CBIC aumenta para 3% a expectativa de crescimento do PIB para o setor da construção em 2024

Crédito: Envato
A construção civil brasileira revisou positivamente suas expectativas para o crescimento em 2024. Inicialmente, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) havia projetado em março deste ano um crescimento de 2,3% do PIB para o setor, mas, diante da movimentação otimista da economia, reviu suas projeções e agora a nova expectativa de crescimento é de 3% do PIB neste ano.
Esse otimismo reflete uma combinação de fatores favoráveis que se desenrolaram ao longo do primeiro semestre e apontam para um período de recuperação robusta. A revisão para 3% foi impulsionada por uma série de acontecimentos positivos na economia.
Em coletiva de imprensa, realizada no dia 29 de julho, o presidente da CBIC, Renato de Souza Correia, destaca a importância dessas novas perspectivas. “É uma notícia muito boa, porque a construção civil é um setor de base que influencia 97 setores da economia e quando a gente vê as condições convergindo para um número melhor a gente entende que é mais emprego, mais renda, mais habitação, mais infraestrutura para o nosso país que tanto precisa”, avalia.
Já a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, aponta que o cenário macroeconômico também contribuiu para a revisão das expectativas. “O crescimento da economia brasileira, que pelas últimas projeções divulgadas pelo Boletim Focus aponta para um PIB em torno de 2,19%, e as expectativas positivas dos empresários do setor para novos lançamentos imobiliários foram fatores determinantes para a revisão dos números da CBIC”, assinala.
Melhor desempenho do emprego nos últimos 12 anos
De acordo com dados do novo Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego, a construção civil criou 159.203 novos postos de trabalho com carteira assinada de janeiro a maio de 2024, sendo o melhor resultado dos últimos 12 anos. "A resiliência do mercado de trabalho, com a criação de mais de 1 milhão de empregos formais de janeiro a maio em todos os setores da economia, tem sido um pilar importante”, aponta Ieda.
As maiores oportunidades de emprego foram criadas na construção de novos edifícios (42,48%), seguido dos serviços especializados para a construção (32,93%) e obras de infraestrutura (24,59%).
Aumento dos financiamentos imobiliários com recursos do FGTS
Outro fator crucial é o aumento dos financiamentos imobiliários com recursos do FGTS, que totalizaram R$ 67,7 bilhões no primeiro semestre, um crescimento de 75,31% em relação ao mesmo período do ano anterior. "Os financiamentos imobiliários sofrem com juros altos em dois aspectos. Primeiramente, na quantidade de recursos que o empresário precisa aportar. Em segundo lugar, afeta o consumidor final, que gasta mais dinheiro para comprar o que precisa”, analisa o presidente da CBIC.
Confiança dos empresários em alta
A confiança dos empresários da construção permanece elevada, com expectativas positivas para novos empreendimentos, compras de matérias-primas e aumento no número de empregados. De acordo com levantamento da CBIC, o Índice de Confiança do Empresário da Construção permanece em patamar elevado, apresentando 54,6%, dado superior aos últimos três meses.
As obras de reconstrução no Rio Grande do Sul, devido a eventos climáticos adversos, também podem gerar impactos positivos no setor a médio prazo, embora ainda não haja números definitivos sobre o volume de recursos envolvidos.
No entanto, a alta taxa de juros, que não deve cair abaixo de 10%, é um desafio significativo. "A taxa de juros é um banho de água fria no empresariado, mas temos esperança de que essa taxa possa diminuir um pouco", comenta Correia.
Outros desafios incluem a falta de mão de obra qualificada, custos elevados de construção, insegurança jurídica e burocracia. A sustentabilidade do FGTS e alternativas de funding para o crédito imobiliário também são temas de preocupação, bem como a reforma tributária e as consequências para o setor.
Custos de materiais acima da inflação
Além disso, Ieda menciona que a construção civil continua enfrentando custos pressionados bem acima da inflação. De janeiro de 2020 a junho de 2024, o INCC/FGV aumentou 44,02%, enquanto a inflação oficial cresceu 30,47%. “Nos últimos meses, estamos observando um aumento menor com os custos de material, mas o patamar continua muito elevado”, observa Ieda.
Apesar desses desafios, a expectativa geral é de um segundo semestre positivo, sustentado por indicadores econômicos favoráveis, criação de empregos e perspectivas de aporte para o financiamento imobiliário. “O programa Minha Casa, Minha Vida, provavelmente com suplemento do FGTS para o restante do final do ano, e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em andamento são alguns indicadores de que vamos continuar em ritmo elevado de atividade”, conclui Correia.
Fonte
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
Contato/Assessoria de Imprensa:
ascom@cbic.org.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Indústria de materiais de construção apresenta sinais positivos

Crédito: Envato
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT) divulgou a nova edição da sua pesquisa Índice, elaborada pela FGV com dados do IBGE, apresentando números de faturamento do setor.
O estudo indica que em junho de 2024 o faturamento deflacionado das indústrias de materiais de construção apresentou crescimento em comparação com o mesmo período do ano anterior, com expansão de 1,2%. Em relação ao mês anterior, também houve aumento de 0,4%. Baseado nesses dados, a ABRAMAT prevê crescimento de 3% este ano no faturamento total deflacionado dos materiais de construção em relação a 2023.
“Esse é um indicativo claro de que a indústria de materiais de construção está em uma trajetória de recuperação e fortalecimento, apesar da leve retração observada em maio”, afirma o presidente executivo da ABRAMAT, Rodrigo Navarro. “O cenário atual da indústria de materiais de construção apresenta sinais positivos que merecem reconhecimento, ainda que mantendo uma postura cautelosa. Estamos otimistas com o crescimento observado até o momento, impulsionado por programas como o Minha Casa Minha Vida (MCMV), obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e retomada de obras paradas, o lançamento do Nova Indústria Brasil (NIB), além do bom desempenho do setor imobiliário”, explica. “Esses fatores têm contribuído significativamente para o desempenho do setor”, diz Navarro.
Apesar dos bons resultados, ele lembra que ainda há situações que merecem atenção. “Devemos considerar pontos de atenção como a taxa de juros ainda elevada, endividamento das famílias, as discussões pendentes em torno da reforma tributária e um maior combate à falta de conformidade técnica e fiscal”, pondera.
No entanto, esta onda de otimismo é impulsionada pela retomada de investimentos em infraestrutura e construção civil, além de políticas governamentais voltadas para o setor, que visam acelerar a geração de empregos e renda.
Com relação às projeções até o final do ano, o presidente diz estar otimista. “As perspectivas para o setor da indústria de materiais de construção são promissoras até o final do ano. Continuaremos a trabalhar de forma integrada com nossos associados, membros, parceiros e Governo para superar os muitos desafios existentes e alcançar os objetivos traçados, que exigem uma análise contínua e uma abordagem prudente para garantir um crescimento sustentável neste e nos próximos anos, que é nosso maior objetivo”, finaliza.
Para a elaboração de seus relatórios são utilizados dados oficiais disponíveis, pesquisas com associados e análise interna. O relatório Índice é uma iniciativa da ABRAMAT e engloba dados produzidos pela FGV e IBGE e tem divulgação mensal pela Associação.
Entrevistado:
Rodrigo Navarro é Doutor em Administração pela Rennes School of Business. Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), é ainda coordenador do MBA em Relações Governamentais da FGV.
Fonte: ABRAMAT
https://abramat.org.br/
Jornalista responsável:
Fabiane Prohmann – DRT 3591/PR
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Edifícios anti-sísmicos são opções para países propensos a terremotos

Crédito: Envato
Os terremotos, também chamados de abalos sísmicos, atingem as regiões mais geologicamente instáveis e mais suscetíveis. O Brasil não é um país propenso a terremotos fortes, mas há regiões no planeta que já viveram grandes tragédias.
O Japão é o país mais propenso a terremotos no mundo. Localizado no chamado Círculo de Fogo do Pacífico – assim como Indonésia, China e Filipinas - o país está em uma região geologicamente ativa, onde quatro placas tectônicas se encontram.
Por conta dessa situação, o Japão é uma referência na criação de edifícios anti-sísmicos, ou seja, em criar estruturas que conseguem resistir mesmo com os abalos, minimizando os prejuízos financeiros e protegendo vidas. Além do Japão, o Chile também investe em técnicas para reforçar prédios com paredes super-resistentes, com alta taxa de armadura e concreto para suportar os tremores.
De acordo com a ISAAC, (empresa italiana especializada no desenvolvimento de tecnologias inteligentes para a proteção de edifícios e infraestruturas de oscilações e vibrações), em prédios mais altos o indicado são os amortecedores abaixo da construção, capazes de absorver o impacto e o deslocamento no momento de um terremoto. Os amortecedores podem ser feitos com diferentes materiais, desde borrachas até opções eletrônicas acionadas automaticamente, evitando que o prédio entre em ressonância com o tremor.
Na Europa, os países mais propensos a terremotos são a Turquia, Itália, Islândia, Espanha, Portugal e ainda a ilha portuguesa dos Açores. Com o objetivo de reduzir os efeitos ocasionados por uma tragédia natural, foi aprovada a implementação do regulamento europeu para as zonas sísmicas, o Eurocódigo 8. Iniciado em 2020, é mais um passo no aperfeiçoamento da legislação técnica para o projeto e construção de estruturas sismo-resistentes. Esse código aplica-se ao projeto e construção de edifícios e de outras obras de engenharia civil em regiões sísmicas, e tem por finalidade assegurar, em caso de ocorrência de sismos, que as vidas humanas sejam protegidas, os danos sejam limitados, e as estruturas importantes para a proteção civil se mantenham em operação.
Os custos para construir toda a infraestrutura de prédios resistentes a terremotos estão entre os principais desafios. Segundo estimativa da Câmara Municipal de Lisboa, o custo de construção depende do tipo de tecnologia escolhida, mas calcula-se um valor médio 800 euros/m2. Apesar do investimento, a longo prazo o valor investido compensa e, principalmente, pode salvar vidas.
Lisboa não está preparada para novos sismos
Portugal é um país conhecido pela culinária, pelo fado, pelas belas praias e também pela tragédia do terremoto de 1755, que atingiu a cidade de Lisboa, um dos maiores da história da Europa. Estudos atuais calculam que o tremor tenha alcançado 9 graus na escala Richter (a escala vai até 10). Sua magnitude contribuiu para a destruição total da cidade. Mas, ainda hoje, pouco foi feito para proteger a cidade e sua população de novos riscos causados por sismos.
Além das vidas – os números não são exatos, mas estima-se entre 10 mil e 50 mil mortos - a destruição material foi enorme. A Biblioteca Real foi destruída com mais de 70 mil volumes de itens lá armazenados. A Ópera do Tejo, inaugurada naquele ano, também foi destruída, assim como 35 igrejas, 55 palácios e em toda a cidade acredita-se que cerca de 10 mil edifícios foram reduzidos a ruínas.
Depois deste evento, o último grande tremor registrado em Portugal foi em 1969, sendo sentido também no norte do Marrocos e parte da Espanha. Com uma magnitude de 8 na escala Richter, o terremoto atingiu o Sul e a região de Lisboa, tendo deixado 13 mortos e provocado grandes danos materiais.
A explicação para esses abalos, segundo a Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, é de que o país está inserido na zona da Fratura Açores-Gibraltar e o choque entre as placas tectônicas e atividades vulcânicas torna Portugal propenso a abalos sísmicos, assim como a Itália, Turquia e a Espanha.
Apesar dos riscos de novos desastres, há em Portugal um desconhecimento do estado dos edifícios mais antigos, bem como das reabilitações ou remodelações, sem que haja o necessário acompanhamento técnico. De acordo com o jornal português Público, dos 452.582 edifícios existentes na área de Lisboa, quase 68% foram construídos antes de 1958, ano da primeira legislação anti-sísmica nacional.
A Câmara Municipal de Lisboa estima que cerca da metade dos edifícios da capital do país não serão capazes de resistir a um sismo, com base numa avaliação de engenheiros do Instituto Superior Técnico. Para aferir ao certo o grau de resistência de cada edifício à abalos sísmicos, é necessário a realização de vistorias. Contudo, a Câmara não pode obrigar os proprietários a realizarem as inspeções, razão pela qual a avaliação de risco é menos precisa.
Fontes:
Câmara Municipal de Lisboa
https://www.lisboa.pt
Jornal Público
https://www.publico.pt
ISAAC
https://isaacantisismica.com/
Jornalista responsável:
Fabiane Prohmann - DRT 3591/PR
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Millennium Tower de São Francisco pode apresentar problemas de recalque

Crédito: Scott Hargis - Bruce Damonte, Handel Architects
O luxuoso edifício Millennium Tower de São Francisco (EUA) está deixando engenheiros alarmados devido à inclinação crescente. Desde a sua inauguração, em 2009, o arranha-céu de 58 andares já recalcou mais de 40 cm e se inclinou cerca de 5 cm ao ano, muito além do esperado.
O projeto, estimado em US$ 350 milhões, compreende duas torres. O maior deles abriga 419 apartamentos, incluindo uma cobertura de US$ 13 milhões e 511 m². A estrutura residencial é a mais alta da cidade, e o problema já causou rachaduras nas calçadas adjacentes. A segunda torre, com apenas 12 andares, também apresenta rachaduras nas paredes do porão.
As razões da manifestação patológica ainda estão sendo levantadas, mas alguns especialistas relacionam com soluções de projetos adotadas em construções próximas associado a um processo chamado de ‘desidratação’, diminuindo a resistência do solo em que a fundação está apoiada. Outros dizem que problemas estruturais são atribuídos ao tipo de fundação inadequada, que não foi fixada no substrato rochoso abaixo da camada de argila.
Na tentativa de impedir que novos deslocamentos e até mesmo sobrecargas estruturais não previstas em projeto, uma grande obra de estabilização, no valor de US$ 120 milhões, foi anunciada em outubro de 2020. Após sua conclusão, e segundo informações da rede de TV americana NBC, a Millennium Tower pode estar sofrendo com recalque na área central. Embora o edifício já não esteja mais afundando nas laterais, os dados mostram que houve apenas cerca de 2,5 cm de reversão de inclinação, um quarto do que estava previsto após as obras.
O engenheiro responsável pela chamada reparação da Millennium Tower, Ronald Hamburger, reconheceu recentemente que houve uma melhoria de inclinação menor do que o esperado durante os primeiros seis meses da conclusão do projeto. O modelo avançado projetado para prever o comportamento da torre previu até dez centímetros de correção de inclinação seis meses depois que o arranha-céu inclinado foi ancorado em dois lados na rocha.
Entretanto, engenheiros externos dizem que os dados sugerem que em vez de afundar nos lados opostos, a torre parece estar afundando mais no centro. “Em todos os edifícios altos, embora a base da fundação possa ser bastante espessa, há uma tendência para este centro assentar mais do que as bordas”, disse Harry Poulos, especialista reconhecido internacionalmente em fundações de edifícios altos, entrevistado pela NBC.

Crédito: Envato
Poulos aponta dados de monitoramento que, segundo ele, indicam que a torre está agora se acomodando no centro a uma taxa geral de cerca de um décimo de polegada por ano (cerca de 0,25 cm). “Um décimo de polegada não é muito, mas isso seria um pouco preocupante a longo prazo”, opinou.
Apesar de todos os problemas, os moradores - que foram notificados sobre a situação de afundamento pela primeira vez em 2016 - continuam habitando o edifício. "Visto que prevemos que o ritmo de inclinação continue a diminuir com o tempo e acabe por estabilizar, não prevemos que o edifício algum dia se incline o suficiente para se tornar inseguro", afirmou Ronald Hamburger à CNN. "Fiz análises que indicam que o edifício pode aguentar pelo menos 180 cm de inclinação para oeste e 75 cm para norte antes que a capacidade de resistência a terremotos fique comprometida”, disse. "Mesmo que esse tamanho de inclinação fosse excedido, o edifício continuaria a ser mais seguro do que a maioria dos edifícios existentes em São Francisco, mas não tão seguro como preconizado pelo atual código dos edifícios", acrescentou o engenheiro.
Fontes:
TV americana NBC
CNN
Ronald Hamburger é engenheiro civil com mais de 30 anos de experiência em projeto, construção, educação, pesquisa, avaliação, investigação e reparo de instalações comerciais, institucionais e industriais. É um especialista reconhecido internacionalmente em engenharia estrutural, sísmica e de explosão baseada no desempenho, e desempenhou um papel de liderança no desenvolvimento de padrões nacionais de engenharia estrutural e disposições de códigos de construção. É vice-presidente do Instituto de Pesquisa em Engenharia Sísmica nos Estados Unidos.
Harry George Poulos é engenheiro civil australiano, especializado em engenharia geotécnica e mecânica dos solos, conhecido internacionalmente como especialista em comportamento do solo e fundações de estacas. É professor emérito da Universidade de Sidney.
Jornalista responsável:
Fabiane Prohmann - DRT 3591/PR
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Construção civil segue alinhada com o compromisso na redução de impacto ambiental

Crédito: NS Participações e Investimentos (divulgação)
Os empreendimentos imobiliários estão cada vez mais integrados à natureza, refletindo uma tendência crescente na construção civil que visa a sustentabilidade e a preservação ambiental. Pensando nisso, incorporadoras estão desenvolvendo projetos que harmonizam edificações com áreas verdes, utilizando técnicas de construção que minimizem o impacto ambiental.
A conscientização sobre a importância da sustentabilidade impulsiona o mercado imobiliário a adotar práticas mais ecológicas, como o uso de materiais recicláveis, redução de resíduos da construção e sistemas de captação de água da chuva. Esse movimento é essencial para a construção de cidades mais sustentáveis, alinhando o crescimento urbano à preservação do meio ambiente.
O Brasil é um bom exemplo dessa integração seja em edifícios, shoppings ou até mesmo bairros inteiros. Na etapa construtiva, empresas engajadas com a sustentabilidade têm como meta a redução do impacto ambiental e o uso racional de recursos naturais.
“Nos últimos anos estamos vivendo uma mudança significativa nos processos construtivos, reflexo da importância dada pelas corporações frente aos desafios climáticos, regulamentações e pressão dos consumidores por soluções mais sustentáveis. Esta mudança se reflete nos projetos imobiliários que buscam melhor desempenho das edificações quanto ao consumo de água e energia, materiais que geram menor impacto ambiental, e soluções baseadas na natureza”, explica Luiz Guilherme Grein Vieira, presidente da Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais (APEAM).
Segundo ele, há um aumento nos últimos anos do número de empreendimentos que buscam certificações Green Building (ou construções verdes) no Brasil. “As certificações GBC Brasil Casa e Condomínio e LEED somam em 2024, 2.417 empreendimentos no Brasil, tornando o país o 5º em número de construções certificadas no mundo”.
Para obter uma certificação Green Building o empreendimento precisa comprovar o atendimento às normas de desempenho de edificações existentes, que garantem, não só o atendimento a requisitos ambientais, mas também a padrões de qualidade de bem-estar e saúde dos seus ocupantes.

Crédito: Construtora Laguna (divulgação)
Projetos sustentáveis
Com inauguração prevista para março de 2025 e investimento de R$ 100 milhões, o NS Mall será um dos maiores shoppings de rua de Belo Horizonte, e o único com conceito aberto integrado à natureza. “A consciência de que a humanidade adoeceu por falta da conexão com a natureza nos impulsionou a construir um empreendimento com o conceito da arquitetura afetiva. Será um shopping de generosidade urbana, que proporcionará acolhimento a todos, um espaço confortavelmente projetado para reunir amigos e famílias inteiras”, afirma Ana Carolina Félix, diretora do NS Mall.
O projeto prevê uma praça central de 1.000 m², cercada de espelho d’água e árvores frutíferas, além de um rooftop repleto de verde e com vista para a Serra do Curral. A iluminação dos elevadores e escadas rolantes serão em LED, bem como nas áreas comuns. O edifício terá ainda caixas de captação de água de chuva, e o abastecimento será por gás natural. “Entendemos a falta de ambientes no meio da cidade que gerem bem-estar e proporcionem inspirações, por isso investimos neste conceito”, explica Ana Carolina. Com espaço para locação de 100 lojas, a expectativa é gerar mais de 600 empregos diretos.
Em Curitiba, um dos novos empreendimentos da construtora Laguna é o ALMÁA Cabral, o primeiro empreendimento do Brasil em processo de certificação GBC Condomínio Platina, que garante não só a preservação do meio ambiente, mas também mais economia financeira nos gastos comuns do condomínio. Cerca de 30% da energia das áreas comuns será gerada por placas fotovoltaicas.
O ALMÁA Cabral tem o conceito inspirado no Umm-al-Maa – um oásis localizado na Líbia – e na arquitetura do Ashjar AT AL Barari, de Dubai, que traz tecnologia e inovação como diferenciais.
Em Santa Catarina, outro exemplo de empreendimento com soluções sustentáveis é o Vivapark Porto Belo, primeiro bairro-parque do Brasil. O espaço, idealizado pelo escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados, foi projetado para que os moradores possam fazer tudo a pé, em um ambiente extremamente arborizado. O projeto é desenvolvido pela Vokkan, empresa que desenvolve ecossistemas sustentáveis e inteligentes por meio de negócios imobiliários.

Crédito: Vokkan (divulgação)
O Vivapark Porto Belo foi o primeiro projeto no mundo a obter o selo LEED for Communities: Plan and Design nível Platinum - o mais elevado do sistema de certificação, referência global em sustentabilidade e meio ambiente, com score máximo em qualidade de vida e inovação.
Além disso, as próprias construções ajudam a preservar a vegetação do litoral catarinense, por causa do conceito diferenciado de arquitetura. O concreto das estruturas contrasta com o verde da vegetação. Porém, eles não estão separados: há verde por toda a parte dentro do Viva Park, inclusive no topo das construções e nos arredores.
O presidente da APEAM cita ainda outros exemplos da sustentabilidade no canteiro de obras, como a escolha de materiais sustentáveis, que possuem amplo estudo sobre o ciclo de vida do produto. “Esses materiais consequentemente geram menos impacto e emissões de gases de efeito estufa, contribuindo com o atingimento das metas de redução dos efeitos das mudanças climáticas”, diz.
“A biofilia também é uma tendência do mercado imobiliário, que busca integrar a natureza nos espaços construídos, com a utilização de vegetação prioritariamente nativa nos projetos, maior aproveitamento da luz natural, reuso e aproveitamento de águas, tendo por consequência, ambientes mais saudáveis e eficientes”, conclui Luiz Guilherme.
Entrevistados
Ana Carolina Félix é graduada em Marketing com especialização em Gestão Estratégica de Negócio. É diretora do NS Mall em Belo Horizonte.
Luiz Guilherme Grein Vieira é engenheiro ambiental e presidente da Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais (APEAM). Tem especialização em Gestão de Resíduos Sólidos e Efluentes e Mestrado em Meio Ambiente Urbano e Industrial.
Jornalista responsável:
Fabiane Prohmann - DRT 3591/PR
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
CBPAT reúne pesquisadores para discussão de cases de manifestações patológicas das edificações

Crédito: Alconpat/Divulgação
O Congresso Brasileiro de Patologia das Construções (CBPAT), realizado de 17 a 20 de julho de 2024 em Fortaleza (CE), é um dos principais eventos do setor, reunindo palestrantes e pesquisadores que atuam no controle de qualidade, patologia e recuperação da construção, incluindo produtos, processos e sistemas produtivos.
De acordo com Roberto Christ, presidente da Associação Brasileira de Patologia das Construções (Alconpat Brasil) – entidade organizadora do evento –, o encontro tem o intuito de divulgar as pesquisas científicas e tecnológicas sobre importantes temas da construção civil, com foco no desenvolvimento profissional. “Um dos intuitos do CBPAT é difundir o conhecimento para que mais pessoas possam se profissionalizar e, assim, fazer com que as manifestações patológicas das edificações sejam minorizadas”, assinala.
Palestras e cursos práticos
No total, o CBPAT reuniu 23 palestrantes, sendo dois internacionais, um da Espanha e outro dos Estados Unidos. Na ocasião, os participantes também tiveram a oportunidade de realizar quatro cursos práticos, que foram: Reabilitação de estruturas na prática, Tecnologia dos concretos especiais, Tecnologias para ensaios não-destrutivos em estruturas de concreto e Proteção catódica de armaduras de aço de estruturas de concreto.
Christ afirma que os estudos científicos ajudam a diminuir as manifestações patológicas, que são diversificadas. “Não existe um estudo específico que indique qual a principal manifestação patológica ou a mais recorrente. Porém, é comum encontrar problemas nas nossas edificações relacionadas à falta de projeto, especificação e erros de execução, mas também existem questões referentes ao mau uso ou falta de conservação ou manutenção”, enumera.
Atualizações da Norma de Desempenho
O evento trouxe com bastante ênfase temas como Normas de Desempenho do Mercado e Normas de Garantias. “A professora Maria Angélica Covelo apresentou os conceitos e a importância da norma de garantia para o setor da construção civil e tivemos também a participação do Jorge Dantas, que abordou os impactos da norma de desempenho no mercado da construção civil do Estado do Ceará”, menciona Christ.
Já o professor Bernardo Tutikian esclareceu os participantes sobre atualizações relacionadas às revisões da Norma de Desempenho (NBR 15575) e seus impactos no mercado da construção civil. “Essa é uma das normas mais importantes de toda a construção civil, senão a mais importante. Ao contrário da grande maioria das normas que temos, ela não é prescritiva, e sim de desempenho”, informa.
Uma norma prescritiva simplesmente informa quais parâmetros a serem adotados em projetos e execução. Ele cita, como exemplo, o cobrimento de concreto para garantir a durabilidade de estruturas de concreto armado. Apenas o projetista deve buscar as tabelas prescritivas da NBR 6118, verificar qual a situação e definir o cobrimento, sem qualquer análise crítica.
“Já a norma de desempenho define parâmetros e os intervenientes devem buscar as especificações para atender. A norma define, por exemplo, o índice de isolamento acústico entre dois cômodos, mas não informa qual material ou espessura de parede para atender a norma. Isso permite que se busquem inovações, desenvolvimentos e mais estudos na construção civil”, afirma.
Ele menciona que a Norma de Desempenho foi atualizada, em especial os itens referentes ao desempenho lumínico e isolamento acústico e térmico. “As empresas precisam ficar atentas a vários parâmetros na área de durabilidade, habitabilidade e sustentabilidade”, ressalta ele.
Entrevistados
Roberto Christ é engenheiro graduado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - (Unisinos), mestre em Engenharia Civil e doutor em Engenharia Civil pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da Unisinos. Atualmente é professor do curso de Engenharia Civil da Unisinos. Professor pesquisador na Universidad de la Costa (Colômbia). Coordenador do Instituto Tecnológico Desempenho para Construção Civil (ITT Performance), onde desenvolve e orienta avaliações de desempenho de sistemas e métodos construtivos inovadores. Coordena o curso de especialização "Patologia e Perícia das Edificações" da Unisinos. É presidente da Associação Brasileira de Patologia das Construções (Alconpat Brasil).
Bernardo Tutikian é professor e pesquisador da Unisinos, no Rio Grande do Sul. Engenheiro Civil, mestre e doutor, com experiência na University of Missouri (EUA), Universidad de la Costa (Colômbia) e Université de Cergy-Pontoise (França). Autor de mais de 450 artigos em periódicos e congressos. Consultor de empresas na área de tecnologia do concreto, de argamassa, patologia e desempenho.
Contatos:
secretaria@alconpat.org.br
bftutikian@unisinos.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Construção civil ocupa 6° lugar no ranking de acidentes de trabalho e investe em prevenção

Crédito: Envato
O Brasil registra um número significativo de acidentes de trabalho. De acordo com um levantamento realizado pelo Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, no período entre 2012 e 2022, foram registrados pelo menos 7 milhões de acidentes de trabalho, o que equivale a uma ocorrência com trabalhador registrado sob o regime CLT a cada 51 segundos. Os dados coletados foram analisados pelo Observatório, uma iniciativa SmartLab de Trabalho Decente, em colaboração com pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP.
No Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (27 de julho), é importante ressaltar as ações das entidades do setor que envolvem conscientização, treinamento e disseminação das boas práticas. Exemplo disso é a iniciativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que realizou um estudo abrangente sobre acidentes de trabalho, doenças laborais, incapacidade permanente e mortalidade no período de 2010 a 2021.
O levantamento foi conduzido pela Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), em colaboração com o Sesi Nacional e liderado pelo médico especialista em Segurança e Saúde do Trabalho (SST), Gustavo Nicolai. Os dados revelaram que o setor da construção ocupa o 6º lugar no ranking de acidentes de trabalho típicos.
De acordo com Ricardo Michelon, vice-presidente de Política de Relações do Trabalho da CBIC, a entidade elabora materiais técnicos de acesso gratuito para cultivar a cultura da prevenção de acidentes de trabalho.
CANPAT Construção: atualização de NRs em discussão
Além disso, a CBIC organiza ainda encontros para disseminar informações importantes sobre prevenção de acidentes para as empresas do setor da construção. “Realizamos eventos como a CANPAT Construção (Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho na Indústria da Construção), que reúne especialistas para tratar dessa questão”, afirma.
Na mais recente edição da CANPAT Construção, realizada em junho, a entidade trouxe para os debates o auditor fiscal do Trabalho Antônio Pereira do Nascimento, que apresentou informações sobre 25 itens de diversas normas em andamento na pauta da Agência Regulatória da CTPP. Ele destacou que foram iniciados estudos pela CNTT NR-18 (Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção).
Leia também: Em vigência plena, NR 35 amplia segurança
Em relação às atualizações nas Normas Regulamentadoras que impactam diretamente o setor da construção, Michelon aponta que a última alteração na NR-18 entrou em vigor em janeiro de 2022 e deve ser assimilada e adotada pelos gestores. “A importância do cumprimento das normas reside no fato de tornar o ambiente de trabalho mais saudável e seguro, eliminando riscos de doenças e acidentes do trabalho”, ressalta.
Lei também: Atualização da NR 18 entra em vigor e traz mudanças para a construção civil
Prevenção é a palavra-chave
Dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) comprovam que os investimentos em prevenção são essenciais para evitar acidentes nos canteiros de obras. A entidade mostrou as informações coletadas na 39ª Pesquisa de Acidentes de Trabalho nas Obras, realizada em junho deste ano, com o objetivo de dar visibilidade aos números específicos do setor da Incorporação Imobiliária.
O levantamento mostra que havia 913 obras em andamento e 79.136 operários trabalhando. O investimento médio mensal em Equipamentos de Proteção Individual (EPI) por trabalhador próprio foi de R$ 310, enquanto o investimento médio mensal em Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) por obra foi de R$ 9.172,00. Além disso, cada trabalhador, seja próprio ou terceirizado, recebeu em média 8,2 horas de treinamento mensalmente.
“Esses dados evidenciam o comprometimento das empresas do setor com a segurança e o bem-estar dos trabalhadores, destacando investimentos contínuos em equipamentos de proteção individual e coletiva, bem como em treinamentos”, informa o presidente da Abrainc, Luiz França.
Avanços para reduzir acidentes nos canteiros de obras
Graças aos esforços do setor nos últimos anos, os acidentes têm se tornado cada vez menos frequentes e graves. Em 2023, a incidência de acidentes foi de apenas 0,02% de ferimentos em alguma parte do corpo.
A Taxa de Frequência (TF), que estima o número de acidentes por milhão de horas trabalhadas, ficou em 11,6, considerada muito boa. Já a Taxa de Gravidade (TG) indica quantos dias de trabalho foram perdidos por afastamento, incapacidade permanente ou morte para cada 1 milhão de horas de trabalho. Essa taxa ficou em 98,4, também considerada muito boa. Para comparação, valores até 500 são considerados muito bons; de 500,01 a 1.000, bons; de 1.000,01 a 2.000, regulares; e acima de 2.000, péssimos.
“A cada ano buscamos aumentar os investimentos para garantir que todos os nossos trabalhadores retornem para suas famílias em plenas condições de saúde ao final do dia. A indústria da construção civil segue evoluindo em várias frentes no Brasil, para garantir um bom cenário para investimentos, geração de empregos e trabalhar na diminuição do déficit habitacional”, conclui França.
Entrevistados
Ricardo Michelon é arquiteto e urbanista, graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), vice-presidente de Política de Relações do Trabalho da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), vice-presidente do Sinduscon-RS, vice-coordenador do COTECON/FIERGS e diretor executivo da Sopra Incorporadora.
Luiz França é presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), foi diretor de crédito imobiliário no Itaú e presidente da Abecip. Preside o Conselho da Renac (Recuperadora Nacional de Crédito) e é conselheiro do Banco Inter, Fiesp, Cury e URBA.
Contatos:
cprt@cbic.org.br
abrainc@abrainc.org.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Conheça mais sobre a importância da escolha certa do cimento para cada aplicação

Crédito: Envato
A especificação correta do cimento é essencial para garantir a qualidade e durabilidade das construções. Devido às suas propriedades aglomerantes que proporcionam ganho de resistência mecânica após o endurecimento, o cimento caracteriza-se por ser o principal insumo utilizado em concretos e argamassas.
Além da capacidade de resistir aos esforços mecânicos, existem outras características importantes presentes nos concretos e argamassas produzidos com o cimento Portland, que podem representar maior ou menor importância, dependendo do tipo de material que está sendo produzido ou da obra que está sendo construída.
“Pode-se citar algumas características interessantes dos concretos adequadamente formulados, como a pouca deformabilidade, baixa permeabilidade aos líquidos e gases, baixa reatividade química com os agregados, resistência química a substâncias nocivas, grande durabilidade e vida útil, além de proteger as armaduras contra corrosão dentro das estruturas”, explica Jorge Christófolli, gerente corporativo de Desenvolvimento Técnico da Cia. de Cimento Itambé.
Ele afirma que cada tipo de cimento possui suas próprias características físico-químicas e a escolha inadequada pode trazer algumas consequências, comprometendo a durabilidade e aumentando os custos de manutenção.
Comprometimento da estabilidade e durabilidade
No Brasil, conforme as normas da ABNT, existem diversos tipos de cimento Portland, cada um com composição e propriedades distintas, como CP I, CP II-F, CP III, CP IV, CP V, entre outros. Cada tipo é mais adequado para diferentes usos, dependendo das necessidades da obra.
O uso inadequado do cimento pode levar a diversos problemas. Exemplo disso é a aplicação de cimentos com teores de álcalis elevados em concretos contendo agregados potencialmente reativos e executados em ambientes úmidos, como fundações.
“Nessa combinação de fatores, pode ocorrer a RAA (Reação álcali-agregado), que se caracteriza pela expansão volumétrica dos agregados reativos presentes na mistura do concreto. A RAA pode gerar tensões internas elevadas nos elementos estruturais e provocar fissuras severas”, alerta. A consequência é um provável comprometimento da estabilidade, integridade e durabilidade das estruturas.
Além disso, algumas aplicações específicas dos concretos e argamassas exigem cimentos compatíveis e adequados. Exemplo disso são peças pré-moldadas, blocos para pavimentação, telhas de fibrocimento, concretos de alto desempenho ou alta resistência, pisos industriais, concretos autoadensáveis, concretos aparentes, concretos com impermeabilizantes, concretos aplicados em peças de grandes volumes, argamassas estabilizadas, entre outras. Para cada aplicação existe um cimento apropriado.
Outro cuidado diz respeito às características físico-químicas dos cimentos, que estão relacionadas principalmente a duas fases das misturas: plástica e endurecida. “O uso de um cimento inadequado pode gerar dificuldades no processo de produção e aplicação das misturas, reduzindo a produtividade, aumentando o desgaste das máquinas ou equipamentos, reduzindo a qualidade das misturas, diminuindo a durabilidade e comprometendo a vida útil, gerando muitos inconvenientes”, observa Christófolli.
O engenheiro Wiliam de Assis Silva enumera os principais erros cometidos em relação à especificação:
Escolha inadequada do tipo de cimento: não considerar as condições específicas da obra, como exposição a sulfatos ou à necessidade de alta resistência inicial;
Desconhecimento das Normas Técnicas: ignorar ou não seguir as Normas Técnicas aplicáveis;
Substituição de materiais sem análise adequada: trocar um tipo de cimento por outro sem avaliar suas propriedades e impactos na obra.
De acordo com ele, ocorrem algumas manifestações patológicas pelo uso incorreto do cimento, como trincas e fissuras, aceleração do processo de carbonatação, reduzindo a vida útil das armaduras, no caso do concreto armado, entre outros. “Podem ocorrer também ataques químicos com o uso de cimento não resistente a sulfatos em ambientes agressivos que podem causar a degradação do concreto, como solos sulfatados, águas residuais e esgotos, ambientes marítimos e alguns tipos de efluentes industriais”, assinala.
Aplicativo Cimento Certo ajuda empresas na especificação
Para ajudar clientes de diversos segmentos na escolha do cimento, dentre outros aspectos, a Itambé oferece o serviço de Assessoria Técnica contínua. Além disso, a empresa desenvolveu o aplicativo "Cimento Certo", que fornece informações sobre os tipos de cimento e suas características físico-químicas, facilitando a especificação para diversas aplicações.
"Nosso objetivo é auxiliar na indicação dos tipos de cimento para aplicações específicas, garantindo sempre a melhor escolha", afirma Christófolli. O aplicativo está disponível tanto no site da Itambé quanto em plataformas Android e iOS.
O entendimento e a especificação correta do cimento são fundamentais para assegurar a qualidade, durabilidade e segurança das construções, evitando problemas futuros e garantindo a satisfação dos clientes.
Entrevistados
Jorge L. Christófolli é engenheiro civil formado pela Faculdade de Engenharia São Paulo (FESP-SP), pós-graduado em Patologia das construções pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutor em Engenharia da Construção Civil pela UFPR. Recebeu o Prêmio Epaminondas Melo do Amaral Filho do Ibracon pelo Desenvolvimento do CAD (Concreto de Alto Desempenho). Participou no desenvolvimento do concreto CAD 90 (Recorde de fck no Brasil) e em obras como o Yachthouse By Pininfarina, em Balneário Camboriú (SC), com 81 andares, e do MON (Museu Oscar Niemeyer), entre outras obras importantes. Atualmente, é gerente corporativo de Desenvolvimento Técnico da Cia de Cimento Itambé.
Wiliam de Assis Silva é graduado em Engenharia de Produção Civil pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), especialista em Gestão de Projetos em Engenharia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Com atuação profissional e docente nas seguintes áreas: Estruturas de Concreto Armado, Planejamento e Controle da Construção Civil, Gestão de Projetos, Gestão da Qualidade e Sustentabilidade, Logística e Supply Chain. Atua também como engenheiro civil no UniCuritiba.
Contatos:
jorge@concrebras.com.br
wiliamdeassis@gmail.com
Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Transporte de pré-moldados de concreto exige logística complexa

Crédito: Envato
Quando se fala em realizar uma obra, muitos fatores devem ser analisados, e uma das preocupações deve ser com o transporte de grandes elementos e peças estruturais, como o pré-moldado de concreto. Comumente utilizados em obras de grande porte como estratégia para adicionar racionalidade, industrializar o processo construtivo e abreviar o tempo de execução das obras (por causa da dimensão das suas peças) a logística por trás dessa solução construtiva é complexa, tanto no trajeto entre a fábrica e o local da obra, quanto dentro do canteiro.
O problema torna-se ainda mais crítico em grandes centros urbanos, principalmente em obras realizadas em terrenos pequenos e em ruas muito movimentadas, ou perto de fios de alta tensão. “Uma etapa fundamental quando se trata da aplicação do pré-fabricado de concreto em uma obra é o planejamento de montagem, que visa atender diversos requisitos como a segurança, cronograma, custos e integridade da estrutura. O transporte dos elementos é realizado de forma a cumprir todos os parâmetros determinados no planejamento de montagem, a fim de que as estruturas sejam transportadas conforme serão montadas no canteiro”, explica Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic).
Segundo ela, o primeiro passo é fazer uma visita técnica para, no caso do transporte, verificar eventuais zonas de restrição ao trânsito de veículos pesados, legislações existentes, como horários de silêncio, limitações naturais ou instalações fixas, condições de acesso e possíveis caminhos da fábrica até o canteiro.
Na fábrica, as peças pré-fabricadas são agrupadas de maneira a otimizar o carregamento com melhor ocupação das carretas, observando a segurança do condutor e da carga. Esse agrupamento leva em conta questões de estabilidade da carga, correta amarração e fixação do carregamento, a fim de evitar movimentação da carga no deslocamento. “É importante sempre observar as normas técnicas ou legislações vigentes nessa área. As cargas máximas por eixo obedecem a lei da balança do CONTRAN, variando conforme o tipo de veículo, quantidade e distância entre os eixos e quantidade, além dos tipos de pneus por eixos. No caso de a carga ser amarrada com cintas, há a norma ABNT NBR 15883-1:2015”, afirma Íria.
As peças pré-fabricadas de concreto são transportadas por carreta comum, extensiva ou especial, de acordo com as características dos elementos que foram produzidos. “É importante identificar as peças que irão compor cada carga, com nome, tipologia, dimensões e peso. Deve-se sempre verificar o posicionamento e a fixação da carga para prevenir acidentes durante o transporte”, conta Íria.
No Manual de Montagem das Estruturas Pré-Moldadas de Concreto da Abcic há algumas recomendações tanto para o responsável pelo carregamento como para os motoristas, incluindo a verificação de cabos de aço, correntes ou cintas, se são suficientes, estejam em boas condições e que as resistências deles sejam conhecidas; a verificação de que a quantidade de amarras e fixações é suficiente; a verificação da carga sempre que houver uma manobra ou freada bruscas; o conhecimento de que a carga pode se deslocar durante a viagem e as amarras podem ficar bambas e necessitarem de reaperto, sendo que o reaperto é obrigatório a cada 50 quilômetros ou a cada hora de viagem, entre outros.
“Para diminuir a possibilidade de deslocamento da carga é muito importante contar com o efeito favorável do atrito nos pontos de apoio. Desta maneira os apoios devem ser escolhidos de modo a proteger as peças e melhorar o atrito de contato, bem como não podem gerar manchas nas peças. Em casos de painéis mais altos e que excedam o gabarito vertical permitido para passagem sob pontes, passarelas e viadutos podem ser utilizadas carretas especiais rebaixadas, além de suportes especialmente projetados para garantia de estabilidade e segurança da carga”, finaliza a presidente da Abcic.
A escolha do sistema de transporte das peças pré-fabricadas deve tomar como base as quantidades transportadas e as características dos equipamentos disponíveis quanto à capacidade, velocidade, confiabilidade e custo. Cumprir todas as regras de segurança, observar as normas técnicas e legislações vigentes nessa área garante não apenas economia, mas também eficiência, qualidade e melhores resultados no projeto final.
Entrevistada
Íria Doniak é executiva com formação em engenharia civil, com sólida experiência em qualidade, sistemas de gestão integrada e relações institucionais no âmbito nacional e internacional. Dedicada ao desenvolvimento da industrialização da construção civil. Atualmente exerce o cargo de presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic).
Contato:
https://abcic.org.br
Jornalista responsável:
Fabiane Prohmann - DRT 3591/PR
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Novo viaduto em Minas Gerais deve melhorar fluxo para empresas mineradoras da região de Congonhas

Crédito: Prefeitura de Congonhas/Divulgação
O município de Congonhas (MG), localizado a 72 km de Belo Horizonte, vai investir cerca de R$ 84 milhões na construção de um novo viaduto sobre a BR-040 na entrada norte da cidade, obra aguardada há mais de 25 anos. O novo viaduto vai ligar a BR-040 ao anel Norte, ao lado do IFMG (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais).
De acordo com o secretário de Obras e Infraestrutura da Prefeitura de Congonhas (MG), Saulo Queiroz, a obra é de extrema importância para melhorar a entrada norte da cidade de Congonhas, trazendo benefícios para quem trafega pela rodovia 040.
Congonhas concentra empresas de mineração
Mas não é só isso. “O novo viaduto vai trazer um ganho significativo para as empresas mineradoras que vão utilizá-lo como retorno, pois o outro ponto de retorno está a mais de 5 km de distância”, ressalta.
Por esse motivo, é elevado o tráfego de caminhões carregados de minério, além de ônibus transportando funcionários dessas empresas. De acordo com a Prefeitura, há horários em que até 170 veículos circulam saindo ou chegando das empresas.
Obra deve ser concluída em 14 meses
As obras já tiveram início imediato após a assinatura da ordem de serviço, ocorrida no dia 14 de junho, estando em fase de execução as fundações. A conclusão do novo viaduto está prevista para 14 meses, período de vigência do contrato, mas pode ser finalizado antes do prazo, dependendo da intensidade do período chuvoso.
“A obra vai trazer ganho de tempo e segurança no uso do viaduto como retorno, sendo que nas suas especificações já constam a duplicação com canteiro central, iluminação e sinalização da área da rodovia 040, que também passará por adequações pela nova concessão”, assinala.
Estrutura eficiente e estética agradável
De acordo com o Consórcio Paineira-Bali, que está executando a obra, o projeto utiliza materiais de referência, como pré-moldados que facilitam e agilizam os serviços. O novo viaduto promete trazer mais segurança e fluidez ao tráfego, além de representar um marco inovador na infraestrutura local.
O novo viaduto incorpora soluções modernas de engenharia, proporcionando uma estrutura eficiente e esteticamente agradável. No total, devem ser utilizados 2.405,05 m³ de concreto. O viaduto terá concreto armado nos pilares e no tabuleiro, além de vigas metálicas.
A estrutura projetada do viaduto contribuirá para a diminuição de acidentes, proporcionando mais tranquilidade aos usuários da via. Por isso, o viaduto terá quatro alças de acesso, com retorno, duplicado. A obra também deve impulsionar o desenvolvimento urbano, valorizando a região e atraindo novos investimentos.
Entrevistado
Saulo Queiroz é engenheiro, advogado e administrador. Atualmente, é secretário de Obras e Infraestrutura da Prefeitura de Congonhas (MG). Fez parte da diretoria da CEMIG, Andrade Gutierrez, Mendes Junior e Eletrobras.
Contato/assessoria de imprensa:
imprensa@congonhas.mg.gov.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.