter acesso gratuito ao Sirius, uma instalação brasileira de altíssimo nível”, ressalta Sakata.

Uso da luz síncrotron é capaz de investigar fenômenos fundamentais para a longevidade das obras.
Crédito: Envato

Ele explica que qualquer pesquisador, seja de universidades, centros tecnológicos ou de indústrias, pode submeter um projeto para utilizar as linhas de luz. “O acesso é gratuito, desde que a proposta seja aprovada. Isso democratiza o uso da infraestrutura e impulsiona a inovação no setor da construção”, complementa.

Precisão e velocidade em escala inédita

Além da capacidade de observação microscópica, o síncrotron oferece velocidade e qualidade de análise sem precedentes. Sakata exemplifica. “Um ensaio de difração de raios X (DRX) que levaria cerca de duas horas em um bom laboratório, nós conseguimos realizar em apenas dois minutos no síncrotron, com uma intensidade de sinal bilhões de vezes superior”.

Essa agilidade abre espaço para pesquisas mais complexas e com maior número de variáveis, reduzindo o tempo entre a descoberta científica e sua aplicação prática nas obras. “Estamos falando de um salto gigantesco para a engenharia de materiais no Brasil”, destaca o pesquisador. “Com o síncrotron, conseguimos visualizar transformações que antes eram invisíveis. Isso nos ajuda a melhorar a forma como projetamos e diagnosticamos patologias nos materiais de construção”.

A luz que transforma a engenharia

Entre 2023 e 2025, Sakata participa de três projetos de pesquisa no Sirius, utilizando as linhas de luz Ema, Mogno e Paineira. Os estudos abordam o comportamento do concreto, com foco principalmente em relação às reações de hidratação do cimento, no aproveitamento de resíduos industriais em materiais cimentícios e na análise da porosidade das matrizes cimentícias.

Para o pesquisador, essa é uma oportunidade única de aproximar ciência e engenharia aplicada. “O Sirius representa um divisor de águas. Ele nos permite compreender o concreto em profundidade, enxergar suas fraquezas e, principalmente, desenvolver soluções mais duráveis e sustentáveis para o futuro da construção civil”, conclui.

Entrevistado
Rafael Dors Sakata é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, mestre e doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atualmente é professor adjunto no Departamento Acadêmico de Construção Civil do Campus Curitiba (DACOC-CT) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). 

Contato
rafaelsakata@utfpr.edu.br

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SINAPI faz atualização referente a requadros de parede em obras públicas

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná (Sinduscon-PR) conseguiu que o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) esclarecesse, em seu caderno técnico, como devem ser considerados os serviços de requadros em obras públicas.

Atualização estabelece que requadros em meio de parede, quando não contemplados no projeto, podem ser considerados itens adicionais.
Crédito: Envato

Com o apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a entidade solicitou ao SINAPI que documentasse como os requadros são considerados na sua base de cálculo. 

Carlos Cade, presidente do Sinduscon-PR, destaca que o SINAPI é amplamente utilizado como referência na orçamentação de obras públicas. “Entretanto, as construtoras enfrentam um grande obstáculo: os projetos fornecidos pelos contratantes públicos, em sua maioria, carecem do detalhamento necessário para permitir a identificação e quantificação precisas de determinados serviços na fase de proposta”, explica.

No entanto, sem essa previsão orçamentária ou reconhecimento formal, as empresas eram obrigadas a executar os trabalhos e absorver os custos, gerando prejuízos não previstos. “Essa atualização encerra uma prática injusta e traz mais equilíbrio às contratações”, opina Cade.

Após essa demanda, o SINAPI começou a registrar a questão de maneira explícita. A atualização estabelece que serviços como os requadros em meio de parede, quando não contemplados no projeto, podem ser considerados itens adicionais, possibilitando o reequilíbrio do contrato.

“A clareza nas regras de orçamento entre setor público e privado fortalece o ambiente de negócios, reduzindo o risco e a insegurança jurídica para as construtoras”, destaca Cade.

Exemplo prático

Um exemplo prático dessa situação foi relatado por uma empresa associada ao Sinduscon-PR, contratada para a execução de uma escola pública no Estado do Paraná. “No projeto apresentado constava apenas a indicação de paredes de alvenaria com reboco liso. No entanto, durante a execução, foram identificados inúmeros requadros em meio de parede, não especificados previamente no projeto. Esse tipo de requadro é mais oneroso do que o reboco liso convencional previsto em contrato. Ao solicitar o aditivo correspondente, a resposta da contratante foi negativa, sob a justificativa de que ‘os requadros já estão previstos pelo SINAPI’”, relata Cade.

Atualização do SINAPI

O SINAPI relatou que a contribuição do Sinduscon-PR foi encaminhada para avaliação da Instituição Aferidora, que revisou o texto do Caderno de Massa Única Interna para aprimorar as informações sobre as condições de contorno consideradas para efeitos das composições.  Foram revisados os campos “Critérios de Aferição” das composições do caderno SINAPI-CT-MASSA-UNICA-INTERNA vigente a partir de 09/2025.

A atualização agora faz parte do caderno técnico, no item 6, que destaca os critérios de aferição:

- Para o levantamento dos índices de produtividade, foram considerados os oficiais e os serventes diretamente na execução do serviço;

- O esforço para realização das quinas entre duas paredes foi contemplado na composição;

- Não se considerou a existência de requadros, uma vez que as janelas são faceadas internamente e as portas possuírem batentes com espessura correspondente à da parede.

- Consideram-se os pilares e vigas faceadas nas paredes (sem ressaltos);

- A espessura média real inclui as perdas incorporadas, às quais foram adicionadas as perdas por resíduos gerados. 

Fonte
Carlos Cade é presidente do Sinduscon-PR.

Contato:
imprensa@sindusconpr.com.br

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Marina Pastore – DRT 48378/SP 
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Imóveis seguem como aposta sólida para quem busca segurança e rentabilidade

Diversificar a carteira de investimentos é uma tendência em crescimento no Brasil. Dados da pesquisa O Brasil que Investe, realizada pela B3 em parceria com a Bridge Research, mostram que seis em cada nove perfis de investidores têm intenção de adquirir novos ativos.

Nesse cenário, o mercado imobiliário se consolida como uma das opções mais seguras e atrativas, combinando estabilidade, potencial de valorização e geração de renda passiva. “O brasileiro tem uma relação histórica com o ‘tijolo’. A casa própria e o terreno sempre foram símbolos de segurança”, afirma o consultor financeiro Altemir Farinhas. 

Segundo ele, mesmo com a evolução do mercado financeiro e a chegada de novas opções, o imóvel continua sendo o preferido dos investidores porque oferece uma proteção concreta contra a volatilidade.

Rentabilidade que supera a Selic

Atualização estabelece que requadros em meio de parede, quando não contemplados no projeto, podem ser considerados itens adicionais.
Crédito: Envato

A alta da taxa básica de juros (Selic) nos últimos anos impulsionou a busca por aplicações financeiras de curto prazo. Ainda assim, especialistas afirmam que os imóveis seguem oferecendo retornos competitivos, especialmente quando o investimento é feito de forma estratégica. “O imóvel é um tipo de investimento que, além de liquidez, constrói patrimônio. Mesmo com Selic alta, vemos resultados que superam a taxa básica de juros. Dependendo da tipologia e localização, a rentabilidade média de um imóvel em cinco anos pode facilmente ultrapassar a Selic”, observa Augusto Pereira, professor da pós-graduação em Gestão Estratégica para Incorporação Imobiliária da FAE Business School.

De acordo com ele, imóveis compactos, como os estúdios residenciais, têm apresentado taxas de retorno acima da média, especialmente quando destinados à locação. “Os estúdios que estão sendo entregues hoje estão gerando uma taxa de aluguel muito superior à dos imóveis tradicionais. Esse é o motivo da ‘bolha’ de estúdios: são unidades pequenas, com alto padrão e grande demanda de locatários”, explica o professor.

Imóvel físico ou fundo imobiliário

A escolha entre comprar um imóvel ou investir em fundos imobiliários (FIIs) depende do perfil e do tempo disponível do investidor. Farinhas lembra que quem busca retorno sem precisar lidar com inquilinos, manutenção e burocracia pode optar pelos fundos, que oferecem rendimento mensal e diversificação. “Nos fundos imobiliários, você é dono de uma fração de vários imóveis e recebe como se fosse um aluguel, sem se preocupar com contratos, taxas ou inadimplência”, destaca.

Já quem prefere investir diretamente precisa avaliar se dispõe de tempo e estrutura para gerenciar o patrimônio, especialmente quando há vários imóveis sob sua responsabilidade. 

“Em geral, o aluguel para pessoa jurídica tende a ser mais vantajoso do que o residencial, por gerar menos problemas de inadimplência e desgaste do imóvel”, aponta.

Ele também chama atenção para o aquecimento dos leilões imobiliários, uma alternativa que tem atraído investidores. “Hoje há oportunidades de comprar imóveis com até 40% de desconto. Mesmo com os custos de reforma, é possível ter ganhos de 30% em um ano, algo difícil de obter em outras aplicações”, ressalta Farinhas.

Valorização regional e novas tendências

Cidades litorâneas e polos de desenvolvimento urbano estão entre os destinos mais promissores. “Estamos observando uma valorização média de 12% a 15% em regiões como Itapema (SC) e Vitória (ES), impulsionada pela demanda e pela quantidade de empreendimentos em andamento”, afirma Farinhas.

Já o professor Augusto Pereira reforça que o segredo está em escolher bem o produto e o horizonte de investimento. “Investir em imóveis exige visão de médio e longo prazos. É fundamental analisar o histórico da construtora, a confiabilidade do empreendimento e o potencial de valorização da região. Ciclos imobiliários são longos e requerem planejamento”, alerta.

Ele acrescenta que investidores mais estruturados também podem participar de empreendimentos desde a fase de incorporação, aproveitando tabelas que oferecem descontos e margens iniciais de até 25%. “Em alguns casos, é possível alcançar ganhos de 20% a 25% logo na entrada, além da valorização natural da obra”, explica.

O novo perfil do investidor imobiliário

O avanço da digitalização e o surgimento de novos modelos de moradia têm transformado o perfil do investidor. Jovens profissionais, entre 25 e 35 anos, estão ingressando no mercado com foco em imóveis compactos, próximos de centros comerciais e voltados para locação por temporada ou curta duração. “Essa geração busca praticidade e retorno rápido. Estúdios com áreas compartilhadas, coworking e academia são os preferidos”, observa Farinhas.

Já para quem busca renda passiva e estabilidade, Pereira indica investir em aluguel comercial ou multipropriedade, modelos que oferecem previsibilidade e gestão profissionalizada.

Em comum, ambos os especialistas concordam que o investimento imobiliário continua sendo uma das formas mais consistentes de proteger o patrimônio. “O imóvel traduz segurança. É um ativo real, que valoriza com o tempo e pode gerar renda recorrente. Para quem pensa em longo prazo, é sempre uma boa aposta”, conclui Farinhas.

Entrevistados
Altemir Farinhas é graduado em Administração pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná (FESP), pós-graduado em Administração e Economia pela FAE Business School e MBA em Responsabilidade Social Corporativa pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente, é consultor e palestrante na área de finanças.
Augusto Pereira é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), mestre em Gestão Urbana e doutor em Gestão Urbana pela mesma instituição. Master em Políticas Ambientais e Territoriais pela Sustentabilidade e o Desenvolvimento Local pela Universidade Ferrar (Itália). É professor de Viabilidade Técnica de Produtos Imobiliários da pós-graduação em Gestão Estratégica para Incorporação Imobiliária da FAE Business School.

Contatos
contato@altemirfarinhas.com.br
augusto.pereira@fae.edu

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Ana Carvalho
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 Brasil acompanha expansão global do wellness real estate

O mercado de imóveis voltados ao bem-estar tem sido, de longe, o que mais cresce entre os 11 setores que compõem a economia global de bem-estar — avaliada em cerca de US$ 6,3 trilhões. O segmento mais que dobrou de tamanho, passando de US$ 225 bilhões em 2019 para US$ 548 bilhões em 2024. Para efeito de comparação, o crescimento anual médio da construção global no mesmo período foi de apenas 5,5%, enquanto o de wellness real estate atingiu 19,5% ao ano. Os dados foram divulgados no relatório Build Well To Live Well: The Future, uma revisão completa e aprofundada do estudo original publicado em 2018 sobre o mercado de wellness real estate, feito pela Global Wellness Institute (GWI).

No wellness real state, áreas comuns bem projetadas e tipologias que promovam bem-estar são valorizadas
Crédito: AG7/Divulgação

As regiões com o crescimento anual mais acelerado entre 2019 e 2024 foram: América Latina e Caribe (24%), Oriente Médio e Norte da África (22,6%) e Europa (22,4%). O GWI projeta uma expansão anual de 15,2% nos próximos cinco anos, o que levaria o mercado a alcançar US$ 1,1 trilhão até 2029.

O que é considerado wellness real state?

O Global Wellness Institute (GWI) define wellness real estate como: ambientes construídos projetados, edificados e operados de forma proativa para apoiar a saúde holística dos ocupantes, visitantes e da comunidade.

O GWI apresenta seis princípios para orientar o desenvolvimento de empreendimentos imobiliários voltados ao bem-estar. Eles defendem uma abordagem holística e integrada, que vai desde o planejamento até a operação dos espaços.

Em resumo, o wellness real estate deve:

  1. Ser aplicável a qualquer escala ou tipo de projeto;
  2. Incorporar o bem-estar desde o início, de forma multidimensional;
  3. Ir além de evitar danos, buscando otimizar a saúde dos usuários;
  4. Estimular hábitos ativos e saudáveis;
  5. Integrar o bem-estar à infraestrutura e à gestão contínua;
  6. Promover não apenas o bem-estar individual, mas também o coletivo e comunitário.

Wellness real state no Brasil

De acordo com o relatório do Global Wellness Institute (GWI), em 2024 o Brasil contava com 72 projetos certificados pelos sistemas WELL Building Standard (WELL) e Fitwel — os dois principais selos internacionais voltados especificamente à saúde e ao bem-estar dos ocupantes de edificações.

No cenário global, já são mais de 4.550 projetos certificados por essas plataformas, sendo que 53% das certificações estão concentradas nos Estados Unidos.

Segundo Guilherme Werner, sócio da Brain Inteligência Estratégica, a tendência do wellness se consolidou no pós-pandemia no Brasil. “Durante o período de isolamento, um dos principais motivadores de compra — especialmente entre o público de médio, médio-alto e alto padrão — foi a busca por uma melhora significativa na qualidade de vida. Esse comportamento acabou se enraizando no processo de decisão dessas famílias”, afirma.

Werner destaca ainda que “o desejo por áreas comuns bem projetadas e tipologias que promovam bem-estar, com mais iluminação natural, elementos de biofilia e conforto ambiental, tem se tornado cada vez mais presente no mercado de luxo brasileiro, influenciando fortemente os atuais processos de compra”.

Para Anderson Becker, CEO da ABecker, incorporadora de projetos de loteamentos, condomínios residenciais e industriais, há uma mudança significativa no comportamento do consumidor. “A busca por moradias horizontais principalmente no interior e próximas a destinos de alta valorização está diretamente ligada ao desejo por mais espaço, maior conexão com a natureza e, claro, maior flexibilidade no projeto dos imóveis. Esse movimento reflete um novo padrão de qualidade de vida, especialmente em um cenário pós-pandemia, onde pessoas estão migrando dos centros urbanos. Além disso, a privacidade e o contato com áreas verdes se tornaram ainda mais valorizados. As vendas aceleradas que observamos nos nossos projetos é um reflexo, assim como a valorização. Acreditamos que esse modelo se consolidará como uma das principais tendências do mercado imobiliário nos próximos anos”, afirma. 

Em Curitiba, um lançamento recente baseado neste conceito de wellness real estate tem chamado atenção – o Ícaro Casa-Térrea. “Não há empreendimento urbano no Brasil com essa proporção de bem-estar, amplitude de espaço, qualidade de vida e conforto. É um novo conceito de moradia, uma verdadeira blue zone. Quando falamos de Ícaro, estamos falando de tempo de vida, não em metros quadrados”, destaca Alfredo Gulin Neto, CEO da AG7, responsável pela incorporação. Entre as características principais das unidades, estão a presença de três a cinco suítes em cada uma delas e varandas particulares de até 300 m². O projeto prevê um bosque privativo de 9 mil m², um lago ornamental, piscinas coberta e externa, área de SPA, sauna seca e úmida, haloterapia, brinquedoteca, quadra de beach tênis, academia e sala de pilates, pista de caminhada em volta de todo empreendimento, espaço gourmet, lounge, sala de jogos, espaço de games, coworking, biblioteca e sala de leitura.

Fontes
Guilherme Werner é sócio da Brain Inteligência Estratégica.
Anderson Becker é CEO da ABecker.
Alfredo Gulin Neto é CEO da AG7.

Contatos
Brain Inteligência Estratégica: murilo.sacardi@viracomunicacao.com.br   
ABecker: redacao1@rotascomunicacao.com.br
AG7: erica@azziandco.com

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Limitação do saque-aniversário fortalece o FGTS e impulsiona a construção civil

A partir de 1º de novembro, entram em vigor novas regras para o saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que deve causar impacto a cerca de 21,5 milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário. Uma delas diz respeito à carência. O trabalhador só poderá contratar antecipações nas instituições financeiras 90 dias após a adesão ao saque-aniversário. Até agora, não havia restrições quanto à carência, e 26% dos trabalhadores antecipavam o saque-aniversário nos bancos no mesmo dia da adesão à modalidade.

Novas regras do saque-aniversário marcam o início de uma nova fase de estabilidade para a construção civil
Crédito: Envato

Além disso, o empréstimo passa a ser limitado entre R$ 100 e R$ 500 por parcela, com máximo de cinco parcelas nos próximos 12 meses, totalizando R$ 2,5 mil. Já a partir de novembro de 2026, o limite será reduzido para três parcelas de R$ 100 a R$ 500 a cada saque-aniversário. Até então, não havia um teto de valor. Outra mudança é que o trabalhador poderá contratar apenas uma operação de antecipação por ano. Pela regra anterior, era possível fazer várias operações de crédito anualmente, as chamadas “operações simultâneas”.

As novas regras do saque-aniversário do FGTS, anunciadas pelo governo federal, reacenderam o otimismo no setor da construção civil. A limitação das antecipações e a retomada da função social do Fundo são vistas como medidas fundamentais para garantir a sustentabilidade do sistema e reequilibrar as fontes de financiamento da habitação e da infraestrutura urbana.

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, a mudança é um passo importante para corrigir distorções criadas nos últimos anos. “A CBIC sempre defendeu que o FGTS fosse utilizado para suas funções originais, como salvaguardar o trabalhador em caso de demissão ou doença e financiar habitação, saneamento e mobilidade. Qualquer outro uso fora desses parâmetros acaba descobrindo um santo para cobrir outro”, afirma.

Correia lembra que o saque-aniversário, ao permitir retiradas e antecipações amplas, reduzia a capacidade de investimento do fundo. “Cerca de 75% do dinheiro antecipado ficava com os bancos, e apenas 25% chegavam ao trabalhador. Era uma ilusão achar que isso resolvia o problema do endividamento. Na prática, o FGTS deixava de cumprir seu papel social”, complementa.


Mais previsibilidade e recursos para o setor

Segundo Gustavo Selig, CEO do Grupo Hestia, as mudanças trazem um alívio importante para o setor, que há anos convive com o desafio de manter o fluxo de recursos. “O FGTS é uma das principais fontes de funding da construção civil. Quando parte desse dinheiro é desviada para consumo, o sistema perde força. Com a limitação das antecipações, o Fundo volta a cumprir plenamente seu papel: financiar a casa própria e investir em infraestrutura essencial”, avalia.

De acordo com ele, a medida restabelece o equilíbrio do sistema, favorecendo a previsibilidade e a confiança. “Estamos falando de bilhões de reais que deixam de sair do sistema financeiro e retornam ao propósito original, que é o de fortalecer o financiamento habitacional e urbano. Isso significa mais estabilidade, mais segurança para o investidor e mais condições de planejar empreendimentos de longo prazo”.


Retomada dos lançamentos e geração de empregos

Com o novo cenário, a expectativa é de que as construtoras e incorporadoras retomem o ritmo de lançamentos, especialmente voltados à habitação popular, segmento mais afetado pela escassez de recursos nos últimos anos. “Quando o funding se fortalece, o setor reage de forma imediata. Com um FGTS mais robusto, as empresas ganham fôlego para investir, gerar empregos e impulsionar a economia”, afirma Selig.

O presidente da CBIC compartilha da mesma visão. Para ele, o fortalecimento do FGTS deve repercutir positivamente em toda a cadeia produtiva. “O déficit habitacional no Brasil ainda é expressivo. Direcionar os recursos do Fundo para habitação é uma resposta concreta à necessidade das famílias e um motor para o desenvolvimento econômico e social”, destaca Correia.

Fontes complementares e desafios de funding

Embora o FGTS seja a principal engrenagem do financiamento habitacional, o setor conta hoje com outras alternativas de funding. “Além do FGTS, temos a poupança (SBPE), que é uma das maiores fontes de crédito imobiliário do país; o crédito bancário tradicional, com linhas específicas para construção; e o mercado de capitais, que vem crescendo com os CRIs, LCIs e fundos imobiliários”, explica Selig.

Ele ressalta, porém, que ainda há desafios a serem superados. “O setor precisa de estabilidade regulatória e políticas de longo prazo para planejar com segurança. Também é essencial reduzir a burocracia, ampliar o acesso ao crédito e criar incentivos fiscais para atrair investimentos privados, especialmente em habitação social e saneamento”, alerta.

Para os especialistas, as novas regras do saque-aniversário marcam o início de uma nova fase de estabilidade para a construção civil. A expectativa é que o direcionamento correto dos recursos do FGTS contribua para reaquecer a economia e gerar um ciclo positivo de investimentos. Com mais previsibilidade e recursos assegurados, a construção civil volta a enxergar no Fundo de Garantia o que ele sempre foi: uma ferramenta de proteção ao trabalhador e um instrumento de desenvolvimento para o país.

Fonte
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

Entrevistado
Gustavo Selig é graduado em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), mestre em Administração de Empresas e Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Cofundador e presidente do Grupo Hestia, atua há mais de 30 anos no mercado imobiliário paranaense, liderando projetos que unem tradição, inovação e propósito. Foi representante do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) no Ippuc e presidiu a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) por três gestões consecutivas. É CEO do Grupo Hestia.

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Santa Catarina se firma como polo logístico nacional

Santa Catarina tem ganhado relevância no setor de logística. No segundo trimestre de 2025, o Estado apresentou uma taxa de vacância de 5,5% para condomínios logísticos e industriais - enquanto a média nacional foi de 7,7%. Com relação ao preço pedido, o estado está em R$ 27,16 /m² (quarto maior valor, atrás apenas da Bahia, Paraná e São Paulo) - muito próximo da média nacional de R$ 27,70/m². Os dados são do relatório Binswanger Brazil - Preview 2T2025 - Industrial Brasil.

Ainda de acordo com o mesmo relatório, com relação à absorção líquida dos condomínios logísticos e industriais do Brasil, no segundo trimestre de 2025, duas cidades catarinenses despontam no ranking nacional: Itajaí ocupou a 11ª posição com 41.000 m³, enquanto Governador Celso Ramos ficou na 15ª posição com 20.000 m³. 

Incentivos

O Governo de Santa Catarina tem investido em infraestrutura como incentivo às operações logísticas na região. Em outubro de 2025, foi iniciada a dragagem da Baía da Babitonga. De acordo com o Governo do Estado de Santa Catarina, a obra de R$ 333 milhões prevê o aprofundamento de 14 metros para 16 metros do canal de acesso aos portos de Itapoá e São Francisco do Sul, possibilitando a entrada de navios maiores. Com isso, poderão entrar embarcações com até 366 metros de comprimento. A obra foi viabilizada por meio de uma parceria inédita entre os portos de São Francisco do Sul e Itapoá. 

Em julho, foi inaugurado o novo Complexo Viário de Badenfurt, em Blumenau, obra que deve destravar um importante corredor logístico para Santa Catarina. O empreendimento faz parte da duplicação da BR-470/SC, dividida em quatro lotes, que já atingiu 84% de execução. Com investimento total de R$ 1,58 bilhão, a conclusão completa do projeto está prevista para 2026.

Incentivos econômicos e de infraestrutura têm impulsionado a construção de galpões empresariais em Santa Catarina.
Crédito: Navepark/Embralot

A BR-470 é uma das principais rodovias catarinenses, conectando o oeste e o meio-oeste do estado ao litoral norte, onde se localizam os portos de Itajaí e Navegantes — pontos estratégicos para o escoamento da produção regional. A rodovia é uma das principais vias para o escoamento de cargas destinadas à exportação e importação, com ênfase em grãos, carnes, madeira, móveis e insumos industriais.

“Essa é uma obra importantíssima para o porto de Itajaí, que ficou fechado durante os últimos dois anos do governo anterior e que só nesse semestre já faturou mais do que todo o exercício do ano passado. Essa entrega permite que o porto continue crescendo, pujante, gerando emprego e renda para o nosso povo”, comentou João Paulo Tavares, superintendente do Porto de Itajaí.

Em setembro, foi anunciada uma parceria entre os governos do Paraná e Santa Catarina que prevê a duplicação de 5,3 quilômetros da SC-417, entre a divisa interestadual e o entroncamento com a SC-416, no acesso a Itapoá, onde também está prevista a construção de um viaduto. Esse segmento será executado em pavimento flexível asfáltico, favorecendo o escoamento da produção pelo Porto de Itapoá. Como contrapartida, o governo catarinense ficará responsável por duplicar em concreto a SC-416, ligando o acesso a Itapoá diretamente ao porto.

Galpões logísticos

Os incentivos econômicos e de infraestrutura têm impulsionado a construção de galpões empresariais em Santa Catarina. Um dos destaques da região é o Navepark, novo complexo multissetorial em Navegantes (SC).

Segundo André Reis, diretor comercial do empreendimento, o estado vive um momento de forte expansão. “No primeiro trimestre de 2025, a atividade econômica de Santa Catarina cresceu 7,6%, mais que o dobro da média nacional, de 3,2%. No mercado imobiliário, o estado responde por 65% do VGV vendido de toda a região Sul. Entre março de 2024 e março de 2025, foram lançados R$ 55 bilhões em produtos imobiliários, consolidando Santa Catarina como o segundo maior mercado do país”, destacou.

A localização estratégica é um dos diferenciais apontados pela construtora Embralot. Situada entre os portos de Itajaí e Navegantes e próxima ao Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder, a cidade oferece alta eficiência logística e custos operacionais reduzidos, o que garante contratos mais competitivos e alta taxa de ocupação. “Navegantes é o ponto de conexão ideal entre os principais portos, aeroportos e centros urbanos do Brasil, tornando-se um polo estratégico para investimentos inteligentes”, afirma a empresa.

O Navepark conta com galpões padrão AAA, monitoramento 24 horas com escolta armada, áreas de lazer e contemplação, além de infraestrutura flexível para instalação de empreendimentos industriais e logísticos de diversos portes.

De acordo com Cristian Popeng, diretor de operações do Navepark, o complexo foi projetado para atender diferentes perfis de operação. “São 12 tipologias, com galpões que variam de 1.400 m² a 14.000 m². O projeto inclui pé-direito alto, piso de alta resistência com capacidade ajustável, e um design que favorece a ventilação cruzada, gerando economia de energia e mais sustentabilidade”, explica.

Outras empresas também anunciaram investimento na região. O grupo FLG Brazil, de São Paulo, especializado no desenvolvimento de galpões de alto padrão para operações logísticas e industriais, anunciou investimentos de R$ 500 milhões em Garuva (SC). A LOG CP, uma das principais construtoras e gestoras de galpões logísticos do país, está executando um novo projeto em Joinville (SC), com investimento total de R$ 124 milhões.

Fontes
André Reis é diretor comercial do Navepark.
Cristian Popeng é diretor de operações do Navepark.

Contato
marketing@abcempreendimentos.com.br

Jornalista responsável: 
Marina Pastore – DRT 48378/SP 
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Engenharia que salva vidas: obras hospitalares exigem precisão técnica e atendimento a normas rigorosas

Mais do que levantar paredes, a construção de hospitais exige precisão técnica, sinergia entre normas rigorosas e um propósito claro: garantir a segurança e o bem-estar de quem cuida e de quem é cuidado. Projetar e construir um hospital é um desafio que vai muito além do concreto. Cada metro quadrado planejado pode impactar diretamente na vida de alguém.

Ao contrário de edificações comerciais ou industriais, os empreendimentos da área da saúde exigem um nível de controle técnico e normativo sem paralelo, unindo engenharia, arquitetura e tecnologia com foco na segurança e na funcionalidade. “Em uma sala de tomografia, por exemplo, há emissão de radiação ionizante, prejudicial ao ser humano em grandes quantidades. Por isso, é fundamental a contratação de um projeto de blindagem radiológica adequado e sua execução sem simplificações, garantindo que, ao final, a sala atenda aos testes necessários para emissão de laudos que comprovem a segurança”, explica Ricardo Paulin, engenheiro civil e coordenador de Engenharia do Hospital INC (Instituto de Neurologia de Curitiba).

Enquanto a tomografia exige blindagem contra radiação, a ressonância magnética impõe o desafio oposto: o bloqueio de interferências externas. “Na ressonância, utilizamos uma ‘Gaiola de Faraday’, com placas de aço silício nas paredes e no piso, que impedem a entrada de ondas externas e protegem portadores de marca-passo e outros aparelhos eletrônicos próximos”, detalha Paulin.

Normas que orientam projetos na área da saúde

O rigor técnico nas obras hospitalares é guiado por um conjunto extenso de normas e resoluções. Além das normas básicas da ABNT, como a NBR 6118 (estruturas de concreto), NBR 5410 (instalações elétricas de baixa tensão) e NBR 9050 (acessibilidade), o setor precisa seguir legislações específicas de saúde.

Concreto das bases das máquinas de imagem foi especificado em 30 MPa, garantindo alta resistência e durabilidade
Crédito: Celso Pilati

A principal delas é a RDC nº 50/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece diretrizes para o planejamento físico de estabelecimentos assistenciais de saúde, abrangendo desde fluxos limpos e sujos até requisitos sanitários e de segurança. Somam-se ainda a NBR 7256 (instalações de gases medicinais), a NBR 15848 (climatização hospitalar), as normas de segurança contra incêndio e pânico e a NR-32, que trata da segurança dos trabalhadores da saúde.

“O hospital é um organismo vivo. Cada ambiente precisa ser projetado para garantir condições seguras e controladas, desde o ar que circula nas salas até o revestimento dos pisos, que precisam facilitar a limpeza e reduzir riscos de contaminação”, afirma o engenheiro.

Tecnologia, precisão e logística

O uso de concreto e outros materiais em obras hospitalares apresenta exigências especiais. No caso do Hospital INC, o concreto das bases das máquinas de imagem foi especificado em 30 MPa. Embora seja um concreto comum atualmente, a aplicação nesse caso, exigiu um estudo logístico detalhado para posicionamento e execução, garantindo assim a alta resistência, estabilidade e durabilidade que a obra necessita.

Equipamento de ressonância magnética exige uso de materiais específicos para bloquear interferências externas
Crédito: Celso Pilati

nas salas de tomografia e raio-X, foi utilizada argamassa baritada, que possui em sua composição sulfato de bário, mineral de alta densidade que reduz a porosidade do revestimento, impedindo a fuga de radiação ionizante das salas de exame. “Foram utilizados cerca de 35 m³ de concreto, transportados internamente por caçambas içadas por guindaste. O acesso exigiu abertura na laje de cobertura, o que demandou planejamento logístico e segurança redobrada”, relata Paulin.

Por estar instalada dentro do Park Shopping Barigüi, somando cerca de 1.000 m², entre recepção, áreas de exame, setores técnicos e administrativos, a obra exigiu detalhes mais específicos de construção. O projeto contou com soluções de engenharia de alta complexidade, como o reforço da laje existente — necessário para suportar equipamentos de ressonância de até 4,5 toneladas — e a criação de uma sala acústica com estrutura em madeira, minimizando ruídos que poderiam interferir nas lojas vizinhas do shopping.

Cada etapa dessas obras representa o encontro entre engenharia e cuidado humano. “Mais do que um empreendimento técnico, a construção hospitalar é um trabalho que exige empatia e visão. Cada detalhe, do piso ao teto, precisa estar a serviço da vida”, conclui Ricardo Paulin.

Entrevistado
Ricardo Paulin é graduado em Engenharia Civil pela UniCuritiba, Engenharia de Segurança no Trabalho pela Faculdade Anhangüera, pós-graduado em Perícias e Avaliações pelo IDD e coordenador de Engenharia do Hospital INC (Instituto de Neurologia de Curitiba).

Contato
ricardo.paulin@hospitalinc.com.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Concreto impulsiona avanço da energia eólica offshore

Com ventos constantes e águas rasas na faixa litorânea, o Brasil desponta como um dos países com maior potencial para o desenvolvimento da energia eólica offshore. A combinação entre recursos naturais favoráveis e inovação tecnológica tem colocado o país em posição estratégica para avançar nesse segmento — e o concreto ocupa papel de protagonista nesse movimento.

Segundo Sérgio Azevedo, CEO da Dois A Engenharia, o país reúne condições únicas para a instalação de turbinas em alto-mar.

“A exemplo do que acontece no setor onshore, as jazidas de vento no litoral brasileiro são de excelente qualidade. Não há tanta turbulência, e a constância dos ventos é muito melhor. O Brasil tende a ser um excelente país para a energia offshore, mesmo ela sendo mais cara que a onshore. São coisas distintas, mas temos que encarar como alternativas complementares para a geração de energia — e nos preparar o quanto antes”, afirma.

 A tecnologia Elisa utiliza torres telescópicas de concreto e permite construir grande parte da estrutura em dique seco, reduzindo custos logísticos.
Crédito: Elisa Project | Esteyco

Azevedo destaca que, principalmente no Rio Grande do Norte e no Ceará, as condições geográficas favorecem a implantação de parques eólicos próximos à costa.

“O que encontramos no Brasil são águas rasas, entre três e cinco quilômetros da costa, com profundidade média de 13 a 20 metros. Isso permite que a instalação de uma turbina eólica offshore aqui seja cerca de 40% mais barata do que em qualquer outro lugar do mundo. É um diferencial competitivo que pode fazer com que o custo de geração de energia offshore no país esteja entre os menores do planeta”, sugere.

Tecnologia Elisa e o uso do concreto

A Dois A Engenharia, em parceria com o Senai, vem desenvolvendo protótipos com tecnologia Elisa, sistema que utiliza torres telescópicas de concreto e permite construir grande parte da estrutura em dique seco, no continente — reduzindo a necessidade de operações complexas no mar.

“O grande diferencial do sistema Elisa é que toda a fundação é produzida na terra. Produzimos, concretamos e montamos a torre diretamente na base, ainda em ambiente controlado. Depois, a estrutura flutua até o ponto de instalação e é submersa no local definitivo. Tudo é preparado no continente, dispensando o uso de grandes rebocadores e navios de alto custo”, explica Azevedo.

Esse processo, além de reduzir riscos e custos logísticos, aumenta o conteúdo local, já que depende menos de equipamentos importados, segundo Azevedo.

“O uso do concreto e a execução em dique seco permitem um projeto com muito conteúdo local. Fizemos esse acordo com o Senai justamente para viabilizar um modelo inovador, com dois protótipos sendo construídos próximo ao Porto Ilha, no Rio Grande do Norte.”

A torre telescópica também contribui para a estabilidade e facilita a instalação. Durante o transporte e a montagem, o centro de gravidade é mantido baixo, o que reduz o balanço da estrutura. O sistema pode ser monitorado remotamente, garantindo segurança e precisão em todas as etapas.

“Essa tecnologia dispensa navios de içamento pesado, o que elimina restrições ligadas à disponibilidade e às regras de uso de embarcações estrangeiras. É um avanço essencial para a escalabilidade da próxima geração de turbinas eólicas de grande porte”, acrescenta o executivo.

Perspectivas e desafios

Apesar do potencial, o setor de energias renováveis no Brasil enfrenta desafios conjunturais. Segundo o CEO da Dois A Engenharia, o sistema nacional sofre hoje com superoferta de energia, principalmente pela expansão da geração solar distribuída, e limitações de transmissão entre o Nordeste e as regiões Sul e Sudeste.

“Temos um problema de escoamento. O Brasil desenvolvido, industrializado, está no Sul e no Sudeste, e não conseguimos mandar toda a energia produzida no Nordeste para essas regiões. Isso tem gerado um desequilíbrio enorme no sistema interligado nacional”, pontua Azevedo.

Para ele, a solução passa por incentivar a industrialização no Nordeste e criar alternativas locais de consumo de energia, como data centers, sistemas de armazenamento e projetos híbridos que combinem diferentes fontes de geração.

“O Brasil desenvolveu uma tecnologia de concreto, fundação e execução de parques eólicos que é referência e até copiada em outros países. As fundações de concreto brasileiras são cada vez mais otimizadas, e acreditamos que essa solução é superior às metálicas, especialmente porque permite alcançar alturas maiores, entre 120 e 150 metros, onde estão os ventos de melhor qualidade.”

Na avaliação de Azevedo, a tecnologia 100% em concreto também se adapta melhor às condições locais.

“Para o ambiente salino brasileiro e para as águas rasas do nosso litoral, o concreto é a solução mais adequada. Além disso, os ventos offshore do país têm um fator de capacidade altíssimo, possivelmente entre os melhores do mundo. Isso nos dá confiança de que estamos no caminho certo”, conclui.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=y1HaokUSulw

Fonte
Sérgio Azevedo, CEO da Dois A Engenharia.

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doisaengenhariasociais@gmail.com

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Marina Pastore – DRT 48378/SP 
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 Ultrassom acelera resistência e reduz emissões de CO₂ no concreto

A busca por concretos mais sustentáveis e aumento de produtividade tem levado pesquisadores a explorar novas fronteiras tecnológicas — e uma das mais promissoras vem das ondas sonoras. A aplicação da tecnologia ultrassônica na produção do concreto vem mostrando resultados surpreendentes ao acelerar o ganho de resistência e reduzir a emissão de CO2. É o que mostra o estudo conduzido por Ricardo Couceiro Bento, professor da PUC Minas, que acaba de concluir seu doutorado sobre o tema em parceria com uma startup alemã especializada, a Sonocrete.

Pesquisadores alemães fazem teste de abatimento com concreto ultrassônico. 
Crédito: Sonocrete

“O ultrassom é utilizado para gerar cavitação — a formação e o colapso de microbolhas em uma suspensão líquida. Quando essas bolhas implodem, elas liberam energia suficiente para alterar a microestrutura do cimento”, explica o professor. “Isso cria novas superfícies ativas, favorecendo a hidratação e, consequentemente, o ganho de resistência nas primeiras horas do concreto”, completa Bento.

Pesquisa na Alemanha

A pesquisa começou de forma curiosa. “Vi uma publicação alemã sobre o tema, fui ler e me encantei. Entrei em contato com uma pesquisadora de lá, comecei a estudar por conta própria e, algum tempo depois, fui convidado para participar das pesquisas presenciais”, conta Bento. O projeto envolveu enviar amostras de cimento CP V produzido no Brasil para a Alemanha, onde foram realizados ensaios comparativos entre concretos convencionais, tratados termicamente e tratados com ultrassom.

Como funciona a tecnologia?

O princípio físico é simples, mas os efeitos são intensos. O ultrassom, ao ser aplicado em uma suspensão de cimento e água, provoca microimplosões que geram altas temperaturas e pressões localizadas, produzindo ondas de choque e jatos líquidos. Esse processo fragmenta partículas, ativa superfícies reativas e aumenta os pontos de nucleação, onde se formam os produtos de hidratação responsáveis pela resistência do concreto — principalmente o silicato de cálcio hidratado (CSH).

“O que observamos é que o ultrassom adianta a reação química, sem alterar seu curso. O pico de calor de hidratação acontece mais cedo, e a resistência inicial cresce rapidamente. Isso é essencial para a indústria de pré-fabricados, que depende da desforma rápida das peças”, explica o pesquisador.

 A formação de C-S-H após a mistura com o sistema Sonocrete pode ser claramente observada em comparação a uma amostra não tratada — aqui, duas horas após o início do processo de hidratação.
Crédito: Sonocrete

Resultados: 75% mais resistência em 8 horas

Nos ensaios realizados na Alemanha, o concreto tratado com ultrassom apresentou resistência à compressão 75% maior nas primeiras oito horas, em comparação ao convencional. Após dez horas, o ganho ainda era de 27%. “Isso significa poder desformar mais rápido ou, alternativamente, reduzir o consumo de cimento mantendo o mesmo tempo de produção”, diz Bento.

Aos 28 dias, a resistência final caiu levemente — cerca de 6% inferior à do concreto de referência. “A hipótese é que a hidratação acelerada recobre mais rapidamente as partículas de cimento, o que pode limitar reações posteriores. Mas isso não compromete o desempenho final, considerando que o objetivo é o ganho rápido nas idades iniciais”, explica.

Aplicação industrial e ganhos ambientais

A tecnologia pode ser integrada às plantas de pré-fabricação sem grandes alterações. “É um sistema bypass: parte da água e do cimento é separada e tratada com ultrassom, depois reintegrada à mistura. O equipamento ocupa cerca de 6 m² e tem 5 metros de altura”, detalha o professor. O processo consome de 1,5 a 2 kWh por metro cúbico de concreto — um custo considerado baixo.

Na Alemanha, onde 70% da produção de concreto é pré-fabricada, os resultados já são expressivos. Segundo dados da Sonocrete, é possível alcançar redução de até 30% no consumo de cimento e, consequentemente, nas emissões de CO₂ incorporadas ao produto final. “Em uma planta que produz 35 mil m³ de concreto por ano, isso representa até 3,2 mil toneladas a menos de clínquer consumido”, destaca Bento.

Perspectivas para o Brasil

Embora o custo inicial da tecnologia ainda seja elevado — cerca de duas vezes o valor de uma planta convencional —, o professor acredita que a tendência é de redução conforme o avanço da adoção. “Como toda inovação, começa cara. Mas o potencial de economia de cimento, aumento de produtividade e ganhos ambientais justificam o investimento”, afirma.

O pesquisador também ressalta que a adoção no Brasil deve começar pelo setor de pré-fabricados, mais sensível a ganhos de produtividade. “É perfeitamente viável aqui. A tecnologia está madura e o país tem um potencial enorme de aplicação”, conclui Bento.

Fonte
Ricardo Couceiro Bento é engenheiro civil, projetista de estruturas de concreto armado e fundações, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, Mestrado Profissional em Habitação: Planejamento e Tecnologia pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), e professor da PUC Minas.

Contato
rcbento@engenheiro@gmail.com

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