Banco Central está criando a moeda digital Drex para facilitar compra e venda de imóveis

O Drex, a nova moeda digital que está sendo desenvolvida pelo Banco Central, promete transformar as operações financeiras no Brasil e pode ser um divisor de águas no mercado imobiliário. Mais do que uma simples digitalização do dinheiro, o Drex surge como uma ferramenta capaz de simplificar transações complexas, como a compra e venda de imóveis, garantindo segurança e praticidade

Com segurança e praticidade, a moeda digital pretende revolucionar o mercado imobiliário brasileiro.
Crédito: Envato

De acordo com Angela Schuchovski, educadora financeira e planejadora, o Drex é uma extensão digital do Real, a moeda oficial do Brasil. “Não se trata de uma criptomoeda, mas é o nosso dinheiro em outro formato. Assim como temos o Real em papel, no cartão ou no banco, agora teremos a opção digital”, explica.

A moeda digital permite transações com a mesma paridade do Real, mas de forma simplificada, aproveitando uma infraestrutura tecnológica avançada para melhorar a experiência dos usuários.

Diferentemente do PIX, que é um serviço de pagamento, o Drex foi planejado para ser uma solução financeira abrangente. “O Drex viabiliza operações que vão além dos pagamentos, incluindo investimentos, crédito e até mesmo a compra de imóveis e veículos”, destaca Angela. A ideia é trazer mais eficiência para o ambiente financeiro, com menos intermediários, tornando as operações mais seguras e econômicas.

Simplificação do processo de compra e venda de imóveis

Uma das principais vantagens do Drex está na simplificação de processos complexos, como a compra e venda de imóveis. Isso será possível por meio da interoperabilidade entre a plataforma Drex e a rede de cartórios. “A transação poderá ocorrer dentro da plataforma através dos chamados contratos inteligentes, ou smart contracts”, afirma. 

Esses contratos serão adaptáveis às necessidades dos envolvidos, permitindo que a transação financeira seja concluída apenas quando todas as condições estipuladas forem cumpridas. Isso elimina incertezas e aumenta a segurança para todas as partes, já que o contrato só será efetivado quando as obrigações forem cumpridas.

Angela explica que o mecanismo é semelhante ao utilizado na compra de veículos, onde as partes envolvidas não precisam se preocupar em quem vai dar o primeiro passo, pois o dinheiro e a transferência de propriedade ocorrerão simultaneamente.

Redução de burocracia no mercado imobiliário

O impacto do Drex no mercado imobiliário pode ser significativo, especialmente pela redução na burocracia e no tempo gasto com processos de transferência de propriedade. Com os contratos inteligentes, será possível realizar todas as etapas de forma digital e automatizada, com segurança e sem intermediários desnecessários. A expectativa é de que o uso da moeda digital atraia um maior número de pessoas para o mercado de imóveis, ampliando o acesso e facilitando a negociação.

A digitalização do dinheiro, com o Drex, está alinhada à tendência global de modernização dos sistemas financeiros e pode colocar o Brasil na vanguarda das finanças digitais”, observa Angela Schuchovski.

Tecnologia e segurança

O Drex utiliza a tecnologia de registro distribuído, conhecida como DLT (Distributed Ledger Technology), da qual a blockchain é um exemplo popular. Segundo o Banco Central, a DLT empregada será permissionada, o que significa que apenas instituições autorizadas poderão participar do sistema. Isso inclui o Banco Central e outros reguladores, além das instituições financeiras reguladas.

“Embora o Drex ainda esteja em fase de testes, o Banco Central afirma que o sistema será seguro, garantindo a privacidade e a segurança jurídica conforme as normas em vigor, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a Lei de sigilo bancário”, ressalta. O uso dessa tecnologia traz uma camada adicional de segurança, já que as informações são registradas de forma distribuída (ou seja, em uma rede compartilhada em que todas as partes terão acesso aos mesmos dados), reduzindo os riscos de fraudes.

Impacto em diversas áreas

Além de facilitar transações imobiliárias, o Drex promete democratizar o acesso aos benefícios da economia digital, promovendo modelos de negócios inovadores em várias áreas. A plataforma possibilitará operações programáveis e padronizadas, o que pode reduzir os custos de transação e aumentar a eficiência.

Para utilizar o Drex, o usuário precisará escolher um intermediário financeiro autorizado que deve transferir o saldo em conta para a carteira digital. Isso permitirá transações com ativos digitais e acesso a serviços financeiros diversos.

A nova moeda digital representa, portanto, mais uma opção para os brasileiros realizarem transações de forma segura e prática, sem a necessidade de utilizar métodos tradicionais. Embora a implementação total do Drex vai demandar algum tempo, o caminho está sendo pavimentado para um futuro mais eficiente e inclusivo.

Entrevistada

Angela Schuchovski é graduada em Administração pela FAE Centro Universitário, mestre em Estratégia e Organizações pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e planejadora financeira.

Contato:
angela@pensevalor.com.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.


Tendência na construção civil: projetos para o público 60+ priorizam acessibilidade e bem-estar

De acordo com o Censo Demográfico de 2022, o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu 57,4% em apenas 12 anos, alcançando 22,2 milhões de indivíduos, ou cerca de 10,9% da população total. A expectativa de vida também tem aumentado, levando a um cenário em que será necessário adaptar a infraestrutura urbana e residencial para atender as demandas desse público.

BIOOS Home é o único empreendimento do país com foco exclusivo em pessoas acima de 60 anos.
Crédito: Divulgação

Por isso, a construção civil brasileira está diante de um novo e promissor mercado: a criação de empreendimentos voltados para o público idoso. Com o envelhecimento da população e a crescente demanda por projetos que atendam às necessidades específicas deste grupo, arquitetos e construtoras estão adaptando suas propostas para promover acessibilidade e qualidade de vida

A professora Rafaela Aparecida de Almeida, do Centro Universitário Internacional (Uninter), afirma que pensar em acessibilidade em projetos residenciais e comerciais é essencial não apenas para cumprir a legislação, mas para promover uma sociedade mais inclusiva e preparar espaços para o envelhecimento da população. “Elementos como calçadas acessíveis, corredores largos, rampas e banheiros adaptados são imprescindíveis para garantir segurança e autonomia a essas pessoas”.

Normas técnicas e legislações para acessibilidade

Para construir com acessibilidade, a ABNT NBR 9050, atualizada em 2020, é a principal referência, estabelecendo que os empreendimentos de uso coletivo devem ser acessíveis em todas as suas áreas, desde a entrada principal até os locais internos e rotas de circulação. “A legislação prevê especificações, como portas com largura mínima de 80 cm, banheiros adaptados, sinalização em Braille e iluminação adequada. Esses elementos garantem a acessibilidade física e sensorial, promovendo uma experiência mais segura e confortável para os idosos”, esclarece Rafaela.

Além do cumprimento das normas, ela destaca que ir além da legislação é um investimento estratégico que gera valor social e fortalece a imagem da marca. Para a especialista, a criação de ambientes inclusivos e confortáveis é um diferencial que favorece a imagem das empresas e atrai novos públicos.

BIOOS Home: um modelo de inovação para terceira idade

Entre os diferenciais, destacam-se as portas de entrada mais largas e todos os espaços, incluindo o banheiro, com acessibilidade.
Crédito: Divulgação

Em Curitiba, a Construtora Laguna se inspirou nas demandas do público idoso para criar o BIOOS Home, o único empreendimento do país com foco exclusivo em pessoas acima de 60 anos. Felipe Sebben, gerente de marketing, comercial e relacionamento da Construtora Laguna, explica que o projeto foi idealizado a partir dos pilares de tecnologia, saúde, comunidade e bem-estar, buscando garantir uma vida longeva e de qualidade. "O público 60+ movimenta a economia na casa de bilhões de reais todos os anos e carece de empreendimentos voltados exclusivamente a eles”, comenta Felipe.

Nesse aspecto, o BIOOS Home, que deve ser entregue no primeiro semestre de 2026, é uma solução para essa necessidade crescente, com moradia e bem-estar integrados em um único complexo que agrega também medicina e saúde. O empreendimento possui diferenciais que atendem às exigências e expectativas do público sênior, como portas de entrada mais largas, fechaduras eletrônicas, botão de SOS e tomadas inteligentes para prevenir acidentes. “Já as áreas comuns incluem espaços de lazer adaptados, como lounge com piano, ateliê de pintura e sala de TV, com mobiliário adequado, sem cantos vivos e com corrimões em corredores. Outro diferencial é a inclusão de serviços pay-per-use de saúde, oferecendo suporte médico e assistência sob demanda”, informa.

Benefícios de projetos inclusivos para idosos

A construção de empreendimentos como o BIOOS Home aponta uma tendência que deve crescer nos próximos anos, com vantagens tanto para os moradores quanto para o mercado imobiliário. Os benefícios vão além da acessibilidade e segurança, mas também promovem o bem-estar, a integração social e a valorização do imóvel.

Para Rafaela, a valorização dos imóveis acessíveis é um ponto relevante, pois eles garantem uma funcionalidade que atende a todos, independente de limitações físicas. Além disso, projetos acessíveis estimulam uma vida ativa e independente, ampliando o potencial de atração para diferentes perfis de compradores.

Áreas comuns estimulam convivência, como lounge com piano, ateliê de pintura e sala de TV.
Crédito: Divulgação

O empreendimento da Laguna é um exemplo claro desse conceito. “Nosso objetivo é entregar um empreendimento de qualidade e excelência, buscando sempre a satisfação dos clientes, que conseguem perceber o valor agregado que oferecemos”, explica Sebben. A construtora também firmou parcerias para serviços adicionais que garantem a qualidade de vida dos moradores, como assistência à saúde, lazer e manutenção sob demanda.

Desafios e oportunidades no mercado da construção civil

Embora o mercado da construção para a terceira idade apresente desafios, como a necessidade de adequação dos materiais e o aumento dos custos para garantir acessibilidade, ele traz grandes oportunidades de inovação e crescimento. À medida que o envelhecimento populacional avança, cresce também a demanda por empreendimentos residenciais e comerciais preparados para acolher pessoas idosas.

A iniciativa da Construtora Laguna com o BIOOS Home demonstra como a construção civil pode se adaptar para atender a essa nova demanda, oferecendo um ambiente acessível, seguro e confortável. Além disso, também serve de inspiração para outras empresas do setor investirem nesse tipo de projeto, contribuindo para uma sociedade mais acolhedora e inclusiva para todas as idades.

Entrevistados

Rafaela Aparecida de Almeida é Mestra e Doutora em Gestão Urbana pela Pontifícia Universidade Federal do Paraná (PUC-PR) e especialista em Cidades 4.0: Planejamento urbano e tecnologias pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER). É membro do corpo editorial da Revista Brasileira de Gestão Urbana (URBE). Professora Tutora no Centro Universitário Internacional (UNINTER).

Felipe Sebben é arquiteto graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em negócios imobiliários e MBA em Gestão Estratégica de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente, é gerente do Grupo Laguna, responsável pelas áreas de marketing, comercial e relacionamento com clientes.

Contatos:
rafaela.a@uninter.com
felipe.sebben@grupolaguna.com.br

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Ana Carvalho
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Shoppings horizontais: nova tendência no varejo e oportunidade para o setor da construção

Nos últimos anos, um novo modelo de centro de compras tem ganhado popularidade entre os consumidores brasileiros: os shoppings horizontais. Diferentes dos tradicionais centros comerciais fechados, esses empreendimentos apostam em uma estrutura mais aberta, com lojas dispostas em um único nível ou poucos andares, proporcionando uma experiência de compra mais integrada e conectada com o ambiente urbano.

Entre as principais características desse novo modelo, destaca-se a fusão de shopping e mercado, com ênfase no bem-estar dos visitantes e a integração com a natureza. Exemplos notáveis dessa tendência são o Flow Open Mall em Curitiba e o City Center Outlet em Campo Largo, que ilustram como esse conceito está moldando o futuro do varejo e também criando oportunidades para o setor da construção.

Flow Open Mall: uma experiência imersiva

Flow Open Mall será inaugurado em 2025 e se posiciona como um local de convivência, compras e bem-estar.
Crédito: Divulgação

O Flow Open Mall, com previsão de inauguração em 2025, é um empreendimento que visa proporcionar aos visitantes uma experiência de compras inovadora. Localizado na Avenida Comendador Franco, em Curitiba (PR), o mall foi projetado para integrar a cidade com a natureza, com uma arquitetura inspirada em tendências asiáticas. Amplos espaços envidraçados e áreas verdes são apenas alguns dos elementos que tornam o ambiente acolhedor e arejado, criando uma verdadeira conexão entre os espaços urbanos e naturais.

O projeto contempla 55 operações na primeira fase do empreendimento de diversos segmentos, como vestuário, alimentação e serviços. A expansão do empreendimento, prevista para 2028, trará mais 50 operações e uma área de entretenimento com cinema e outras atrações. "O Flow Open Mall se posiciona como um local de convivência, compras e bem-estar, pronto para atender a comunidade de forma integrada e inovadora", afirma Ricardo Massuchin, diretor do Flow Open Mall.

Departamento de laboratório da Concrebras atende às especificações da obra para fornecimento do concreto.
Crédito: Divulgação

O conceito reflete uma tendência global de shoppings que vão além das compras. A ideia é criar um ambiente que ofereça aos consumidores não apenas produtos, mas também bem-estar e experiência de vida, com uma ampla gama de opções de lazer, serviços e atividades que se conectam com o estilo de vida dos visitantes. Além disso, a obra aposta em uma construção mais eficiente e rápida, utilizando pré-fabricados que permitiram a criação de espaços amplos e com design diferenciado, como balanços e mezaninos sem apoios.

City Center Outlet: o charme do comércio ao ar livre

Em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, o City Center Outlet Premium segue uma proposta semelhante, mas com um enfoque no varejo de descontos. Ocupando uma vasta área de 290 mil m², o outlet conta com mais de 100 lojas de marcas renomadas, oferecendo descontos de até 70% durante todo o ano, além de promoções e eventos especiais para atrair e fidelizar clientes.

Uso de concreto aparente no projeto foi outro destaque da construção, com a criação de floreiras e revestimentos em concreto ripado.
Crédito: Nenad Radovanovic

Diferente dos shoppings tradicionais, o outlet também adota uma arquitetura horizontal, com lojas dispostas em corredores amplos ao ar livre. Essa disposição cria um ambiente mais arejado e acessível, onde os consumidores podem se deslocar com facilidade entre as lojas sem a necessidade de usar escadas ou elevadores. “A construção horizontal oferece mais acessibilidade, com entradas e saídas em várias partes, facilitando o acesso para pessoas com mobilidade reduzida”, destaca Felipe Valente Vieira, coordenador de operações do City Center Outlet Premium.

O uso de concreto aparente no projeto foi outro destaque da construção, com a criação de floreiras e revestimentos em concreto ripado. Essas escolhas não só trazem uma estética moderna e robusta, mas também integram o outlet ao ambiente natural ao redor, oferecendo uma experiência visualmente interessante para os visitantes.

Leia mais: Concreto aparente: uma tendência moderna e sustentável na construção civil

Concrebras: logística para fornecimento em obras de shoppings horizontais

Para os dois projetos, a Concrebras realizou todo planejamento e fornecimento da concretagem, incluindo estudo de logística, considerando redução no tempo de trajeto dos caminhões betoneiras, aumentando a produtividade dos dias de concretagem.

Entre os diferenciais da Concrebras para esses empreendimentos, destaca-se o suporte do departamento técnico, com especialista em concreto, para atender às especificações dos projetos, bem como acompanhamento da concretagem, analisando abatimentos, traços e manejo de aditivos.

No caso do Flow Open Mall, onde foram utilizados 13 mil m3 de concreto na obra até o momento, a principal diferença na construção de um shopping horizontal em relação ao tradicional é a dinâmica de concretagem, devido ao porte das obras. Por ser um shopping horizontal, o transporte de materiais e a movimentação de equipes são processos menos complexos do que estruturas mais altas dos shoppings convencionais.

O principal ponto de destaque para o Flow Open Mall foi a execução dos pisos dos estacionamentos e do supermercado que fará parte do shopping, com alta exigência para que todo processo acontecesse de forma perfeita e com excelente acabamento. Dessa forma, foi necessário, por parte da equipe da Concrebras, uma análise bem detalhada de aditivos para a pega do concreto acontecer no tempo certo. 

Vantagens do modelo horizontal

O conceito de shoppings horizontais tem se mostrado cada vez mais atrativo para consumidores que buscam uma experiência de compra mais fluida e agradável. Em comparação aos shoppings tradicionais, que frequentemente exigem o uso de escadas e elevadores para acessar diferentes andares, o modelo horizontal proporciona conforto e mobilidade, com acesso direto às lojas no nível térreo. Além disso, a presença de áreas ao ar livre e espaços verdes cria um ambiente mais relaxante e acolhedor, ideal para um passeio mais tranquilo e integrado com a natureza.

Outro aspecto importante é a eficiência no tráfego de pessoas e veículos. Como a maioria dos shoppings horizontais tem uma única entrada e saída, com estacionamentos amplos e próximos das lojas, os consumidores podem realizar suas compras com mais comodidade e sem a frustração de percorrer longos corredores ou escadas rolantes. "A disposição das lojas facilita a circulação e oferece mais opções de acessibilidade, tornando a experiência mais prática e agradável", afirma Vieira.

À medida que mais projetos como o Flow Open Mall e o City Center Outlet Premium ganham espaço no Brasil, fica claro que os shoppings horizontais são uma tendência promissora, capaz de transformar o modo como as pessoas compram e se relacionam com o varejo.

Entrevistados:

Ricardo Massuchin é graduado em Administração pela FAE Business School, pós-graduado em Gestão de Pessoas pela mesma faculdade e é responsável pela criação e gestão do Flow Open Mall.

Felipe Valente Vieira é arquiteto graduado pela UniBrasil e atualmente é coordenador de operações do City Center Outlet Premium.

Karolina Kloss é engenheira civil graduada pela Universidade Positivo, com formação técnica em Meio Ambiente. Atualmente, é pós-graduanda em Construção Civil: Residenciais, Industriais e Especiais pela Faculdade Unyleya. Atua como assessora técnica comercial em Curitiba e Região Metropolitana da Concrebras.

Contatos:

comercial@flowopenmall.com
operacional@citycenteroutlet.com.br
karolina.kloss@concrebras.com.br

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Construção civil terá benefício tributário para compra de máquinas

O programa de depreciação acelerada irá beneficiar 23 áreas econômicas do setor industrial, incluindo as atividades de construção de edifícios e de obras de infraestrutura. O projeto foi instituído pelo Decreto 12.175, de 11 de setembro (publicado no DOU em 12/9/2024), assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o governo, o intuito deste programa é renovar o parque industrial brasileiro para elevar a produtividade, a competitividade, a sustentabilidade e a segurança das empresas. Além disso, a iniciativa visa incentivar o investimento privado.

A depreciação acelerada é um mecanismo que permite às empresas anteciparem receitas. Ao adquirir um bem de capital, o empresário pode deduzir o valor do investimento nas futuras declarações de IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido). Normalmente, essa dedução ocorre de forma gradual, podendo se estender por até 20 anos, conforme o bem se deprecia ao longo do tempo. Com o novo programa de depreciação acelerada, essa dedução poderá ser realizada em duas etapas: 50% no primeiro ano e os outros 50% no segundo.

O intuito deste programa é renovar o parque industrial brasileiro para elevar a produtividade.
Crédito: Envato

De acordo com Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (SOBRATEMA), quando uma empresa compra uma máquina, ela pode depreciar seu valor ao longo de quatro ou cinco anos. “Por exemplo, se a construtora pagou R$ 60 mil em uma máquina e vai depreciar em cinco anos, isso equivale a R$ 1 mil por mês em depreciação, o que reduz o resultado e, assim, o imposto a ser pago. No entanto, se a empresa optar por uma depreciação em dois anos, ao invés de R$ 1 mil mensais, ela divide 60 mil por 24 meses, o que resulta em cerca de dois mil e quinhentos reais por mês. Esse é o benefício da depreciação acelerada. No entanto, para acessá-lo, a empresa precisa ter lucro e ser tributada pelo lucro real, o que exclui a maioria das empresas brasileiras, que optam pelo lucro presumido ou Simples”, explica Daniel.

Segundo o vice-presidente da SOBRATEMA, esta medida não deve trazer grandes vantagens e o impacto não será significante para macroeconomia. “Além do valor, temos para o uso a necessidade das empresas apresentarem lucro com a depreciação em quatro anos para fazer análise da depreciação em 2 anos. Em minha opinião, pode haver favorecimento para grandes empresas excluindo as demais,  já que a maioria das companhias brasileiras não adota o regime de lucro real, ficando fora desse benefício. E estas empresas maiores já possuem melhores condições de financiamento. Enquanto isso, as pequenas e médias empresas enfrentam taxas de juros elevadas e dificuldade de acesso a crédito”, opina Daniel.

Frequência de renovação dos equipamentos

A frequência de renovação da frota depende da intensidade de uso e das condições de operação, de acordo com Daniel. “Equipamentos que trabalham em ambientes agressivos ou de alta intensidade geralmente precisam ser renovados em menos de cinco anos. No entanto, com os juros altos, muitas empresas estão prolongando a vida útil dos equipamentos. Na parte operacional, há fatores importantes. Se eu tiver uma máquina que opera 10 horas por dia, ao final de um ano, ela terá acumulado entre 2.500 e 3.000 horas de uso. Agora, se a máquina opera 24 horas por dia, esse número sobe para cerca de 5.000 a 6.000 horas anuais. Nesse caso, após dois anos, a máquina já precisará ser vendida, pois seu desgaste será significativo, caracterizando a depreciação. Equipamentos que operam em pedreiras, com produtos corrosivos ou em condições agressivas, demandam uma renovação ainda mais rápida devido ao desgaste acelerado”, afirma.

Para o vice-presidente da SOBRATEMA, hoje, o maior entrave não é o custo dos equipamentos, apesar das pressões da indústria com o câmbio, os custos de produção e outros fatores. O problema principal está nas altas taxas de juros, que desestimulam novos investimentos. “Renovar a frota entre cinco e dez anos é interessante, pois há um avanço tecnológico constante, com soluções mais econômicas e integradas a práticas ESG e produtividade. Isso fortalece a ideia de renovação estratégica”, conclui.

Entrevistado

Eurimilson Daniel é vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (SOBRATEMA).

Contato: Assessoria de imprensa SOBRATEMA - sylvia@meccanica.com.br 

Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
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Construção da Ponte Harald Karmann promove importante avanço na mobilidade urbana de Joinville

Com capacidade para suportar até 5.400 veículos por hora, a Ponte Harald Karmann deve contribuir para a redução de congestionamentos.
Crédito: Secom Joinville

A construção da ponte Harald Karmann, anteriormente conhecida como Ponte Nacar, representa um marco para a mobilidade e a infraestrutura urbana de Joinville (SC). A obra, que faz parte de um investimento de R$ 29 milhões da Prefeitura, visa otimizar o fluxo viário e ampliar a integração entre as regiões central e sul da cidade, promovendo um importante avanço na mobilidade urbana.

A Ponte Harald Karmann foi projetada para ser um eixo de ligação entre as ruas Coronel Francisco Gomes e Nacar, sobre o rio Bucarein. Com uma extensão de 42,40 metros e largura de 15,20 metros, a nova estrutura é composta por três faixas de trânsito, sendo uma delas exclusiva para o transporte público e duas para veículos em geral.

A ponte também conta com calçadas para a passagem segura de pedestres, reforçando o compromisso com a mobilidade sustentável. “A revitalização dessa ponte é essencial para a cidade, pois contribui significativamente para o sistema viário da região central e sul de Joinville. Essa melhoria trará maior fluidez ao tráfego e beneficiará milhares de pessoas diariamente”, explica Paulo Mendes Castro, diretor da Secretaria de Infraestrutura Urbana de Joinville.

Infraestrutura moderna e sustentável

Toda a estrutura de concreto da ponte, incluindo peças pré-moldadas, foi fornecida pela Concrebras.
Crédito: Secom Joinville

O projeto inclui não apenas a construção da ponte, mas também uma série de intervenções viárias na rua Nacar e em ruas adjacentes. Essas obras compreendem a instalação de tubulações de drenagem, a construção de uma nova base e sub-base para a pavimentação, além de calçadas acessíveis. Itens complementares, como meio-fio e bocas-de-lobo, também foram implementados, promovendo uma infraestrutura moderna e eficiente.

Com capacidade para suportar até 5.400 veículos por hora, a Ponte Harald Karmann deve contribuir para a redução de congestionamentos e aprimorar a mobilidade na área. “Nossa expectativa é de que essa ponte não só melhore a circulação de veículos, mas também incentive o uso do transporte público, que agora conta com uma faixa exclusiva, facilitando o deslocamento dos moradores e trabalhadores da região”, destaca Castro.

Fornecimento de concreto pela Concrebras

Toda a estrutura de concreto da ponte foi fornecida pela Concrebras. Ao todo, foram utilizados 630 m³ de concreto na obra, garantindo a resistência e durabilidade da ponte. O concreto foi cuidadosamente desenvolvido para atender às especificidades da construção, de modo a garantir a segurança e a estabilidade da estrutura.

Em estruturas pré-moldadas, foi utilizado o concreto de resistência de 40,0 MPa, descarregado dentro de formas, normalmente metálicas. Depois de secas, as peças foram fixadas à estrutura com auxílio de guinchos ou guindastes.

A Ponte Harald Karmann faz parte de um plano de mobilidade que inclui outras três frentes de trabalho, todas com o objetivo de melhorar o sistema viário de Joinville. Na segunda etapa, foi realizada a pavimentação e implantação de drenagem e rede de esgoto na rua Graciosa, ligando-a à rua Guanabara. A terceira frente envolveu a pavimentação entre as ruas Guanabara e Desembargador Heráclito Ribeiro, e a quarta etapa consiste na pavimentação da rua Coronel Francisco Gomes, que se estende desde a rua Eugênio Moreira até o bairro Bucarein.

A conclusão da ponte ocorreu em setembro deste ano e, embora alguns veículos já estejam utilizando a via, o tráfego oficial só será liberado após a conclusão da pavimentação da rua Coronel Francisco Gomes, prevista para as próximas semanas. Essa liberação permitirá que a ponte opere em plena capacidade, beneficiando motoristas, pedestres e usuários de transporte público.

Um futuro com mais infraestrutura e mobilidade

Projeto inclui construção da ponte e uma série de intervenções viárias na rua Nacar e em ruas adjacentes.
Crédito: Secom Joinville

A construção da Ponte Harald Karmann é um passo significativo para Joinville, uma cidade que cresce e se moderniza a cada ano. Essa obra representa um investimento na qualidade de vida dos joinvilenses e uma resposta às demandas por melhorias no transporte urbano. “Esperamos que a ponte contribua para o desenvolvimento da cidade, tornando o trânsito mais fluido e seguro para todos”, destaca.

A expectativa é de que, com a conclusão do projeto, a Ponte Harald Karmann seja um modelo de infraestrutura viária moderna, adaptada às necessidades de uma cidade em crescimento, e como uma referência de integração entre transporte público e privado, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e para o bem-estar da população de Joinville.

Entrevistado

Paulo Mendes de Castro é engenheiro civil graduado pela Universidade Católica de Minas Gerais e pós-graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Possui experiência profissional na construção e operação de rodovias, construção de obras de arte especiais (pontes), terraplanagem, barragem, obras para captação de água, estação de tratamento de água, construção de aterro hidráulico, entre outras. Desde 2021 é diretor na Secretaria de Infraestrutura Urbana da Prefeitura de Joinville, coordenando a construção de obras como a Ponte Harald Karmann, Ponte Albertinho Bornschein e a Ponte Joinville.

Contato/Assessoria de Imprensa:
imprensa@joinville.sc.gov.br

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Ana Carvalho
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Por que projetar com fck a 63 dias?

Durante o 65º Congresso Brasileiro do Concreto, em Maceió (AL), o professor Paulo Helene ministrou a palestra “Por que projetar com fck a 63 dias? EN 1992-1-1 e MC 2020". Em entrevista ao Massa Cinzenta, ele falou sobre os benefícios e desafios de projetar com fck a esta idade fora do habitual.

Benefícios técnicos de projetar com fck a 63 dias 

Com fck a 63 dias, a emissão de gases de efeito estufa também é consideravelmente reduzida, em torno de 15% a 25%.
Crédito: Ibracon

De acordo com Paulo Helene, vários benefícios em se projetar com fck a 63 dias. “Em primeiro lugar, os cimentos atuais precisam ter muitas adições por razões justificáveis de sustentabilidade, e estas reagem lentamente; ou seja, com 63 ou 91 dias apresentarão melhores resultados”, aponta. 

Além disso, esta técnica viabiliza mais e melhor o uso de cimentos com menor taxa de clínquer, o que é mais sustentável. “O traço dosado para fck aos 63 dias de idade é muito mais econômico que aos 28 dias de idade, cerca de 20%. A variabilidade da resistência do concreto é menor aos 63 dias do que aos 7 ou 28 dias. O consumo de cimento é menor. A emissão de gases de efeito estufa também é consideravelmente reduzida, em torno de 15% a 25%. Há uma diminuição no consumo de matérias-primas não renováveis e de energia. Estaremos a favor do planeta”, explica Paulo Helene.

Variáveis que afetam a resistência do concreto a longo prazo 

Para Paulo Helene, no mundo inteiro, a matéria-prima para a fabricação do cimento Portland é a mesma, assim como os procedimentos industriais, adições e aditivos. “É um material universal, barato, flexível, durável, resistente e abundante. Consumir cimento Portland e concreto em qualquer lugar do planeta é a mesma coisa. Por essa razão, a taxa de crescimento da resistência do concreto com a idade, em qualquer parte do mundo, é a mesma e está indicada no fib Model Code 2020, que é uma referência para os 193 países do planeta, especialmente para os 38 da Europa e nós do Brasil que o tomamos como referência conceitual. Da mesma forma, a taxa de crescimento da resistência também está indicada no ACI, e as curvas do fib e do ACI são muito similares; diria que são equivalentes”, afirma.

Paulo Helene ainda afirma que projetar para um fck a 63 dias, como fck = 40 MPa, ou projetar para fck = 40 MPa a 28 dias é igual, por exemplo, em um programa reconhecido no país, como o TQS. “O projeto resultante é o mesmo! A única diferença é escrever fck a 63 dias no carimbo. Com essa informação, o construtor, a concreteira e o laboratório de ensaio vão desenvolver um concreto com fck de 40 MPa a 63 dias, que é mais econômico, sustentável, racional e amigável ao meio ambiente. Talvez, em casos especiais, seja conveniente estudar o escoramento e a fluência, mas isso depende da data de aplicação das cargas de projeto. Nos casos usuais, só muda a data do ensaio. Até o corpo de prova é o mesmo. E a execução da obra segue no mesmo ritmo, salvo, talvez, em casos especiais, onde seria necessário um conjunto adicional de formas e escoramentos. Vale lembrar que formas e escoramentos têm emissão desprezível (quando comparados ao cimento e ao aço) de gases de efeito estufa, ou seja, podem ser usados sem restrições”, justifica.

Desafios ao adotar o fck a 63 dias

Segundo Paulo Helene, uma das dificuldades para adotar o  fck a 63 dias é o desconhecimento sobre a segurança das estruturas de concreto e sobre o comportamento dos materiais. “Considere-se que o texto da norma atual ABNT NBR 6118 ainda proíbe a adoção de fck com idade diferente de 28 dias. Infelizmente, é hoje, talvez, a única no mundo que ainda possui essa restrição. Outro problema é a insegurança, pois muitos projetistas não sabem como projetar com fck a 63 dias. E é muito simples!”, pondera.

Por outro lado, Paulo Helene acredita que o mercado da construção está preparado para adotar esta prática, embora toda evolução seja lenta.Projetar e construir estruturas é uma atividade de muita responsabilidade, que requer tempo, amadurecimento e a convicção de que vale a pena”, opina.

Entrevistado
Paulo Helene é sócio honorário do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON). Ele também é engenheiro civil, professor titular da Universidade de São Paulo e diretor da PhD Engenharia. 

Contato: paulo.helene@concretophd.com.br 

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Upcycling na construção civil: preservação da memória histórica e sustentabilidade

A construção civil tem adotado novas práticas para acompanhar tendências de sustentabilidade e consumo consciente. Entre os conceitos que ganharam força nos últimos anos, destaca-se o upcycling, método que promove a reutilização criativa e com valor agregado de materiais obsoletos.

O upcycling consiste na transformação de materiais descartados ou obsoletos em objetos de valor com novos usos. Na construção civil, isso pode ocorrer por meio da reutilização de materiais de demolição para criar novos elementos arquitetônicos ou objetos de design.

Segundo Lilian Basilio, gerente de Obras e Pós-Obras da Incorporadora Weefor, o conceito vem ganhando popularidade desde os anos 2000, como uma resposta à demanda crescente por padrões de consumo mais conscientes e pela preservação do meio ambiente.

Upcycling e retrofit: abordagens complementares

Conceito incorpora a memória histórica a novos projetos, conectando o passado e o presente.
Crédito: Divulgação

Apesar de ambos os conceitos se alinharem a estratégias de sustentabilidade, upcycling e retrofit possuem aplicações que se diferem significativamente. O retrofit envolve a modernização de grandes estruturas e sistemas, frequentemente utilizando tecnologia para melhorar a eficiência energética de edifícios.

Já o upcycling foca em ressignificar elementos menores e incorporá-los de forma criativa a novos projetos. Dessa forma, as duas práticas podem ser complementares, combinando a modernização estrutural com o reaproveitamento criativo de materiais.

Em contraste com o retrofit, que se concentra em modernizar estruturas existentes para melhorar sua eficiência e funcionalidade, o upcycling adota uma abordagem mais simples e criativa, com foco em dar novo propósito a materiais que seriam descartados. “Enquanto o retrofit trata de incluir um novo sistema de conforto térmico em um prédio, o upcycling reutiliza azulejos antigos para criar uma obra de arte", exemplifica Lilian.

Leia também: Retrofit: um conceito que une engenharia e arquitetura para dar nova vida para edificações antigas

Conservação da memória e inovação

A Weefor incorporou o upcycling em seu portfólio como parte do desenvolvimento de seus empreendimentos, preservando a história dos locais onde as construções são erguidas. Um exemplo é o projeto MOVA WF, localizado em um terreno que abrigava casas dos anos 1970, repletas de elementos arquitetônicos e materiais que refletiam a época. “Quando recebemos os projetos vencedores do concurso WeeforARQ II, foi surpreendente verificar que os arquitetos conseguiram manter viva a história daquele terreno, respeitando e valorizando o passado. Isso nos inspirou a adotar o upcycling na arquitetura de interiores do MOVA WF”, conta Lilian.

No MOVA WF, localizado no bairro Batel, em Curitiba, os painéis de madeira das antigas casas foram transformados em móveis para o hall de entrada, e o piso foi reaproveitado para confeccionar mesas de centro. “Além disso, portas e outros materiais foram reformulados e incorporados em novas peças de design, unindo memória e sustentabilidade nas áreas comuns do empreendimento”, detalha.

Economia e outras vantagens do upcycling

Painéis das antigas casas foram transformados para uso no hall de entrada.
Crédito: Divulgação

A utilização de materiais já existentes não apenas reduz a extração de novos recursos naturais, mas também diminui os custos de descarte e transformação. “Há uma economia gerada pela reaplicação dos materiais, pois não há demanda por novos recursos e o processo tende a ser mais simples”, destaca Lilian. Essa prática favorece o consumo consciente e a circularidade dos bens de consumo, prolongando a vida útil dos materiais e diminuindo o impacto ambiental.

Além dos benefícios econômicos, o upcycling contribui para a preservação do patrimônio histórico. Materiais e objetos que fazem parte da memória de uma época ganham novos usos, perpetuando histórias e promovendo um vínculo emocional com o ambiente construído

Além do MOVA WF, o conceito de upcycling já havia sido aplicado em outros empreendimentos da incorporadora. Em outro empreendimento, isoladores elétricos industriais foram transformados em uma escultura pelo paisagista Felipe Eira, uma forma de homenagear a história do terreno e dar novo significado aos materiais do local.

Sustentabilidade histórica

O upcycling na construção civil vai além da reutilização de materiais, porque incorpora a memória histórica nos novos projetos, proporcionando uma conexão entre o passado e o presente. “Nossa ideia é que a história do terreno seja sempre parte integrante do desenvolvimento do produto, preservando tanto a materialidade quanto os significados históricos”, enfatiza.

Dessa forma, ao adotar o upcycling, as construtoras não apenas contribuem para um meio ambiente mais sustentável, mas também para a valorização cultural e a conservação da história dos locais onde atuam, criando empreendimentos que são tanto funcionais quanto simbólicos.

O upcycling abrange uma infinidade de materiais. Elementos oriundos de demolição, como blocos e lajes de concreto, podem ser utilizados como base de terrenos ou enchimento. Além disso, esses materiais podem ser utilizados para criação de obras de arte e esculturas. “O terreno onde será construído o projeto vencedor do WeeforARQ 3º Edição abrigava uma siderúrgica que possuía vários elementos de concreto. Dispponibilizamos para os participantes do concurso um acervo de imagens desses elementos para que possam se inspirar na história daquele terreno”, assinala.

Na construção civil, é cada vez mais necessário adotar conceitos que promovam uma nova forma de construir os empreendimentos e, até mesmo, as cidades. O upcycling oferece inúmeras oportunidades nesse sentido. “Pode ser aplicado na reutilização de materiais de demolição em novos produtos ou elementos de arquitetura e design, na confecção de mobiliário, na criação de novos usos para equipamentos de transporte e embalagens, entre outras possibilidades. Afinal, a criatividade para criar novos produtos pode ter como base a premissa de ressignificar objetos já produzidos e que estão fora de uso”, conclui.

Entrevistada

Lilian Basilio é arquiteta e urbanista graduada pela Universidade Positivo (UP), pós-graduada em BIM pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e gerente de Obras e Pós-Obras da incorporadora Weefor.

Contato: lucy@weefor.com.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Concreto de alto desempenho ajuda a aumentar a durabilidade de pontes

Entre os dias 22 e 25 de outubro, ocorreu o 65º Congresso Brasileiro do Concreto em Maceió (AL). O evento deste ano teve como tema “Inovações Tecnológicas nas Construções de Concreto” e uma das palestras apresentadas foi "Panorama Geral das Pontes Rodoviárias Brasileiras", ministrada por Ademir Santos, sócio-fundador da ADS Engenharia e Inovação e professor aposentado de Pontes e Estruturas de Concreto da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Durante o evento, Santos revelou que o Brasil possui cerca de 120.000 pontes rodoviárias, das quais apenas cerca de 12.000 têm informações consistentes, de acordo com o professor. Ele destacou que, quanto ao estado de conservação (Índice de Condição) das 12.000 pontes “conhecidas”, é possível estimar que:

- 10% delas requerem intervenções de recuperação imediata;
- 20% não requerem recuperação imediata, mas devem ser monitoradas regularmente;
- 70% estão em boas ou excelentes condições.

O palestrante ressaltou que esses dados se referem às pontes sob jurisdição do DNIT, das concessões privadas federais, dos Estados de São Paulo e da Bahia.

Em relação a outros países, Santos mencionou que é difícil estabelecer uma comparação justa, já que apenas cerca de 10% do total de pontes brasileiras têm dados confiáveis. “Diante deste quadro, pode-se afirmar que estamos alarmantemente atrasados em relação aos Estados Unidos ou Europa”, afirmou o professor.

A região Sudeste apresenta pontes com melhores Índices de Condição, enquanto a região Nordeste possui os índices mais baixos. Segundo Santos, o principal fator que causa essa disparidade é a quantidade de recursos disponíveis para manutenção.

Tecnologias para aumentar a durabilidade das pontes

Apenas cerca de 10% do total de pontes brasileiras têm dados confiáveis.
Crédito: Envato

O palestrante destaca que, para as novas pontes, é essencial considerar o uso de concreto de alto desempenho, armaduras menos suscetíveis à corrosão, projetos voltados para uma vida útil prolongada, além de uma fiscalização rigorosa na execução das obras. “Esses fatores certamente contribuirão para uma maior durabilidade das pontes”, comenta.

Para as pontes já construídas, Santos recomenda a implantação urgente de um sistema eficaz de gestão do patrimônio, visando garantir uma maior longevidade das estruturas.

Mudanças climáticas e as pontes

A mudança climática e os eventos extremos, como enchentes, têm impactado a segurança e a durabilidade das pontes no Brasil. Um dos casos mais emblemáticos são as enchentes no Rio Grande do Sul, que, entre outras consequências, resultaram no colapso de várias pontes.

“Diante deste cenário, podemos considerar nossa corresponsabilidade, tanto como cidadãos quanto como profissionais de Engenharia de Pontes: refletir e pesquisar novos materiais, investir em projetos que integrem novas estratégias de sustentabilidade (seja econômica, ambiental ou tecnológica), além de discutirmos, de forma coletiva, a articulação técnica e política da gestão da Engenharia. Afinal, tudo o que puder ser implementado sob a perspectiva coletiva, ou seja, soluções para escalonar o transporte, para modernizar a gestão do patrimônio construído, também contribui para a proteção do meio ambiente. Ademais, já não é mais possível compartimentar o pensamento”, afirma Santos.

Para o professor, a chave para enfrentar este desafio é a mobilização do Estado, nos âmbitos federal, estadual e municipal, das Instituições de Pesquisa e das Universidades, para, em um esforço conjunto, encontrar medidas de prevenção que mitiguem as consequências das mudanças climáticas. “A formação em engenharia neste século deve ser holística, exigindo a integração de saberes, habilidades e atitudes que possam impactar positivamente as dinâmicas de convivência nos espaços comuns, com a consciência de que existem recursos não-renováveis”, conclui Santos.

Entrevistado

Ademir Santos é sócio fundador da ADS Engenharia e Inovação, de Salvador (BA). É professor de Pontes e Estruturas de Concreto da UFBA (aposentado) e doutorando da Universidade do MINHO, Portugal.

Contato: ademir.santos@ads.eng.br

Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.


CBIC revisa pela segunda vez consecutiva crescimento da construção civil para 3,5% em 2024

Pela segunda vez consecutiva, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou a projeção de crescimento do setor da construção civil, elevando a expectativa de 3% para 3,5%, refletindo uma trajetória de crescimento impulsionada pela alta na produção de insumos e no consumo de materiais. Essa nova projeção, acima do esperado para o início do ano, é sustentada pelo aumento nas vendas de cimento e pela elevação da produção física de insumos, que tiveram papel fundamental na recuperação do setor.

Construção civil segue como uma das principais fontes de emprego formal no país.
Crédito: Envato

De acordo com a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, a melhora no PIB da construção civil se deve, em grande parte, à retomada de obras e ao aquecimento da demanda no mercado imobiliário. “O setor mostra sinais de recuperação, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador, com fatores que pressionam os custos e o financiamento de novos projetos”, afirma.

Além disso, houve crescimento de 4,3% na produção de insumos de janeiro a agosto deste ano e um salto de 10,4% nas vendas de cimento em setembro, com um acumulado anual de 48,7 milhões de toneladas. “O setor vem em um ciclo virtuoso de crescimento. O saldo de novas vagas geradas continua positivo e os empresários mantêm expectativas otimistas para o nível de atividade nos próximos seis meses. Diante desses fatores, é possível que o crescimento supere o inicialmente previsto”, afirma o presidente da CBIC, Renato Correia.

Os dados foram divulgados pela CBIC durante coletiva de imprensa online, na qual foram apresentados o desempenho econômico do setor no terceiro trimestre de 2024 e as perspectivas para o ano, incluindo informações sobre geração de empregos, custo da construção e os principais desafios enfrentados. O evento contou também com a participação do gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo. O levantamento faz parte do projeto ‘Inteligência Setorial Estratégica’, realizado pela CBIC em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional).

Crescimento de vendas no mercado imobiliário

O setor imobiliário também teve papel relevante no crescimento da projeção do PIB da construção, com um aumento de 5,7% nos lançamentos e de 15% nas vendas de imóveis no primeiro semestre.

O financiamento imobiliário, impulsionado pela demanda das famílias e pela leve queda na taxa de juros, favoreceu a compra de novas unidades. As unidades financiadas pelo FGTS registraram um crescimento expressivo de mais de 40% entre janeiro e agosto de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado, enquanto os financiamentos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) cresceram 5,4%.

Ieda ressalta que o aquecimento no consumo interno e a leve flexibilização nas condições de crédito contribuíram para o fortalecimento do setor. No entanto, o ambiente ainda apresenta desafios, particularmente em relação ao financiamento por caderneta de poupança, que pelo quarto ano consecutivo fecha com captação líquida negativa. “Essa captação negativa afeta diretamente o financiamento imobiliário e a continuidade de projetos, o que precisa ser monitorado para garantir a sustentabilidade do crescimento no setor”, afirma a economista.

Desafios do setor em 2024

Mesmo com o crescimento, a construção civil enfrenta desafios complexos neste ano, exigindo adaptação e novas estratégias. Entre os principais problemas estão:

Aumento nos custos de insumos e mão de obra: os custos de materiais e da mão de obra registraram altas significativas, com o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acumulando 5,48% em 12 meses, bem acima do IPCA de 4,42% no mesmo período.

Desde o início da pandemia, os materiais acumularam alta de 63%, e a mão de obra, 40%, o que impacta diretamente a margem de lucro e os preços dos imóveis. “Esses aumentos refletem uma pressão que deve ser repassada ao preço final, tornando o acesso à moradia mais difícil”, explica.

Taxa de juros elevada: a Selic, apesar de ter registrado uma leve redução recentemente, permanece em patamares elevados, o que encarece o crédito e limita o acesso a novos financiamentos, tanto para construtoras quanto para consumidores. Ieda aponta que a alta taxa de juros afeta diretamente a viabilidade de novos empreendimentos, aumentando a instabilidade nas projeções de médio e longo prazo do setor.

Falta de mão de obra qualificada: a escassez de trabalhadores qualificados no setor é um problema crescente, que impacta não apenas os custos, devido à demanda elevada por profissionais especializados, mas também a produtividade, principalmente em obras de infraestrutura e empreendimentos de alta complexidade.

Carga tributária elevada: a reforma tributária, embora necessária, trouxe incertezas quanto à neutralidade fiscal para o setor, que busca uma redução significativa nas alíquotas para manter a competitividade e estimular o investimento.

Geração de empregos permanece robusta

Apesar das dificuldades, a construção civil segue como uma das principais fontes de emprego formal no país. Nos últimos 12 meses, o número de trabalhadores formais na construção civil cresceu 5,24%, com 2,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada em agosto de 2024, o maior número desde 2014. Desde 2021, o setor vem criando mais de 210 mil novos empregos formais entre janeiro e agosto de cada ano. O setor representa 6,27% do total de trabalhadores formais no Brasil, mas responde por mais de 12% das novas vagas criadas.

Com uma visão otimista, o setor deve seguir em crescimento até o final do ano, embora o financiamento e os custos sigam pressionando o setor, com desafios a serem enfrentados para garantir a sustentabilidade e a competitividade da construção civil no Brasil.

Fonte:
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) 

Contato: ascom@cbic.org.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Como funcionará o mercado de carbono para a indústria cimentícia?

Entre os dias 22 e 25 de outubro, ocorreu o 65º Congresso Brasileiro do Concreto em Maceió (AL). O evento deste ano teve como tema “Inovações Tecnológicas nas Construções de Concreto” e uma das palestras apresentadas foi "Regulamentação do mercado de carbono", ministrada por Edna Possan, professora associada Nível 4 na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) e coordenadora do LADEMA (Laboratório de Desempenho, Estruturas e Materiais).

De acordo com Edna, o mercado de carbono foi idealizado  na Eco-92, foi formalizado no Protocolo de Kyoto e ganhou força com o Acordo de Paris, que estabeleceu regras para emissões e créditos de carbono, onde quem reduz ou remove emissões pode vender créditos e quem emite além do limite máximo dado pelas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas, do inglês, Nationally Determined Contribution)  pode comprá-los.

Indústria do cimento só conseguirá atingir o net zero por meio de captura de carbono (CCUS) ou pela compra de créditos.
Crédito: Envato

“Para que o setor cimentício atinja carbono negativo ou net zero até 2050, é essencial considerar as especificidades deste material. O cimento enfrenta limitações quanto à descarbonização, pois uma parte de suas emissões está ligada à descarbonatação de rochas calcárias. Deste modo, a indústria de cimento precise precisará recorrer à remoção, compensação ou captura de carbono para alcançar o net zero. Atualmente, as estratégias em curso pelo setor incluem a substituição do clínquer, a alteração de alguns combustíveis e melhoria da eficiência energética e o coprocessamento. Em conjunto com a recarbonatação (ainda em discussão para futuras considerações no balanço das emissões), essas ações possibilitam uma redução considerável das emissões associadas ao cimento. Em torno de 36 a 40% das emissões dependerão de outros processos de redução ou remoção”, explica a professora.

O grande desafio para as indústrias ligadas à construção está em reduzir suas emissões a baixo custo. “Com a implementação de um preço para o carbono, produtos que comercializamos, como cimento, aço e outros materiais de construção de alta emissão de carbono, terão seu custo impactado. E, com isso, fica difícil manter a competitividade”, aponta Edna.

O mercado de créditos de carbono é regulado conforme as metas climáticas estabelecidas pelo Acordo de Paris e as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) brasileiras. “Cada setor produtivo possui uma meta de emissões. No caso do cimento, segundo a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) a média global de emissão do cimento é de cerca de 630 kg de CO₂ por tonelada, enquanto no Brasil a média é de 560 kg, o que gera um ‘crédito’ de aproximadamente 70 kg por tonelada por emitirmos menos que a média global”, comenta a professora.

De acordo com Edna, as compensações também são feitas por meio de projetos de captura de carbono, com destaque para reflorestamento e manejo de florestas, que representam as maiores capturas. “As empresas do setor de cimento podem contabilizar áreas de preservação como créditos, mas certamente terão que adquirir créditos adicionais de outros projetos de crédito de carbono”, indica.

A professora alerta que essa transição é urgente e já vem sendo tratada pelo setor já que a indústria do cimento tem metas para reduzir as emissões de CO₂ até 2030 e atingir a neutralidade de carbono até 2050. 

Iniciativas e tecnologias de captura de carbono

No ciclo de vida dos materiais à base de cimento, é possível capturar uma pequena quantidade de carbono por meio da recarbonatação. “Podemos também empregar CO₂ no processo de cura carbônica de materiais a base de cimento, ou no tratamento de partículas de agregado. Contudo, esse é um ganho modesto, incapaz de reduzir drasticamente as emissões do setor cimenteiro. O desafio é desenvolver tecnologias acessíveis para potencializar essas soluções”, afirma Edna.

Algumas tecnologias de captura direta de carbono do ar ou dos processos industriais já existem, mas são caras e ainda pouco eficazes. “ Uma opção é o armazenamento geológico, onde o CO₂ é injetado em rochas porosas no subsolo, embora isso envolva custos altos para transporte e injeção, além de incertezas quanto aos impactos ambientais a longo prazo”, sugere a professora.

Outra estratégia é converter o CO₂ em produtos úteis. “Um exemplo promissor é a tecnologia desenvolvida pela USP, que transforma o dióxido de carbono em metanol, e o desejo dos pesquisadores é avançar para a pesquisa para a produção etanol, onde se poderia viabilizar o uso de CO₂ como fonte de combustível. Estes processos requererem muita energia, tecnologia e inovação, e se conseguirmos desenvolver essa promissora tecnologia com uma matriz energética limpa, podemos tornar viável a produção de etanol diretamente do CO₂, evitando a necessidade de uso da cana-de-açúcar e aproveitando a infraestrutura de transporte já existente para etanol. Essas tecnologias ainda estão em desenvolvimento, mas acredito que, com avanços contínuos, será possível tornar o CO₂ uma fonte viável de recursos”, constata Edna.

Desafios na regulamentação do mercado de carbono no Brasil

No Brasil, há o Projeto de Lei 182 para instituir o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). Atualmente, ele está em tramitação, e um dos desafios é tentar equilibrar um preço que incentive a redução sem inviabilizar o uso de materiais essenciais.

“Hoje, no mercado global, o preço do carbono varia de 0 a 167 dólares por tonelada – sendo que 167 dólares é um outlier, aplicado no Uruguai. Em média, o valor gira em torno de 10 dólares. Países em desenvolvimento tendem a adotar uma taxação mais baixa, mas acredito que a taxação no Brasil precisa ser ajustada com um valor que incentive as indústrias a reduzir emissões, sem encarecer o produto a ponto de inviabilizar sua comercialização. Esse é o equilíbrio delicado: uma taxação que motive as empresas a se adaptarem, sem ser tão baixa que ninguém sinta o impacto, nem tão alta que encareça o concreto e os materiais cimentícios a ponto de comprometer o setor da construção”, expõe Edna.

Entrevistada

Edna Possan é doutora em Engenharia Civil (2010) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com mestrado (2004) pela mesma universidade. Graduada em Engenharia Civil (2003) pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Professora Associada Nível 4 na Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA) e coordenadora do LADEMA (Laboratório de Desempenho, Estruturas e Materiais). Diretora do Centro Interdisciplinar de Tecnologia e Infraestrutura (ILATIT-UNILA) de 2013 a 2015 e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGECI) de 2020 a 2024. Presidente da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC) ciclo 2024-2026, da qual já foi diretora de relação interinstitucionais (2018-2020) e vice-presidente (2020-2022). É membro fundador da Associação Latino-Americana de Patologia da Construção (ALCONPAT Brasil). Socia do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON), da Asociación Latinoamericana de Control de Calidad, Patología y Recuperación de la Construcción (ALCONPAT Internacional). É membro do comitê técnico da ABNT - CE 18:300.06 - Comissão de Estudo de Durabilidade do Concreto, deste 2009. Conselheira do CREA-PR (2020 a 2025). Recebeu diversos prêmios, dentre eles Embaixador do Iguaçu Iguassu Convention, Joven Investigador Destacado o Productivo - ALCONPAT Internacional e Educador do ano - CREAPR. Atua na área de patologia das construções, materiais de construção e meio ambiente. Tem experiência na área de Engenharia, com ênfase em durabilidade, previsão de vida útil probabilística e determinística, emissões e captura de CO2, aproveitamento de resíduos sólidos, sustentabilidade da construção economia circular e ecoeficiência (ODS 11 e 12). Também atua na temática de women in science (ODS 5).

Contato: epossan@gmail.com 

Jornalista responsável: 
Marina Pastore - DRT 48378/SP 
Vogg Experience 

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.