Ultrarricos e o luxo sob medida: o que esse público espera de empreendimentos imobiliários
De acordo com o relatório The Wealth Report 2025, a população de ultrarricos deve crescer 28,1% até 2029, impulsionando mudanças no mercado imobiliário global. Exemplo disso são construtoras de alto luxo, que oferecem vivências em iates, showroom inspirado na realeza e projetos que unem acabamentos exclusivos, design, exclusividade e legado.

Crédito: Divulgação
Com o crescimento do público de altíssimo poder aquisitivo, construtoras de luxo têm apostado em experiências imersivas para diferenciar seus empreendimentos. No universo dos ultrarricos, adquirir um imóvel vai além da metragem ou da vista privilegiada. Trata-se de um símbolo de pertencimento a um estilo de vida exclusivo.
Ana Carolina Belloni, gestora de marketing da Gessele Empreendimentos, explica que o público ultra high net Worth é formado por investidores e compradores com patrimônio elevadíssimo e desejos cada vez mais refinados. “Esse cliente busca experiências únicas, personalização extrema e excelência em cada detalhe. Ele não quer apenas um apartamento; ele quer um estilo de vida elevado à máxima potência”, afirma.
Os imóveis voltados aos ultrarricos precisam incorporar cinco pilares fundamentais:
Exclusividade: unidades únicas e espaçosas, com privacidade total.
Personalização: liberdade para customizar acabamentos e layouts.
Design com assinatura: móveis e ambientações de grife, curadoria artística e estética refinada.
Conforto e tecnologia: piso aquecido, banheira de imersão, aspiração central, isolamento acústico, vidros laminados com proteção UVA/UVB e sistemas de automação.
Experiências e serviços: ambientes que remetem a hotéis 5 estrelas, spa, concierge, sky lounges e rooftops projetados para eventos de alto padrão.
A era da imersão sensorial
Outro elemento que ganha espaço entre as preferências dos ultrarricos são as experiências imersivas ligadas ao estilo de vida que o imóvel promete. Passeios em iates personalizados, showrooms com identidade olfativa, sonora e tátil, e visitas exclusivas com roteiros sensoriais são exemplos de como o luxo passa a ser sentido e não apenas visto.
A ideia é criar vínculos emocionais antes mesmo da aquisição. O imóvel precisa entregar não só valor patrimonial, mas uma narrativa aspiracional de vida, algo que transcende a ideia de “morar bem” para tocar em aspectos como pertencimento, legado e status global.
“Do aroma no ambiente ao som ambiente e à textura dos acabamentos, tudo é pensado para emocionar. Entregar luxo é, acima de tudo, criar conexões memoráveis com o cliente”, assinala.
Luxo que representa identidade
Entre os ultrarricos, adquirir um empreendimento é uma forma de reafirmar seu lugar no mundo. A propriedade funciona como extensão da personalidade: única, imponente e altamente curada. Isso significa que, cada vez mais, o imóvel precisa funcionar como um cartão de visitas silencioso, com história, requinte e uma estética que una tradição e modernidade.
Exemplo disso é o empreendimento Elizabeth II Royal Home, cujo concreto está sendo fornecido pela Concrebras. Inspirado no Palácio de Sandringham, a obra está localizada em Itapema (SC). Nas unidades de 261 m², o edifício oferece acabamento em mármore, piso aquecido, vidros duplos, isolamento acústico e automação total.

Crédito: Divulgação
Nesse cenário, a arquitetura inspirada em ícones da realeza ou elementos náuticos, por exemplo, têm conquistado esse público por evocarem um imaginário de sofisticação atemporal e liberdade. O empreendimento Charles II Yacht Home by OKEAN representa a união do universo náutico ao luxo verticalizado, tendo garagem náutica para 100 jetskis e rooftop com piscina panorâmica a 180°. “O cliente se sente em um resort exclusivo, com o privilégio da propriedade privada”, diz Ana Carolina.
Imóvel como símbolo de legado
Mais do que conforto ou segurança, o que está em jogo é a construção de um legado. Um empreendimento de altíssimo padrão precisa ser capaz de atravessar gerações mantendo seu valor, não apenas de mercado, mas simbólico.
Por isso, o futuro do mercado imobiliário de luxo passa pela capacidade de traduzir estilo de vida em espaços tangíveis, em imóveis que entreguem não apenas chaves, mas experiências, significado e distinção.
Entrevistada
Ana Carolina Belloni é graduada em Publicidade pela PUC-SP, pós-graduada em Administração de Empresas pela FGV, acumula mais de 18 anos de experiência na área, com atuação estratégica em construção de marca, posicionamento e comunicação voltada ao mercado de luxo. Atualmente, é gestora de marketing da Gessele Empreendimentos.
Contato: gerencia.mkt@gesseleempreendimentos.com.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience
Construsummit 2025 destaca o uso de inteligência artificial
Nos dias 4 e 5 de junho, aconteceu em Florianópolis (SC) o Construsummit 2025, evento de gestão e tecnologia da Indústria da Construção e do Mercado Imobiliário.
O evento reuniu gestores do setor para compartilhar conhecimentos, explorar tendências e impulsionar suas carreiras e negócios.
Inteligência artificial e automação na construção civil
Um dos temas que mais esteve presente no evento foi a aplicação da inteligência artificial na construção civil.
De acordo com Guilherme Quandt, diretor de Estratégia e Mercado do Ecossistema Sienge, esta tecnologia impacta tanto na gestão e no atendimento aos clientes quanto nas decisões da gestão das empresas. “Dentro das organizações, a IA auxilia na automação de processos. Como consequência, isso aumenta a produtividade já que alguns processos que eram manuais se tornam automáticos. A inteligência artificial também é capaz de compilar uma grande quantidade de dados que auxiliam nas decisões estratégicas”, explica Quandt.
Para Cristiano Gregorius, diretor executivo do Ecossistema Sienge, diante dos desafios atuais da indústria da construção, a inteligência artificial deixou de ser uma vantagem competitiva e se tornou um fator essencial para a sobrevivência e o crescimento das empresas do setor.
Um exemplo disso é com relação à escassez de mão de obra na construção civil. Roberta Chicoli, diretora da divisão de Projetos e Obras da Construmarket, destacou como um dos maiores desafios do setor a falta e a dependência de profissionais qualificados. Ela apontou que a adoção de processos automatizados surge como uma alternativa estratégica para enfrentar essa dificuldade, proporcionando maior padronização, rapidez na execução e qualidade superior nos resultados, ao mesmo tempo em que diminui a vulnerabilidade da indústria diante da escassez de especialistas.
Desafios do financiamento para a construção civil
Outro tema debatido durante o evento foi o financiamento para a construção civil. De acordo com Quandt, o grande desafio é que ele é caro e enfrenta pouca oferta no mercado financeiro formal em função da alta dos juros da Selic, atualmente em 14,75% ao ano. Ele cita também a reforma tributária que é um desafio ao setor, mas indica que vai colaborar para uma maior produtividade.

Crédito: Sienge
Durante o evento, foi apresentado o Grua Report – Funding Imobiliário: a bússola do financiamento para pequenas e médias incorporadoras em tempos de escassez de recursos tradicionais.
De acordo com o relatório, “a taxa Selic em patamar elevado reduz a atratividade da poupança e, com menor disponibilidade de recursos, os bancos têm dado preferência a contratos de aquisição de imóveis, que lhes garantem relacionamento com clientes por até 35 anos. Sem a estrutura e as garantias das incorporadoras de porte super grande, pequenos e médios empresários precisam buscar alternativas, como LCIs, CRIs e outras modalidades de crédito. O problema é que estas linhas são mais caras e pressionam as margens de lucro”.
Como solução, o Grua Report aponta que as fontes de funding que trouxeram o mercado imobiliário até aqui não serão as mesmas que nos levarão adiante. “O aumento no custo do crédito, ainda mais em tempos de Selic elevada, é um convite às incorporadoras para lançarem um novo olhar sobre suas próprias estratégias de financiamento. É preciso um foco bastante acertado na viabilidade e na eficiência operacional dos empreendimentos, com a consciência de que os custos de mão de obra e de materiais sofrem pressões constantes. É preciso, ainda, atentar para as oportunidades, como as fintechs que oferecem soluções de crédito baseadas não no histórico da incorporadora junto a instituições financeiras, mas a partir da viabilidade do empreendimento em questão”, recomenda o relatório.
Fontes
Guilherme Quandt é diretor de Estratégia e Mercado do Ecossistema Sienge.
Cristiano Gregorius é diretor executivo do Ecossistema Sienge.
Roberta Chicoli é diretora da Divisão de Projetos e Obras da Construmarket.
Contato: softplan@vcrp.com.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
Vogg Experience
Ponte Joinville: a maior obra de infraestrutura da cidade já avança sobre o rio Cachoeira
Iniciada em maio de 2024, a construção da Ponte Joinville segue em ritmo acelerado. A obra atingiu um marco importante ao alcançar as águas do rio Cachoeira, permitindo o avanço da estrutura a partir das margens. Com previsão de entrega em 24 meses, a ponte deverá estar pronta até maio de 2026, consolidando-se como a maior obra de infraestrutura da história da cidade.
Para construir a ponte em locais de difícil acesso ou com restrições ambientais, como é o caso, optou-se pelo método construtivo cantitravel, técnica que utiliza um equipamento de grande porte, com um guindaste montado sobre estruturas móveis, para construção de pontes. Além disso, o equipamento faz o lançamento do concreto, a cravação da estrutura metálica e escavação das estacas, tanto em solo quanto em rocha.
“Na margem do bairro Boa Vista, o equipamento está cavando as estacas que servirão de base para a grua. Do lado do bairro Adhemar Garcia, as estacas da linha de pilar 14 já estão prontas, e os trabalhos seguem em direção ao rio”, explica Paulo Mendes de Castro, diretor da Secretaria de Infraestrutura Urbana de Joinville.

Crédito: Divulgação/Prefeitura de Joinville
Segundo ele, o uso do sistema cantitravel (construção da estrutura em segmentos, avançando sobre a estrutura já existente), é um dos diferenciais da obra. “Trata-se de uma tecnologia mais comum em obras portuárias, que permite avançar a construção a partir das margens, minimizando os impactos ambientais. Foi essa solução que viabilizou a emissão das licenças pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina.”
O canal navegável sob a ponte terá 80 metros de largura e 9,5 metros de altura, respeitando o fluxo de embarcações no Rio Cachoeira.
Mobilidade para 448 mil moradores
A Ponte Joinville ligará a avenida Alwino Hansen, no bairro Adhemar Garcia, ao sistema viário das ruas São Leopoldo e São Borja, no Boa Vista. Essa nova conexão promete aliviar gargalos históricos no trânsito e integrar regiões com intensa circulação de veículos e transporte público. “A expectativa é que cerca de 65 mil pessoas utilizem a ponte diariamente, impactando diretamente a rotina de quase meio milhão de moradores”, destaca Castro.
Além da ponte em si, o projeto prevê a requalificação de 3,2 km de vias no entorno, o que inclui as ruas São Leopoldo, São Borja e a própria Alwino Hansen.
Concreto e inovação: estrutura pensada para o futuro
No total, serão utilizados 32 mil m³ de concreto e 2 mil toneladas de aço na construção da ponte, que terá 980 metros de extensão e 26 metros de largura. O projeto contempla duas pistas em cada sentido, acostamento, ciclovia e calçada para pedestres, oferecendo segurança e acessibilidade para todos os modais de transporte.
Com investimento robusto, método construtivo moderno e foco em mobilidade sustentável, a Ponte Joinville é símbolo da nova fase de desenvolvimento urbano da maior cidade catarinense. “É uma obra que não apenas conecta bairros, mas que transforma a forma como as pessoas se deslocam em Joinville. É um divisor de águas para a mobilidade da cidade”, conclui Paulo Mendes de Castro. A população acompanha com expectativa os avanços. A cada metro construído, a cidade se aproxima de um futuro com mais fluidez no trânsito, qualidade de vida e integração urbana.
Entrevistado
Paulo Mendes de Castro é engenheiro civil, formado na Universidade Católica de Minas Gerais e pós-graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Possui experiência profissional na construção e operação de rodovias, construção de obras de arte especiais (pontes), terraplenagem, barragem, obras para captação de água, estação de tratamento de água, construção de aterro hidráulico, entre outras. Desde 2021 é diretor na Secretaria de Infraestrutura Urbana da Prefeitura de Joinville, coordenando a construção de obras, como a Ponte Harald Karmann, Ponte Albertinho Bornschein e a Ponte Joinville.
Contato
seinfra.uoe@joinville.sc.gov.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience
Mercado imobiliário resiste à Selic alta e cresce 15% no primeiro trimestre de 2025
Apesar da taxa Selic ainda se manter em patamares elevados, atingindo 14,75% ao ano no início de 2025, o mercado imobiliário surpreendeu ao registrar crescimento de 15% nas vendas e lançamentos de imóveis no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados são da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Outro dado, revelado pela ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), aponta aumento expressivo no volume de lançamentos nos segmentos de médio e alto padrão. Os dados mais recentes do indicador ABRAINC-FIPE mostram um crescimento de 27,8% nos lançamentos no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, e aumento de 12,3% no valor total das vendas.
Essa expansão indica que, embora a Selic tenha impacto direto sobre o custo dos financiamentos imobiliários, outros fatores vêm sustentando o bom desempenho do setor, especialmente nos nichos que menos dependem de crédito bancário.
Classe média é a mais afetada
De acordo com João Teodoro, presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), os efeitos da Selic alta são sentidos de forma desigual dentro do setor. “Os imóveis de luxo praticamente não são afetados pela Selic, porque pouco ou nada dependem de financiamentos. Já a classe média sofre, porque depende do crédito baseado no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), que é diretamente impactado pela taxa Selic”, explica.

Crédito: Envato
Além disso, o cenário se agrava porque o rendimento da poupança fica menos atrativo com a Selic em alta, desviando recursos para investimentos mais rentáveis, como o Tesouro Direto. “Além dos juros altos, há falta de funding para a classe média”, destaca.
Em relação ao funding, a ABRAINC destaca a urgência de ampliar as fontes de financiamento para o setor. Entre as medidas necessárias estão: a criação de uma LCI institucional (Letra de Crédito Imobiliário é um investimento de renda fixa emitido pela CAIXA e que tem como lastro uma carteira de empréstimos imobiliários garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária mantidos pela instituição), o aumento da exigibilidade de aplicação dos recursos da poupança para 70% em crédito imobiliário, a preservação do FGTS e o fim da antecipação do saque-aniversário. É fundamental avançar com uma ampla reforma administrativa e maior controle dos gastos públicos, criando as bases para uma redução estrutural da taxa de juros no país. Somente com responsabilidade fiscal será possível estimular investimentos sustentáveis, ampliar o acesso à moradia e manter o crescimento consistente da construção civil no Brasil”, alerta o presidente da ABRAINC, Luiz França.
Minha Casa, Minha Vida preserva base popular
No segmento de baixa renda, o impacto da Selic é praticamente nulo. Isso porque o programa Minha Casa, Minha Vida oferece subsídios e juros reduzidos, independentemente das oscilações da taxa básica de juros. O resultado é que essa faixa do mercado continua aquecida, sustentada por políticas públicas de incentivo à moradia popular.
Um estudo produzido pelo Instituto Cidades Responsáveis reforça os desafios causados pela Selic alta. Segundo a análise, uma prestação de financiamento que era de R$ 3.966 em 2021 (com a Selic em 5,5%) saltou para R$ 5.425 em 2025. Já a renda mínima exigida para o financiamento subiu de R$ 13.220 para R$ 18.086. O impacto é direto na capacidade de compra da população e na viabilidade de contratos já assinados.
Perspectivas para 2025: cautela e otimismo
Ainda assim, Teodoro acredita que o mercado imobiliário continuará aquecido. “O impacto da Selic na inadimplência dos contratos em curso é quase imperceptível, já que os financiamentos antigos não são atingidos. Mas os novos contratos podem enfrentar dificuldades se os juros permanecerem altos”, afirma.
A ABRAINC também adota um tom otimista para os próximos meses, com expectativa de novos lançamentos e manutenção da demanda nos segmentos mais resilientes ao custo do crédito. Mas alerta: enquanto a Selic não cair, o acesso ao imóvel próprio continuará restrito a faixas específicas da população.
O desempenho positivo do setor no início de 2025 mostra que o mercado imobiliário brasileiro tem capacidade de adaptação. No entanto, a continuidade desse crescimento dependerá do equilíbrio entre política monetária, acesso ao crédito e programas de incentivo à habitação. A Selic, nesse cenário, segue como um fator decisivo para os rumos da construção civil e da realização do sonho da casa própria.
“As perspectivas são otimistas, mesmo em um ambiente de juros elevados. Há uma base sólida para crescimento sustentável, com incorporadoras capitalizadas e uma demanda habitacional consistente. Temos um déficit habitacional superior a 7 milhões de moradias e uma demanda futura que supera 11 milhões de moradias nos próximos 10 anos”, conclui França.
Entrevistados
João Teodoro é graduado em Gestão de Negócios Imobiliários, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV, além de ser advogado civil e trabalhista. Foi fundador e diretor das empresas Teodoro Imóveis Ltda e da Brooklin Construções e Empreendimentos Ltda. Foi presidente do Sindimóveis-PR por três anos e do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci/PR) durante três gestões. Atualmente, é presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci).
Luiz França é presidente da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).
Contatos
silvia@mafer-comunicacao.com.br (Assessoria de Imprensa)
abrainc@abrainc.org.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience
Como promover a segurança no canteiro de obras?
Em maio de 2025, a queda de um elevador de carga deixou três operários mortos na obra de um condomínio residencial no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo. Tratava-se de um elevador de cremalheira, que despencou do 17º andar. O Estado de São Paulo registrou um aumento de 13,9% nos acidentes de trabalho em atividades da construção civil até março de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde.
Até março deste ano, 377 casos foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Em 2024, foram 1.390 casos de acidentes de trabalho no setor.
Normas de segurança para o canteiro de obras
De acordo com Haruo Ishikawa, membro do Conselho Deliberativo do Seconci-SP e vice-presidente de Capital-Trabalho do SindusCon-SP, a NR-18 é a norma que rege a segurança e saúde no trabalho na indústria da construção. “Ela passou por uma importante atualização, que começou com a publicação de uma portaria em 2020. Em 2022, a nova norma já estava em plena vigência. Mas, além da NR-18, há diversas outras normas regulamentadoras que utilizamos para garantir a consistência e a eficácia das ações de segurança no setor da construção civil”, pontua Ishikawa.

Crédito: Envato
Um exemplo é a NR-1, que trata das diretrizes gerais e incluiu, recentemente, aspectos relacionados aos riscos psicossociais. Ishikawa também cita a NR-5, que trata da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –, muito aplicada na construção civil.
“A NR-10, que aborda a segurança em instalações e serviços em eletricidade, é essencial para o setor. Já a NR-12 trata sobre segurança no trabalho com máquinas e equipamentos. Todas essas normas se complementam e estão, de certa forma, interligadas com a NR-18, contribuindo para a construção de um ambiente de trabalho mais seguro”, comenta Ishikawa.
Com relação à integração com às NBRs: Ishikawa explica que quando foi elaborada a nova NR-18, publicada na portaria do dia 10 de fevereiro de 2020, o foco era estabelecer o “o que fazer” para garantir a segurança do trabalhador. Já o “como fazer” — os métodos — foi deixado fora da norma e passou a ser tratado por meio das NBRs.
“A partir daí, começamos a desenvolver normas técnicas complementares. Um exemplo disso é a NBR do guarda-corpo provisório, que veio justamente porque esse é um ponto crítico no canteiro de obras, com muitos acidentes por queda. Muita gente começou a usar redes de proteção em vez de bandejas secundárias. Por isso, desenvolvemos duas NBRs: uma sobre os métodos de ensaio dessas redes (já que antes só havia uma norma estrangeira, da Espanha) e outra sobre a instalação correta das redes de proteção. Vale lembrar que, na nova NR-18, o uso da bandeja secundária deixou de ser obrigatório. Antes, ela era exigida a cada três andares, além da primária no primeiro pavimento. Agora, cabe ao profissional legalmente habilitado — o engenheiro de segurança, por exemplo — decidir a melhor solução técnica. Por isso, a rede de proteção tem sido amplamente adotada. Basta andar por São Paulo e ver que grandes construtoras estão utilizando redes em vez de bandejas. Elas são eficazes tanto para evitar a queda de trabalhadores quanto de materiais”, afirma.
Segurança do maquinário
Para Ishikawa, hoje, um dos maiores problemas enfrentados na construção civil é relacionado à locação e manutenção de equipamentos. “Não dá para dizer que seja o caso do acidente que aconteceu na obra da Raposo Tavares em maio — até porque, até o momento, não foi divulgado nenhum laudo pericial oficial. Tudo que se comenta está na esfera das suposições e do que saiu na imprensa. Mas, analisando situações semelhantes, os acidentes deste tipo geralmente têm duas causas principais: falta de manutenção adequada dos equipamentos; e operação incorreta, muitas vezes por profissionais não treinados o suficiente”, esclarece Ishikawa.
Seja uma grua, uma minigrua ou um elevador tipo cremalheira, todos esses equipamentos precisam de manutenções periódicas, conforme exige a norma. “Quando a empresa locadora não contrata uma assistência técnica confiável para fazer essas manutenções, os riscos aumentam consideravelmente. Infelizmente, isso ainda é comum”, alerta Ishikawa.
Já a operação de máquinas de içamento, como gruas e guindastes, exige operadores qualificados. “Para operar uma grua, o profissional precisa de 88 horas de curso, sendo 40 horas práticas. Já para guindastes, o curso deve ter cerca de 120 horas, com pelo menos 80 horas práticas. Operadores de equipamentos de guindar, em geral, precisam cumprir no mínimo 50% da carga horária em prática. E não podemos esquecer do sinaleiro amarrador, que é fundamental na operação. Ele é o responsável por preparar e sinalizar corretamente o transporte dos materiais — desde a laje até o ponto de destino. É uma das funções mais importantes no uso desses equipamentos”, comenta Ishikawa.
A orientação de Ishikawa para as construtoras é: “ao alugar qualquer equipamento, verifiquem com rigor a procedência da empresa, o histórico de manutenção, a capacitação dos operadores e acompanhem de perto a instalação. Tudo isso faz a diferença entre um canteiro seguro e um cenário de risco”.
Entrevistado
Haruo Ishikawa, membro do Conselho Deliberativo do Seconci-SP e vice-presidente de Capital-Trabalho do SindusCon-SP.
Contato
Assessoria de imprensa Seconci-SP - rafael.marko@seconci-sp.org.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
Vogg Experience
Convenção coletiva de trabalho é assinada em São Paulo

Crédito: Envato
A Convenção Coletiva de Trabalho relativa à data-base de 1º de maio foi assinada pelos residentes do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Yorki Estefan, e do Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo), Antonio de Sousa Ramalho.
De acordo com o documento, os salários iguais ou inferiores a R$ 7.818,84 terão um reajuste de 6%, calculado com base nos valores vigentes em 30 de abril de 2025, com pagamento a partir de 1º de maio de 2025.
Para os salários superiores a R$ 7.818,84, o aumento será de R$ 469,13, também com início de pagamento em 1º de maio de 2025.
“Os reajustes foram dados levando-se também em consideração a necessidade de as remunerações serem atrativas, em face da escassez de mão de obra qualificada do setor”, afirmou Estefan.
A convenção é válida para os trabalhadores das cidades de São Paulo, Itapecerica da Serra, Taboão da Serra, Embu, Embu Guaçu, Franco da Rocha, Mairiporã, Caieiras, Juquitiba, Francisco Morato e São Lourenço da Serra.
Pisos salariais
Os novos pisos salariais para uma jornada mensal de 220 horas são:
- Trabalhadores não qualificados (como serventes, vigias e auxiliares): R$ 2.189,97 mensais (R$ 9,95/hora);
- Meio-oficiais (em processo de qualificação por até 12 meses): R$ 2.427,36 mensais (R$ 11,03/hora);
- Trabalhadores qualificados (pedreiros, carpinteiros, pintores etc.): R$ 2.664,75 mensais (R$ 12,11/hora);
- Profissionais qualificados em montagem de instalações industriais: R$ 3.192,39 mensais (R$ 14,51/hora).
Com relação à alimentação, o valor mínimo do tíquete refeição passa para R$ 31,80, e o vale supermercado para R$ 485,00. O almoço será obrigatório apenas em casos excepcionais mediante acordo, e se este não ocorrer, o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) fará a mediação.
Contribuição Assistencial
As empresas deverão descontar dos salários reajustados de todos os empregados — sindicalizados ou não — uma contribuição assistencial de 3% em maio de 2025 e, de 1% ao mês entre junho de 2025 e abril de 2026, incluindo o 13º salário, limitada ao teto de R$ 46,30 por mês.
Esses valores devem ser repassados ao sindicato profissional até o dia 8 de cada mês, por meio de guias geradas no site do Sintracon-SP.
A primeira parcela de 3% e eventuais valores retroativos poderão ser recolhidos até 8 de junho de 2025.
É garantido ao trabalhador o direito de se opor ao desconto da contribuição.
Fontes
Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo (SindusCon-SP).
Contatos
SindusCon-SP: rmontagnini@sindusconsp.com.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
Vogg Experience
Itapema em alta: mercado imobiliário de luxo atrai paranaenses e impulsiona crescimento da construção civil
Nos últimos cinco anos, Itapema passou por uma transformação urbana que a colocou entre os principais mercados imobiliários do Brasil. De acordo com Rodrigo Passos Silva, presidente do Sinduscon Costa Esmeralda (entidade que representa o setor em Itapema, Porto Belo e Bombinhas), apenas em 2024, a cidade lançou 7,4 mil novas unidades habitacionais — 20,4% do total de Santa Catarina — e movimentou um Valor Geral de Vendas (VGV) superior a R$ 9,2 bilhões. “No comparativo entre 2021 e 2024, o crescimento em VGV vendido foi de quase 70%, o que revela a força do setor”, destaca Silva.
O reflexo mais visível desse avanço está no preço do metro quadrado: Itapema ocupa a segunda colocação no ranking nacional, segundo o índice FipeZap de abril de 2025, com média de R$ 14.026, mais de 50% acima da média nacional, de R$ 9.233. A valorização acumulada dos imóveis na cidade no último ano foi de 11,34%, bem superior ao índice médio do país.
Edificações de alto padrão ganham destaque

Crédito: Divulgação/Edify One
O crescimento de Itapema também é visível na sofisticação dos empreendimentos lançados. Projetos voltados para o segmento de luxo e superluxo dominam o mercado, com coberturas que chegam a R$ 49 milhões, metragens superiores a 900 m² e forte apelo tecnológico, sustentável e de bem-estar.
Um dos maiores símbolos desse novo momento é o Edify One, empreendimento de alto padrão à beira-mar, com 60 unidades residenciais que variam de 264 m² a 966 m². Com VGV estimado em R$ 600 milhões, o projeto destaca-se pela inovação: fachada ventilada para eficiência térmica, inteligência artificial para segurança, sistema BMU para limpeza de fachada e garagem com suporte a carros esportivos e elétricos. A área de lazer soma mais de 2.700 m², incluindo piscina de borda infinita, spa, saunas, academia com vista para o mar e wine room.
Paranaenses entre os principais compradores
A localização estratégica, com fácil acesso para moradores do Sul do Brasil, e o alto padrão dos empreendimentos têm atraído compradores de diferentes regiões, especialmente do Paraná. Dados levantados junto aos cadastros de compradores do Edify One indicam que 20% dos investidores são paranaenses. “Esse público busca liquidez, segurança patrimonial e qualidade de vida. Itapema entrega tudo isso em um único endereço”, afirma Luiz Feitosa, sócio do empreendimento.
Segundo Rodrigo Passos Silva, o perfil dos compradores em Itapema é composto por pessoas de médio e alto poder aquisitivo, muitos deles empresários, jovens casais ou indivíduos em busca de segunda residência. “A experiência do cliente final se tornou um diferencial valorizado pelas construtoras da região”, acrescenta o presidente do Sinduscon Costa Esmeralda.
Construção civil como motor econômico
Além da valorização imobiliária, o setor da construção civil tem sido fundamental para a geração de emprego e renda em Itapema. Em março de 2025, a cidade liderou a criação de vagas no município, mesmo enquanto setores como comércio, indústria e serviços registraram retração. “Estamos entre os maiores arrecadadores de tributos e seguimos avançando, mesmo diante de desafios econômicos”, ressalta Silva.
O cenário confirma: Itapema não apenas cresceu, mas a região se reinventou como vitrine de inovação, luxo e desenvolvimento sustentável. E segue atraindo olhares atentos de investidores de todo o Brasil.
Entrevistados
Rodrigo Passos Silva é administrador de empresas e atua no setor da construção civil com forte presença regional. Associado ao Sinduscon Costa Esmeralda desde 2013, assumiu a presidência da entidade em 2020, onde vem conduzindo uma gestão pautada pelo compromisso com o desenvolvimento sustentável, a qualificação do setor e a valorização dos profissionais da construção.
Luiz Feitosa é formado em Administração de Empresas pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e possui 34 anos de atuação no mercado imobiliário. É sócio da Edify e fundador da Morart Imóveis e da Arteprojeto, empresas que atuam na incorporação e desenvolvimento de projetos de alto padrão em Santa Catarina e no Nordeste.
Contatos
rodrigo@neoprimeempreendimentos.com.br
redacao2@rotascomunicacao.com.br (Assessoria de Imprensa)
Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience
Eventos internacionais debatem o futuro das estruturas no Brasil e no mundo
O XVI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas foi realizado entre os dias 12 e 16 de maio, no Rio de Janeiro. Em 2025, o evento foi enriquecido com a 4ª edição do fib International Symposium on Conceptual Design of Concrete Structures (Simpósio Internacional sobre Projeto Conceitual de Estruturas de Concreto).
XVI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas
O evento tem como objetivo divulgar as grandes obras em andamento, tanto no Brasil quanto no exterior, além de apresentar pesquisas e aplicações recentes e relevantes nas áreas de cálculo, dimensionamento, detalhamento e execução de estruturas.
O XVI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas trouxe temas como projeto, construção, recuperação, reforço e manutenção de pontes, estádios, edifícios, indústrias, metropolitanos, portos, barragens, plataformas offshore, aerogeradores e fundações. Também foram discutidos assuntos como normalização, experimentação, análise e dimensionamento de estruturas de concreto armado e protendido, e materiais avançados.

Crédito: ABCIC
Situação das pontes brasileiras
De acordo com o engenheiro Ricardo Borges Kerr, presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), em geral, o panorama é de desconhecimento e de risco de novos casos, como o da Ponte Juscelino Kubistcheck de Oliveira sobre o Rio Tocantins, que liga os Estados de Tocantins e Maranhão. “Em números aproximados, das 113 mil pontes rodoviárias existentes, apenas 12 mil foram inspecionadas segundo a ABNT/NBR 9452 Inspeção de pontes, viadutos e passarelas e, das inspecionadas, temos cerca de mil pontes com nota técnica entre 2 e 1 de uma escala de 0 a 5. Podemos estimar que temos, aproximadamente, 10 mil pontes com notas técnicas entre 2 e 1. Complicando ainda mais a situação, temos muitas obras com mais de 50 anos de existência e falta de mão de obra especializada para realizar inspeções e eventuais reparos. Precisamos formar técnicos que possam atuar em todo o território nacional (o que é um grande desafio) e tentar gerar recursos, preferencialmente pelos próprios usuários dos sistemas de transporte rodoviário, para fazer frente aos gastos necessários”, informou Kerr.
Um dos cases de novas construções apresentados no evento é o da Ponte Salvador – Itaparica que, segundo Kerr, realmente mostra desafios importantes que a engenharia brasileira é capaz de enfrentar. “A complexidade, a magnitude e as soluções estruturais tornam este empreendimento um novo marco e orgulho da nossa engenharia”, afirma.
fib International Symposium on Conceptual Design of Concrete Structures
O fib International Symposium on Conceptual Design of Concrete Structures é dedicado a expandir os limites do projeto conceitual de estruturas. Trata-se da fase inicial do processo de design, na qual se delineiam, de forma ampla, a função e a forma de uma estrutura. Essa etapa inclui o design de interações, experiências, processos e estratégias, envolvendo a compreensão das necessidades das pessoas e de como atendê-las por meio de produtos, serviços e processos.
"Trata-se de um simpósio sobre conceitos de projeto em sua concepção, aplicáveis a todo tipo de obra, incluindo infraestrutura. O evento se diferencia por reiterar a importância do projeto conceitual das estruturas, etapa fundamental no processo de projeto e na tomada de decisões. Podemos dizer que se trata da combinação entre a experiência, a criatividade, a intuição, a genialidade e a sensibilidade do projetista com a cultura do país ou da região, as restrições técnicas e climáticas do local da obra e as soluções técnicas disponíveis para aquela situação", aponta Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic).

Crédito: Ponte Salvador -Itaparica
Outra característica que diferencia o evento é a união entre projetistas experientes e jovens engenheiros, com o objetivo de compartilhar ideias, informações e vivências, contribuindo para que esses jovens desenvolvam e aprimorem suas habilidades em projeto conceitual, segundo Íria.
“O simpósio teve como objetivo promover um intercâmbio frutífero entre acadêmicos e profissionais de engenharia, arquitetura e outras disciplinas sobre o tema do projeto conceitual de estruturas. O foco esteve nas experiências adquiridas pelos palestrantes durante o processo de projeto. As discussões abordaram como um projeto surge, como as decisões de design são tomadas, como as responsabilidades são distribuídas, como os obstáculos e restrições são enfrentados, como os princípios fundamentais de design são aplicados e de que forma os membros da equipe trocam ideias e experiências”, afirma a presidente da Abcic.
Situação dos projetos conceituais das estruturas no Brasil
O Brasil é reconhecido mundialmente pela excelência da engenharia aplicada, com obras icônicas que são referências globais. “Os engenheiros de projeto no Brasil têm desenvolvido projetos estruturais com soluções interessantes, que estão sendo apresentados em fóruns internacionais, destacando-se pela experiência e criatividade. O conceito é o ponto de partida para o projeto, que será desenvolvido até se chegar a uma solução de engenharia para a obra. Isso significa que sempre é possível evoluir, pois, quanto mais experiência, estudo, conhecimento e interação com outros engenheiros, mais ideias surgem e se traduzem em projetos conceituais bem elaborados”, informa a presidente da Abcic.

Crédito: Eztec - Parque da Cidade
Íria lembra que alguns dos cases apresentados no evento, como o Museu do Amanhã, o Parque da Cidade, o SP Corporate Towers, o Parque Olímpico e o Maracanã, são construções icônicas para a engenharia do concreto não apenas no Brasil, mas também no mundo.
“Todas as obras apresentadas demonstraram a importância do projeto estrutural desde sua fase conceitual, ou seja, de concepção, visando a realização de obras eficientes, seguras, sustentáveis e duráveis. Além disso, essas obras reforçam o desenvolvimento técnico e tecnológico da engenharia brasileira, que traz soluções diferenciadas com o uso de variados sistemas construtivos integrados. O Parque da Cidade, inclusive, foi referenciado no boletim 101 da fib – International Federation for Structural Concrete, recentemente traduzido para o português pela Abcic”, comenta Íria.
Fachadas históricas
Durante o evento, o engenheiro alemão Harald Muller apresentou uma palestra sobre a restauração de fachadas históricas e monumentos tombados. “Ele comentou que é preciso realizar investigações preliminares na edificação, conhecer sua história e seus aspectos arquitetônicos, investigar detalhadamente as causas dos danos e realizar uma análise físico-química do concreto, buscando informações sobre a durabilidade e a vida útil da estrutura. É fundamental entender o processo de deterioração tanto das áreas danificadas quanto das não danificadas. Nesse sentido, é necessário fazer a análise da carbonatação, da corrosão das armaduras e do microclima no entorno do edifício, além da avaliação da resistência à compressão e do módulo de elasticidade. O processo de reparo precisa ser feito com muita cautela para atingir o resultado desejado, que inclui requisitos tecnológicos e visuais — como absorção de água, difusão de CO₂, carbonatação, plasticidade e aderência no estado fresco, além de cor e brilho —, a fim de alcançar o desempenho esperado”, pontua Íria.
Entrevistados
Ricardo Borges Kerr é presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE).
Íria Doniak é presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic).
Contatos
Assessoria de imprensa ABECE: prefixo@prefixocomunicacao.com.br
Assessoria de imprensa Abcic: sylvia@meccanica.com.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
Vogg Experience
BIM Fórum Conference Brasil 2025 debate os rumos da transformação digital
Nos dias 21 e 22 de maio de 2025, em São Paulo, foi realizado o BIM Fórum Conference – Brasil 2025.
De acordo com os organizadores, em 2024, no âmbito das exigências do Roadmap da Estratégia BIM BR, o BIM passou a ser utilizado em novas etapas de obra. Essa realidade representa novos impactos para o setor e uma ampliação dos rumos do BIM no país.
“O BIM Fórum Conference Brasil 2025 surgiu como uma evolução de suas edições anteriores (2023 e 2024), consolidando-se como palco para debater os novos impactos do BIM no contexto da Nova Estratégia BIM BR. Com uma proposta imersiva, o evento trouxe um olhar ampliado para os temas centrais da transformação digital no setor AECO, com eixos temáticos que abordaram desde BIM e inteligência artificial, ao uso da metodologia em projetos de infraestrutura, passando pelo licenciamento digital e pelo openBIM”, informou Rodrigo Koerich, presidente BIM Fórum Brasil.

Crédito: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos
Durante o evento, Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), lembrou que a adoção do BIM é fundamental para o setor se tornar mais competitivo. “É o início de toda uma jornada de transformação, que começa no projeto, passa pelo controle e chega até a execução da obra, com mais eficiência, menos desperdício e mais qualidade”, afirmou.
Avanços da Nova Estratégia BIM BR
O painel “A Nova Estratégia BIM-BR: Desafios e Perspectivas” abordou a sinergia entre a Estratégia BIM BR e as missões estruturantes da NIB — com destaque para a Missão 3 (Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades). O tema foi apresentado por Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo o secretário, o Plano de Trabalho da Nova Estratégia BIM BR está sendo executado por cinco Grupos de Trabalho (GTs), criados por meio de portarias da SDIC e compostos por representantes de diversas instituições públicas e privadas. O plano contempla 60 ações prioritárias, organizadas em três eixos estratégicos:
- Eixo A – Reforçar a capacidade do setor público para implementar o BIM, em conformidade com a Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 14.133/2021), que recomenda o uso preferencial da Modelagem da Informação da Construção em obras públicas.
- Eixo B – Alinhar as políticas educacionais às exigências da transformação digital no setor de Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação (AECO).
- Eixo C – Fomentar investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), com o objetivo de impulsionar o crescimento sustentável da indústria da construção por meio do uso do BIM e de tecnologias correlatas.
Case paranaense: Projetek
Durante o evento, foi apresentado o Escritório de Projetos Executivos de Engenharia e Arquitetura (Projetek), que faz parte dos programas estratégicos do Governo Estadual do Paraná e é conduzido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O painel foi apresentado por Lorreine Vaccari, diretora do Departamento de Gestão da Inovação para Planos, Projetos e Obras da SEIL/PR.
Esta iniciativa une o saber acadêmico à inovação com o objetivo de modernizar obras públicas em pequenos municípios do Paraná. O projeto tem como proposta instalar escritórios acadêmicos nos campi das sete universidades estaduais para desenvolver projetos de engenharia e arquitetura voltados às cidades com até 30 mil habitantes. Essas localidades, muitas vezes, enfrentam a escassez de profissionais qualificados e de recursos para contratar esse tipo de serviço no setor privado.
Com o apoio de bolsistas universitários, todos os projetos são elaborados com a metodologia BIM, que vem transformando a indústria da construção por meio da integração inteligente de dados. Essa abordagem permite o alinhamento entre todas as etapas do projeto – desde os estudos iniciais e o planejamento até a execução da obra –, garantindo maior precisão técnica, menos retrabalho e redução de desperdícios.
Fontes
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti)
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Contatos
imprensa.mdic@mdic.gov.br
ascom@cbic.org.br
editor@secom.pr.gov.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
Vogg Experience
Certificações verdes valorizam empreendimentos e ditam novo padrão na construção civil
A busca por certificações internacionais deixou de ser um diferencial para se tornar uma prática cada vez mais consolidada no setor da construção civil, especialmente em empreendimentos de alto padrão. Ao obter certificações como Leed, Well, Leed Zero, Fitwel e Active Score, as empresas não apenas atestam boas práticas ambientais e de bem-estar, mas também agregam valor aos imóveis e aceleram vendas em um mercado cada vez mais competitivo.
“A certificação é uma régua que mede a qualidade do empreendimento. Ela reconhece quem está entregando mais conforto, eficiência e sustentabilidade do que a média do mercado”, explica Guido Petinelli, CEO da Petinelli Inc., empresa de engenharia referência em performance de edificações no Brasil. Para ele, certificações são como medalhas olímpicas: "quem entrega mais qualidade, sobe no pódio”.
Uma das empresas pioneiras na obtenção de certificações é a Construtora Laguna, de Curitiba (PR), que iniciou esse caminho nos anos 2000, com o Residencial Iguaçu, recebendo o selo Leed Gold. Com isso, a empresa passou a entender todos os benefícios que podia oferecer para os clientes. De forma pioneira, a Laguna associou-se ao International Well Building Institute, passando a integrar um grupo exclusivo de apenas 30 empresas em todo o mundo que possuem vários empreendimentos com características Well.

Crédito: Divulgação/ZAH Empreendimentos
Valorização e diferencial competitivo
Empreendimentos certificados podem alcançar valores por metro quadrado significativamente superiores à média do mercado. É o caso do Amazônia, projeto da ZAH Empreendimentos, em Porto Belo (SC), que se tornou o primeiro residencial do mundo a conquistar simultaneamente as certificações Leed Platinum, Well Platinum e Leed Zero (Energy e Carbon).
Segundo Ricardo Zanella, diretor de conceito da ZAH, o objetivo foi criar um novo paradigma: “Queremos entregar mais do que moradias. Estamos oferecendo qualidade de vida, saúde e um novo olhar sobre o que significa habitar”.
O impacto vai além do apelo sustentável. “A qualidade do ar, da água, o conforto térmico e acústico e a eficiência energética são atributos que influenciam diretamente a saúde dos moradores. E isso tem valor de mercado real”, destaca Petinelli. Ele compara: “Quem compra um apartamento de R$ 7 ou R$ 10 milhões quer garantia de que não vai ter mofo ao voltar de viagem ou que vai dormir bem. Isso é o que os selos internacionais entregam”.
Prática que se espalha
A GT Building, em Curitiba, também apostou na tendência. Seu mais recente projeto, o The Pineyards, recebeu o selo Active Score Platinum, um dos sete edifícios no mundo com essa pontuação. “O certificado reconhece nossa proposta de promover mobilidade ativa, saúde e baixo impacto ambiental desde a concepção do projeto”, afirma Mauricio Fassina, diretor de operações da GT.
Além disso, o empreendimento busca as certificações Fitwel e Edge, com sistemas de reuso de água, eficiência energética de 23% e economia estimada de 155 MWh/ano. A incorporadora também compensará 100% do carbono emitido na obra e investirá na conservação de áreas da Mata Atlântica. O movimento dos green buildings está moldando o futuro da construção, unindo tecnologia, design e sustentabilidade.
“Embora o investimento para a construção do empreendimento seja superior, o ciclo de vida de uma edificação demonstra que esse valor é compensado durante a operação do empreendimento, com retorno ao longo da ocupação e uso do empreendimento, a partir da redução em despesas como energia e água”, assinala Fassina.
Sustentabilidade como ativo financeiro
Engana-se quem vê os certificados como meros adornos para campanhas publicitárias. Eles se tornaram ferramentas de valorização concreta dos ativos imobiliários.
A lógica baseia-se em uma nova mentalidade do consumidor, que prioriza qualidade de vida, desempenho ambiental e conforto. O mercado de luxo já entendeu isso e agora vê surgir uma nova elite de empreendimentos: sustentáveis, saudáveis e altamente desejáveis.
Entrevistados
Guido Petinelli é mestre em arquitetura pela McGil University (Montreal), especialista em Empreendedorismo pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), atua na área de Desenvolvimento de Negócios, com larga experiência nacional e internacional. É fundador e CEO da Petinelli Inc, empresa de engenharia líder no Brasil em desempenho e bem-estar em edificações. Foi premiado com o U.S. Green Building Council (USGBC) Leadership Award em reconhecimento pelas primeiras certificações LEED Zero Energy e LEED Zero Water no mundo. Em 2024, recebeu o Rising Star Award do International WELL Building Institute (IWBI).
Mauricio Fassina é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pós-graduado em Gerenciamento de Obras pela UTFPR. Possui mais de 20 anos de experiência no setor de construção civil, com especialização em incorporação de imóveis de alto padrão, gestão de obras e viabilidade de negócios. Na GT Building é responsável pela gestão técnica e operacional das obras, controle de custos e prazos, e supervisão de viabilidades econômicas para novos projetos.
Ricardo Zanella é empreendedor da construção civil, sócio fundador e diretor de Conceito da ZAH Empreendimentos, atuando há mais de dez anos em Itapema, Santa Catarina.
Contatos
guido@petinelli.com
centralpress@centralpress.com.br (Assessoria de Imprensa)
marina@koicomunicacao.com.br (Assessoria de Imprensa)
Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience