Paraná investe R$ 28 milhões em programas para ampliar segurança e fluidez nas rodovias
O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) está colocando em prática dois importantes programas para melhorar a segurança e a fluidez nas rodovias estaduais: o Programa Rota Segura e o Programa Conexões Seguras. Juntos, os projetos somam mais de R$ 28 milhões em investimentos e visam identificar, priorizar e solucionar pontos críticos nas estradas, promovendo um trânsito mais eficiente e seguro.

Crédito: Envato
No Programa Rota Segura, o foco está em rodovias de pista simples. O DER/PR vai estudar 1.453 quilômetros de estradas estaduais para identificar onde há necessidade de implantação de terceiras faixas. “O objetivo é melhorar a segurança, a fluidez e o conforto dos usuários, além de apontar os investimentos prioritários”, afirma Guilherme Luiz Conte, engenheiro civil e chefe da Coordenadoria Técnica do DER/PR.
O projeto foi dividido em cinco lotes para permitir maior participação de empresas especializadas, aumentar a concorrência nas licitações e gerar economia ao Estado. O processo envolve duas etapas. Primeiro, a análise técnica dos trechos com base em critérios como volume de acidentes, capacidade da via e existência de pontos críticos. Depois, são elaborados anteprojetos de engenharia para 30% do total estudado.
Interseções sob análise detalhada
Outro grande passo está sendo dado com o Programa Conexões Seguras, que prevê o levantamento e análise de 201 interseções em rodovias estaduais. O investimento é de R$ 13,3 milhões e o prazo de execução é de 24 meses.
A ideia é identificar onde são necessárias adequações como acostamentos, ciclovias, vias marginais, passeios e até substituição por novos viadutos. “Com esses dados, o DER/PR saberá quais interseções são mais críticas, podendo se planejar para contratar as respectivas obras, gerando mais segurança e melhorando o fluxo”, destaca Conte.
Assim como no programa anterior, o trabalho é dividido em duas fases: levantamento das condições operacionais e elaboração de anteprojetos. As interseções serão hierarquizadas de acordo com critérios técnicos como geometria inadequada, fluidez e segurança viária. A expectativa é que, ao final do estudo, cerca de 60% das interseções de cada lote recebam propostas de soluções.
Planejamento técnico e impacto direto na população
A criação de um banco de anteprojetos baseado em estudos de campo é apontada pelo DER/PR como fundamental para o uso racional de recursos públicos. “A elaboração desses anteprojetos possibilita o planejamento das intervenções futuras, otimizando a alocação de recursos e garantindo a segurança dos usuários”, explica Conte.
Os benefícios para a população vão além da engenharia. A previsão é de redução de acidentes causados por ultrapassagens forçadas, mais segurança em entroncamentos e interseções e maior fluidez no tráfego diário, impactando diretamente no transporte de pessoas e mercadorias pelo estado.
Mapeamento da malha rodoviária nacional
Enquanto o Paraná estrutura suas intervenções, em nível nacional, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) também avança no mapeamento da malha rodoviária com a Pesquisa CNT de Rodovias 2025. Com o uso de tecnologias avançadas, como georreferenciamento de alta precisão e câmeras embarcadas, o levantamento terá cobertura ampliada, passando de 110 mil para 121 mil quilômetros avaliados em todo o Brasil.
O objetivo da CNT é traçar um panorama detalhado das condições das rodovias pavimentadas e subsidiar políticas públicas e investimentos que contribuam para a melhoria da infraestrutura viária no país. Os dados coletados são fundamentais para apontar gargalos logísticos, orientar planos de manutenção e ajudar na priorização de obras essenciais.
A sinergia entre planejamento técnico, uso de tecnologia e divisão eficiente de contratos tem sido o caminho escolhido pelo DER/PR para garantir rodovias mais seguras no Paraná. Aliado ao esforço nacional da CNT, o foco em diagnósticos precisos pode representar um avanço significativo para a mobilidade e a segurança viária no Brasil.
Entrevistado
Guilherme Luiz Conte é engenheiro civil, servidor público e chefe da Coordenadoria Técnica do DER/PR.
Fonte
Confederação Nacional do Transporte (CNT)
Contato
comunicacao@der.pr.gov.br (Assessoria de Imprensa)
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Construsul reúne mais de 300 expositores em Porto Alegre
Entre os dias 22 e 25 de julho, foi realizada a 26ª Construsul – Feira Internacional da Construção, em Porto Alegre (RS). Durante os quatro dias de evento, mais de 300 empresas apresentarão inovações, tecnologias e soluções voltadas ao setor, com foco em networking, atualização profissional e relacionamento com o mercado.
“A feira tem uma abrangência muito interessante e um porte expressivo, reunindo muitos expositores”, destaca Rômulo Parizotto Machado, gerente comercial da Cimento Itambé. “Nossos clientes relataram um volume significativo de visitas, de todo o estado do Rio Grande do Sul e, inclusive, de Santa Catarina, estado vizinho.”

Crédito: Divulgação
Rômulo também chama atenção para a diversidade de soluções apresentadas. “Na Construsul, é possível encontrar soluções para todas as etapas e tipos de obras da construção civil, observa.
Para ele, o evento é uma excelente oportunidade de relacionamento com o mercado. “As empresas com quem conversei receberam muitos clientes, criaram novas conexões e desenvolveram várias oportunidades. O movimento foi intenso, com grande fluxo de visitantes. É um momento estratégico para atrair novos negócios.”
Além do networking, outro destaque foram os lançamentos e inovações apresentados pelas empresas. Confira a seguir algumas das novidades levadas à feira:
Celucon
De acordo com Rômulo, a empresa fez demonstrações do sistema construtivo com blocos celulares, o que continua sendo inovador para boa parte do público da feira, mesmo sendo um produto presente no mercado brasileiro há mais tempo. “As principais atrações do stand foram a demonstração prática da agilidade e qualidade no levantamento de paredes com os blocos celulares e a competição promovida entre os visitantes de quem conseguiria cortar mais rapidamente um bloco com uso de uma serra manual.”
Cerâmica Kaspary

Crédito: Construsul
Noeli Kaspary Stoffels, da área comercial da Cerâmica Kaspary, conta que esta é o 26° ano que a empresa participa. “Para nós, a participação na feira foi um sucesso. Eu vi a satisfação total dos clientes, o quanto o nosso produto é bom e o quanto faz diferença no mercado”, afirma.
Durante o evento, a empresa lançou o painel protendido. “Com a escassez de mão de obra na construção civil, soluções industrializadas vêm ganhando cada vez mais espaço. É o caso do nosso novo painel protendido, lançado recentemente. Ele possui 1,20 metro de largura e pode ser produzido com até 12 metros de comprimento”, relata Noeli.
O material sai pronto da fábrica e vai direto para a obra, onde a montagem é feita com o auxílio de um guindaste — contratado pelo próprio cliente. “Enviamos também uma pinça especial para facilitar a instalação. O processo é tão ágil que, quando o motorista sai da obra, a estrutura já está praticamente concluída. Basta aplicar o EPS, a malha de ferro e uma camada de concreto para finalizar”, revela Noeli.
Eternit
Para Eder Sá Alves Campos, diretor comercial da Eternit, a Construsul demonstrou a força do mercado de MatCon para economia. “Um fluxo alto de pessoas interessadas no mercado da construção. Muitas marcas fortes presentes valorizando e reconhecendo a força da região sul, em especial do Rio Grande do Sul, para o Brasil. Nós da Eternit, marca da cobertura do brasileiro, indústria com 85 anos de tradição, marcamos presença com foco em reconhecer nossos clientes parceiros e reforçar nosso compromisso de qualidade e presença em todo território nacional”, comenta.
No evento, a Eternit reforçou seu compromisso com a qualidade da telha de fibrocimento. Campos destaca a telha Eternit Imper+, que garante um dos melhores custo-benefícios para soluções de cobertura do mercado.
“Levamos ainda nossas soluções de placa cimentícia, com destaque para placa piso, bem como nossa linha de produtos para construção a seco. Soluções na qual viemos investindo e seguimos apostando para ser uma indústria provedora com escala, capacidade de customização e alto padrão de qualidade”, afirma.
JR Comercio de Cimento e Concreto LTDA
Roberto Solda Andreetta, sócio fundador da empresa JR Comércio de Cimento e Concreto, destacou que a feira traz o sul do país para dentro dela, com muitas oportunidades para toda a cadeia da construção civil.
“É uma ótima oportunidade de se tornar mais conhecido na praça, no mercado da região sul onde a gente participa”, pontua.
Na feira, a JR Comércio de Cimento e Concreto apresentou diversas inovações, como as estacas tubulões produzidas por um processo mecanizado e industrializado, que permite atender com agilidade qualquer região do Rio Grande do Sul. Outra novidade foram as telhas térmicas e acústicas, que contribuem tanto para o conforto sonoro quanto para o controle da temperatura nos ambientes.
Tilecol
Para Antonio Carlos Delavi Gama, diretor na Tilecol, o evento é uma oportunidade para realizar campanhas voltadas à ampliação do mix de produtos dentro da própria base.
Dentre os lançamentos da Tilecol, um dos destaques foi o chapisco desempenado, uma evolução do tradicional chapisco rolado. “Além disso, com a retomada do uso de pedras ornamentais e naturais na construção civil, identificamos uma demanda específica e lançamos o rejunte para grandes juntas, com aplicação em vãos de 20 a 50 milímetros. Hoje, apenas a Tilecol e mais uma marca oferecem esse tipo de produto no mercado nacional”, comenta Gama.
A feira também foi palco de outros lançamentos importantes, como a Super Cola 12, Tecnogum Manta Líquida, Cola 6 Plus, Tecnogum Parede e Bloqueador de Vapor.
Com a recente inauguração da fábrica da Tilecol no Rio Grande do Sul, a marca criou uma identidade pra mostrar que também está no Rio Grande do Sul e usou uma chamada de Tchêlecol.
Entrevistados
Rômulo Parizotto Machado, gerente comercial da Cimento Itambé.
Noeli Kaspary Stoffels, da área comercial da Cerâmica Kaspary.
Eder Sá Alves Campos, diretor comercial da Eternit.
Roberto Solda Andreetta, sócio fundador da empresa JR Comercio de Cimento e Concreto LTDA.
Antonio Carlos Delavi Gama, diretor na Tilecol.
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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Manual do Sinduscon-SP propõe soluções para atrair e reter mão de obra na construção civil
A construção civil brasileira enfrenta um dos seus maiores desafios: a renovação da mão de obra. Dados do IBGE projetam que, até 2070, a população entre 50 e 75 anos será maioria, enquanto o número total de habitantes diminuirá. Esse panorama já é sentido nos canteiros de obras, onde a média de idade dos trabalhadores gira em torno de 43 anos.
A escassez de jovens no setor compromete prazos, produtividade e a capacidade de inovação. “Há uma deficiência enorme no ingresso de jovens no setor. A grande incidência de atrasos nas obras e a procura crescente por mão de obra de qualidade evidenciam esse cenário”, alerta David Fratel, engenheiro civil e diretor de Gente no Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP.

Crédito: Envato
Estratégias para valorizar e reter profissionais
Diante desse cenário, o SindusCon-SP desenvolveu o Manual de Boas Práticas em Gestão de Pessoas na Construção Civil , com foco em tornar o setor mais atrativo, especialmente para a Geração Z, composta por pessoas nascidas entre 1995 e 2010.
O material propõe estratégias para atrair, reter e valorizar profissionais, reconhecendo que o perfil do trabalhador mudou e que novas abordagens são necessárias. “A chegada da Geração Z exige mais inovação, colaboração, além de valorizar propósito social e uso intensivo de tecnologia”, afirma Fratel.
Segundo ele, o setor precisa se modernizar, adotar práticas inclusivas e valorizar o desenvolvimento humano. Já o jovem precisa entender que a construção civil está se modificando para recebê-lo.
Como atrair jovens para o setor
A principal frente de ação é a mudança na imagem do setor. Para Fratel, a construção civil vive um momento de reinvenção, com forte avanço na industrialização de sistemas construtivos, digitalização e soluções sustentáveis. “Isso gera ambientes mais organizados, seguros e produtivos, mais alinhados ao perfil da nova geração”, destaca.
Ambiente e cultura para reter talentos
Para manter os profissionais no setor, o manual destaca a importância de um ambiente de trabalho estruturado. Isso inclui desde a oferta de planos de carreira e remunerações atrativas, até ações de saúde, segurança e bem-estar. Transparência, oportunidades multidisciplinares e valorização constante também são pilares. “O jovem precisa de clareza, movimento e reconhecimento. Um bom ambiente de trabalho, aliado à capacitação constante, é chave para reter talentos”, explica Fratel.
Soluções práticas para a modernização da gestão de pessoas
O documento também propõe ações concretas de gestão, como a construção de uma cultura organizacional sólida, estratégias de experiência do colaborador, programas de endomarketing e canais de comunicação mais eficientes.
“Uma cultura ética e positiva aumenta a satisfação no trabalho. Isso passa por engajamento, diversidade, gestão de clima e um ambiente físico inspirador. A experiência do colaborador precisa ser pensada desde o recrutamento até o desligamento”, defende o diretor.
O Manual de Boas Práticas representa uma ferramenta estratégica para enfrentar o déficit de mão de obra qualificada e promover a sustentabilidade da construção civil. Mais que atrair profissionais, o objetivo é transformar a forma como as empresas se relacionam com seus colaboradores. “Mais do que um emprego, o setor oferece um caminho. Precisamos de mentes criativas e jovens dispostos a construir o futuro das cidades e do país”, finaliza Fratel.
Entrevistado
David Fratel é engenheiro civil e diretor de Gente do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP.
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rmontagnini@sindusconsp.com.br (Assessoria de Imprensa)
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Vendas de cimento crescem 3,5% no primeiro semestre e projeta um crescimento de 2,1% para o ano
A indústria brasileira do cimento encerrou o primeiro semestre de 2025 com alta de 3,5% nas vendas, atingindo um total de 32 milhões de toneladas comercializadas, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). Apesar da leve retração de 1,7% nas vendas em junho, o volume médio diário cresceu 0,5% em relação ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com o diretor executivo do SNIC, Bernardo Jannuzzi, o resultado é reflexo direto do bom momento vivido pelo setor imobiliário e pela economia. “No primeiro trimestre, os lançamentos imobiliários cresceram 11%, e o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) avançou 31,7%. Além disso, o mercado de trabalho segue em expansão, com um número recorde de 39,8 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Esse aumento na massa salarial impulsiona diretamente o consumo de cimento”.
Coprocessamento ganha espaço
Além do desempenho de mercado, a indústria do cimento vem investindo fortemente em soluções ambientais. O destaque vai para o coprocessamento, tecnologia que substitui combustíveis fósseis por resíduos industriais e biomassas, como casca de arroz e cavaco de madeira.
Segundo Jannuzzi, o setor já coprocessou 3,25 milhões de toneladas de resíduos, o que representa 32% da matriz térmica e evitou a emissão de mais de 3,36 milhões de toneladas de CO₂. “O coprocessamento é a melhor alternativa para reduzir a pegada de carbono do setor, alinhando sustentabilidade e eficiência produtiva”, afirma.
A Rio Bonito Soluções Ambientais, empresa do mesmo grupo da Cimento Itambé, por exemplo, coprocessou 155.786 toneladas de resíduos em 2024, um volume significativo que reflete seu papel essencial no setor.
Leia mais: https://www.cimentoitambe.com.br/rio-bonito-obtem-acreditacao-do-inmetro-e-diferencia-se-em-solucoes-ambientais-sustentabilidade-e-coprocessamento-de-residuos
Incertezas no horizonte: juros, crédito e confiança

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Apesar do desempenho positivo, o setor mantém postura cautelosa quanto ao segundo semestre. “Historicamente, os últimos seis meses do ano são mais fortes em vendas, mas enfrentamos riscos importantes: endividamento das famílias, alta da Selic, inadimplência e incertezas políticas”, analisa Jannuzzi.
Um dos pontos mais críticos é a possível taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI), hoje isentas de Imposto de Renda para Pessoa Física. “Essa medida pode desestimular o investimento no setor imobiliário, encarecer o financiamento habitacional e afetar diretamente o consumo de cimento”, alerta o executivo do SNIC.
A confiança do consumidor e da indústria também deu sinais de enfraquecimento em junho, segundo índices da FGV, indicando uma possível desaceleração da atividade econômica no segundo semestre.
Infraestrutura e transição verde: prioridades para o futuro
Apesar dos desafios, o setor continua mobilizado em torno de pautas estruturantes. A indústria participa da elaboração de metas setoriais de descarbonização dentro do Plano Clima, que será apresentado na COP30, e atua ativamente na Missão 5 da Nova Indústria Brasil, voltada à bioeconomia e à transição energética.
Para além da habitação, a demanda por cimento também passa pela infraestrutura, especialmente pelas rodovias. Hoje, apenas 12,4% da malha viária brasileira é pavimentada. O SNIC aponta ser fundamental ampliar os investimentos em pavimento de concreto, que além de mais durável e seguro, também tem menor impacto ambiental.
O setor projeta um crescimento de 2,1% para o ano, abaixo da previsão observada no primeiro semestre. O consumo deve seguir apoiado pelos construtores e pelos investimentos residuais em infraestrutura. No entanto, o desempenho do segundo semestre dependerá do equilíbrio entre variáveis macroeconômicas e políticas públicas que garantam segurança para os investimentos.
Entrevistado
Bernardo Jannuzzi é economista formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é diretor executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), com ampla experiência na análise de informações setoriais e econômicas, atuando na produção de estudos e relatórios estratégicos voltados a empresas associadas, instituições privadas e órgãos públicos.
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daniela.nogueira@fsb.com.br (Assessoria de Imprensa)
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Construção de data centers exige alta técnica e impulsiona setor no país
Por conta da crescente demanda digital, os data centers se consolidam como estruturas essenciais para o funcionamento de sistemas de TI, exigindo projetos de engenharia altamente especializados e soluções de construção com foco em desempenho, segurança e sustentabilidade.
De acordo com Luis Tossi, vice-presidente da Associação Brasileira de Data Center (ABDC), essas edificações precisam ser muito mais robustas que prédios convencionais. “Os data centers concentram equipamentos pesados em espaços compactos. Um data hall padrão, por exemplo, suporta entre 1.500 e 2.000 kg/m², contra os 250 a 450 kg/m² das edificações tradicionais. Isso exige estruturas reforçadas e planejamento rigoroso, principalmente para compatibilizar os sistemas de refrigeração”, explica.
Além dos data halls, os projetos devem comportar sistemas de apoio, como quadros elétricos, baterias, UPS, geradores e chillers. Valesca Pavan Guimarães, diretora de projetos e obras da JLL, complementa: “A função principal do data center é manter serviços digitais funcionando sem parar. Isso exige um nível de confiabilidade que torna sua construção mais cara e complexa, envolvendo desde o início diversas especialidades da engenharia e tecnologias digitais para evitar erros.”
Mercado aquecido pela IA
A expansão dos data centers está diretamente relacionada ao crescimento da computação em nuvem, da inteligência artificial (IA) e do edge computing (processamento de dados perto de onde são gerados, como em sensores ou celulares). Valesca aponta que essa transformação tecnológica tem gerado oportunidades para toda a cadeia da construção civil. “Projetos desse tipo exigem profissionais altamente qualificados e favorecem o surgimento de cursos técnicos e certificações. Além disso, o modelo de edge data centers — menores e distribuídos geograficamente — exige soluções adaptadas a contextos locais, impulsionando o uso de construções modulares e pré-fabricadas.”
Segundo Tossi, o segmento mais expressivo do setor é o dos data centers comerciais, incluindo os de colocation, cloud e, especialmente, os hyperscale. “Essas instalações têm capacidade de 20 a 100 megawatts, e já há projetos previstos com até 400 MW. Isso mostra a escala e a complexidade dessas operações”, afirma.
A chegada da IA tem acelerado ainda mais esse movimento. “As aplicações de IA multiplicam por três ou quatro vezes a taxa de crescimento dos data centers convencionais. No Brasil, esse processo ainda está em fase inicial, mas já apresenta um ritmo de expansão entre 15% e 20% ao ano, acompanhando o cenário global”, completa Luis.
Requisitos técnicos e estruturais
Segundo Valesca, a construção de um data center começa com a escolha criteriosa do local: precisa estar fora de áreas de risco e contar com fácil acesso à energia e fibra óptica.
Do ponto de vista físico, Valesca aponta que os edifícios exigem tetos altos (de 4 a 5 metros), paredes com resistência ao fogo por no mínimo duas horas (conforme normas da NFPA) e pisos elevados entre 60 e 100 cm, feito de materiais que evitam eletricidade estática, para organizar cabos e ajudar na ventilação.

Crédito: Envato
Os data centers usam materiais especiais para garantir desempenho, segurança e durabilidade. “Materiais que emitem poucas partículas são usados nas salas de servidores para manter o ar limpo e proteger os equipamentos. Isolantes térmicos, como poliuretano ou lã mineral, evitam perdas de calor em áreas refrigeradas, e sistemas avançados de impermeabilização protegem contra infiltrações, especialmente em locais chuvosos. Esses materiais são escolhidos para atender regras de segurança, manter a eficiência e suportar as condições extremas dos data centers”, comenta Valesca.
Tecnologias como construção modular e pré-fabricada são muito usadas porque aceleram as obras em até 30-40% e garantem que todas as partes sejam iguais. “Paredes, lajes e colunas de concreto pré-moldadas são feitas em fábricas e montadas no local, reduzindo o tempo de construção”, expõe Valesca.
Climatização
A climatização é um dos maiores desafios operacionais. Os equipamentos eletrônicos geram calor intenso, especialmente com o uso de IA. “Um rack com IA pode chegar a consumir entre 30 e 50 kW, exigindo sistemas de refrigeração extremamente potentes”, observa Valesca.
As soluções mais comuns são as unidades CRAC e CRAH, que mantêm a temperatura entre 20 °C e 24 °C e a umidade entre 40% e 60%. Há também o uso de corredores quentes e frios, sensores inteligentes e sistemas de gestão automatizados (BMS) para controlar o ambiente em tempo real. Tossi complementa que a refrigeração é o segundo maior consumo energético em um data center — atrás apenas dos próprios servidores. “Por isso, adotar soluções eficientes nesse aspecto impacta diretamente no desempenho e na sustentabilidade da operação”, diz.
Infraestrutura elétrica
A confiabilidade elétrica é fundamental. Os data centers utilizam fontes de energia duplicadas (com diferentes subestações), transformadores de alta capacidade e sistemas UPS com baterias de íon-lítio, garantindo energia durante quedas. “Além disso, geradores a diesel com tanques para até 72 horas de operação são instalados para garantir continuidade em emergências”, explica Valesca.
Ela acrescenta que os sistemas de distribuição utilizam barramentos e quadros reserva, com monitoramento contínuo via EPMS (Electrical Power Monitoring Systems), garantindo qualidade da energia em tempo real. “E há também um movimento crescente por energia limpa, com data centers contratando fontes renováveis via PPAs e utilizando baterias para armazenamento e estabilidade”, conclui.
Entrevistados
Valesca Pavan Guimarães é diretora de Projetos e Obras da JLL.
Luis Tossi é vice-presidente da Associação Brasileira de Data Center (ABDC). Atua no mercado de datacenter desde sua graduação, há mais de 35 anos. Graduado em engenharia elétrica pela Universidade Mackenzie, com MBA em gestão de negócios. Carreira iniciada na área de engenharia de campo, com larga experiência em sistemas de energia para datacenter, com passagens pelas empresas Siemens, Chloride, Emerson, entre outras empresas do segmento. Colaborador em eventos e publicações do segmento, sempre com o objetivo de compartilhar conhecimento e educar o mercado. Desde 2015, atua na empresa LT Consult, provendo consultoria em projetos e gestão de datacenters, como foco no mercado público.
Contatos
JLL – Assessoria de imprensa: jessica@tecere.com.br
ABDC - atendimento@datacenter.org.br
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Marina Pastore – DRT 48378/SP
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Galpões industriais ganham protagonismo no desenvolvimento logístico de Santa Catarina
O crescimento industrial e logístico de Santa Catarina tem impulsionado a construção de galpões industriais em regiões estratégicas, como Joinville, Araquari e Garuva. Esses espaços, fundamentais para o armazenamento, transporte e distribuição de mercadorias, exigem soluções construtivas robustas e tecnicamente rigorosas.
Construir galpões industriais envolve mais do que apenas erguer estruturas amplas. Trata-se de atender a exigências de performance, durabilidade e segurança. “Os pisos são projetados para suportar cargas pesadas e ter uma vida útil de várias décadas com manutenção adequada”, explica o engenheiro Marcel Alberto Brümmer, proprietário da Brümmer Soluções de Engenharia.

Crédito: Divulgação/Brümmer Engenharia
Segundo ele, o concreto precisa ser lançado de forma contínua e ágil, para evitar falhas como juntas secas e fissuras. “Se não houver controle adequado no tempo de cura, pode ocorrer desplacamento no acabamento”, acrescenta.
A demanda por pisos resistentes também permite o uso de acabamentos como polimento e endurecedores superficiais, o que garante maior resistência ao desgaste e propriedades antiderrapantes. Em um projeto recente em Joinville, Brümmer detalha que o piso executado com concreto fornecido pela Concrebras tem capacidade para 5 toneladas por metro quadrado, com área total de 5.400 m², espessura de 18 cm e concreto FCK 35 MPa.
Concrebras: fornecimento estratégico com controle tecnológico
Com papel fundamental nesse tipo de obra, a Concrebras se destaca como fornecedora de concreto usinado para pisos industriais de alto desempenho. Presente em diversas obras industriais na região, a Concrebras tem sido uma parceira estratégica para projetos de grande porte.
“Em 2024, executamos galpões com um total de 20 mil metros cúbicos de concreto em Garuva e Itapoá. Neste ano, já finalizamos uma obra com 6 mil metros cúbicos em Araquari”, informa o engenheiro Bruno Leonardo Garcez Alves, coordenador da central da Concrebras em Joinville e Araquari.
A empresa adota rigorosos controles tecnológicos, desde a escolha dos agregados até o transporte e lançamento do concreto. “Para nós, cada etapa é crucial. Nivelamento, limpeza, compactação e armação bem executadas evitam problemas futuros. Nosso papel é garantir a qualidade e constância do fornecimento para não comprometer o andamento da obra”, pontua Bruno.
Multiplicidade de usos e impulso ao desenvolvimento regional

Com vocação para diferentes usos, como locação, centros de distribuição, logística de transportadoras e armazenamento de materiais, os galpões industriais são peça-chave na cadeia produtiva. Em regiões com forte presença do setor metalmecânico, como o norte catarinense, essas construções respondem à necessidade crescente de infraestrutura para atender à demanda do mercado.
Além de economicamente viáveis, os pisos de concreto contribuem com práticas sustentáveis, graças à possibilidade de reciclagem do material e à inércia térmica que colabora com a eficiência energética dos galpões. Investir em obras industriais de qualidade é, portanto, uma forma direta de fomentar o desenvolvimento socioeconômico regional e ampliar a competitividade das empresas.
“A Concrebras atendeu a obra com zelo, cumprimento dos horários e sem interrupções no lançamento do concreto”, conclui Marcel Brümmer, destacando o diferencial que a eficiência do fornecimento representa em projetos desse porte.
Entrevistados
Marcel Alberto Brümmer é engenheiro civil graduado pela Faculdade de Engenharia de Joinville (FEJ/UDESC), pós-graduado em Metodologias para Melhoria da Qualidade de Processos e Produtos pelo Instituto Superior Tupy (IST), Curso de Extensão em Laudo Pericial de Engenharia pela INBEC, graduando em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário UniBF e pós-graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho. Atualmente, é proprietário da Brümmer Soluções de Engenharia.
Bruno Leonardo Garcez Alves é engenheiro civil graduado pela Faculdade Meridional (IMED) do Rio Grande do Sul e atualmente é coordenador da central de Joinville e Araquari da Concrebras.
Contatos
marcel@brummer.eng.br
bruno.alves@concrebras.com.br
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Ana Carvalho
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Proposta de reforma do ITBI: especialistas alertam para riscos à insegurança jurídica e ao custo dos empreendimentos
O Projeto de Lei Complementar (PL 108/2024), em tramitação no Congresso Nacional, está no centro das atenções do setor da construção civil. A proposta modifica pontos importantes da cobrança do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), como o momento do recolhimento e a forma de definição da base de cálculo.
Para especialistas e entidades do setor, as alterações podem comprometer a previsibilidade dos negócios, encarecer os imóveis e abrir caminho para novos litígios tributários. “Esse projeto preocupa bastante o setor da construção civil porque amplia a margem de arbítrio dos municípios na fixação da base de cálculo do ITBI. Isso afeta diretamente a previsibilidade econômica dos empreendimentos, o custo final para o comprador e compromete a segurança jurídica das transações imobiliárias”, afirma Eduardo Natal, sócio do escritório Natal & Manssur Advogados e presidente do Comitê de Transação Tributária da Associação Brasileira da Advocacia Tributária (ABAT).
Mudança no momento de pagamento
Hoje, conforme entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ITBI deve ser recolhido apenas no momento do registro da transmissão da propriedade no cartório de imóveis. O PLP 108, no entanto, propõe a antecipação da cobrança para a fase da escritura pública. A justificativa seria o aumento da inadimplência observada quando o pagamento é postergado.

Crédito: Envato
Para os especialistas, trata-se de uma mudança que ignora a essência do fato gerador do tributo. “É uma antecipação do pagamento que prejudica o contribuinte. A escritura, por si só, não transfere a propriedade. Cobrar o imposto neste momento significa tributar um fato que ainda não ocorreu, contrariando a jurisprudência atual”, explica Leonardo Sperb de Paola, advogado e consultor tributário do Sinduscon-PR. Segundo ele, os tribunais já haviam pacificado que o pagamento do ITBI só se dá com o registro da escritura.
Base de cálculo arbitrada: retrocesso para o contribuinte
Outro ponto controverso do PLP 108/2024 é a tentativa de autorizar os municípios a fixarem a base de cálculo do ITBI com base em valores de referência próprios, como as chamadas “plantas genéricas de valores”. Essa prática, anteriormente considerada ilegal pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), pode retornar com respaldo legal caso o projeto seja aprovado.
“A base de cálculo do tributo está constitucionalmente vinculada ao valor efetivo da operação imobiliária. O que o projeto faz é inverter essa lógica, permitindo que o município presuma um valor e transfira ao contribuinte o ônus de provar que o valor correto é outro”, alerta Eduardo Natal. Segundo ele, isso desvirtua o critério de legalidade tributária e fomenta disputas judiciais desnecessárias.
Leonardo Sperb concorda: “O PL propõe inverter o ônus da prova. Hoje, prevalece o valor declarado pelo contribuinte, salvo prova em contrário. O projeto muda essa regra e atribui automaticamente ao município o poder de definir o valor, gerando insegurança e controvérsia”.
Setor teme aumento de litígios e encarecimento dos imóveis
Caso aprovado, o PLP 108/2024 pode impactar diretamente o mercado imobiliário, com aumento do custo de aquisição de imóveis, especialmente em cidades onde os valores de referência superam o valor real de mercado.
Além disso, a necessidade de contestação judicial por parte dos compradores pode sobrecarregar ainda mais o Judiciário. “Se aprovado como está, o projeto aumenta o risco de litígios e transfere ao contribuinte a tarefa de provar que o valor cobrado está acima do real valor de mercado, o que é incompatível com a lógica da legislação tributária atual”, conclui Natal.
Diante do cenário, o setor da construção civil e entidades como o Sinduscon-PR acompanham atentamente a tramitação da proposta e defendem ajustes no texto para preservar a segurança jurídica, a razoabilidade da cobrança e o equilíbrio entre o poder de arrecadação dos municípios e os direitos dos contribuintes.
Entrevistados
Eduardo Natal é advogado, mestre em Direito Tributário pela PUC/SP e presidente do Comitê de Transação Tributária da Associação Brasileira da Advocacia Tributária (ABAT). É sócio do escritório Natal & Manssur Advogados.
Leonardo Sperb de Paola é advogado, mestre e doutor em Direito Tributário e consultor tributário do Sinduscon-PR. É sócio de De Paola & Panasolo Advogados.
Contatos
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Ana Carvalho
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Empreendimentos usam a natureza como inspiração
Na arquitetura, existe um campo conhecido como arquitetura biomimética, que busca inspiração nos sistemas e formas da natureza para desenvolver soluções criativas e inovadoras. Um dos principais representantes dessa abordagem é o arquiteto Antoni Gaudí, cujas obras incorporam elementos orgânicos em vez de linhas retas e ângulos convencionais.
Em seus projetos, Gaudí reproduzia formas encontradas no ambiente natural — como árvores, cavernas e conchas — criando estruturas que evocam o movimento e a fluidez do mundo vivo. Na Sagrada Família, uma de suas criações mais icônicas, as colunas internas lembram troncos de árvores que se ramificam em direção ao teto, formando uma espécie de copa vegetal. Outros recursos característicos incluem arcos catenários, telhados em forma de conóides e detalhes escultóricos inspirados em animais e plantas, como as bases dos pilares com esculturas de tartarugas.
Atualmente, a arquitetura biomimética vai além da estética. Seu foco está em aprender com os princípios da natureza para propor soluções sustentáveis, não apenas imitando suas formas, mas compreendendo as regras que regem seu funcionamento. Exemplos contemporâneos dessa abordagem incluem o Estádio Nacional de Pequim, cuja estrutura remete a um ninho de pássaro, e o Pavilhão Quadracci do Museu de Arte de Milwaukee, projetado por Santiago Calatrava, com asas móveis que se abrem e fecham ao longo do dia, evocando o desabrochar de uma flor ou o bater de asas de uma mariposa.
Empreendimentos inspirados pela natureza no Brasil
No Brasil, alguns empreendimentos vêm adotando conceitos que integram arquitetura, sustentabilidade e conexão com o meio ambiente como pilares de suas construções.

Crédito: Cosestudi
Um exemplo emblemático é o AquaFoz, localizado em frente ao Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR). O projeto contempla um aquário com 28 recintos, 3,3 milhões de litros de água e mais de 300 espécies aquáticas distribuídas ao longo de um circuito de 750 metros. O percurso simula ambientes de água doce — como os rios Iguaçu e Paraná — e culmina em um tanque oceânico com 2 milhões de litros, o segundo maior do Brasil. Com 13 mil metros quadrados de área construída, o AquaFoz tem inauguração prevista para o segundo semestre de 2025.
“A ideia nasceu com apoio de arquitetos americanos da Cosestudi especializados em arquitetura de aquários, e Foz foi pensada pela união entre os ecossistemas do Rio Paraná e do Rio Iguaçu, trazendo uma variedade de espécies. O AquaFoz nasce com a missão de ser um importante centro de conservação da biodiversidade local, promovendo pesquisas científicas sobre espécies nativas e ameaçadas. Serão conduzidos estudos sobre ecologia alimentar, reprodução, distribuição geográfica e espécies exóticas invasoras, em parceria com instituições acadêmicas nacionais e internacionais”, informa Gabriel Spuldaro, gerente de projetos da Geplan.
De acordo com Spuldaro, a inspiração do projeto se deu nas formas da natureza, com localização privilegiada entre os Rios Iguaçu e Paraná. “Ainda, ao lado do Parque Nacional do Iguaçu, as formas se dão em uma maneira orgânica que se reflete no prédio, nas rampas, estruturas arredondadas, com curvas inspiradas no movimento do mar e cores inspiradas na natureza. Em virtude da localização, todo o paisagismo foi pensado em unificar com essa área do parque, utilizando-se de espécies e vegetação nativas, recompondo essa área que anteriormente era degradada, fazendo o fortalecimento desse corredor e criando uma barreira de proteção para o PNI”, explica.
Um dos maiores desafios do projeto é justamente conciliar a edificação com a complexidade de um ecossistema vivo. Isso exige a implantação de sistemas biológicos sofisticados, como controle de ozônio e hidráulica de precisão, além de uma constante troca de conhecimento entre a equipe de obras e o corpo técnico do cliente. Ainda, nos tanques, Spuldaro comenta que os desafios se iniciam com a própria estrutura de concreto armado, criação de nichos para apoio dos acrílicos, impermeabilização desses tanques, tubulações do sistema de suporte a vida, e entre outras situações que se diferenciam de outras obras.
Com relação à sustentabilidade, Spuldaro conta que a construção utilizou vários materiais das construções existentes de madeiras. “Eles foram transformados em móveis de bilheteria, bancos, estantes, evitando que o material seja destinado a aterro sanitário, evitando também que essa madeira fosse adquirida de madeiras de reflorestamento. O empreendimento conta com aproveitamento de água da chuva para utilização nas bacias sanitárias, limpeza de filtros e irrigação de jardim. Também contará com sistema de painéis solares, para redução no consumo de energia elétrica”, relata.

Crédito: Divulgação
Outro empreendimento inovador é o Amazon Parques & Resorts, em construção em Penha (SC). Trata-se de um complexo turístico e hoteleiro que une hotelaria de alto padrão à temática amazônica. Com mais de 20 mil m² de área construída e cerca de 250 apartamentos no modelo de multipropriedade, o resort contará com 420 leitos e capacidade para acomodar até 1.056 pessoas.
A estrutura inclui uma área de lazer de mais de 9 mil m², com trilha de 200 metros em meio a um bosque, piscinas para adultos e crianças, jacuzzis privativas, playground e quadras de areia e beach tênis. Com inauguração prevista para o final de 2026, o empreendimento aposta em um paisagismo temático inspirado na floresta amazônica e experiências que aproximam os hóspedes da natureza.
Segundo o escritório responsável pelo projeto, a NotToScale Architecture, o empreendimento busca integrar o conceito de “eduentretenimento” (educação + entretenimento) com uma abordagem sustentável e inovadora de moradia por tempo compartilhado.
“Do ponto de vista paisagístico, Penha ocupa uma posição privilegiada. O ambiente natural deve ser preservado e protegido, com a limitação de atividades que provoquem erosão ou modifiquem sua essência. A paisagem está em constante transformação, e é fundamental interagir com os processos naturais respeitando suas dinâmicas. O Amazon Parques & Resorts foi concebido como uma referência em boas práticas de sustentabilidade urbana, arquitetônica e social. Penha, por ser uma cidade em desenvolvimento, tem a oportunidade de escolher caminhos que garantam a conservação de seus recursos naturais e a qualidade de vida da população. Nesse contexto, a sustentabilidade social está diretamente ligada ao modelo de uso compartilhado. Em tempos em que a pressão sobre recursos naturais é crescente, sistemas de compartilhamento de serviços se consolidam como alternativas viáveis e conscientes”, afirma a equipe.
Entrevistado
Gabriel Spuldaro é gerente de projetos da Geplan.
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Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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31 casas são doadas pelo Sinduscon-RS às vítimas das enchentes
O Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS) deu início à instalação das moradias que serão destinadas às famílias afetadas pelas enchentes de maio de 2024. As unidades estão sendo montadas na rua Pedro Boticário, no bairro Partenon, em Porto Alegre (RS). A iniciativa integra a campanha “SOS Chuvas – Enchente RS: Juntos por Cada Lar”, que mobiliza empresas associadas e entidades do setor da construção, somando um investimento superior a R$ 5,6 milhões.
As habitações serão oficialmente entregues à Prefeitura de Porto Alegre, que ficará responsável por selecionar, entre os atingidos pela tragédia, as famílias que ocuparão as unidades. A ação foi formalizada por meio de um Termo de Cooperação firmado entre o Sinduscon-RS, a Associação Sul Riograndense da Construção Civil, a empresa 3I Brasil + CMC Modular e o Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática, vinculado à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus).
Sistema modular
De acordo com Hugo Machado, superintendente da CMC Modular e responsável pelo projeto, o sistema adotado é um modelo construtivo híbrido, que combina:
- Banheiros prontos (pré-fabricados) em concreto armado;
- Paredes em sistema painelizado de Light Steel Frame (LSF) – uma solução leve e industrializada, com estrutura metálica galvanizada e fechamento em placas.
“Esse sistema permite ampliações futuras, desde que sejam respeitadas as premissas técnicas contidas no manual do proprietário”, explica Machado.
Logística
O transporte foi realizado por meio de carretas comuns, com uma operação logística bem planejada. “O principal desafio foi, sem dúvida, a distância entre Mirassol (SP) e Porto Alegre, que é bastante considerável. Mas, com técnica, experiência e uma boa coordenação logística, conseguimos superar essa dificuldade e garantir que todas as unidades chegassem em segurança e dentro do prazo. Porém, essa é uma condição transitória, pois em breve iniciaremos a produção das casas no Rio Grande do Sul”, comenta Machado.
Desempenho térmico

Crédito: SindusCon-RS
As casas foram projetadas em conformidade com a Norma de Desempenho NBR 15575, que estabelece requisitos mínimos para edificações habitacionais em aspectos como segurança estrutural, conforto térmico e acústico, além de durabilidade.
“O modelo construtivo adotado foi testado e validado para uso na Zona Bioclimática correspondente ao clima do Estado do Rio Grande do Sul, caracterizado por invernos rigorosos e variações térmicas acentuadas. Essas medidas asseguram que as unidades apresentem desempenho térmico adequado, eficiência energética e durabilidade, em conformidade com os requisitos normativos e as condições climáticas regionais”, afirma o superintendente da CMC Modular.
Vantagens do sistema industrializado em contextos emergenciais
A principal vantagem do sistema industrializado em contextos emergenciais é a rapidez na execução, fator fundamental para atender à urgência na entrega de moradias. Segundo Machado, o ciclo de montagem de uma unidade leva 11 dias, desde o início da instalação até a entrega das chaves.
Além disso, o sistema oferece outros benefícios importantes:
- Padronização e qualidade – A fabricação em ambiente controlado garante maior precisão dimensional e qualidade dos componentes, reduzindo retrabalhos e desperdícios.
- Menor impacto no canteiro de obras – A industrialização diminui o número de trabalhadores e o volume de resíduos no local, o que é especialmente vantajoso em áreas afetadas por emergências.
Entrevistado
Hugo Machado é superintendente da CMC Modular.
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Rodovia SC-305 avança com pavimento em whitetopping e consolida-se como eixo estratégico para o Oeste catarinense
A obra de restauração da SC-305 entra em uma nova fase com a aplicação do pavimento em whitetopping, técnica que utiliza concreto diretamente sobre o antigo asfalto, oferecendo maior durabilidade e desempenho. A obra, que interliga os municípios de Campo Erê e São Lourenço do Oeste, no Extremo-Oeste catarinense, é estratégica para o escoamento da produção agrícola e industrial, além de facilitar o acesso a serviços essenciais.
Com extensão de cerca de 28 km, a SC-305 é vital para a economia regional. “A rodovia é um importante modal de transporte para o escoamento das safras de milho, soja e trigo, para a pecuária de suínos e frangos e também para a indústria de alimentos e implementos agrícolas”, destaca Dejalma Frasson Junior, gerente regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Segundo ele, o trecho ficou por anos sem manutenção adequada, o que impactou negativamente a economia local e contribuiu para a ocorrência de acidentes. A opção pelo pavimento de concreto se deu após reuniões e treinamentos realizados pela ABCP com equipes técnicas da Secretaria de Infraestrutura de Santa Catarina. “Apresentamos as vantagens do pavimento rígido em termos de desempenho, economia, durabilidade e sustentabilidade”, conta Frasson Junior. Entre os principais ganhos estão maior segurança, já que o concreto evita trilhas de roda e buracos, além de maior visibilidade noturna por conta da coloração clara do material.
Expectativa de aumento de 10% do tráfego após conclusão
A tecnologia utilizada é o whitetopping convencional, com espessura de 23 centímetros. “Essa técnica permite sobrepor o concreto ao asfalto, exigindo apenas preparação prévia em trechos mais deteriorados”, explica Everaldo Di Berti, coordenador regional da Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE) do Extremo-Oeste. Segundo ele, a escolha pelo concreto se justifica pela durabilidade, menor necessidade de manutenção, resistência a cargas pesadas e economia a longo prazo.

O volume de tráfego reforça a importância da intervenção. Estimativas da SIE indicam média de 6.000 veículos por dia, com expectativa de aumento de 10% após a entrega da obra, especialmente entre veículos utilitários e de carga. A expectativa é de conclusão do pavimento rígido até dezembro deste ano e finalização da obra como um todo até fevereiro de 2026.
“A SC-305 liga o Estado ao Paraná e conecta importantes rodovias como a SC-157 e a SC-469, sendo também utilizada por moradores que buscam atendimento hospitalar em outras cidades”, ressalta Di Berti. Além da nova camada de concreto, o projeto inclui ampliação da plataforma de rodagem, implantação de acostamentos, faixas adicionais em segmentos estratégicos (totalizando 11 km) e melhorias no sistema de drenagem. Também estão sendo construídas três interseções, com destaque para um “trevo alemão” (um tipo de interseção viária em desnível, projetado para permitir a conversão entre duas rodovias sem a necessidade de semáforos ou paradas, com foco em fluidez e segurança no tráfego), com o objetivo de garantir segurança nas conversões. Em perímetros urbanos como o distrito Presidente Juscelino e a comunidade de Três Voltas, o projeto prevê passeios, baias de parada e áreas de fiscalização da CIDASC.
O impacto da obra vai além da infraestrutura viária. “A rodovia com novo pavimento reduzirá distâncias funcionais, tornará os deslocamentos mais rápidos e seguros, e contribuirá para a atração de investimentos em toda a região”, afirma Frasson Junior.
Leia mais: https://www.cimentoitambe.com.br/restauracao-da-sc-305-comeca-a-receber-whitetopping-ainda-este-ano-e-deve-impulsionar-industrias-agricultura-e-pecuaria/
Di Berti complementa que essa revitalização é um divisor de águas para o desenvolvimento regional. “O pavimento de concreto, somado às melhorias de engenharia, trará benefícios imediatos para a mobilidade e vantagens duradouras para a economia”, ressalta. A SC-305 remodelada com whitetopping se apresenta como um novo paradigma em infraestrutura rodoviária na região Sul do Brasil.
Entrevistados
Dejalma Frasson Junior é engenheiro civil graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pós-graduado em Edificações, Gestão Empresarial, Tecnologia do Concreto e Engenharia Rodoviária. Foi pesquisador do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Atualmente, é gerente da regional Sul da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).
Everaldo Di Berti é coordenador regional da Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE) do Extremo-Oeste.
Contatos
dejalma.frasson@abcp.org.br
crext@sie.sc.gov.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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