Com BIM, construção civil incorpora linha de montagem

Crédito: Ontario Construction News
A plataforma BIM (do inglês, Building Information Modeling) vai transformar o canteiro de obras em linha de montagem e reconfigurar a construção imobiliária. Isto já ocorre em países onde a ferramenta está consolidada, e será replicado no Brasil. Quem antevê esse futuro é o engenheiro civil Francisco Pedro Oggi, especialista em projetos com pré-moldados. Recentemente, ele palestrou no 16º seminário sobre tecnologias de sistemas prediais, promovido pelo SindusCon-SP, e mostrou, com uma série de cases, como essa revolução já está em curso.
Com precisão milimétrica, o BIM permite que componentes como instalações elétricas, hidrossanitárias e de telefonia cheguem prontas no local da obra e sejam acopladas na estrutura predial como se conecta um motor ao chassi de um automóvel. “A consequência é que a tecnologia gera economia de tempo, de mão de obra e de recursos incomparáveis”, analisa. O engenheiro civil destaca ainda que a industrialização de componentes de sistemas prediais altera conceitos que estão arraigados nos projetistas e nos construtores. “Essa evolução faz do projetista um pré-construtor e do construtor um montador”, completa.

Crédito: Oldcaste SurePods
Na palestra, o engenheiro civil mostra cases de edifícios em que instalações como banheiros, cozinhas, varandas e áreas de serviço chegam prontas no canteiro de obras. São práticas que estão em curso em países como Canadá, México, Índia, Cingapura e, principalmente, Grã-Bretanha. A startup estatal britânica Homes England deflagrou recentemente o programa MMC (Modern Methods of Construction [modernos métodos de construção]) com o objetivo de construir 1.500 residências na Inglaterra com sistemas baseados na construção industrializada. “Lá, essa política de habitação vem acompanhada de incentivos fiscais, diferentemente do que ocorre no Brasil”, cita Francisco Pedro Oggi.
Não é possível industrializar a construção civil sem o uso do BIM
O engenheiro civil deixa claro que não é possível industrializar a construção civil sem o uso do BIM. No Brasil, a ferramenta está mais disseminada na construção imobiliária. De 2018 para 2020, seu uso deu um salto no segmento. Saiu de 14,8% para 79%, entre as construtoras que a usam integralmente ou parcialmente, de acordo com levantamento da Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC). Nas obras de infraestrutura, é esperado um crescimento na utilização do BIM a partir de 2021, quando entra em vigor a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM (Estratégia BIM BR).
Trata-se de um decreto do governo federal que obriga o uso da ferramenta em projetos que concorram em licitações públicas, seja na esfera municipal, estadual ou federal. A meta da Estratégia BIM BR é aumentar em 10 vezes a implantação do BIM, para que, até 2024, 50% da cadeia produtiva e de suprimentos da construção civil tenha adotado a ferramenta. Atualmente, estima-se que apenas 9,2% do PIB do setor utiliza a modelagem em suas rotinas de trabalho, de acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Veja a palestra sobre novas tecnologias para sistemas prediais
Entrevistado
Reportagem com base na palestra do engenheiro civil Francisco Pedro Oggi, sobre tecnologias de sistemas prediais, promovida pelo SindusCon-SP
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Qualidade da obra passa pela dosagem correta do concreto

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Na Concrete Show Xperience - evento virtual da principal feira brasileira sobre concreto -, o engenheiro civil Rubens Curti repetiu a videoaula sobre “Dosagem do concreto pelo método ABCP”, que já havia apresentado em julho de 2020. Supervisor dos laboratórios em tecnologia de concretos e agregados da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) o engenheiro deixa claro que quanto maiores os cuidados com a proporção dos materiais que constituem o concreto - também conhecido por traço - melhor a qualidade do produto.
A dosagem precisa considerar o tipo de Cimento Portland, os agregados miúdos (areia) e graúdos (pedra brita), a água e novos componentes que passaram a interagir com o concreto, como os aditivos, as fibras e os pigmentos. Também precisa considerar os seguintes requisitos: trabalhabilidade, resistência físico-mecânica, permeabilidade/porosidade, que vão influenciar a durabilidade, condição de exposição e custo. “Esses dados são fundamentais para que se possa realizar uma dosagem adequada do concreto”, relata Curti.
Os esforços mecânicos a que o concreto estará submetido ao longo de sua vida útil também influenciam na dosagem do material. Da mesma forma, a qualidade dos agregados. O ideal é que eles atendam às normas técnicas relacionadas com o concreto, como a ABNT NBR 16697 (Cimento Portland - Requisitos), a ABNT NBR 15900 (Água para amassamento do concreto) e a ABNT NBR 7211 (Agregados para concreto - Especificação). Rubens Curti ressalta ainda que os ensaios em laboratório são igualmente importantes para a dosagem correta do concreto.
Tipo de Cimento Portland também influencia nos cálculos da dosagem
Rubens Curti alerta que todo o concreto precisa ter um desvio padrão mínimo, em função da umidade e do volume dos agregados. Um exemplo: a areia, quando úmida, incha e aumenta seu volume. O tipo de Cimento Portland também influencia nos cálculos da dosagem. Por isso, é importante escolher o Cimento Certo, seguir as especificações do projeto e ter como referências duas normas técnicas: ABNT NBR 6118 (Estruturas de Concreto Armado - Procedimento) e ABNT NBR 12655 (Concreto de Cimento Portland - Preparo, controle, recebimento e aceitação).
Em sua videoaula, Rubens Curti apresenta tabelas práticas para fixar a relação água/cimento (a/c) e o consumo dos agregados miúdos e graúdos, o que torna o método ABCP uma ferramenta prática para a produção de concretos com qualidade. No entanto, ele alerta que são muito importantes os ensaios em laboratório antes de colocar o concreto na obra. Outro detalhe destacado pelo engenheiro é que a metodologia não atende concretos autoadensáveis, concretos de consistência seca, como CCR (Concreto Compactado a Rolo), além de blocos e pisos intertravados. “Esses são concretos com características diferentes”, frisa.
Curti finaliza a videoaula lembrando que existem outros métodos de dosagem, mas o objetivo é único: obter um concreto com qualidade. Ele também ressalta que o uso correto de cada um dos componentes para produzir o material gera economia para a obra e garante melhores níveis de resistência e durabilidade.
Assista à videoaula “Dosagem do concreto pelo método ABCP” (necessário cadastrar)
Acesse pelo canal Concrete Show Xperience
ou pelo ABCPonLINE
Veja a apresentação do engenheiro civil Rubens Curti
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Construir requer diplomacia e código de ética. Saiba por que

Crédito: Banco de Imagens
Principalmente em ambiente urbano, os canteiros de obras estão cercados por vizinhos. O que faz deduzir que, indiretamente, o entorno estará envolvido com a construção. Nem sempre da melhor forma. Barulho, poeira, obstáculos ao trânsito de veículos e pedestres, entre outros componentes, são inexoráveis à obra, mesmo aquelas que utilizam processos industrializados. Para evitar problemas, inclusive com a justiça, o construtor precisa fazer uso da diplomacia e ter um código de ética para alinhar a boa convivência com a vizinhança enquanto a construção estiver em andamento.
Prevenção, canal de comunicação, acordos prévios, planejamento e rotina bem definida do canteiro são medidas que ajudam a evitar transtornos, tanto para quem constrói quanto para quem mora ou trabalha no entorno da obra. Em seu guia de boas práticas, a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) detalha como proceder: “Antes do início da obra, é recomendado informar aos vizinhos sobre o tipo de edificação, os horários de funcionamento do canteiro, períodos e locais de entrada e saída de caminhões etc. Também é importante fornecer os contatos para eventuais reclamações.”
Para o vice-presidente de tecnologia e qualidade do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Carlos Borges, esse canal de comunicação com o entorno da obra deve ser de fácil contato e ágil. “Se for necessário, toque a campainha de cada vizinho e deixe um cartão (com os contatos do responsável pelo relacionamento). Também crie um canal direto de reclamação, para identificar com rapidez os incômodos e traçar um plano de ação para resolver eventuais transtornos”, explica. A orientação, diz, vale para empresas de qualquer tamanho. Se for uma construtora pequena, pelo menos um funcionário deve ser encarregado para essa função”, alerta.
Borges ressalta que os vizinhos devem ser protegidos dos riscos que envolvem a obra. Segundo o dirigente do Secovi-SP, as construtoras têm o dever de alertar o entorno previamente a respeito das fases de obra, dos incômodos que elas podem gerar e negociar os melhores horários para que as atividades ocorram. “Quem não faz isso gasta mais dinheiro, se desgasta mais e tem riscos maiores”, afirma, sugerindo que a construtora use da diplomacia sempre. “Impor pode ser algo péssimo para a imagem da empresa. Hoje, com as redes sociais, algo pequeno se potencializa”, destaca.
Certificações de construções sustentáveis exigem compromisso com o entorno da obra
Atualmente, os próprios códigos de obras da maioria dos municípios brasileiros já estabelecem normas para boas práticas no canteiro. Alguns exigem laudos de vistoria cautelar de vizinhança para autorizar o início da construção. Esses códigos concedem às prefeituras e à justiça, em casos de litígios, meios legais para mediar conflitos dessa natureza. O principal deles está relacionado à perturbação do sossego alheio. Por outro lado, construções que buscam certificações de sustentabilidade, como LEED e Aqua-HQE, devem assumir compromissos com os certificadores para adotar medidas de prevenção contra a poluição sonora e a redução de impactos na atividade construtiva.
Lista dos principais conflitos entre obras e vizinhança
- Cravação de estacas
- Corte de madeira e ferragens
- Entrega de material fora do horário
- Início dos trabalhos antes das 8h ou 9h e encerramento após as 17h ou 18h (dependendo do código de obras do município)
- Excesso de poeira
- Barro espalhado pelas ruas
- Interdição do trânsito para entrada e saída de caminhões
- Entulhos em lugar indevido
- Danos a imóveis vizinhos
- Danos às redes de água, esgoto e energia elétrica
Entrevistado
CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) (via assessorias de imprensa)
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Riscos da atividade profissional na engenharia: como evitar?
Esses riscos, diz o advogado e professor de direito Marcelo Lebre, podem resultar em penalidades disciplinares ou em sanções cíveis e criminais. Para se blindar contra advertências ou punições mais graves, Lebre alerta que é imprescindível conhecer e seguir os regimentos da atividade profissional. Principalmente, ressalta, em uma época em que se convive em uma “sociedade de risco”.
Palestrante na semana paranaense de engenharia, agronomia e geociências (SEPEAG Digital), promovida pelo CREA-PR, o advogado e professor destaca que o termo “sociedade de risco” não foi criado por ele, mas pelo filósofo alemão Ulrich Beck, que em 1986 escreveu livro com título homônimo. Resumidamente, Marcelo Lebre revela que a obra trata da universalização dos riscos. “Ou seja, todos estamos sujeitos a ser vítimas de ato desastroso ou ator de ato desastroso, inclusive no âmbito profissional”, afirma.
Marcelo Lebre relata que esse novo comportamento de uma sociedade em transformação levou a um crescente aumento da judicialização da atividade profissional. No caso da engenharia civil - e todas as demais profissões -, a proteção contra supostas condutas irregulares está no cumprimento das leis, das regras e das normas técnicas. “Regras e normas existem para evitar a judicialização, e não o contrário. A origem do risco está no descumprimento das regras”, frisa.
Análise de risco vira departamento dentro das construtoras
Em sua palestra, o professor e advogado cita um exemplo. “Suponha que em uma construção o engenheiro civil responsável pelo canteiro de obras faz vistas grossas quanto à utilização de EPIs (equipamentos de proteção individual) por parte dos operários. Se ocorrer um acidente fatal, ele pode perder o registro, pagar indenização e responder criminalmente por ter assumido o risco da omissão. Agora, imagine se a falha do engenheiro foi comunicada ao gestor, ao dono da construtora, e esse diz: continue fazendo. Nesse caso, a empresa também responderá de forma direta”, cita.
O mesmo exemplo, complementa Marcelo Lebre, serve para obras que resultam em danos por causa de erros de projeto ou de execução. Por isso, é crescente a preocupação das empresas envolvidas com a engenharia civil quanto à prevenção de riscos. A ponto de a “análise de risco” ter se transformado em departamento dentro das companhias. Hoje, raramente uma obra que envolva grandes recursos e volume considerável de trabalhadores inicia sem que sejam definidas estratégias para minimizar riscos.
Para Marcelo Lebre, isso ocorre por causa da “globalização dos riscos”. “Eles se distribuem de forma não-excludente e ninguém está imune”, finaliza, parafraseando a abertura do livro de Ulrich Beck: “Na modernidade tardia, a produção social de riqueza é acompanhada sistematicamente pela produção social de riscos.”
Veja a palestra do advogado Marcelo Lebre na SEPEAG Digital (a partir de 1h22min)
Acesse a Lei 5.194/1966
Baixe o livro “Sociedade de risco - Rumo a uma outra modernidade”, de Ulrich Beck
Entrevistado
Reportagem com base na palestra do professor de Direito e advogado Marcelo Lebre, durante a semana paranaense de engenharia, agronomia e geociências (SEPEAG Digital), promovida pelo CREA-PR
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Proteção catódica de estruturas de concreto: o que é isso?

Crédito: Banco de Imagens
Estima-se que, anualmente, 5% do PIB da construção civil global seja destinado para o combate a manifestações patológicas no concreto armado, principalmente as causadas por corrosão das armaduras. Para a pesquisadora do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) Adriana de Araújo, esse é um problema cotidiano nas construções. “A corrosão está no nosso dia a dia: nos postes de iluminação, nas calçadas, nas garagens dos edifícios, nas varandas. Por quê? Por falhas de execução, por problemas de manutenção e ou por falta de técnicas de prevenção”, explica a especialista, que desenvolve um amplo estudo sobre as causas dessa patologia, e como combatê-la.
O foco da pesquisa de Adriana de Araújo está concentrado na proteção catódica de estruturas. Segundo ela, essa é umas das 4 técnicas mais utilizadas para proteger a armadura de corrosão. As demais são: substituir a armadura de ferro por aço inoxidável ou aço ao cromo de baixo carbono; interpor barreira com revestimento orgânico na superfície do concreto ou envolvendo a própria armadura, como é o caso da pintura epoxídica, e modificar o meio através de adição de inibidor de corrosão na mistura, que é o procedimento mais utilizado no Brasil.
Quanto à proteção catódica de estruturas, a pesquisadora do IPT ensina que existem dois procedimentos: por corrente impressa ou por corrente galvânica. “As duas técnicas possibilitam mudar a interface da armadura-concreto. Porém, a proteção catódica por corrente impressa é mais utilizada em obras suscetíveis à corrosão por cloretos, e em ambientes expostos à atmosfera marinha. Já a proteção catódica com corrente galvânica utiliza elemento de zinco e aço-carbono e é mais usada em reparos”, relata a especialista, que faz um alerta: “O Brasil está atrasado na edição de normas quanto à corrosão de armaduras em concreto. As normas se apoiam muito na qualidade do concreto e esquecem das armaduras.”
Palavra-chave para evitar problemas com corrosão é passivação da interface armadura-concreto
A proteção catódica de estruturas de concreto não é uma técnica de baixo custo, assim como quase todas as outras que se propõem a combater patologias oriundas de corrosão. O ideal é tomar as medidas preventivas desde a fase de projeto até a execução. Como? Utilizando materiais com especificações corretas, atentar às resistências, ao cobrimento de concreto e ao uso de armaduras adequadas. A palavra-chave para evitar problemas com corrosão é passivação. Trata-se de conseguir manter a interface armadura-concreto com alta alcalinidade (pH entre 12,7 e 13,8). Quando o pH atinge níveis críticos (próximo de 7,5) ocorre o que tecnicamente chama-se de despassivação da armadura. A anomalia é desencadeada, normalmente, por carbonatação ou penetração de íons cloreto na matriz do concreto armado.
Quando a corrosão da armadura ocorre, o dano ao concreto é subsequente. O resultado mais visível é o surgimento de fissuras na parede externa da estrutura. Em situações mais críticas pode acontecer desplacamento. “Esse quadro patológico afeta a funcionalidade e a segurança das estruturas. Usada preventivamente, a proteção catódica conserva a passivação entre a armadura e o concreto”, finaliza Adriana de Araújo.
Veja artigo técnico sobre degradação das estruturas de concreto
Assista ao web seminário sobre proteção catódica de estruturas de concreto (necessário se inscrever)
Entrevistado
Reportagem com base no web seminário “Proteção catódica de estruturas de concreto”, promovido pelo portal AECweb
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Drones-robôs vão ajudar na restauração do Cristo Redentor

Crédito: Santuário Cristo Redentor
A estátua do Cristo Redentor, que em 2021 completa 90 anos, será restaurada com o auxílio da alta tecnologia em favor da engenharia civil. A equipe multidisciplinar que atuará no mapeamento das patologias que afetam a estrutura de concreto armado contará com drones-robôs para detectar danos na obra. Câmeras de alta resolução dos equipamentos têm condições de entregar um amplo diagnóstico aos engenheiros de estruturas, geólogos e arquitetos que estarão envolvidos no restauro da estátua.
Ao todo, 40 profissionais atuarão no retrofit, que precisa ficar pronto antes de 12 de outubro de 2021, quando o Cristo Redentor completará 90 anos. A equipe multidisciplinar conta com pesquisadores de três universidades: UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Também terá o apoio técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Para um diagnóstico minucioso das condições da estrutura do Cristo Redentor, os profissionais envolvidos decidiram que o mapeamento feito pelos drones será realizado em dias chuvosos. “Os detalhes das patologias do concreto presentes no monumento se tornam mais visíveis com a umidade. Dessa forma, todo o levantamento fotográfico será realizado somente em dias chuvosos por drones de alta performance”, explica a arquiteta Cristina Ventura. Nas primeiras investigações, foram detectadas corrosões de armadura no dedo médio direito, na cabeça, na base e no lado esquerdo do corpo da estátua.
Processo de construção da estátua foi semelhante ao de um edifício de 10 pavimentos
A utilização de drones para inspecionar estruturas em lugares pouco acessíveis já é corriqueira em pontes, principalmente as que cortam rios ou vales profundos. No entanto, será a primeira vez que a tecnologia estará à disposição para estudar um monumento. No caso do Cristo Redentor, os robôs poderão indicar também o quanto as descargas atmosféricas danificam a estátua. Com base nas informações, será instalado um sistema de proteção contra relâmpagos. Em média, o Cristo Redentor é atingido por seis raios ao longo de um ano, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O projeto do monumento foi concebido pelo engenheiro civil e arquiteto Heitor da Silva Costa e a execução ficou a cargo do engenheiro civil Heitor Levy, que comandou um canteiro de obras com quase 1.000 trabalhadores. A construção se estendeu de 1926 a 1931. Ao contrário do que se imagina, a estátua não é um maciço de concreto armado. O processo de construção foi semelhante ao de um edifício de 10 pavimentos. Só que em vez de uma fachada com paredes e janelas, ele recebeu a moldura que dá forma ao Cristo Redentor.
A estátua inovou não apenas pela localização em que foi construída, no topo do Corcovado, mas por ter concepções aerodinâmicas inéditas. O monumento foi construído com uma pequena inclinação de 5 graus para frente, próximo da cabeça, para resistir melhor à velocidade do vento, que pode atingir 100 km/h. Com o mesmo propósito, os braços foram projetados com leves inclinações - um é mais comprido que o outro em 60 centímetros. São detalhes que fazem do Cristo Redentor uma complexa obra da engenharia brasileira.
Entrevistado
Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e Santuário Cristo Redentor (via assessoria de imprensa)
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Pré-fabricado permite construir prédio mais barato de Berlim

Crédito: FAR
Em Berlim, na Alemanha, o m2 de um apartamento nos bairros centrais da cidade não custa menos que 5.700 euros, o que equivale a quase 39 mil reais. Já nas regiões mais afastadas da capital alemã, o m2 gira em torno de 3.500 euros, aproximadamente 24,5 mil reais. Trata-se de uma das cidades europeias mais caras para se morar, a ponto de, recentemente, o governo alemão ter determinado o congelamento dos preços dos aluguéis até 2022 ou enquanto durar a pandemia de COVID-19. Estima-se que 85% da população de quase 4 milhões de habitantes de Berlim viva de aluguel. Mas graças ao pré-fabricado de concreto, isso começa a mudar.
Um prédio-protótipo de 6 pavimentos, que pode servir tanto para abrigar escritórios quanto moradias, foi construído ao preço de 1.500 euros o m2, o que equivale a 9.555 reais. A edificação é toda com estruturas pré-fabricadas e o proprietário tem a opção de dividir o espaço com paredes de drywall, seguindo um conjunto de plantas sugeridas pelos arquitetos e projetistas do Studio FAR (Frohn And Rojas). “A pré-fabricação industrial oferece o benefício da construção em série. Isso gera economia de custos e prazos de construção mais curtos. Portanto, atende requisitos importantes para a construção de habitações”, dizem os arquitetos-chefes Marc Frohn e Mario Rojas Toledo.
O edifício foi montado em 6 semanas e concluído em dezembro de 2019. Batizado de Wohnregal, em 2020 passou a concorrer a uma série de prêmios europeus de arquitetura e construção industrializada. O prédio conseguiu o recorde de ser a construção mais rápida e mais barata de Berlim. Todas as suas unidades foram vendidas antecipadamente, cada uma medindo entre 35 m2 e 110 m2. “Com o Wohnregal buscamos o máximo da otimização das estruturas pré-fabricadas e, com isso, mostrar o quanto é econômico utilizar essa tecnologia”, reafirmam os arquitetos.

Crédito: FAR
Construção brutalista com pré-fabricados de concreto se espalha pela Europa
O prédio de Berlim não é o único exemplo de construção brutalista usando pré-fabricados de concreto. O conceito se espalha pela Europa. Em Portugal, no Vale da Cambra - região conhecida como a “Suíça portuguesa” -, um conjunto de casas foi concebido com base em projeto semelhante, idealizado pelo Studio Summary. “O material predominante é o pré-fabricado bruto, sem necessidade de acabamento. Nem no interior nem no exterior das edificações. Isso contribui para a redução de custos e para a supressão de materiais e de mão de obra”, ressalta a arquiteta Inês Vieira Rodrigues, que fez a gestão da obra.

Crédito: Summary
O edifício construído em Berlim e as casas em Portugal concorrem ao Dezeen Awards 2020, um dos mais relevantes prêmios de arquitetura da Europa. Eles competem com o prédio de 100 apartamentos construído em Nantes, na França, para atender o plano de habitação social da cidade. O edifício de 12 pavimentos foi executado em alvenaria estrutural, utilizando blocos de concreto antissísmicos. Os escritórios franceses Tectône e Tact Architectes conceberam o projeto. Os vencedores das várias categorias do Dezeen Awards 2020 serão conhecidos de 23 a 25 de novembro.
Entrevistado
Studio FAR (Frohn And Rojas) (via assessoria de imprensa) e Studio Summary (via assessoria de imprensa)
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Construção civil gera quase 15% das vagas formais no Brasil

Crédito: Agência Brasil
Desde junho de 2020, a construção civil tem sido responsável por gerar quase 15% (14,43%) de todas as vagas formais ofertadas no mercado de trabalho brasileiro. Outro dado relevante é que desde janeiro o setor já ofertou 102.108 empregos com carteira assinada, apesar da pandemia de COVID-19. Estima-se que, se não fosse a retração causada pela doença, a construção civil fecharia o ano empregando 2 milhões e 500 mil trabalhadores.
Atualmente, o volume está em 2 milhões e 269 mil vagas. “O setor não só recuperou as vagas que perdeu de março a maio como já registra saldo superior a 100 mil novas vagas no acumulado do ano, o que demonstra toda a força e importância da indústria da construção no processo de recuperação da economia nacional”, diz a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
Outros medidores de desempenho da construção civil mostram a tendência de que a geração de novas vagas prossiga também em novembro. Um deles é o Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getúlio Vargas, que atingiu 95,2 pontos - o maior desde março de 2014 (96,3). Mais um número relevante é o que avalia a capacidade instalada da indústria da construção. Outubro fechou com 66,1% quanto à atividade de máquinas e equipamentos e 75,9% no que se refere à mão de obra.
Significa dizer que o setor está operando com alta produtividade. Para confirmar o momento positivo, o levantamento da Fundação Getúlio Vargas coincide com as sondagens da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ou seja, a confiança do empresário da construção mantém-se em viés de alta e com números que não eram registrados desde 2012, quando o país tinha dois megaeventos puxando obras (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016) e o programa Minha Casa Minha Vida vivia seu auge.
Capitais da região sudeste lideram em volume de geração de empregos
Em outubro, as capitais que mais empregaram na construção civil foram São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA, Belo Horizonte-MG e Brasília-DF. Já a que menos empregou foi Porto Alegre-RS, seguida de Recife-PE. Segundo a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV e do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), o que explica o crescimento da construção mesmo em período de pandemia é o impulso dado ao mercado imobiliário pelas taxas de juros em níveis historicamente baixos. Outro fator é que as prefeituras decidiram desengavetar obras no 1º semestre de 2020, a fim de estimular a geração de empregos.
Para Renato da Fonseca, gerente-executivo de economia da CNI (Confederação Nacional da Indústria) esse crescimento registrado na construção civil - principalmente no segundo semestre de 2020 - precisa de algumas ações do governo para se tornar sustentável e seguir em 2021. “O alto custo da energia elétrica e o alto custo tributário estão entre eles. São fatores que afetam a agenda de competitividade e que reforçam a necessidade de uma reforma tributária urgente. Se isso for feito, a construção civil tem condições de contribuir fortemente para que o Brasil cresça 2% em 2021”, avalia.
Entrevistado
Ministério da Economia (via assessoria de imprensa), Fundação Getúlio Vargas (via assessoria de imprensa) e Confederação Nacional da Indústria (via assessoria de imprensa)
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Construção modular com paredes de concreto: veja as vantagens

Crédito: BPM Pré-Moldados
Em Santa Catarina, na região de Criciúma-SC, um conjunto habitacional com edifícios T+3 (térreo mais 3 pavimentos) avança em tempo recorde. Em pouco mais de um mês, toda a estrutura de dois prédios consegue ser entregue para a equipe de acabamento finalizar a obra. A velocidade é resultado de tecnologia ainda inovadora no Brasil, apesar de consagrada na Europa, na Ásia e na América do Norte. Trata-se da construção modular com paredes de concreto, que no Brasil tem a BPM Pré-Moldados - cliente da Cimento Itambé - como uma das pioneiras na utilização desse sistema. Na entrevista a seguir, o diretor da empresa, o engenheiro civil Nivaldo de Loyola Richter, explica as vantagens da tecnologia. Confira:

Crédito: BPM Pré-Moldados
O sistema de paredes de concreto que a BPM utiliza pode ser definido como construção modular com paredes de concreto?
Sim, a BPM produz peças planas (paredes e lajes) com modulações estabelecidas em conjunto com o arquiteto e a construtora, buscando sempre a racionalização do projeto, dos custos, dos prazos, da utilização de materiais e da mão de obra.
A obra em que está sendo empregada a tecnologia é um condomínio com edifícios T+3 (térreo mais 3 pavimentos). Para edificações com mais pavimentos ela também pode ser aplicada? Qual o limite de pavimentos?
O sistema de paredes de concreto pré-fabricadas não tem limitação quanto ao número de pavimentos. Porém, deve ser verificado o entorno da edificação para análise dos movimentos das gruas e dos guindastes, e acessos para a montagem da obra.

Crédito: BPM Pré-Moldados
Em relação ao sistema de paredes de concreto que usa fôrmas montadas “in loco”, quais as vantagens da tecnologia utilizada pela BPM?
São inúmeras as vantagens do sistema pré-fabricado. Destacamos algumas:
- Produção em ambiente industrial, permitindo altíssima produtividade e controle de qualidade.
- Atendimento aos cronogramas, pois tem baixa interferência climática na planta industrial.
- Baixa possibilidade de erros de execução, pois trabalha com equipe altamente especializada.
- Alta velocidade de execução da montagem, diminuindo o período de execução em canteiro.

Crédito: BPM Pré-Moldados
Além disso, a BPM Pré-Moldados possui seu próprio sistema de produção de concreto, composto por central de fabricação com misturador planetário, com monitoramento de umidade constante e dosagem de agregados a peso. Isso garante maior homogeneidade da mistura e otimização dos traços de concreto utilizados, assim como maior constância na resistência dos concretos produzidos, fatores fundamentais para a garantia da qualidade e durabilidade.
No Brasil, a construção modular com paredes de concreto ainda é pouco utilizada. Porém, é consagrada na Europa, na Ásia e na América do Norte. A BPM teve parceria com algum outro país para desenvolver a tecnologia?
Temos buscado aperfeiçoamento permanente nas tecnologias de fabricação de pré-fabricados. Para tanto, nossa equipe técnica está em constante contato com profissionais europeus para desenvolvimento técnico. Contamos com várias parcerias da Alemanha, Espanha e Itália no desenvolvimento de nossas soluções.
Comparativamente à alvenaria convencional, qual o ganho de tempo de construção de uma edificação com o sistema usado pela BPM?
O sistema BPM é muito rápido, trazendo ganho expressivo no cronograma da obra. Podemos utilizar o empreendimento de 7 prédios que estamos montando atualmente como exemplo. É possível construir dois prédios em paralelo, montando 1 pavimento de 4 apartamentos por semana, em cada bloco. Dessa forma, conseguimos montar 2 edifícios T+3 (térreo mais 3 pavimentos) em aproximadamente 1 mês, liberando 32 apartamentos para as equipes de instalações e acabamento finalizarem a obra.

Crédito: BPM Pré-Moldados
Quais outras vantagens do sistema podem ser elencadas?
- Redução de patologias em geral.
- Controle de qualidade efetivo também na montagem: precisão dimensional, esquadros, prumadas e níveis perfeitos.
- Velocidade de execução tanto na fabricação quanto na montagem.
- Ausência de resíduos em geral e desperdício no canteiro.
- Redução de mão de obra no canteiro (apenas equipe de montagem).
- Dispensa de uso de madeira na obra.
- Dispensa o uso de reboco.
- Dispensa de escoramento das lajes alveolares protendidas.
- Flexibilidade de posicionamento (ou ausência) de paredes internas.
- Lajes com grandes vãos livres.
- Controle total de materiais evitando roubos e desvios no canteiro.
- Garantia do valor final da obra.
- Possibilidade de atendimento de várias faixas de mercado em função do padrão de acabamento a ser adotado.
Olho - “A velocidade, qualidade e segurança geradas pelo sistema de paredes de concreto é o futuro da construção”
Quanto à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575) principalmente às questões térmicas e acústicas, o sistema cumpre os requisitos?
As paredes de concreto já foram largamente testadas quanto ao atendimento da Norma de Desempenho, sendo que a pré-fabricação incorpora maior controle, velocidade e qualidade na execução. O sistema é respaldado por norma técnica própria, a ABNT NBR 16475:2017 (Painéis de parede de concreto pré-moldado - Requisitos e Procedimentos) que tem por objetivo assegurar todos os requisitos para o melhor desempenho do sistema.
Como a BPM treina suas equipes e qual o ganho, em termos de emprego de mão de obra, na comparação com a construção convencional?
A diferença é enorme. Nas fábricas temos sistemas controlados e automatizados, emprego de mão de obra bem menor, com baixa rotatividade e maior qualificação. Na etapa de montagem utilizamos uma equipe bem reduzida por conta do processo já incorporar boa parte das instalações (embutidas). Também não precisa de reboco e, portanto, temos zero retrabalho. Na obra temos somente conexões pré-determinadas e pequenos ajustes, para somente depois receber as esquadrias, instalações elétricas, gás e hidrossanitárias, revestimentos e pintura.

Crédito: BPM Pré-Moldados
Os sistemas que utilizam paredes de concreto são o futuro da construção, principalmente a voltada para o setor residencial?
Absolutamente, sim. Não é razoável continuar utilizando um sistema que empilha tijolos ou blocos, monta caixaria, escoramento e armaduras no canteiro, e ainda faz aberturas para instalações “in loco”, gerando assim uma infinidade de resíduos e perdas. Também não podemos esperar anos para entrega de obras. A velocidade, qualidade, menor custo e segurança geradas pelo sistema de paredes de concreto é o futuro da construção.
Em termos de custo, o sistema é competitivo?
O sistema é muito competitivo. Reduz drasticamente o prazo da obra, a incidência da mão de obra, a utilização de matérias-primas, incorporando qualidade e durabilidade à obra. Somente a redução do prazo da obra já seria uma grande vantagem, pois representa antecipação de receita e diminuição de custos indiretos e administrativos. A vantagem também é grande para o usuário, que poderá antecipar o uso de sua moradia. Esta é, sem dúvida, a grande inovação para a construção de prédios na atualidade.
Saiba mais sobre o sistema de construção modular com paredes de concreto usado pela BPM Pré-Moldados
Entrevistado
Engenheiro civil Nivaldo de Loyola Richter, diretor da BPM Pré-Moldados.
Contato
bpm@bpm.com.br
www.bpm.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Na China, robôs movimentam prédio de 7,6 mil toneladas
Com o uso de 198 pés robóticos, engenheiros chineses conseguiram movimentar um prédio de 5 pavimentos e pesando 7,6 mil toneladas. A tecnologia evitou a demolição de uma das mais antigas escolas de Xangai, na China. O deslocamento do edifício com o uso de robôs durou 18 dias e o percurso percorrido foi de 61,9 metros. É a primeira vez que equipamentos robóticos são utilizados para essa finalidade. No terreno em que estava o prédio histórico será construído um centro comercial.

Crédito: CGTN
A operação para movimentar a construção começou dia 28 de setembro e terminou em 15 de outubro. A princípio, cogitou-se deslocar o edifício através de trilhos ou arrastando-o puxado por veículos pesados. Porém, a arquitetura do prédio pôs em xeque as duas técnicas. A escola localizada no distrito de Huangpu tem formato em “T” e precisava ser virada para percorrer uma trajetória curva, o que seria impossível fazer deslocando-a sobre trilhos ou guinchando a estrutura.
O engenheiro-chefe do projeto, Lan Wuji, conta que antes que os pés robóticos fossem instalados debaixo da base de concreto da Escola Primária Lagena foi necessária uma operação de engenharia civil minuciosa. “A base foi escavada, até que os pilares fossem atingidos. Tivemos que romper os pilares para permitir a movimentação da base do edifício. Depois dessa etapa, o prédio foi levantado por macacos hidráulicos e as pernas robóticas instaladas em pontos estratégicos e fixadas na base”, relata Lan Wuji.
Movimento arquitetônico emprega alta tecnologia para preservar prédios históricos chineses
No local em que a escola irá ficar, novas sapatas e novos pilares de concreto foram projetados para incorporar os pedaços dos pilares antigos do prédio, e assim dar sustentação à edificação. Além da recuperação estrutural, a equipe de engenheiros civis e arquitetos envolvida com a obra já trabalha no retrofit do prédio. O gerente-geral do projeto, Li Jianfeng, explica por que foi empregada alta tecnologia para preservar a escola construída em 1935. “Há um forte movimento arquitetônico na China para preservar prédios históricos e salvá-los da destruição”, diz.
A rápida modernização da China já causou a implosão de importantes patrimônios arquitetônicos em várias regiões do país. Recentemente, os governos das cidades chinesas mais relevantes aderiram a campanhas de preservação e conservação dessas construções, disponibilizando recursos para o uso de tecnologias avançadas. No caso dos pés robóticos, eles foram desenvolvidos em 2018 pela Shanghai Evolution Shift. De acordo com Li Jianfeng, deslocar o prédio por meio de robôs custou 20% menos do que o uso de trilhos ou de veículos pesados.
Recentemente, os chineses também foram notícia no campo da engenharia, ao construir dois grandes hospitais no prazo de 20 dias na cidade de Wuhan, logo no começo da pandemia de COVID-19. Uma das unidades, com capacidade para 1.000 leitos, entrou em operação em 10 dias, depois que os operários começaram do zero a construção. Outra instalação, com 1.600 leitos, ficou pronta no dobro do tempo: 20 dias.
Assista ao vídeo da operação de deslocamento do prédio chinês, com uso de pés robóticos
Entrevistado
China Global Television Network (CGTN), estatal chinesa de comunicação
Contato
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330







