Em 10 anos, Brasil vai precisar de 30 milhões de moradias

Pesquisa encomendada pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) mostra que nos próximos 10 anos o Brasil vai precisar atender uma demanda por 30,7 milhões de moradias. Quase metade (14,4 milhões) será para abrigar famílias com renda entre 3 e 10 salários mínimos. As famílias com renda até 3 salários mínimos vão demandar por 13 milhões de novos domicílios. Já aquelas com mais de 10 salários de renda familiar estimularão a construção de 3,7 milhões de habitações.

Déficit habitacional sofre redução de 1,5% e país carece de 7 milhões e 797 mil moradias. Crédito: Agência Brasil
Déficit habitacional sofre redução de 1,5% e país carece de 7 milhões e 797 mil moradias.
Crédito: Agência Brasil

O estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e coordenado pelo economista Robson Gonçalves, leva em consideração o crescimento da população brasileira e, consequentemente, das famílias até 2030. O levantamento faz projeções a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). A previsão de que o país vai necessitar de 30,7 milhões de moradias está na estimativa de crescimento médio de 3% ao ano na formação de famílias.

O levantamento também revela que, entre 2017 e 2019, o déficit habitacional brasileiro teve redução de 1,5%. O país atualmente carece de 7 milhões e 797 mil unidades contra os 7 milhões e 918 mil de 2017. Para Robson Gonçalves, a construção civil tem papel importante no combate à falta de moradias. “A construção civil fez um excelente trabalho, apesar de todas as dificuldades. A participação do setor no processo de redução e, mais recentemente, de estabilização do déficit de moradias é notável e ganha contornos ainda mais significativos diante da taxa de formação de famílias no Brasil, que é alta”, destaca.

Em uma década e meia, construção de moradias superou formação de novas famílias

Segundo o economista, a queda do déficit habitacional só acontece porque, desde 2004, o volume de construções de moradias tem superado o de formação de famílias. “Se formos observar, nesse período (2004-2019) o crescimento médio do número de domicílios foi da ordem de 5,2% ao ano, enquanto a taxa de formação de famílias chegou a 4,7% ao ano. Então, o desempenho da construção civil é algo bastante significativo do ponto de vista social”, frisa Robson Gonçalves.

O Nordeste foi a região com a maior queda no déficit habitacional. A região passou de um déficit de 2 milhões e 800 mil moradias para 2 milhões e 300 mil. “A queda reflete o efeito das políticas públicas para a expansão de casas populares no país, com foco na redução do déficit para famílias mais pobres. É importante que o Estado brasileiro tenha acesso a esse tipo de informação para seguir subsidiando a construção de habitação popular no país”, afirma o presidente da Abrainc, Luiz Antônio França.

O único dado mais alarmante da pesquisa é que houve crescimento de 2,01% na categoria chamada “ônus excessivo com aluguel”. Significa que famílias sem casa própria, e com renda de até 3 salários mínimos, vêm comprometendo mais de 30% da renda mensal para locar uma moradia. Em 2019, essa situação abrangeu 3 milhões e 345 mil famílias diante de 3 milhões e 279 mil em 2017. Um dos objetivos do Casa Verde e Amarela, que ainda aguarda tramitação no Congresso para ser executado, é atacar esse problema.

Veja os dados completos da pesquisa.

Entrevistado
Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias

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comunicacao@abrainc.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Saiba quais são as gigantes do varejo da construção no Brasil

Três empresas multinacionais, grandes redes de São Paulo e comércios regionais com capilaridade nos estados do sul estão entre as 11 maiores do varejo da construção no Brasil. É o que aponta a recente edição do ranking sobre as 300 maiores do varejo brasileiro, organizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). A lista leva em consideração os dados de faturamento em 2019 - antes, portanto, da chegada da pandemia.

Essa é a 6ª edição do ranking e somente 11 empresas do varejo da construção aparecem na lista das 300. São elas, Leroy Merlin (França), Telhanorte/Saint-Goban (França), Quero-Quero Casa e Construção (Rio Grande do Sul), Sodimac (Chile), C&C (São Paulo), Todimo (Mato Grosso), BR Home Centers (Goiás), Balaroti (Paraná), Cassol (Santa Catarina), Redemac (Rio Grande do Sul) e Joli (São Paulo). Juntas, as gigantes do varejo da construção no Brasil alcançaram faturamento bruto de 15 bilhões e 441 milhões de reais no ano passado.

Ranking comprova que varejo da construção no Brasil ainda é dominado pelas empresas regionais Crédito: Banco de Imagens
Ranking comprova que varejo da construção no Brasil ainda é dominado pelas empresas regionais
Crédito: Banco de Imagens

No ranking geral das 300, que engloba todos os setores do varejo nacional, a Leroy Merlin aparece na 22ª colocação. “A presença bastante modesta do segmento de materiais de construção reflete a principal característica desse mercado brasileiro: sua pulverização. Além disso, a entrada de redes de grande porte é relativamente nova no cenário nacional, o que explica o fato de nenhuma delas estar no top 20 do ranking 300”, diz relatório da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo.

Para a SBVC, apesar das multinacionais se destacarem entre as maiores do setor, o varejo da construção no Brasil ainda é dominado pelas empresas regionais. “A estrutura de capital fechado e o controle nacional são características do setor, apesar da liderança ser ocupada por duas empresas francesas e o grupo chileno Falabella, que no Brasil comanda a Sodimac, ser um player importante”, analisam os organizadores do ranking.

Transformação digital vai mexer com as estruturas do varejo brasileiro

Para o presidente da SBVC, Eduardo Terra, a pandemia de COVID-19 era o que faltava para o varejo em geral sofrer uma transformação digital de seus negócios, e que irá refletir no próximo ranking. No caso do setor de material de construção o dirigente faz a seguinte observação: “Se o e-commerce puro faz pouco sentido no varejo de materiais de construção, o setor avançará nos próximos anos em suas iniciativas omnichannel, incorporando tecnologia no PDV (Ponto De Venda) para aumentar a eficiência das operações e a lucratividade das empresas. O coronavírus chacoalhou o setor e acelerou a transformação digital das redes.”

Eduardo Terra acredita que no prazo de 5 anos será possível visualizar as alterações que a transformação digital causará no varejo brasileiro. “Em alguns anos, teremos a perspectiva necessária para enxergar todas as mudanças e detectar quem focou em entender seus consumidores, entregar melhores soluções e se tornar mais relevante. Essas empresas, com certeza, vão avançar mais rápido”, afirma.

Veja o ranking completo, com destaque para o setor da construção na página 74.

Assista ao vídeo que analisa os dados do ranking da SBVC

Entrevistado
Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo

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Megaobra futurista, metrô de Doha é 100% concluído

As 3 linhas do metrô de Doha vão interligar 6 estádios da Copa do Mundo de 2022 e permitirão conexões com outros 6 estádios Crédito: Qatar Rail
As 3 linhas do metrô de Doha vão interligar 6 estádios da Copa do Mundo de 2022 e permitirão conexões com outros 6 estádios
Crédito: Qatar Rail

As 3 linhas do metrô de Doha, capital do Catar, estão 100% concluídas. A Gold, liga leste e oeste da cidade; a Red, norte e sul, e a Green, com o noroeste da metrópole e cidades do entorno. As novas rotas vão conectar 6 estádios para a Copa do Mundo de 2022. Outros 6 estádios estão no interior do país e serão acessados por linhas de trem, que, por sua vez, se interligam com as novas linhas de metrô de Doha.

As obras começaram em 2013 e envolvem números superlativos, como o maior volume de concreto já consumido nos países árabes. Para as 3 linhas foram produzidos mais de 2,5 milhões de  de concreto, com fck variando entre 50 e 120 MPa. Em termos de comparação, o Burj Khalifa, que é o edifício mais alto do mundo, com 160 andares e 828 metros de altura, consumiu 330 mil  de concreto.

As 37 estações que integram o sistema do metrô de Doha foram construídas com elementos modulares parametricamente projetados Crédito: Qatar Rail
As 37 estações que integram o sistema do metrô de Doha foram construídas com elementos modulares parametricamente projetados
Crédito: Qatar Rail

A linha Gold, com 23,3 quilômetros de trechos em túneis, é a que consumiu maior volume de concreto. A rota exigiu a produção de aproximadamente 1 milhão de do material, incluindo 108.892 elementos pré-moldados para o revestimento das escavações. A segunda linha com mais escavações é a Green, que conta com 16,6 quilômetros de túneis e consumiu cerca de 850 mil  de concreto. Já a linha Red tem 11,6 quilômetros de túneis e necessitou de 725 mil  de concreto.

Somados os trechos subterrâneos, em nível e elevados, as 3 linhas do metrô de Doha abrangem 76 quilômetros e 37 estações, cuja arquitetura foi concebida pelo escritório holandês UNStudio. Para atender as demandas de cada estação, foram concebidos elementos modulares parametricamente projetados, a fim de que pudessem ser montados em uma grade triangular. “Assim, a estrutura de cada peça de concreto se adapta ao projeto de cada estação. Também foi criado um manual de design que aponta as muitas variantes possíveis que a montagem dos elementos proporciona”, explica o CEO do UNStudio, Ben van Berkel.

Inteligência Artificial substitui os condutores na pilotagem das composições

Peças pré-moldadas de concreto revestem os trechos em túnel do metrô de Doha, que consumiu mais de 2,5 milhões de m³ de concreto Crédito: Qatar Rail
Peças pré-moldadas de concreto revestem os trechos em túnel do metrô de Doha, que consumiu mais de 2,5 milhões de m³ de concreto
Crédito: Qatar Rail

Além de usar o que há de mais complexo em termos de construção industrializada, o metrô de Doha também é futurista por utilizar trens que são pilotados por um sistema de Inteligência Artificial, dispensando o uso de condutores. A tecnologia foi desenvolvida exclusivamente para a obra, através do consórcio Mitsubishi Heavy Industries (MHI), formado pela Mitsubishi Corporation, Hitachi, Kinki Sharyo e Thales. A ausência de mão de obra humana não se limita às composições. Não há guichês no metrô de Doha e a cobrança de tarifas é automatizada.

Após a Copa do Mundo de 2022, o Catar vai iniciar as obras da linha Blue do metrô. O trecho terá um percurso semicircular, unindo-se com a Gold, a Green e a Red. O custo estimado das 4 linhas é de 130 bilhões de euros. O plano é integrar o metrô de Doha com todas as linhas de trem de alta velocidade que partem do Catar em direção a Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Kuwait e Bahrein. O complexo, batizado de Ferrovia do Golfo, totaliza uma rede ferroviária com 2.177 quilômetros.

Assista ao vídeo de como funciona o metrô de Doha

Entrevistado
Qatar Rail Doha Metro (via assessoria de imprensa)

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Confiança da construção atinge maior patamar após pandemia

Os números de setembro de 2020 da Sondagem Indústria da Construção, divulgados dia 23 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram que o Índice de Confiança do Empresário Industrial da Construção (ICEI-Construção) atingiu seu maior nível após a pandemia. Chegou a 56,7 pontos percentuais, registrando a quinta alta consecutiva.

A mais recente medição mostra que o ICEI-Construção se distancia de sua média histórica (53,5 pontos) e da linha divisória de 50 pontos, que separa confiança de falta de confiança. O índice também aponta que o empresário do setor ainda percebe o impacto da pandemia em seus negócios, mas nutre uma expectativa otimista com relação ao futuro, principalmente 2021.

A ponto de um item específico da sondagem - o Índice de Expectativa - ser superior ao do ICEI-Construção, atingindo 62 pontos percentuais. Esse Índice de Expectativa é formado por outros indicadores. Entre eles, o nível de expectativa para novos empreendimentos, que alcançou 56,1 pontos. Também há expectativa positiva pela compra de insumos e matérias-primas, com 55,6 pontos.

Confiança no setor da construção civil segue em alta pelo quinto mês seguido, após auge da pandemia de COVID-19 Crédito: CNI
Confiança no setor da construção civil segue em alta pelo quinto mês seguido, após auge da pandemia de COVID-19
Crédito: CNI

De acordo com a economista da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) Ieda Vasconcelos, o sentimento de confiança está maior e mais disseminado entre os empresários. “À medida que os indicadores mais positivos da economia são divulgados, os empresários ficam mais otimistas”, afirma.

O que o setor espera é que nas próximas sondagens a confiança se estenda ao indicador de emprego. Apesar de seguir em recuperação, após a forte queda registrada em abril, o índice ainda não atingiu a linha de 50 pontos. Na medição de setembro cresceu 2,7 em relação aos dados de agosto e alcançou 49,5 pontos.

Existe a expectativa de que a geração de emprego no setor siga em alta, pois o indicador Utilização da Capacidade Operacional (UCO) aumentou 2 pontos percentuais e chegou a 60. Esse índice mostra que a indústria da construção está disposta a ampliar a produtividade e, para isso, terá que buscar mais mão de obra - principalmente, a qualificada.

Aprovação de reformas garantirão sustentabilidade aos índices de confiança, diz CNI

Na avaliação da CNI, essa posição é uma tendência que deve se manter pelo menos no médio prazo. "Os empresários da indústria da construção mostram confiança cada vez maior e expectativas mais positivas para os próximos seis meses”, diz trecho da análise que acompanha a mais recente sondagem.

Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, para que essa confiança se torne sustentável e avance ao longo de 2021 são necessárias reformas estruturantes. “O Brasil precisa trabalhar um ambiente que favoreça o consumo, negócios e investimentos para sair da crise. É preciso criar um ambiente favorável para empresas estimularem a busca por recursos nacionais e internacionais, e isso passa pelas reformas tributária e administrativa, além da redução da burocracia e de maior segurança jurídica”, diz.

Por fim, o dirigente avalia que o país precisa pensar em como retomar o crescimento quando passar o auxílio emergencial. “O grande problema da pandemia para todos os países foi o desemprego. Com o auxílio emergencial houve uma movimentação importante na economia, promovendo, por exemplo, pequenas reformas e melhorias nos lares. Por outro lado, as medidas trouxeram desajuste fiscal e um grande aumento de gastos públicos. Temos que acreditar que ano que vem a economia vai voltar a crescer e que mais empregos serão gerados”, alerta.

Entrevistado
Reportagem com base no mais recente boletim da Sondagem Indústria da Construção, publicado pela Confederação Nacional da Indústria

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Governo cataloga 150 mil unidades inacabadas do MCMV

Uma das prioridades do programa Casa Verde e Amarela é concluir as obras inacabadas de seu antecessor, o Minha Casa Minha Vida. Para isso, era necessário catalogar o volume de unidades que não tinham sido 100% executadas. Através do ministério de Desenvolvimento Regional, o governo federal chegou a esse número e estabeleceu como meta finalizá-las até 2022. Ao todo, há 150 mil unidades paralisadas.

Ministério de Desenvolvimento Regional assegura que já não ocorre mais nenhum atraso de pagamento em relação aos contratos do Minha Casa Minha Vida Crédito: MDR
Ministério de Desenvolvimento Regional assegura que já não ocorre mais nenhum atraso de pagamento em relação aos contratos do Minha Casa Minha Vida
Crédito: MDR

Destas, foram autorizadas a retomada de 50 mil, das quais 45 mil são em 1.895 municípios com população abaixo de 50 mil habitantes, em 23 estados. “São obras paradas desde 2018”, diz o secretário nacional de habitação do ministério do Desenvolvimento Regional, Alfredo Santos. Para cumprir esse objetivo, e ainda encaminhar as obras do MCMV que já estão em andamento, o ministério dispõe de 5 bilhões de reais.

Segundo o secretário, já não ocorre mais nenhum atraso de pagamento em relação a esses contratos. Quanto a novas contratações por meio do Casa Verde e Amarela, Alfredo Santos revela que é necessário que o programa seja aprovado pelo Congresso Nacional, onde 537 emendas já foram acrescidas à medida provisória encaminhada no final de agosto. Até que a votação avance na Câmara e no Senado, o governo faz apenas a gestão de contratos ligados ao Minha Casa Minha Vida.

A regra predominante, segundo determinação do ministro Rogério Marinho, é ampliar a oferta de habitações com menos recursos. “O Casa Verde e Amarela é um programa que leva em consideração a criatividade e a necessidade de utilizar os recursos com proficiência e cuidado. De tal maneira, que faremos muito mais com muito menos”, disse o ministro no lançamento do novo programa habitacional.

Próxima ação do Casa Verde e Amarela será atender favelas, palafitas e loteamentos informais

Por isso, a próxima ação do Casa Verde e Amarela, quando estiver efetivamente em operação, será atender a modalidade definida como UAP (Urbanização e Regularização de Assentamentos Precários). O objetivo é melhorar condições de moradia em favelas, palafitas e loteamentos informais. A UAP permite cinco tipos de intervenções: regularização fundiária, melhorias habitacionais, urbanização integral ou parcial e intervenção estruturante.

A modalidade vai operar em parceria com as prefeituras, que deverão indicar projetos com valor de financiamento entre 1 milhão de reais e 50 milhões de reais. O município que for atendido por uma UAP precisará aportar contrapartida de 5% do valor de investimento total. O governo federal espera atender até 2 milhões de moradias, já que o investimento para regularização fundiária e melhoria habitacional varia de 500 reais a 20 mil reais por habitação, enquanto que a construção de uma unidade habitacional dentro dos parâmetros da faixa 1 da MCMV custa, em média, 80 mil reais.

Com a regularização fundiária, o ministério de Desenvolvimento Regional pretende garantir o direito real sobre o lote das famílias, oferecer segurança jurídica e reduzir os conflitos fundiários em núcleos urbanos informais. Já a melhoria habitacional consiste na reforma e ampliação do imóvel, como construção de telhado, quarto extra, banheiro, instalações elétricas ou hidráulicas, colocação de piso e acabamentos em geral. Também poderão ser instalados equipamentos de aquecimento solar ou eficiência energética.

Entrevistado
Ministério do Desenvolvimento Regional (via assessoria de imprensa)

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Europa é aconselhada a substituir asfalto por concreto nas estradas

O mais recente estudo da EUPAVE (European Concrete Paving Association [Associação Europeia de Pavimento de Concreto]) recomenda aos países-membros que, ao abrirem novas rodovias ou restaurarem as já existentes, optem pelo concreto em vez do asfalto. A sugestão está ligada às novas medições apresentadas pelo organismo, que mostram que 1 m2 de superfície de concreto, em comparação ao asfalto, ajuda a impedir a emissão de 22,5 kg de CO2 na atmosfera.

A análise diz ainda que o pavimento de concreto ajuda a minimizar a emissão causada pela indústria de cimento na Europa. “O concreto usado nas estradas compensa, em média, 45% do CO2 emitido pela mesma quantidade de cimento produzido nas fábricas”, afirma o relatório da EUPAVE intitulado “Estradas de concreto podem fortemente contribuir para a redução das emissões de CO do transporte rodoviário”. O estudo elenca outras vantagens relacionadas ao pavimento de concreto.

Entre elas, que em 1 quilômetro de uma rodovia asfaltada são necessários 20 postes de iluminação para que ela ofereça o mesmo nível de visibilidade de uma estrada com piso rígido. No pavimento de concreto, o trecho de 1 quilômetro requer 14 postes de iluminação. A EUPAVE se baseou em uma experiência realizada no Canadá. “A refletividade superior do concreto permite gerar economia nos custos de iluminação de ruas e rodovias. Em Quebec-Canadá, rodovias com pavimento de concreto geram economia de 30% a 35% no custo da iluminação pública”, cita o organismo europeu.

Uso de resíduos no pavimento rígido está em teste na Holanda, no Reino Unido e na Austrália

O estudo também avalia que o concreto é melhor para agregar resíduos em pavimentos, como borracha moída de pneus velhos, entulhos da construção e plástico reciclado. Pesquisa financiada pela Volvo Construction Equipment estima que até 2050 as rodovias e as avenidas espalhadas pelo mundo serão construídas em cima de conceitos rígidos de sustentabilidade. Por isso, precisarão incorporar resíduos em sua composição. Na Holanda, por exemplo, está em teste o PlasticRoad.

Rodovias europeias construídas com pavimento de concreto emitem bem menos CO₂ que as revestidas com asfalto Crédito: EUPAVE
Rodovias europeias construídas com pavimento de concreto emitem bem menos CO₂ que as revestidas com asfalto
Crédito: EUPAVE

Trata-se de plástico reciclado agregado a placas pré-moldadas de concreto para a construção de estradas modulares. O primeiro trecho foi instalado em 30 metros de uma ciclovia em Zwolle, cidade localizada no leste holandês. A expectativa é de que em 5 anos a mesma tecnologia possa ser transferida para as estradas, trazendo a construção industrializada e os pré-fabricados definitivamente para dentro da engenharia de rodovias.

Outra tecnologia em desenvolvimento avança no Reino Unido, em uma pesquisa em conjunto entre as universidades de Bath, Cardiff e Cambridge. O objetivo é construir estradas do futuro com concreto autocicatrizante, a fim de estender a vida útil de um pavimento para além de 50 anos. As projeções são de que a economia gerada pela baixíssima manutenção reduziria o custo de uma rodovia em até 50%.

Na Austrália, pesquisadores da RMIT University, localizada em Melbourne, estão focados no desenvolvimento de outra tecnologia que possa ser agregada ao pavimento de concreto. Ela envolve resíduos de pneus e entulhos da construção civil. O objetivo é criar um pavimento urbano alternativo para ruas onde predomina o tráfego de veículos leves.

Veja vídeo da EUPAVE sobre pavimento de concreto

Entrevistado
EUPAVE (European Concrete Paving Association [Associação Europeia de Pavimento de Concreto]) (via assessoria de imprensa)

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Paredes de concreto chegam aos projetos de edifícios altos

Recente webinar promovido pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) mostra que a tecnologia de paredes de concreto é uma alternativa viável para projetos de edifícios altos. Em Brasília-DF, um prédio com mais de 20 pavimentos foi inaugurado no 1º semestre de 2020. Em Balneário Camboriú-SC, está em construção a maior edificação do país a utilizar o sistema. O empreendimento terá 50 pavimentos e 160 metros de altura.

Edifício em Santa Catarina será o maior do Brasil construído com a tecnologia de paredes de concreto: fôrmas trazidas da Coreia do Sul reduzem tempo de concretagem em 20% Crédito: S-Form
Edifício em Santa Catarina será o maior do Brasil construído com a tecnologia de paredes de concreto: fôrmas trazidas da Coreia do Sul reduzem tempo de concretagem em 20%
Crédito: S-Form

O uso de paredes de concreto cresceu no Brasil movido pelo Minha Casa Minha Vida. Até 2019, 65% dos projetos destinados ao programa utilizavam a tecnologia. Hoje, ela está incorporada também na construção de casas de alto padrão e agora chega aos prédios altos. A evolução dos sistemas de fôrmas e a qualidade do concreto autoadensável produzido no Brasil é que permitem esse avanço, analisam os participantes do webinar.

Segundo Rubens Monge Silveira, gerente de edificações da ABCP, a tecnologia não é nova no Brasil. “Foi usada pontualmente nos anos 1980, mas o Minha Casa Minha Vida o transformou em um modelo muito relevante”, diz. O engenheiro civil também destaca a evolução do sistema. Principalmente, por causa das atualizações das normas técnicas ligadas à industrialização do concreto  e o surgimento da Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575).

É importante destacar também o desenvolvimento de produtos e soluções específicas para o sistema construtivo, como kits hidráulicos e elétricos, esquadrias que podem ser instaladas antes da concretagem e a evolução das fôrmas. Parte desse avanço se deve ao grupo Paredes de Concreto - criado dentro da ABCP, em 2010 -, cuja missão é propagar as vantagens da tecnologia, que são:

- Rapidez de execução.
- Reduz uso de mão-de-obra.
- Custos globais mais baixos.
- Ótimo desempenho.
- Não gera entulho.
- Sistema industrializado.
- Produção em escala.

Concreto autoadensável e tecnologia de paredes de concreto são indissociáveis

No caso do edifício em Balneário Camboriú, a inovação está no sistema de fôrmas trazido da Coreia do Sul. Conhecida como Gang Forms (Fôrmas Trepantes) a tecnologia reduz em 20% o tempo para concretagem de cada pavimento e resulta em paredes de concreto espelhadas, ou seja, sem rebarbas ou riscos de desalinhamentos milimétricos entre um andar e outro. Com o uso de concreto autoadensável, o equipamento permite subir um pavimento a cada 3 dias, em média. Isso no caso de edifícios altos, pois em projetos T+3 ou T+4 (térreo mais 3 pavimentos ou térreo mais 4 pavimentos) é possível avançar um andar por dia.

Segundo Jairo Abud, presidente da ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem) concreto autoadensável e tecnologia de paredes de concreto são indissociáveis. O dirigente também justifica o crescimento do sistema construtivo. “O autoadensável é um concreto sofisticado que proporciona alta produtividade, o que compensa a diferença de valor para o concreto convencional. Por isso, toda construtora que passa a utilizar paredes de concreto não retorna mais para sistemas tradicionais de construção, como a alvenaria”, diz.

Outro quesito que amplia a demanda pelo sistema está relacionado ao custo dos aditivos, que caiu significativamente nos últimos anos. A produtividade de bombeamento também aumentou a competitividade do autoadensável. Além disso, seu uso exige uma quantidade menor de mão de obra, desde que bem treinada. Esse elenco de vantagens fez o sistema de paredes de concreto chegar aos projetos de edifícios altos no Brasil.

Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Paredes de concreto”, promovido pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)

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Concreto projetado possibilita túneis com grandes vãos

Considerado uma das sumidades mundiais em engenharia de túneis, o brasileiro David Oliveira palestrou recentemente no 62º Congresso Brasileiro do Concreto, promovido pelo IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto). O evento aconteceu virtualmente por causa da pandemia de COVID-19 e, em sua exposição, o professor-doutor, que atualmente trabalha na Austrália, falou sobre a aplicação do concreto projetado reforçado com fibras de aço em túneis com grandes vãos.

Em Sydney, a maior cidade australiana, a tecnologia permite que novos complexos rodoviários tenham túneis com vãos de até 34 metros. “Ao estudar a geologia dos maciços rochosos, optou-se pelo revestimento primário e secundário com concreto projetado nessas obras”, diz David Oliveira. O processo aumenta a produtividade em túneis que utilizam a tecnologia de escavação conhecida como New Austrian Tunneling Method (NATM) e garante maior ductibilidade às paredes rochosas.

Na Austrália, a opção pelo uso do concreto projetado com fibras de aço também tem crescido por ser uma operação mecanizada e que requer um número bem menor de mão de obra, expondo os trabalhadores a poucos riscos. O presidente do IBRACON, o professor-doutor Paulo Helene, que acompanhou a palestra de David Oliveira, disse que a tecnologia seria muito bem-vinda no Brasil, principalmente para acelerar as obras subterrâneas do metrô de São Paulo-SP e em outras metrópoles do país.

David Oliveira recomenda, porém, que se faça um estudo criterioso da geologia da rocha por onde irá passar o túnel, a fim de que o concreto projetado com fibras de aço possa ser utilizado sem nenhum risco. Principalmente se forem detectadas fraturas no maciço rochoso. Neste caso, explica, é feita a ancoragem com tirantes de aço perfurando pontos estratégicos da rocha, para garantir estabilidade. O professor-doutor revela que há softwares que facilitam esse tipo de estudo e asseguram ações mais precisas.

Em maciços rochosos estáveis, tecnologia é a mais barata e mais rápida para suportar túneis

Quando os maciços rochosos são estáveis, o uso de concreto projetado com fibras de aço é o sistema com menor custo e mais rápido para assegurar suporte ao túnel. “É óbvio que a seleção do suporte principal para a construção de um túnel requer planejamento cuidadoso e meticuloso. Mas quando pensamos em rapidez e em um suporte leve, o concreto projetado é a melhor opção”, revela o palestrante.

Entre os cases citados por David Oliveira está um túnel com junção em Y, que está em construção em Sydney, e que ficará pronto até 2022. De ponta a ponta, a escavação poderia abrigar um Boeing 737-300. “Em Sydney, por causa da boa qualidade da rocha, nosso foco está em dar suporte aos túneis com concreto projetado”, completa o engenheiro civil, com mais de 20 anos de experiência em estudos geológicos e escavações de túneis.

Nos anos 1950, a Austrália foi o primeiro país a usar o concreto projetado em obras de infraestrutura. O material é ideal para as seguintes intervenções:

- Revestimento de túneis e minas.
- Estabilização de taludes e encostas.
- Concretagem em áreas de difícil acesso ou muito altas.
- Execuções que não exigem fôrmas.
- Acabamentos arquitetônicos.
- Base para piscinas, obras de saneamento básico e paredes de retenção.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Concreto projetado com fibras para revestimento de túneis: mitos e verdades”, do professor-doutor David Oliveira, no 62º Congresso Brasileiro do Concreto

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Nos EUA, mobilização impede demolição de prédio em concreto aparente

Burroughs Wellcome: agregado fino de calcário dá textura especial ao concreto aparente usado no prédio de quase 50 anos Crédito: Foundation Paul Rudolph
Burroughs Wellcome: agregado fino de calcário dá textura especial ao concreto aparente usado no prédio de quase 50 anos
Crédito: Foundation Paul Rudolph

A edificação tem 1.143 m2 e a licença para a demolição foi conseguida pelo novo proprietário do prédio - a empresa de biotecnologia United Therapeutics - por causa do excesso de amianto no revestimento do piso e do teto do Burroughs Wellcome. Atualmente, materiais de construção com amianto estão banidos dos Estados Unidos e qualquer obra antiga que possua o elemento precisa se livrar dele sob pena de multas milionárias.

Engenheiros civis e arquitetos de grupos de preservação arquitetônica nos Estados Unidos se reuniram para apresentar soluções que permitam ao Burroughs Wellcome passar por um retrofit, livrando-o da demolição. Como o prédio é propriedade privada, a legislação da Carolina do Norte não permite que ele possa ser reconhecido como patrimônio cultural. Essa é uma prerrogativa apenas de edificações públicas no estado.

No Brasil, principal representante da arquitetura brutalista é Oscar Niemeyer

O Burroughs Wellcome, juntamente com o prédio da Escola de Arquitetura e Arte da Universidade de Yale - também nos Estados Unidos -, está entre as duas obras mais representativas de Paul Rudolph. Formado no Instituto Politécnico do Alabama, e com especialização na Escola de Design de Harvard, o arquiteto foi seguidor de Walter Gropius, que se formou na escola de arte vanguardista da Alemanha, a Staatliches Bauhaus - berço da arquitetura brutalista.

O movimento brutalista surgiu entre os anos 1950 e 1960. O propósito original era tornar o projeto e a construção mais baratos e acessíveis à população. O conceito que prevalece até hoje é deixar exposta a parte estrutural das edificações feitas em concreto armado, principalmente vigas e pilares. Daí o termo concreto aparente. No Brasil, o principal representante dessa escola é Oscar Niemeyer, com mais de 500 obras espalhadas pelo mundo.

Já Paul Rudolph usou a arquitetura brutalista principalmente na construção de residências, edifícios públicos e prédios de universidades. Além dos Estados Unidos, ele tem um volume grande de projetos assinados em Cingapura.

Entrevistado
Fundação Paul Rudolph (via assessoria de imprensa)

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Pandemia acelera inserção de novas tecnologias em EPIs

Os equipamentos de proteção individual (EPIs) usados na construção civil não serão mais os mesmos após a pandemia de COVID-19. Muitas tecnologias foram aceleradas para dar mais proteção aos trabalhadores. Algumas estão diretamente ligadas a questões de saúde e outras priorizam a produtividade de quem atua no canteiro de obras.

O capacete é o que tem agregado inovações mais rapidamente. No campo da segurança, o EPI ganhou halos (aros de luz) que facilitam a visualização em empreitadas noturnas. Já é realidade também o capacete inteligente. Específico para engenheiros de obras, possui recursos 4D e possibilita visualizar em tempo real detalhes de projeto concebidos na plataforma BIM.

Os avanços tecnológicos se estendem às roupas. Tecidos resistentes, que aumentam a proteção da pele contra alergias dermatológicas, infecções virais e bacteriológicas, começam a ser testados, assim como luvas que mudam de cor quando em contato com substâncias tóxicas.

Outra novidade é a acoplagem dos EPIs a softwares de produtividade. Isso transforma os drones em “mestres de obras do futuro”. Os equipamentos de proteção individual enviam dados aos drones, que conseguem rastrear o trabalhador dentro do canteiro de obras e verificar a execução correta da tarefa. Os softwares registram as informações e compartilham com a equipe de engenheiros de obras.

Essas tecnologias emergentes, que colocam a construção civil na rota da indústria 4.0, não surgem para mudar apenas a forma de trabalhar. A variedade de dispositivos acoplados ao canteiro de obras irá modificar também os trabalhadores do setor. Saem a destreza e as habilidades físicas e entra o conhecimento técnico para operar máquinas digitais e compartilhar tarefas com robôs.

Veja o que ainda precisa evoluir e o que avança rapidamente

A pandemia trouxe uma nova realidade para a construção civil. A obrigatoriedade da máscara no ambiente de trabalho mostrou que o uso em tarefas que exigem esforço dificulta a respiração, cria desconforto à região das orelhas por causa do uso contínuo e embaça os óculos de proteção, o que afeta o desempenho da tarefa. A solução virá através dos chamados tecidos inteligentes, cuja finalidade é oferecer proteção conjugada com conforto.

Na área da Internet das Coisas (IoT), os avanços já são visíveis. A tecnologia permite dividir o canteiro de obras em áreas de atuação e de risco. Através de leitores de QR Code, o acesso a determinados locais pode ser liberado ou vetado para o trabalhador. A IoT também desburocratiza o controle de EPIs. Com um simples escaneamento é possível saber se o equipamento está dentro de seu prazo de validade ou requer manutenção ou troca.

Os países mais avançados na inserção de tecnologias nos equipamentos de proteção individual são Reino Unido, China, União Europeia, Índia, países árabes, Austrália, Estados Unidos e Canadá. No Brasil, a burocracia ainda é um obstáculo às novidades. A certificação para o uso de novos EPIs precisa da autorização da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPT), vinculada ao ministério da Economia.

Entenda como funciona o capacete inteligente e sua conexão com projetos na plataforma BIM

Capacetes com halo ampliam a segurança em empreitadas noturnas

Drones acoplados a softwares de produtividade serão os “mestres de obra” do futuro

Entrevistado
Reportagem com base em análise da PlanGrid, desenvolvedora de softwares de produtividade para a construção civil

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