Nova norma da ABNT estabelece critérios para o uso de água em concreto

A determinação preenche uma lacuna que pode tornar o concreto mais durável

por: Vanessa Bordin – Vogg Branded Content

Desde a década de 40 – quando se iniciou a utilização das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para concreto em construção civil, que o Brasil não tinha um texto específico que tratasse da qualidade da água para amassamento do concreto. As empresas brasileiras, no entanto, seguiam as determinações de outros países, muitas vezes, europeias ou americanas. Com o início dos trabalhos sobre o tema no âmbito internacional ISO, o Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (ABNT/CB-18) tomou como base o Projeto de Norma Internacional e criou uma norma para o Brasil, a NBR 15900Água para amassamento do concreto – com onze partes. E essa determinação pode interferir na durabilidade do concreto final.

A ABNT NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – procedimento, que substituiu a antiga NB 1 – Projeto e execução de obras de concreto armado - trazia alguns requisitos para a água de amassamento do concreto, porém sem tratar o tema com a profundidade necessária.

Somente em novembro de 2009 é que foi publicada uma norma que vale, especificamente, para a qualidade da água. O texto é válido para qualquer região do país, como referência na análise de água utilizada para amassar o concreto. Não é uma lei, mas serve como parâmetro para os laboratórios das empresas compararem a quantidade de elementos químicos presentes na água de determinado local, e se, no caso, essa fonte poderá ser aproveitada ou não.

Qual a melhor água para o concreto?

A água de abastecimento público é adequada para o concreto e já vem sendo utilizada, não necessitando de ensaio. A água potável que atende a Portaria nº 518 do Ministério da Saúde é considerada dentro dos padrões exigidos pela norma do ABNT/CB-18 e pode ser utilizada sem restrição para a preparação do concreto. A água de esgoto, mesmo com tratamento, não é adequada para uso em concreto.

Quando a água vem de fontes subterrâneas, ou quando é de captação pluvial ou ainda oriunda de processo residual industrial, pode ser boa para uso do concreto, mas deve ser ensaiada. No caso de água salobra (água com salinidade entre a da água do mar e as chamadas águas doces) também pode ser utilizada, mas somente no concreto não armado. Em ambos os casos, segundo a norma, a água deve ser ensaiada. A água do mar não deve ser usada em concreto armado ou protendido.

O projeto da norma brasileira prevê, ainda, a reutilização de água de processos industriais em alguns casos, desde que atendidos os parâmetros exigidos para durabilidade do concreto e das estruturas de concreto. São eles:

• Lavagem de betoneiras;
• Processos de corte;
• Moagem;
• Jateamento;
• Fresagem de concreto.

• Durabilidade

A superintendente do Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados, CB-18, da ABNT, engenheira Inês Laranjeira da Silva Battagin, ressaltou a importância da nova norma visando a durabilidade do concreto. “Além da limitação de teores que a norma impõe à água utilizada para o concreto, o texto faz referência às outras exigências já adotadas em outros documentos normativos, como a norma de preparo, controle e recebimento do concreto (ABNT NBR 12655); e a norma de avaliação e prevenção da reação álcali-agregado (ABNT NBR 15577) que também estabelecem requisitos visando a durabilidade do material”, salienta.

Critérios

A norma de água ABNT NBR 15900 foi dividida em onze partes. De acordo com o geólogo especialista em concreto e coordenador da Comissão de Estudos responsável pelo desenvolvimento desta norma, Arnaldo Battagin, a parte 1 – Requisitos – é a mais importante, porque classifica a água em função de sua origem e estabelece todos os requisitos que devem ser obedecidos para que possa ser usada para a preparação do concreto. Entre esses requisitos estão a quantidade de cloretos e de sulfatos aceitáveis na água, além de outros elementos e características físicas.

Quantidade de cloretos permitida na água de amassamento:

• Concreto protendido, até 500 miligramas de cloreto por litro de água;
• Concreto armado, 1000 miligramas de cloreto por litro de água;
• Concreto simples, até 4500 miligramas de cloreto por litro de água.

Para a quantidade máxima de sulfato, a norma especifica até dois mil miligramas por litro. Outro item é com relação à quantidade de álcalis no concreto. Segundo a norma, adotar medidas preventivas à reação álcali-agregado (RAA) pode assegurar maior durabilidade às estruturas de concreto. Por isso o equivalente alcalino de óxido de sódio não pode exceder 1500 miligramas/L ou se pode atender as exigências da ABNT NBR 15577.

Arnaldo Battagin

A segunda parte da norma aponta para coleta de amostras e a terceira prescreve como realizar a avaliação preliminar. As demais oito partes destacam os métodos de ensaio para se comprovar o atendimento aos requisitos. “É preciso que os critérios da norma sejam adotados e seguidos pelas empresas do setor da construção civil, zelando pela boa conduta e pelo bom aproveitamento da água”, comenta o especialista, Arnaldo Battagin.

Sustentabilidade

Segundo Arnaldo Battagin, a norma acena uma possibilidade das empresas reutilizarem a água de usinas concreteiras, colaborando com a sustentabilidade. “Uma vez que usamos a água que seria jogada fora estamos contribuindo com o meio ambiente”, analisa.

Atuar seguindo os princípios da sustentabilidade, buscando alternativas economicamente viáveis, ecologicamente corretas e socialmente adequadas tem sido uma das metas dos trabalhos de normalização do Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (ABNT CB-18), como informa a superintendente do Comitê, Inês Laranjeira da Silva Battagin.

Entrevistados:
Arnaldo Battagin - Chefe dos Laboratórios da ABCP
E-mail: arnaldo.battagin@abcp.org.br
Currículo
• Geólogo pelo Instituto de Geociências da USP, em 1974.
• Chefe dos Laboratórios da Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP.
• Especialização nas áreas de tecnologia básica de cimento e concreto, durabilidade do concreto, técnicas experimentais, administração e gestão da qualidade.
• Palestrante e professor de vários cursos da ABCP.
• Participante de várias comissões de estudos de normalização da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
• Autor e co-autor de cerca de 60 trabalhos técnico-científicos publicados em revistas e congressos nacionais e internacionais.
• Membro representante da Associação Brasileira de Cimento Portland no Conselho Diretor do Instituto Brasileiro do Concreto.
• Membro do Comitê de Gestão da Associação Brasileira de Cimento Portland.

Inês Laranjeira da Silva Battagin - Superintendente Comitê ABNT CB-18
Email: ines.consult@abcp.org.br
Currículo
• Engenheira Civil Superintendente do ABNT/CB18. Consultora da ABCP nas áreas de normalização técnica e patologias de edificações.
• Participante no desenvolvimento de normas técnicas - ABNT/CB-18 e ABNT/CB-02, ISO e MERCOSUL.
• Diretora de Publicações e Divulgação Técnica do IBRACON.
• Participante de Comitês Técnicos do IBRACON.

 

Glossário:

Água ensaiada: quando a água é submetida a algum tipo de ensaio para comprovar o atendimento a requisitos.

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content


Nova regra para o FGTS em consórcios

O conselho curador do FGTS aprovou ainda no ano passado e a medida passou a valer este ano para quitação de imóveis

por: Vanessa Bordin – Vogg Branded Content

No final de 2009 a Caixa Econômica Federal regulamentou a medida – aprovada pelo Conselho Curador do FGTS – que permite a utilização do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para liquidar, amortizar e pagar parte das prestações de consórcios imobiliários. O Brasil – que tem uma população de 87 milhões de trabalhadores ativos, segundo o IBGE – passa a oferecer mais vantagens a esses trabalhadores na aquisição da casa própria.

A nova regra vale para todos os trabalhadores que têm emprego fixo há mais de um ano, em uma mesma empresa, e que já tenham sido contemplados por um consórcio de imóveis. Os trabalhadores poderão utilizar o saldo do FGTS para fazer o negócio. Mas, o importante é que a medida vale apenas para quem já contribuía com o FGTS por mais de três anos e quem já pagava um consórcio imobiliário, foi sorteado, e agora pode quitar todas as parcelas pendentes com o valor disponível pela Caixa.

Antes o procedimento era parecido, porque a Caixa Econômica Federal também liberava o saldo do FGTS aos trabalhadores, mas não era permitido quitar um consórcio residencial, como agora. O benefício abre possibilidades de aquisição de um imóvel em um prazo menor, como destaca a superintendente de uma rede de consórcios imobiliários do Paraná, Tatiana Schuchovsky Reichmann. “Se antes era preciso pagar as parcelas, conforme a renda do trabalhador para poder ter acesso ao imóvel; agora, com o uso do saldo do FGTS, se acelera esse processo de aquisição do imóvel, sem alterar ou mexer na planilha de gastos mensais da família”, argumenta.

Regras

A nova medida, definida e aprovada pelo Conselho Curador do FGTS, apresenta várias novidades. Entre elas: a localização do imóvel, que deve ser na mesma cidade onde reside o trabalhador – há mais de um ano - e onde ele exerça sua função profissional.

Outra questão importante é que o consorciado não pode ter financiamento ativo no SFH (Sistema Financeiro de Habitação) em qualquer região do território nacional. E, tanto o imóvel quanto a cota de consórcio, devem ter o mesmo titular do FGTS. Ou seja, de acordo com a Caixa Econômica Federal, para retirar o saldo do Fundo de Garantia é preciso ter o imóvel no nome da pessoa beneficiada para então quitar o consórcio.  Por isso, os pais não poderão usar esse saldo para adquirir imóveis futuros para os filhos, por exemplo.

O imóvel, no entanto, não pode ter um valor superior a R$ 500 mil e deve ser residencial, urbano e ter sido adquirido com recursos exclusivos da carta de crédito do consórcio. Tatiana avalia como positiva a liberação do FGTS pela Caixa. “Por que deixar o FGTS parado, rendendo pouco, se é possível quitar uma dívida antes do prazo terminar?”, ressalta.

Consórcios

Os interessados devem procurar a administradora de consórcios de imóveis – na qual já pagavam as parcelas da casa – e pedir a quitação, através da Caixa. “Já estamos prevendo um crescimento – pela busca de imóveis – em torno de 40%, até o final deste ano”, revela Tatiana Schuchovsky Reichmann.

A mudança é válida em todo Brasil e para todas as administradoras de consórcios imobiliários do país. E, de acordo com a superintendente da rede de imóveis do Paraná, os consórcios imobiliários foram equiparados aos financiamentos bancários, facilitando a abertura de novas linhas de créditos no Brasil. “Essa era uma demanda das administradoras de consórcios há muitos anos. Só esperamos que não haja muita burocracia para ser colocada em prática”, ressalta Tatiana.

Caixa Econômica Federal

Mais de 65 mil consorciados contemplados nos grupos de imóveis do Sistema de Consórcios impulsionaram o mercado imobiliário no país, em 2009, segundo dados da assessoria econômica da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios). No primeiro mês deste ano, 5,2 mil pessoas foram contempladas no país.

O volume de participantes ativos passou dos 533 mil (recorde desde 2000), em dezembro do ano passado, 3,4% maior que os 515,3 mil de dezembro de 2008.  Em janeiro deste ano, havia 535,2 mil consorciados.  A comercialização de novas cotas chegou a 206,1 mil no período de janeiro a dezembro de 2009 (recorde desde 2000). Só em janeiro de 2010, ocorreram 18,8 mil novas adesões.

Entrevistada: Tatiana Schuchovsky Reichmann
- Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Positivo - PR
- Pós-Graduada em Negócios pelo Ibmec – SP
Email: ademilar@ademilar.com.br

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content


Griffe Arquitetura projeta complexo cultural, esportivo e de lazer do Sesc de Brasília

Sob modalidade do tipo técnica e preço, proposta do escritório goiano venceu concorrência pública aberta

O escritório goiano Griffe Arquitetura ganhou a licitação para a elaboração do projeto do complexo cultural, esportivo e de lazer do Sesc-DF (Serviço Social do Comércio - Administração Regional do Distrito Federal) a ser instalado em Brasília. A licitação foi do tipo técnica e preço.

Projeto da Griffe Arquitetura para o complexo

A proposta vencedora dividiu o complexo cultural, que será construído em um terreno de 26 mil m², em cinco blocos. No Bloco A, ficarão as oficinas culturais, o Centro de Formação Musical e uma grande praça coberta, uma das partes principais do empreendimento. "A Praça Coberta é o coração da proposta arquitetônica. Situada na confluência dos blocos, através dela é possível circular por todo o complexo. Por ser toda em vidro, permitirá total visibilidade do conjunto", diz o memorial descritivo da obra.

Já o Bloco B abrigará o Teatro Um, com capacidade para 781 lugares, e o Teatro Dois, que pode receber até 275 espectadores. Além disso, o edifício terá um Café que serve também para a Praça Coberta, camarins individuais e coletivos, copa, lavanderia, depósito cênico e salas de ensaio, de imprensa, estar e para a diretoria técnica.

Teatro Um
Empreendimento tem cinco blocos interligados

No Bloco C, por sua vez, estão os espaços de exposições e convenções, cinema, biblioteca, brinquedoteca, salão de festas e o restaurante, além dos ambientes de apoio como a oficina de manutenção, manutenção predial, depósitos, almoxarifado, estar dos funcionários e vestiários.

O Bloco D é ocupado pela academia, piscina, quadra de squash, bilhar e praça de jogos silenciosos. Na circulação foram criados jardins, mini praças com bancos e um visor de vidro que abre a visão para o ambiente da piscina. No Bloco E, por fim, ficarão o ginásio, sanitários públicos, vestiários dos atletas e os camarins individuais e coletivos, além de um estacionamento privativo para os funcionários do complexo. O edifício também abriga o Núcleo Gerencial, de Apoio e Supervisão de RH e o Serviço SESC.

O Complexo Cultural, Esportivo e de Lazer do Sesc-DF ainda terá um terraço panorâmico com vista para o lago e para a praça descoberta e um Teatro de Arena próximo ao ginásio.

Praça Coberta
Planta mostra empreendimento visto de cima

Critérios de avaliação

Segundo Valcir Toledo, chefe da seção de engenharia e manutenção do Sesc-DF, a comissão julgadora foi formada por sete membros funcionários da entidade, sendo dois engenheiros, dois arquitetos, dois técnicos da área de cultura e um técnico da área de esporte e lazer.

O projeto foi analisado quanto a implantação, programa de necessidades, organização do conjunto e funcionalidade, código de obras do Distrito Federal e normas gerais, acessibilidade, técnica construtiva, conforto ambiental, ecoeficiência, durabilidade de materiais, praticidade na manutenção e solução estética.

2º lugar
Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados - Brasília

Projeto segundo colocado

Com a finalidade de transformar o espaço do terreno em uma grande praça integrada com a cidade, o projeto foi dividido em três blocos, que se interligam espacialmente no pavimento térreo. No bloco 1 está o conjunto de teatros, no bloco 2 se encontram as atividades esportivas e no bloco 3 as atividades culturais e gerenciais/logística.

3º lugar
Oficina de Arquitetura - Rio de Janeiro

Terceiro lugar

O projeto é composto por uma praça suspensa, que direciona verticalmente o programa do Complexo Cultural, Esportivo e de Lazer, dividido em áreas de ação cultural, lazer e desenvolvimento físico desportivo.

4º lugar
TAO Arquitetura - Brasília

Quarto colocado

O complexo possui uma grande praça para o teatro e um único edifício que abriga todas as outras atividades previstas no edital. Segundo os arquitetos, o projeto foi inspirado nos 50 anos de Brasília e nas obras de Lúcio Costa.

5º lugar
Sebastião Lopes – MG

Fonte: Piniweb


Pontes estaiadas: novidades no Brasil

Os resultados do III Congresso Nacional de Pontes e Estruturas revelam: a principal tendência para este setor da construção civil no país são as pontes estaiadas

A China, um dos países mais desenvolvidos economicamente do mundo, foi um dos primeiros a investir na tecnologia de pontes estaiadas. No Brasil, o setor de obras de arte da construção civil está em crescimento devido a um melhor planejamento e qualidade na execução das obras.

Esta é a principal tendência para o Brasil, resultado de um encontro entre 250 profissionais da área de engenharia e arquitetura do país e do exterior, no III Congresso Nacional de Pontes e Estruturas, realizado no final do mês de abril, no Rio de Janeiro, pela ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas) e pelo grupo brasileiro da IABSE (Associação Internacional de Engenharia Estrutural).

Pontes estaiadas

Ponte estaiada sobre o rio Pinheiros, em São Paulo: tendência no Brasil

O conceito de pontes estaiadas no Brasil pode ser considerado moderno. O modelo estaiado é uma opção de tecnologia para a construção de pontes, além dos modelos de ponte fixa e ponte pênsil. A sustentação dos tabuleiros é feita através de cabos de aço fixados em pilares de concreto moldados no local. A fixação dos cabos pode ser feita em forma de leque - um ponto fixo no pilar, ou forma de harpa - cabos paralelos partindo de vários pontos do pilar. "Hoje, no Brasil, há um investimento maior nesse tipo de estrutura, tanto do setor público como do privado, porque os órgãos públicos e as empresas estão percebendo o potencial da construção civil e isto tem contribuído, significativamente, para o desenvolvimento das regiões onde as pontes são contruídas", destaca Gilberto do Valle, presidente da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas.

Congresso

Entre vários projetos e estudos apresentados durante o III Congresso Nacional de Pontes e Estruturas, Valle destacou os que apontaram o uso de concreto de alto desempenho, de alta resistência e auto adensável, indicados para concretagem de peças densamente armadas e estruturas pré-moldadas de grandes obras, como a ponte Octávio Frias de Oliveira, que atravessa o rio Pinheiros, em São Paulo. Esta ponte estaiada tem como base um único pilar central em forma de "xis" e a distribuição dos cabos foi projetada em forma de leque.

Outro destaque do congresso foram os projetos apresentados das pontes sobre o rio Negro, no Amazonas, onde foi utilizado concreto resfriado e um volume de 2.800 sacos de cimento por estaca; e o projeto da ponte sobre o rio Poty, em Terezina (PI), a primeira ponte do mundo com mirante e elevadores panorâmicos instalados em um pilar central.

Ponte Vasco da Gama, em Portugal, também no estilo estaiada

Ambos os projetos foram feitos no estilo de pontes estaiadas que se tornaram referência nacional e internacional, como explica o presidente da ABPE. "Esta é, sem dúvida, a maior tendência do Brasil. Mas, precisamos entender que, as medidas discutidas e vistas durante o congresso, servem de base para novos empreendimentos. No entanto, a mudança de aplicação dessas tendências na construção civil de estruturas e pontes não é súbita e sim, gradativa", avalia.

O Congresso Nacional de Pontes e Estruturas é realizado de dois em dois anos no Rio de Janeiro, mas há uma grande expectativa dos organizadores de que o próximo, em 2012, também aconteça em São Paulo, abrindo as possibilidades de discussão de obras e análise de futuros projetos entre associações, como o Ibracon (Instituto Brasileiro de Concreto) e profissionais da área.

Está marcado para setembro o Congresso Internacional de Estruturas e Pontes, em Veneza, na Itália. A ABPE já está acompanhando engenheiros brasileiros que irão participar expondo projetos feitos aqui no Brasil. Ainda não foram divulgados os trabalhos do Brasil inscritos no Congresso Internacional.

Pontes e concreto

Gilberto Barbosa do Valle - presidente da ABPE

De acordo com o presidente da ABPE, há também uma questão muito importante e que deve ser implantada por engenheiros na execução de uma obra: um planejamento para evitar o chamado colapso progressivo. Este estudo foi debatido durante o Congresso no Rio de Janeiro e traz uma abordagem voltada para o cuidado na construção. Segundo Gilberto do Valle, com o passar do tempo a estrutura de uma ponte pode ir se deteriorando e, por isso, antes de construir um empreendimento como esse se deve projetar levando em conta as forças da natureza. "Nestes casos, a escolha do material como o concreto, pode ser fundamental para a qualidade da obra", revela.

Outro fator importante destacado por ele é com relação à sustentabilidade. "Qualquer material utilizado numa obra de ponte, vai gerar algum impacto ao meio ambiente", diz. Ainda segundo Gilberto do Valle, esses congressos nacionais são de extrema importância para o setor, uma vez que a construção de obras de arte no país tem sido melhor planejada. "Tenho uma impressão positiva quanto ao crescimento de estruturas de pontes. Há mais qualidade nos processos contrutivos de pontes no Brasil e, por isso, vejo um volume maior de obras em várias regiões.", afirma.

Entrevistado

Gilberto Barbosa do Valle - Presidente da ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas)
E-mail: gdovalle@projest.eng.br
Site: www. abpe.org.br

GLOSSÁRIO:
Obras de arte - estruturas da construção civil realizadas de forma única, especial, como, por exemplo, pontes e viadutos;

Se você gostou da matéria e tem interesse em saber mais o sobre as pontes inovadoras recém construídas no Brasil, como a ponte sobre o rio Poty, em Terezina (PI), deixe seu comentário a seguir.


Pontes estaiadas: novidades no Brasil

Os resultados do III Congresso Nacional de Pontes e Estruturas revelam: a principal tendência para este setor da construção civil no país são as pontes estaiadas

A China, um dos países mais desenvolvidos economicamente do mundo, foi um dos primeiros a investir na tecnologia de pontes estaiadas. No Brasil, o setor de obras de arte da construção civil está em crescimento devido a um melhor planejamento e qualidade na execução das obras.

Esta é a principal tendência para o Brasil, resultado de um encontro entre 250 profissionais da área de engenharia e arquitetura do país e do exterior, no III Congresso Nacional de Pontes e Estruturas, realizado no final do mês de abril, no Rio de Janeiro, pela ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas) e pelo grupo brasileiro da IABSE (Associação Internacional de Engenharia Estrutural).

Pontes estaiadas

Ponte estaiada sobre o rio Pinheiros, em São Paulo: tendência no Brasil

O conceito de pontes estaiadas no Brasil pode ser considerado moderno. O modelo estaiado é uma opção de tecnologia para a construção de pontes, além dos modelos de ponte fixa e ponte pênsil. A sustentação dos tabuleiros é feita através de cabos de aço fixados em pilares de concreto moldados no local. A fixação dos cabos pode ser feita em forma de leque - um ponto fixo no pilar, ou forma de harpa - cabos paralelos partindo de vários pontos do pilar. "Hoje, no Brasil, há um investimento maior nesse tipo de estrutura, tanto do setor público como do privado, porque os órgãos públicos e as empresas estão percebendo o potencial da construção civil e isto tem contribuído, significativamente, para o desenvolvimento das regiões onde as pontes são contruídas", destaca Gilberto do Valle, presidente da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas.

Congresso

Entre vários projetos e estudos apresentados durante o III Congresso Nacional de Pontes e Estruturas, Valle destacou os que apontaram o uso de concreto de alto desempenho, de alta resistência e auto adensável, indicados para concretagem de peças densamente armadas e estruturas pré-moldadas de grandes obras, como a ponte Octávio Frias de Oliveira, que atravessa o rio Pinheiros, em São Paulo. Esta ponte estaiada tem como base um único pilar central em forma de "xis" e a distribuição dos cabos foi projetada em forma de leque.

Outro destaque do congresso foram os projetos apresentados das pontes sobre o rio Negro, no Amazonas, onde foi utilizado concreto resfriado e um volume de 2.800 sacos de cimento por estaca; e o projeto da ponte sobre o rio Poty, em Terezina (PI), a primeira ponte do mundo com mirante e elevadores panorâmicos instalados em um pilar central.

Ponte Vasco da Gama, em Portugal, também no estilo estaiada

Ambos os projetos foram feitos no estilo de pontes estaiadas que se tornaram referência nacional e internacional, como explica o presidente da ABPE. "Esta é, sem dúvida, a maior tendência do Brasil. Mas, precisamos entender que, as medidas discutidas e vistas durante o congresso, servem de base para novos empreendimentos. No entanto, a mudança de aplicação dessas tendências na construção civil de estruturas e pontes não é súbita e sim, gradativa", avalia.

O Congresso Nacional de Pontes e Estruturas é realizado de dois em dois anos no Rio de Janeiro, mas há uma grande expectativa dos organizadores de que o próximo, em 2012, também aconteça em São Paulo, abrindo as possibilidades de discussão de obras e análise de futuros projetos entre associações, como o Ibracon (Instituto Brasileiro de Concreto) e profissionais da área.

Está marcado para setembro o Congresso Internacional de Estruturas e Pontes, em Veneza, na Itália. A ABPE já está acompanhando engenheiros brasileiros que irão participar expondo projetos feitos aqui no Brasil. Ainda não foram divulgados os trabalhos do Brasil inscritos no Congresso Internacional.

Pontes e concreto

Gilberto Barbosa do Valle - presidente da ABPE

De acordo com o presidente da ABPE, há também uma questão muito importante e que deve ser implantada por engenheiros na execução de uma obra: um planejamento para evitar o chamado colapso progressivo. Este estudo foi debatido durante o Congresso no Rio de Janeiro e traz uma abordagem voltada para o cuidado na construção. Segundo Gilberto do Valle, com o passar do tempo a estrutura de uma ponte pode ir se deteriorando e, por isso, antes de construir um empreendimento como esse se deve projetar levando em conta as forças da natureza. "Nestes casos, a escolha do material como o concreto, pode ser fundamental para a qualidade da obra", revela.

Outro fator importante destacado por ele é com relação à sustentabilidade. "Qualquer material utilizado numa obra de ponte, vai gerar algum impacto ao meio ambiente", diz. Ainda segundo Gilberto do Valle, esses congressos nacionais são de extrema importância para o setor, uma vez que a construção de obras de arte no país tem sido melhor planejada. "Tenho uma impressão positiva quanto ao crescimento de estruturas de pontes. Há mais qualidade nos processos contrutivos de pontes no Brasil e, por isso, vejo um volume maior de obras em várias regiões.", afirma.

Entrevistado

Gilberto Barbosa do Valle - Presidente da ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas)
E-mail: gdovalle@projest.eng.br
Site: www. abpe.org.br

GLOSSÁRIO:
Obras de arte - estruturas da construção civil realizadas de forma única, especial, como, por exemplo, pontes e viadutos;

Se você gostou da matéria e tem interesse em saber mais o sobre as pontes inovadoras recém construídas no Brasil, como a ponte sobre o rio Poty, em Terezina (PI), deixe seu comentário a seguir.


Rodoanel: 32% da obra foi pavimentada com concreto

O trecho sul do Rodoanel em SP interliga as principais rodovias do estado e mostra que o concreto pode ter um custo-benefício satisfatório a longo prazo

A escolha do pavimento em uma das maiores obras do país, o trecho sul do Rodoanel, em São Paulo, chama a atenção pelo uso de tecnologias na construção da rodovia. São 32% de pavimento rígido e 68% de asfalto, escolhidos através de uma análise geológica - realizada antes do projeto ser executado.

O trecho sul do Rodoanel, em São Paulo, inaugurado no final de março deste ano, interliga as rodovias Anchieta e Imigrantes, além do ABC paulista a outras pistas importantes, como Bandeirantes, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. O empreendimento tem 61,4 quilômetros de extensão e é o mais importante do Rodoanel, pelo seu impacto no trânsito e no transporte de carga.

A obra, que iniciou no final de 2007, levou pouco mais de trinta meses para ser concluída e foi projetada pela Dersa (Companhia de Desenvolvimento Rodoviário do Estado de São Paulo) que utilizou o pavimento rígido em 132 pontes, viadutos e acessos, o que equivale a 20 km de extensão de todo o Rodoanel.

A obra

Ponte sobre a represa Billings, mais de 1000 metros de concreto pré-moldado fabricado no canteiro de obras

Uma obra dessa natureza foi fruto de intensos estudos para avaliar os impactos ambientais, envolvendo, inclusive, pesquisadores de universidades. Tudo isso porque uma das pontes - a mais importante delas com mais de 1000 metros de extensão -, que faz ligação entre o trecho sul e a região metropolitana de São Paulo, cruza a represa Billings. As licenças ambientais permitiram o investimento no local e hoje a ponte sobre a represa tem um movimento diário em torno de cem mil veículos. Ela foi construída com concreto pré-moldado e, devido à sua grandiosidade, as peças tiveram que ser feitas no canteiro industrial.

De acordo com o diretor de engenharia da Dersa, Pedro da Silva, a escolha do material, principalmente no caso das pontes, se deu devido à boa relação custo-benefício e à alta resistência do material. A companhia estima assegurar a durabilidade do concreto utilizado no pavimento através da análise técnica de engenheiros, que acompanharam a evolução de cada um dos trechos do Rodoanel sul.

Benefícios do concreto

Para o diretor de engenharia da Dersa o uso de tecnologias para construção de rodovias tem crescido no país, principalmente em estradas feitas somente de concreto. "O Brasil está começando a explorar mais o concreto e isso é muito positivo. Optamos por fazer uma parte da obra do Rodoanel só de pavimento rígido (32% de pontes e viadutos) e o restante da rodovia de asfalto, sendo que, em alguns trechos estratégicos, como nos principais cruzamentos, utilizamos o pavimento semirrígido", explica Pedro da Silva. Segundo ele, o concreto disponibiliza, além de mais vida útil à estrada, mais segurança aos motoristas. Ainda de acordo com o diretor da Dersa, a previsão é de que o concreto das pontes e dos viadutos não exija manutenção nos próximos dez anos. "Mas é importante frisar que cada obra tem a sua particularidade", destaca.

Números da obra

A construção do trecho sul do Rodoanel exigiu investimento do governo do estado de São Paulo e do governo federal de R$ 5 bilhões, sendo R$ 3,2 bilhões referentes às obras brutas e o restante, R$ 1,8 bilhão, destinados às compensações ambientais, desapropriações e reassentamentos.

Estiveram envolvidos no projeto 11 mil trabalhadores e cinco empreiteiras. Estima-se que o Rodoanel deve desafogar 43% do movimento de veículos pesados, cerca de 80 mil caminhões que trafegam pela Avenida Bandeirantes e mais 200 mil veículos, correspondentes a 47% da frota de carros que passam diariamente pela Marginal Pinheiros.

Especificidades técnicas

No total da obra, foram utilizados 348 mil metros cúbicos de concreto moldado, 458 mil metros cúbicos de pavimento de concreto, 380 mil metros cúbicos de areia, outros 327 mil metros cúbicos de material betuminoso, além de 540 mil metros cúbicos de pedras.

Uma curiosidade: o volume de material betuminoso empregado na obra seria suficiente para encher 23.240 caminhões, com capacidade para 14 metros cúbicos; e o volume de pedras, 38.780 caminhões do mesmo tamanho.

 

Entrevistado
Pedro da Silva - Diretor de engenharia da Dersa
E-mail: imprensa@dersa.sp.gov.br


Rodoanel: 32% da obra foi pavimentada com concreto

O trecho sul do Rodoanel em SP interliga as principais rodovias do estado e mostra que o concreto pode ter um custo-benefício satisfatório a longo prazo

A escolha do pavimento em uma das maiores obras do país, o trecho sul do Rodoanel, em São Paulo, chama a atenção pelo uso de tecnologias na construção da rodovia. São 32% de pavimento rígido e 68% de asfalto, escolhidos através de uma análise geológica - realizada antes do projeto ser executado.

O trecho sul do Rodoanel, em São Paulo, inaugurado no final de março deste ano, interliga as rodovias Anchieta e Imigrantes, além do ABC paulista a outras pistas importantes, como Bandeirantes, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. O empreendimento tem 61,4 quilômetros de extensão e é o mais importante do Rodoanel, pelo seu impacto no trânsito e no transporte de carga.

A obra, que iniciou no final de 2007, levou pouco mais de trinta meses para ser concluída e foi projetada pela Dersa (Companhia de Desenvolvimento Rodoviário do Estado de São Paulo) que utilizou o pavimento rígido em 132 pontes, viadutos e acessos, o que equivale a 20 km de extensão de todo o Rodoanel.

A obra

Ponte sobre a represa Billings, mais de 1000 metros de concreto pré-moldado fabricado no canteiro de obras

Uma obra dessa natureza foi fruto de intensos estudos para avaliar os impactos ambientais, envolvendo, inclusive, pesquisadores de universidades. Tudo isso porque uma das pontes - a mais importante delas com mais de 1000 metros de extensão -, que faz ligação entre o trecho sul e a região metropolitana de São Paulo, cruza a represa Billings. As licenças ambientais permitiram o investimento no local e hoje a ponte sobre a represa tem um movimento diário em torno de cem mil veículos. Ela foi construída com concreto pré-moldado e, devido à sua grandiosidade, as peças tiveram que ser feitas no canteiro industrial.

De acordo com o diretor de engenharia da Dersa, Pedro da Silva, a escolha do material, principalmente no caso das pontes, se deu devido à boa relação custo-benefício e à alta resistência do material. A companhia estima assegurar a durabilidade do concreto utilizado no pavimento através da análise técnica de engenheiros, que acompanharam a evolução de cada um dos trechos do Rodoanel sul.

Benefícios do concreto

Para o diretor de engenharia da Dersa o uso de tecnologias para construção de rodovias tem crescido no país, principalmente em estradas feitas somente de concreto. "O Brasil está começando a explorar mais o concreto e isso é muito positivo. Optamos por fazer uma parte da obra do Rodoanel só de pavimento rígido (32% de pontes e viadutos) e o restante da rodovia de asfalto, sendo que, em alguns trechos estratégicos, como nos principais cruzamentos, utilizamos o pavimento semirrígido", explica Pedro da Silva. Segundo ele, o concreto disponibiliza, além de mais vida útil à estrada, mais segurança aos motoristas. Ainda de acordo com o diretor da Dersa, a previsão é de que o concreto das pontes e dos viadutos não exija manutenção nos próximos dez anos. "Mas é importante frisar que cada obra tem a sua particularidade", destaca.

Números da obra

A construção do trecho sul do Rodoanel exigiu investimento do governo do estado de São Paulo e do governo federal de R$ 5 bilhões, sendo R$ 3,2 bilhões referentes às obras brutas e o restante, R$ 1,8 bilhão, destinados às compensações ambientais, desapropriações e reassentamentos.

Estiveram envolvidos no projeto 11 mil trabalhadores e cinco empreiteiras. Estima-se que o Rodoanel deve desafogar 43% do movimento de veículos pesados, cerca de 80 mil caminhões que trafegam pela Avenida Bandeirantes e mais 200 mil veículos, correspondentes a 47% da frota de carros que passam diariamente pela Marginal Pinheiros.

Especificidades técnicas

No total da obra, foram utilizados 348 mil metros cúbicos de concreto moldado, 458 mil metros cúbicos de pavimento de concreto, 380 mil metros cúbicos de areia, outros 327 mil metros cúbicos de material betuminoso, além de 540 mil metros cúbicos de pedras.

Uma curiosidade: o volume de material betuminoso empregado na obra seria suficiente para encher 23.240 caminhões, com capacidade para 14 metros cúbicos; e o volume de pedras, 38.780 caminhões do mesmo tamanho.

 

Entrevistado
Pedro da Silva - Diretor de engenharia da Dersa
E-mail: imprensa@dersa.sp.gov.br


Liderança paternalista: a preferida entre brasileiros

Estudo afirma que aplicar a gestão paternalista apresenta melhores resultados com funcionários brasileiros

O modelo de liderança paternalista, que relaciona a ação do gestor com proteção, amizade e familiaridade, é o preferido entre brasileiros. Essa afirmação surgiu após a recente publicação na revista científica Thunderbird International Business Review (publicada bimestralmente nos EUA) de um artigo produzido pelo brasileiro Alfredo Behrens. O estudo realizado por Behrens, que é professor e pesquisador do Profuturo (Programa de Estudos do Futuro) e da FIA (Fundação Instituto de Administração), avaliou a preferência de alunos de MBA do Brasil e da Europa.

Alfredo Behrens. "O papel do gestor é lutar por seus colaboradores".

Behrens conta que para descobrir qual estilo de gestor é o preferido entre os trabalhadores foram disponibilizados seis vídeos curtos, sem áudio, representando cada estilo de liderança. Além do paternalista e do intelectual  - no qual o líder conquista a admiração de seus colaboradores pelo seu conhecimento - , outros quatro modelos de liderança foram citados na pesquisa: o estilo coercivo, que força a concordância imediata de seus subordinados; o autoritário, focado na motivação e inserção dos colaboradores no plano geral da empresa; o democrático, que atua através da análise e aceitação das ideias dos funcionários; e o líder modelo, que estabelece altos níveis para o desempenho da equipe e dá o exemplo de funcionário ideal.

Para realizar o estudo, o pesquisador contou com o apoio de colegas docentes de MBA no Brasil e no continente europeu, que apresentaram os vídeos aos seus alunos e coletaram as preferências dos grupos. "O estilo de liderança preferido entre os estudantes europeus é o do líder com foco intelectual - dois terços da amostra pesquisada preferiram este modelo. O percentual no Brasil foi o mesmo, porém o tipo de líder escolhido foi o paternal e protecionista", afirma o professor.

Para confirmar as constatações da pesquisa o professor realizou um pequeno questionário informal durante uma palestra na UFPR (Universidade Federal do Paraná). "Mostrei os mesmos seis vídeos e fizemos uma rápida enquete. Os alunos de graduação confirmaram o perfil brasileiro, com a preferência pelo líder paternalista", conta Behrens.

Preconceito

Os termos paternalista e protecionista normalmente possuem uma conotação pejorativa quando ligados à liderança. Isso acontece devido ao pré-conceito de que um amigo não pode cobrar resultados como um chefe. "O papel do gestor paternalista é lutar pelos seus colaboradores, principalmente, quando estes estiverem vulneráveis", analisa o professor. "Cuidar um do outro não significa confundir a relação, principalmente, em um país como o Brasil onde a hierarquia é uma característica tão presente na sociedade", afirma Alfredo Behrens.

Uma dica para garantir o respeito às hierarquias é que o chefe seja competente. "Quando o líder atua mais pela força do cargo em detrimento do caráter podem ocorrer rebeldias dos funcionários", afirma o professor. Para ser um líder paternalista e garantir o sucesso das suas ações o gestor deve saber delegar. "Ele deve ser um líder autêntico e deixar que seus colaboradores cresçam com ele, assim todos terão oportunidades para progredir profissionalmente e a empresa terá maiores resultados", ressalta o professor.

História

A preferência brasileira por uma liderança paternalista é justificada pela história nacional de lutas e insurreições populares. "Os líderes nacionais são sempre carismáticos e a política brasileira é voltada ao impacto populista", explica Behrens. A população se subordina ao juízo do líder em troca de proteção e uma ação semelhante ocorre na relação empresarial. "Se a população prefere um modelo populista na política, preferirá, também, um com o mesmo perfil nas empresas. O profissional só irá se dedicar totalmente a esse chefe se acreditar que ele será capaz de protegê-lo", afirma o pesquisador.

Alfredo Behrens defende que a liderança deve ser moldada ao que é esperado pelo colaborador. "Quando a liderança é adequada à realidade dos funcionários e ao que eles esperam de um líder a empresa torna-se mais produtiva", afirma.

Entrevistado
Alfredo Behrens - Economista com PhD pela Universidade de Cambridge
Professor de Gestão Intercultural no MBA Internacional da FIA (Fundação Instituto de Administração)
Autor do livro Culture and Management in the Americas, pela Stanford University Press, 2009. Este livro foi finalista do Prêmio Jabutí em 2008 e que também foi recomendado pela Época Negócios como um dos melhores livros de negócios do ano.
http://www.alfredobehrens.com/

Caso você queira saber mais sobre os outros modelos de gestão citados nessa matéria, deixe um comentário a seguir.


Liderança paternalista: a preferida entre brasileiros

Estudo afirma que aplicar a gestão paternalista apresenta melhores resultados com funcionários brasileiros

O modelo de liderança paternalista, que relaciona a ação do gestor com proteção, amizade e familiaridade, é o preferido entre brasileiros. Essa afirmação surgiu após a recente publicação na revista científica Thunderbird International Business Review (publicada bimestralmente nos EUA) de um artigo produzido pelo brasileiro Alfredo Behrens. O estudo realizado por Behrens, que é professor e pesquisador do Profuturo (Programa de Estudos do Futuro) e da FIA (Fundação Instituto de Administração), avaliou a preferência de alunos de MBA do Brasil e da Europa.

Alfredo Behrens. "O papel do gestor é lutar por seus colaboradores".

Behrens conta que para descobrir qual estilo de gestor é o preferido entre os trabalhadores foram disponibilizados seis vídeos curtos, sem áudio, representando cada estilo de liderança. Além do paternalista e do intelectual  - no qual o líder conquista a admiração de seus colaboradores pelo seu conhecimento - , outros quatro modelos de liderança foram citados na pesquisa: o estilo coercivo, que força a concordância imediata de seus subordinados; o autoritário, focado na motivação e inserção dos colaboradores no plano geral da empresa; o democrático, que atua através da análise e aceitação das ideias dos funcionários; e o líder modelo, que estabelece altos níveis para o desempenho da equipe e dá o exemplo de funcionário ideal.

Para realizar o estudo, o pesquisador contou com o apoio de colegas docentes de MBA no Brasil e no continente europeu, que apresentaram os vídeos aos seus alunos e coletaram as preferências dos grupos. "O estilo de liderança preferido entre os estudantes europeus é o do líder com foco intelectual - dois terços da amostra pesquisada preferiram este modelo. O percentual no Brasil foi o mesmo, porém o tipo de líder escolhido foi o paternal e protecionista", afirma o professor.

Para confirmar as constatações da pesquisa o professor realizou um pequeno questionário informal durante uma palestra na UFPR (Universidade Federal do Paraná). "Mostrei os mesmos seis vídeos e fizemos uma rápida enquete. Os alunos de graduação confirmaram o perfil brasileiro, com a preferência pelo líder paternalista", conta Behrens.

Preconceito

Os termos paternalista e protecionista normalmente possuem uma conotação pejorativa quando ligados à liderança. Isso acontece devido ao pré-conceito de que um amigo não pode cobrar resultados como um chefe. "O papel do gestor paternalista é lutar pelos seus colaboradores, principalmente, quando estes estiverem vulneráveis", analisa o professor. "Cuidar um do outro não significa confundir a relação, principalmente, em um país como o Brasil onde a hierarquia é uma característica tão presente na sociedade", afirma Alfredo Behrens.

Uma dica para garantir o respeito às hierarquias é que o chefe seja competente. "Quando o líder atua mais pela força do cargo em detrimento do caráter podem ocorrer rebeldias dos funcionários", afirma o professor. Para ser um líder paternalista e garantir o sucesso das suas ações o gestor deve saber delegar. "Ele deve ser um líder autêntico e deixar que seus colaboradores cresçam com ele, assim todos terão oportunidades para progredir profissionalmente e a empresa terá maiores resultados", ressalta o professor.

História

A preferência brasileira por uma liderança paternalista é justificada pela história nacional de lutas e insurreições populares. "Os líderes nacionais são sempre carismáticos e a política brasileira é voltada ao impacto populista", explica Behrens. A população se subordina ao juízo do líder em troca de proteção e uma ação semelhante ocorre na relação empresarial. "Se a população prefere um modelo populista na política, preferirá, também, um com o mesmo perfil nas empresas. O profissional só irá se dedicar totalmente a esse chefe se acreditar que ele será capaz de protegê-lo", afirma o pesquisador.

Alfredo Behrens defende que a liderança deve ser moldada ao que é esperado pelo colaborador. "Quando a liderança é adequada à realidade dos funcionários e ao que eles esperam de um líder a empresa torna-se mais produtiva", afirma.

Entrevistado
Alfredo Behrens - Economista com PhD pela Universidade de Cambridge
Professor de Gestão Intercultural no MBA Internacional da FIA (Fundação Instituto de Administração)
Autor do livro Culture and Management in the Americas, pela Stanford University Press, 2009. Este livro foi finalista do Prêmio Jabutí em 2008 e que também foi recomendado pela Época Negócios como um dos melhores livros de negócios do ano.
http://www.alfredobehrens.com/

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Congresso do Crea-PR irá debater a sustentabilidade na construção civil

Evento que acontece no final de maio no Paraná também irá discutir o exercício da profissão entre profissionais de todo país

por: Vanessa Bordin – Vogg Branded Content

Entre os dias 26 a 28 de maio, será realizado o 7º Congresso Estadual de Profissionais do  Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná), em Foz do Iguaçu. Entre os diversos temas que serão abordados, o foco estará na discussão sobre sustentabilidade na construção civil. Devem participar em torno de 350 pessoas do Paraná, além de profissionais de outros estados.

As propostas que serão abordadas durante o evento vieram de debates entre engenheiros, arquitetos e estudantes de universidades de 35 cidades no Paraná, realizados no mês de março. Entre os assuntos mais interessantes, levantados durante esses encontros do Crea, está o aprimoramento do modelo de gestão e de certificação do acervo técnico, ou seja, como implementar novas possibilidades de exercer as profissões de engenharia, arquitetura e agronomia. Também, estiveram em destaque a discussão de como incentivar a prática da sustentabilidade, pensando na preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, e a utilização correta dos materiais, como, por exemplo, o concreto, para que não haja desperdício.

Segundo Joel Krüger, presidente do Crea-PR, outra discussão importante que deve permear o debate do congresso estadual será a necessidade da criação de um exame de proficiência para os recém-formados. “Hoje apenas o curso de Direito exige uma prova para certificar a profissão. Queremos implantar esse modelo também dentro dos cursos de Agronomia, Arquitetura e Engenharia. Isso daria mais suporte aos futuros profissionais”, destaca Krüger.
O 7º Congresso Estadual de Profissionais do Crea-PR vai contar com a participação de cinco palestrantes de outros estados, entre eles estão: o presidente do Conselho Nacional do Crea, Marcos Tulio de Melo; o presidente do Crea da Bahia, Jonas Dantas dos Santos; e o diretor nacional da Usina Hidrelétrica de Itaipu, Jorge Samek.
Conselho Nacional e a sustentabilidade

Segundo Joel Krüger, o Conselho Nacional se reúne de três em três anos para ouvir o que foi debatido nos conselhos regionais e tentar por em prática as medidas solicitadas nos estados. “Este ano a nossa expectativa é de que o comitê paranaense leve para o Congresso Nacional, que será realizado no segundo semestre deste ano, a sustentabilidade. Temos base para apresentar bons projetos e defendê-los também, vai depender dos resultados no final de maio, de nosso congresso em Foz”, revela o presidente do Crea-PR.

Ele deu exemplos de sustentabilidade como: reutilização da água, captação da água da chuva em residência, mecanismos que incentivem o uso de materiais ambientalmente corretos e uso racional da energia. “Cada projeto, cada material, tem a sua particularidade. O cimento, por exemplo, pode ser mais utilizado na construção de casas, pois o produto tem uma boa durabilidade e apresenta boa relação custo-benefício. Mas, é preciso analisar a cadeia produtiva num todo. Há uma universidade do Paraná em que os alunos aprendem como reutilizar o pó do mármore e transformá-lo em tijolos. Esses são exemplos de que a sustentabilidade pode ser feita e depende só de nós. No entanto, ela é urgente. É a saúde do planeta que está em questão”, finaliza o presidente do Crea-PR.

Outros estados

O mesmo congresso que acontecerá no final de maio no Paraná também será realizado em outros estados, envolvendo profissionais dos Creas regionais de cada capital do país. No segundo semestre do ano haverá, ainda, um encontro nacional reunindo os participantes de todos os Creas para aprovação das medidas finais – que devem ser colocadas em prática dentro de três anos. No Rio Grande do Sul, o congresso regional será realizado já no próximo dia 16 de maio, na Assembléia Legislativa de Porto Alegre.
Entrevistado: Joel Krüger - Presidente do Crea-PR
E-mail: comunicacao@crea-pr.org.br

FRASE FINAL: Em sua opinião, a criação de um exame de proficiência para os recém formados nos cursos de Agronomia, Arquitetura e Engenharia seria um ganho para o mercado? Participe dessa discussão e deixe um comentário a seguir!

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content