Corredor Metropolitano: obra que transformará a mobilidade na Grande Curitiba
O Governo do Paraná deu um importante passo rumo à modernização da infraestrutura viária ao publicar o edital de licitação para a construção do novo Corredor Metropolitano.
O projeto estende a rodovia PR-423, conectando Campo Largo e Araucária à BR-476 com uma obra de infraestrutura moderna, que inclui importantes interseções em vias locais até a conexão com a BR-116 em Curitiba/Fazenda Rio Grande.

Crédito: Divulgação/AMEP
A obra promete revolucionar a mobilidade e o desenvolvimento econômico da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Com cerca de 9,5 km de extensão e investimento de R$ 394 milhões, o corredor será uma solução importante para aliviar o tráfego intenso no Contorno Sul.
A Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (AMEP), responsável pela execução do projeto, destaca a relevância dessa rodovia, que irá desviar cerca de 25% do tráfego atual do Contorno Sul, melhorando significativamente a fluidez nas principais interseções da região. Esse novo trecho funcionará como um segundo contorno rodoviário, facilitando o deslocamento entre os polos norte e sudeste do Estado.
Infraestrutura moderna e sustentável
O projeto do Corredor Metropolitano inclui uma infraestrutura robusta, com a construção de rodovia com pavimento rígido na via principal e pavimento flexível nas alças e vias marginais, além de ciclovia de 2,5 metros de largura ao longo de todo o trecho. Essa estrutura moderna prevê também sete obras de arte especiais, como viadutos, trincheiras e uma ponte sobre o Rio Barigui, para garantir segurança e eficiência no fluxo viário.
A escolha pelo pavimento de concreto foi baseada em análises de custo-benefício, considerando a durabilidade e a redução de custos de manutenção a longo prazo. Serão utilizados cerca de 45.000 m³ de concreto para garantir a qualidade e a resistência da pista principal.
Impactos econômicos e sociais
Mais do que uma solução viária, o Corredor Metropolitano trará impactos positivos para a economia local. De acordo com a AMEP, a nova rodovia facilitará o acesso às indústrias da região, concentrando um significativo número de empregos e promovendo a geração de renda. Além disso, a inclusão da ciclovia reflete uma preocupação crescente com a mobilidade sustentável, incentivando o uso de transportes não motorizados.

Crédito: Divulgação/AMEP
O projeto também ampliará o acesso da população a serviços públicos e oportunidades de trabalho, reduzindo os tempos de viagem e melhorando a qualidade de vida na Região Metropolitana de Curitiba. Com o aumento da densidade populacional na região, essa obra chega em um momento estratégico, consolidando a integração entre áreas urbanas e industriais.
Cronograma e desafios
A execução do Corredor Metropolitano depende da obtenção do licenciamento ambiental, que está prevista para 2025. Após o início das obras, a conclusão deverá ocorrer em 30 meses, tornando essa uma das maiores e mais desafiadoras iniciativas de infraestrutura já realizadas na região.
Com planejamento detalhado e foco em eficiência, o Governo do Paraná e a AMEP buscam entregar uma obra que não apenas resolva os problemas de mobilidade da região, mas que também sirva como um modelo para projetos futuros de infraestrutura no estado.
Um marco para a construção civil
A construção do Corredor Metropolitano não é apenas um marco para a mobilidade, mas também para o setor de construção civil no Paraná. Com o uso de tecnologias avançadas e investimentos expressivos, a obra reforça o papel estratégico do Estado como referência em inovação e desenvolvimento sustentável.
Quando finalizado, o Corredor Metropolitano representará um símbolo de modernização e progresso, conectando pessoas, regiões e oportunidades, enquanto pavimenta o caminho para um futuro mais integrado e eficiente na Grande Curitiba.
Fonte
AMEP - Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná
Contato: rodrigues@amep.pr.gov.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Financiamento de imóveis pela Caixa: entenda o que mudou
Em outubro, a Caixa Econômica Federal anunciou uma série de mudanças com relação ao financiamento de imóveis de até R$ 1,5 milhão. As regras passaram a valer a partir de 1° de novembro de 2024.

Crédito: Envato
De acordo com José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECI-SP), essa mudança é decorrente do fato de que a alta taxa da Selic tornou o mercado financeiro mais atrativo do que a poupança. “Com isso, muitas pessoas têm retirado seu dinheiro da poupança para investir em alternativas mais rentáveis. Vale lembrar que o funding utilizado pela Caixa para financiar o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) provém, essencialmente, dos recursos da poupança. Como os saques superaram os depósitos, a Caixa ficou sem o volume necessário de funding para sustentar os financiamentos. Por essa razão, foi necessário realizar cortes, limitando as operações dentro das condições possíveis de atendimento”, informa.
Principais mudanças nas regras para financiamentos e seus impactos
De acordo com a Caixa, os financiamentos realizados com recursos do SBPE agora terão como requisito que o valor de avaliação ou de compra e venda dos imóveis seja limitado a R$ 1,5 milhão, tanto para aquisição quanto para construção individual. Antes dessa mudança, não havia qualquer restrição quanto ao valor dos imóveis financiados por meio do SBPE.
Outra mudança diz respeito às cotas de financiamento admitidas pelo banco. Há duas modalidades de financiamento habitacional principais: o Sistema de Amortização Constante (SAC), onde as prestações começam mais altas e diminuem ao longo do tempo, e a Tabela Price, em que as prestações permanecem fixas do início ao fim do contrato. Ambas sofreram mudanças significativas recentemente.
“No caso do SAC, o limite de financiamento caiu de 81% para 70% do valor do imóvel, ou seja, o comprador precisa ter pelo menos 30% do valor para dar de entrada. Já na Tabela Price, o limite de financiamento foi ainda mais reduzido, de 70% para 50%, exigindo que o comprador tenha metade do valor do imóvel para a entrada”, explica o presidente do CRECI-SP.
Impactos das mudanças para o mercado
Para Viana Neto, essas mudanças tornam mais desafiador adquirir imóveis de alto valor, já que muitos compradores não possuem 50% do valor do imóvel para dar de entrada. Como consequência, espera-se uma redução no número de transações imobiliárias no curto prazo. “Bancos privados poderiam suprir essa lacuna, mas suas taxas de juros são mais altas, o que tende a afastar ainda mais potenciais compradores”, pondera.
O presidente do CRECI-SP acredita que a situação deve se normalizar apenas em janeiro de 2025, com o início do novo exercício fiscal e a disponibilização de um novo orçamento. “Para 2024, a engenharia já havia solicitado um reforço de R$ 1,5 bilhão para atender os contratos protocolados e em andamento, mas não há previsão de novos recursos no momento. Essas mudanças podem impactar significativamente o mercado imobiliário, dado que as taxas de juros da Caixa são historicamente mais baixas que as oferecidas por bancos privados. Isso reforça as dificuldades para os compradores e o mercado em geral até que a situação seja regularizada.
Qualquer variação percentual nas taxas de juros impacta significativamente tanto o valor final do contrato quanto a comprovação de renda de quem solicita o financiamento. A renda familiar se torna um fator crucial nesse processo”, relata.
Além disso, Viana Neto lembra que, recentemente, em agosto, houve alterações importantes no programa “Minha Casa, Minha Vida”, especificamente na modalidade de imóveis usados. O valor máximo do imóvel, que antes era de R$ 350 mil, foi reduzido para R$ 270 mil. Já a entrada, que antes era mais flexível, agora se mantém em 50%.
“Esses ajustes, somados à taxa Selic atual de 11,25%, criam uma perspectiva preocupante para o futuro. Antes, havia otimismo com a possibilidade de queda da Selic; agora, há o receio de novos aumentos. Essa incerteza afeta os investidores, que hesitam em realizar novos aportes temendo um retorno financeiro abaixo do esperado. No momento, o mercado está em uma posição de espera e esforço, navegando sem muita clareza sobre o que está por vir”, conclui.
Impacto para as construtoras e incorporadoras
Para aquelas que trabalham com autofinanciamento, o presidente do CRECI-SP acredita que o cenário é mais positivo, já que a demanda por esse modelo tende a crescer. “Muitas incorporadoras já utilizam financiamento próprio, o que as protege das mudanças recentes. No entanto, aquelas que dependem de financiamentos imobiliários certamente estão preocupadas, já que essas alterações podem reduzir o número de interessados visitando os plantões de vendas. Isso também pode levar ao adiamento de novos lançamentos. Como as medidas entraram em vigor no início do mês, ainda não há dados concretos para avaliar o impacto total no mercado”, conclui.
Entrevistado
José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECI-SP).
Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
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“Construção Brasil 2024” debate inovação e crescimento no setor
Em outubro, foi realizado o evento Construção Brasil 2024, dedicado à discussão de estratégias inovadoras, transformações tecnológicas e oportunidades de crescimento no setor.
Durante o evento, foram debatidos temas como construção industrializada, novas tecnologias aplicadas a métodos construtivos e novos modelos financeiros voltados ao segmento.
Dentre os palestrantes, destacou-se José Carlos Martins, presidente do Conselho Consultivo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que abriu o dia discutindo o futuro da construção industrializada. Marcelo Xavier (Senior), Lauro Ladeia (diretor técnico da Tegra) e Felipe Motta (gestor de Obras da MRV) participaram do painel sobre “Tecnologias inéditas e métodos construtivos”. Outros nomes de peso incluíram Gustavo Cambaúva, sócio do BTG Pactual, e Fábio Moraes, vice-presidente da Brookfield, que trouxeram insights sobre as oportunidades financeiras no setor.
Confira alguns dos principais temas do evento sob a ótica de Cíntia Tertuliano, head de Produto Construção na Senior Sistemas.
Futuro da construção industrializada no Brasil

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De acordo com Cíntia, o futuro da construção industrializada no Brasil tende a ser promissor, especialmente com a crescente busca por eficiência, sustentabilidade e inovação tecnológica no setor. “Alguns pontos-chave para o desenvolvimento desse modelo no país são a adoção de tecnologias avançadas, como a metodologia BIM (Building Information Modeling), soluções de inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), automação, robótica e impressão 3D. A sustentabilidade será foco, mirando a redução de resíduos, eficiência energética e o uso de materiais sustentáveis”, informa.
Além disso, Cíntia acredita que a industrialização tem o potencial de atender de maneira rápida e econômica à crescente demanda por moradias e infraestrutura, especialmente em projetos de habitação social. “Para acelerar esse processo, incentivos governamentais com políticas públicas e incentivos fiscais serão essenciais para a adoção da construção industrializada. O governo pode estimular o setor ao priorizar tecnologias inovadoras em obras públicas e ao desburocratizar processos”, opina.
A modernização do setor também exigirá a capacitação da mão de obra, preparando profissionais para operar equipamentos tecnológicos, lidar com processos mais avançados e proporcionar a integração com a Indústria 4.0, otimizando processos e permitindo a previsão de falhas por meio de tecnologias como IoT, IA e Big Data, segundo Cíntia. “Soluções modulares e pré-fabricadas também deverão ganhar força, principalmente em setores como saúde, educação e empreendimentos comerciais, devido à sua rapidez e versatilidade”, pontua.
No entanto, Cíntia alerta que a evolução desse modelo exige ainda uma mudança cultural no setor, substituindo a mentalidade tradicional de obras "in loco" por uma visão de longo prazo focada em qualidade, planejamento e execução eficiente.
Modelos financeiros inovadores para o crescimento da construção civil
Cíntia destaca que modelos financeiros inovadores têm o potencial de impulsionar significativamente o crescimento da construção civil no Brasil, ao facilitar o acesso a recursos, mitigar riscos e incentivar a adoção de tecnologias mais eficientes. “Enquanto os modelos tradicionais enfrentam limitações, como altos custos de juros e pouca flexibilidade para atender às novas tendências tecnológicas, alternativas modernas oferecem soluções mais alinhadas às necessidades do mercado”, afirma.
Entre essas opções, Cíntia ressalta:
- Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) com foco em construção industrializada;
- Modelos de Project Finance para grandes empreendimentos;
- Plataformas de Crowdfunding Imobiliário, que democratizam o acesso ao investimento;
- Contratos de Parceria Público-Privada (PPP) para projetos estruturais;
- Modelos baseados em energia sustentável e créditos de carbono, promovendo eficiência energética;
- Aluguel com opção de compra (Built-to-Rent-to-Own), uma solução acessível e inovadora;
- Microfinanças para pequenos construtores, fomentando o empreendedorismo no setor;
- Financiamento com pagamento baseado no desempenho (Performance-Based Finance), vinculado a metas claras;
- Tokenização de ativos imobiliários, trazendo agilidade e segurança ao mercado;
- Seguros de garantia de construção, que oferecem maior confiança a investidores e parceiros.
Captação de investimentos
Para atrair investimentos em um cenário econômico instável, as incorporadoras precisam adotar estratégias que combinem gestão rigorosa, inovação e diversificação, segundo Cíntia. “Entre as principais práticas estão reforçar a governança corporativa e garantir transparência, apresentar relatórios financeiros auditados e assegurar compliance para fortalecer a confiança dos investidores. É preciso também diversificar as fontes de financiamento para ampliar o acesso a recursos por meio de crowdfunding, parcerias institucionais e emissão de debêntures incentivadas. Além disso, essas incorporadoras podem focar em projetos resilientes, priorizando habitação econômica, empreendimentos de uso misto e projetos sustentáveis para diversificar receitas e reduzir riscos”, propõe.
De acordo com Cíntia, outros pontos relevantes que podem ser observados são o investimento em inovação e novas tecnologias, bem como o gerenciamento de riscos, visando controlar custos, proteger-se contra flutuações cambiais e oferecer garantias sólidas para atrair investidores. “Outra dica é desenvolver estratégias de marketing focadas para investidores, criando pitches claros e atrativos, destacando cases de sucesso e alinhando-se aos critérios ESG para maior credibilidade”, menciona.
Cíntia também indica a importância de monitorar o cenário econômico e ajustar estratégias com base em taxas de juros, demandas locais e mudanças regulatórias para aproveitar oportunidades. “Por fim, pode-se apostar em parcerias público-privadas para viabilizar projetos de habitação e infraestrutura em tempos desafiadores”, conclui.
Entrevistada
Cíntia Tertuliano, head de Produto Construção na Senior Sistemas.
Contato: Assessoria de imprensa - centralpress@centralpress.com.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
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Concreto armado é uma das soluções que contribuíram para tornar as edificações mais resilientes no enfrentamento ao Furacão Milton
Nos últimos anos, eventos climáticos extremos têm evidenciado a necessidade de métodos construtivos mais resilientes, especialmente em regiões como a Flórida, nos Estados Unidos, frequentemente assolada por furacões. Após a devastação causada pelo Furacão Milton, que impactou fortemente o Estado americano em outubro deste ano, especialistas apontam o concreto armado como uma das principais tecnologias na busca por edificações mais seguras e adaptadas para resistir às forças da natureza.
A destruição provocada por furacões tem aumentado a pressão por normas de construção mais rígidas. Desde o Furacão Andrew, em 1992, foram implementadas diversas normas, entre as quais o Florida Building Code (FBC), um conjunto de regulamentos que dita padrões específicos de segurança para edificações. “Esse código foi criado para garantir que estruturas resistam a ventos extremos e impactos, sendo atualizado regularmente e amplamente fiscalizado”, explica o engenheiro Bruno Moreira Fenili.

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As normas exigem, por exemplo, que portas, janelas e outras aberturas sejam resistentes a impactos e a ventos superiores a 250 km/h, conforme detalha o professor e engenheiro William de Assis Silva. “Os sistemas de proteção, como contraventamento e painéis metálicos, são essenciais para evitar danos causados por detritos”, observa.
Algumas das normas vigentes para construções na Flórida:
- Miami-Dade County Building Code: exige que portas, janelas e esquadrias sejam resistentes a impactos e testadas para ventos superiores a 250 km/h.
- ASTM E1996: padrão para a resistência ao impacto de detritos transportados pelo vento.
- Florida Building Code (FBC): requisitos para sistemas de proteção contra furacões, como contraventamento de portas e janelas com painéis metálicos.
O papel do concreto armado na resistência estrutural
Estruturas de concreto armado têm ganhado espaço nas regiões propensas a furacões. A combinação de concreto e aço oferece durabilidade e a capacidade de suportar forças extremas. “Paredes moldadas no local garantem excelente resistência estrutural e vedação contra ventos e detritos, enquanto painéis pré-fabricados de concreto são rápidos de instalar e altamente resistentes”, detalha Silva.
As tecnologias aplicadas às edificações resilientes vão além do concreto armado tradicional. Telhados com inclinações específicas, sistemas de drenagem eficientes e elevações da base das construções são algumas das soluções adotadas para mitigar os efeitos de furacões. Bruno ressalta que a utilização de fundações profundas ou rígidas é outro ponto fundamental, especialmente em áreas sujeitas a inundações.
Um exemplo disso é o empreendimento Porsche Design Tower, na Flórida, projetado para resistir a ventos de até 290 km/h. “Além disso, seu estacionamento elevado a 21 metros do chão demonstra como o concreto pode ser usado de maneira estratégica para minimizar impactos de inundações”, afirma Fenili.
Outras inovações incluem:
- Telhas resistentes a ventos: projetadas para suportar rajadas sem se soltarem.
- Barreiras impermeáveis: efetivas contra enchentes e erosão.
- Janelas e portas de impacto: com vidro laminado e molduras reforçadas, testadas para ventos extremos.
- Paredes de concreto moldado no local: oferecem excelente resistência estrutural e vedação contra ventos e detritos.
- Painéis pré-fabricados de concreto: Rápidos de instalar e extremamente resistentes.
- Fundações elevadas: Utilizam concreto para reduzir impactos de inundações e erosão.
Desafios e perspectivas
Embora o concreto armado seja um dos materiais mais eficazes para enfrentar intempéries naturais, sua aplicação em larga escala ainda enfrenta desafios econômicos e logísticos. Contudo, o investimento em infraestrutura resiliente é cada vez mais visto como uma necessidade, e não um luxo.
Silva enfatiza que a busca por soluções integradas é o caminho para mitigar os impactos das mudanças climáticas. “A combinação de design aerodinâmico, materiais resistentes e normas rigorosas pode salvar vidas e proteger propriedades de desastres naturais”, assinala.
Com o avanço das tecnologias e o aprendizado constante de eventos como o Furacão Milton, a construção civil está mais preparada para enfrentar os desafios impostos pela natureza. O concreto armado, sem dúvida, continua sendo um aliado essencial nessa luta.
Entrevistados:
Wiliam de Assis Silva é engenheiro de produção civil graduado pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista em Gestão de Projetos em Engenharia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Também possui especialização em Criatividade e Inovação pelo Centro Universitário UniCuritiba. Atua como profissional e docente nas áreas de Estruturas de Concreto Armado, Planejamento e Controle da Construção Civil, Gestão de Projetos, Gestão da Qualidade e Sustentabilidade, além de Logística e Supply Chain.
Bruno Moreira Fenili é engenheiro civil graduado pela Universidade Positivo, pós-graduado em Gerenciamento de Obras pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), MBA em Gestão de Projetos pela USP/Esalq, MBA em Gestão de Incorporações e Construções Imobiliárias pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), atualmente é gerente de Projetos e Desenvolvimento da Construtora Piemonte.
Contatos:
wiliamdeassis@gmail.com
bmfenilli@hotmail.com
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Restauração da SC-305 começa a receber whitetopping ainda este ano e deve impulsionar indústrias, agricultura e pecuária

Crédito: Divulgação/SIE
Uma importante transformação está em andamento na rodovia SC-305, que conecta São Lourenço do Oeste a Campo Erê, no Extremo-Oeste catarinense. Após quase 30 anos sem investimentos significativos, o projeto de revitalização da rodovia não apenas prevê melhorias na estrutura, como também traz inovações ao optar pelo pavimento rígido em concreto, uma técnica conhecida por sua durabilidade e resistência. A obra faz parte do programa estadual Estrada Boa e está orçada para conclusão em 24 meses, prometendo um impacto profundo para a região.
A SC-305 é uma via essencial para a economia e mobilidade no Noroeste catarinense, especialmente para o escoamento da produção local e para o deslocamento de pacientes entre cidades. Dejalma Frasson Junior, gerente da regional Sul da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), ressalta a importância dessa obra. “Essa rodovia estadual existente em asfalto não recebia obras de manutenção há muito tempo e, assim, encontra-se muito degradada. Isso tem ocasionado prejuízos tanto econômicos, pois é um importante corredor logístico, quanto perda de vidas devido a ocorrências de acidentes envolvendo caminhões”, relata.

Crédito: Divulgação/SIE
Everaldo Di Berti, coordenador regional da Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE) do Extremo-Oeste, destaca que a rodovia liga o Estado ao Paraná e permite o escoamento da produção local. “A obra terá um impacto positivo direto nos municípios de São Lourenço do Oeste e Campo Erê, e também indiretamente em cidades como Pato Branco, Palma Sola e Flor da Serra do Sul”, enumera.
Além disso, a rodovia funciona como uma importante ligação para outras rotas estaduais e federais, facilitando o fluxo entre os Estados de Santa Catarina e Paraná. Segundo Di Berti, a restauração e a ampliação da SC-305 com pavimento de concreto e a adição de faixas adicionais vão trazer desenvolvimento e muito mais segurança, evitando acidentes ao longo do trecho.
Detalhes técnicos e inovações da obra
A restauração da SC-305 envolve um conjunto de melhorias estruturais. Com 28 quilômetros de extensão, o projeto inclui a terraplanagem e a drenagem da via, além de acrescentar 11,12 km de faixas adicionais, garantindo melhor fluidez no trânsito. “A restauração da rodovia em concreto dará vida útil de no mínimo 20 anos e impulsionará as indústrias da região destacando-se a indústria moveleira, o setor alimentício, implementos agrícolas, bem como agricultura e pecuária”, observa Frasson Junior.

Crédito: Divulgação/SIE
A obra já conta com 18 quilômetros de terraplanagem concluída e 15 quilômetros de sub-base de macadame e base de Concreto Compactado com Rolo (CCR) finalizados. Este avanço, segundo a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade, permite que ainda neste ano se inicie a aplicação do concreto nas terceiras faixas e no leito principal da rodovia.
O projeto também contempla três interseções: uma com acesso a propriedades rurais, outra na SC-159, e uma última na estrada rural Linha São Brás, que dá acesso ao ginásio de esportes. “Além da restauração do pavimento, será realizada a ampliação das faixas de rolamento, com inclusão de acostamento em concreto ao longo de toda a extensão rural. Também serão implantados 10.625 metros de terceiras faixas e correção geométrica das curvas existentes”, detalha Frasson Junior.
Pavimento rígido: maior durabilidade e economia
Um diferencial importante na obra é a escolha pelo pavimento rígido, ou whitetopping, que consiste em uma camada de concreto sobreposta ao pavimento asfáltico existente, com 23 cm de espessura. Essa opção não apenas garante uma maior durabilidade, como também representa economia a longo prazo para a administração estadual. Ao todo, serão utilizados 60.695,88 m3 de concreto no projeto, resultando em uma rodovia preparada para o intenso fluxo diário de cerca de 5.000 veículos.
Segurança e desenvolvimento para o Extremo-Oeste
Com o andamento das obras na SC-305, a expectativa é de que a região se beneficie em diversos aspectos. A infraestrutura melhorada e a adição de faixas adicionais contribuirão para a segurança dos motoristas e para a redução do tempo de viagem entre as cidades. Além disso, o novo pavimento rígido é uma garantia de que a estrada suportará o aumento no volume de tráfego sem necessitar de reparos frequentes, como ocorre com o asfalto convencional.
Além do impacto econômico e social da SC-305 no desenvolvimento regional, conectando Santa Catarina ao Paraná de forma mais eficiente e segura, os benefícios serão perceptíveis para a economia local e para a mobilidade de quem depende da rodovia diariamente. “A restauração da rodovia e implantação das faixas adicionais resultarão em viagens mais rápidas, economizando tempo durante o deslocamento”, assinala Di Berti.
Assim, a revitalização da SC-305 é uma obra de grande magnitude para o Extremo-Oeste de Santa Catarina. Em meio a desafios logísticos e técnicos, a concretização deste projeto representa um marco para o desenvolvimento da infraestrutura local, com ganhos econômicos e sociais de longo prazo. Com previsão de conclusão para novembro de 2025, a comunidade aguarda ansiosa pela nova SC-305, que promete transformar o transporte e fortalecer a economia da região.
Entrevistados
Dejalma Frasson Junior é engenheiro civil graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pós-graduado em Edificações, Gestão Empresarial, Tecnologia do Concreto e Engenharia Rodoviária. Foi pesquisador do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Atualmente, é gerente da regional Sul da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).
Everaldo Di Berti é coordenador regional da Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE) do Extremo-Oeste.
Contatos:
dejalma.frasson@abcp.org.br
crext@sie.sc.gov.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Como usar a engenharia para contenção de tsunamis e erosão costeira?

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A engenharia pode desempenhar um papel essencial na mitigação dos impactos causados por tsunamis e pela erosão costeira. Soluções como a construção de diques, barreiras marítimas e obras de engordamento de praias, ajudam a proteger infraestruturas, preservar ecossistemas e garantir a segurança das populações.
Como se formam os tsunamis?
Francisco Dourado, geólogo e professor da Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), explica que as ondas de tsunami geralmente são geradas por terremotos de intensidade superior a sete pontos na escala Richter. “No entanto, não basta apenas a intensidade; o tipo de terremoto também é determinante. O maior risco de tsunamis ocorre nos terremotos convergentes. Quando as placas se encontram, uma se eleva enquanto a outra desce, empurrando a água para cima e gerando uma onda poderosa. Esse movimento vertical é o principal responsável pela formação de tsunamis significativos. Já nos terremotos divergentes (quando as placas se afastam), embora menos comuns, também pode haver deslocamento de água. Isso ocorre porque a separação das placas cria um ‘vazio’ que provoca o movimento da água. Por outro lado, os terremotos transcorrentes, onde as placas deslizam lateralmente, não geram tsunamis”, expõe o geólogo.
Como fazer a contenção e prevenção de ondas gigantes?
De acordo com Dourado, para fazer a prevenção e contenção de desastres, existem dois grandes eixos: sistemas de alerta precoce e obras físicas de contenção.
- Alerta precoce: Para prevenir os impactos de tsunamis, é fundamental identificar o tipo de terremoto, sua intensidade e características. “A partir dessas informações, modelamos as ondas para prever quais áreas serão afetadas e com que intensidade. Quanto maior o comprimento de onda, maior será a massa de água deslocada, amplificando o impacto nas regiões atingidas. Sistemas de alerta incluem sirenes e mensagens por celular, rádio ou TV, como acontece em países como Japão e Indonésia”, informa Dourado.
- Obras de contenção: Em sua maioria, são estruturas conhecidas como "monoblocos" ou barreiras, similares a diques, projetadas para impedir que as ondas atinjam o litoral. “Por exemplo, no entorno da usina nuclear de Fukushima, havia um muro alto construído especificamente para proteger a instalação. O problema em Fukushima foi que a altura da onda superou as expectativas, ultrapassando as barreiras. No Japão, essas barreiras são frequentemente chamadas de ‘muros de contenção’. São as principais obras físicas utilizadas para proteção contra tsunamis, projetadas para reduzir os danos causados pelas ondas. No entanto, como vimos em Fukushima, o planejamento precisa considerar cenários extremos para garantir sua eficácia”, pontua o geólogo.
- Soluções baseadas na natureza: É o caso, por exemplo, das faixas de manguezais que podem mitigar o impacto das ondas. “Isso foi observado em áreas da Indonésia durante o tsunami de 2004. No entanto, essas soluções reduzem, mas não eliminam os danos, especialmente diante de ondas de grande magnitude”, destaca Dourado.
Erosão costeira
Atualmente, o Brasil enfrenta um problema sério de erosão costeira, que está diretamente ligado à variação no nível médio do mar. Essa variação pode ocorrer tanto por processos naturais quanto por isostasia, que são movimentos verticais do litoral causados por fenômenos geológicos, segundo Dourado. Além disso, mudanças nas correntes marítimas contribuem para intensificar esse processo, como podemos observar em locais como Atafona, no Rio de Janeiro.
“Atafona, localizada na foz do Rio Paraíba do Sul, é um exemplo emblemático. O Paraíba do Sul, além de ser a principal fonte de água para o Rio de Janeiro e outras cidades do Estado, sofre uma redução significativa de vazão devido ao alto consumo de água ao longo de seu curso. Essa redução no fluxo de água e sedimentos enfraquece a capacidade do rio de compensar a ação das correntes marítimas, agravando a erosão costeira. Como resultado, Atafona já perdeu dezenas de quarteirões, engolidos pelo avanço do mar. Casos semelhantes ocorrem em outras partes do litoral brasileiro. Na Praia da Macumba, no Recreio dos Bandeirantes, dezenas de metros de calçadão foram destruídos há cerca de cinco anos devido à erosão. Na Barra da Tijuca, tentativas de conter a erosão por meio de obras de engenharia enfrentaram dificuldades devido à falta de licenças ambientais. Esses desafios não são exclusivos do Rio de Janeiro e se repetem ao longo do litoral brasileiro”, sugere o geólogo.
Dentre as obras de engenharia que têm sido aplicadas para mitigar os impactos da erosão, Dourado cita:
- Diques e moles, que ajudam a minimizar os efeitos das correntes marítimas sobre os sedimentos;
- Engordamento de praias, que consiste em adicionar sedimentos à faixa de areia para compensar a perda natural.
“No entanto, a eficácia dessas medidas varia. O sucesso depende de estudos aprofundados sobre a dinâmica do transporte de sedimentos na região. Em alguns casos, o sedimento depositado é removido rapidamente pela ação das ondas, tornando a solução temporária. Também é necessário observar o comportamento da praia ao longo de vários ciclos sazonais. Isso porque as características de uma praia podem variar significativamente entre o verão e o inverno. No campo do planejamento urbano, países como o Japão se destacam por integrarem ações de mitigação da erosão em suas estratégias. No Brasil, embora haja iniciativas para discutir o problema, a implementação prática é incipiente. A cidade de São Sebastião, em São Paulo, ilustra como as alterações costeiras podem forçar adaptações urbanas. Parte da cidade precisou ser deslocada devido à redução do território litorâneo. Já em Atafona, a perda de quarteirões aconteceu sem alternativas de realocação, demonstrando a gravidade da situação”, conclui.
Leia mais:
Entrevistado
Francisco Dourado é geólogo e professor da Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Também é coordenador do Centro de Pesquisas e Estudos sobre Desastres (Cepedes) da UERJ. Integra, ainda, o CENACID.
Contato: franciscodourado1975@gmail.com
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Tendência em alta: avanço de IA, IoT e robótica na construção permite crescimento das cidades inteligentes
O conceito de cidades inteligentes, com foco em conectividade e sustentabilidade, está ganhando destaque mundialmente. Segundo pesquisa realizada pela Mordor Intelligence, o mercado global dessas cidades deve crescer de US$ 1,36 trilhão em 2024 para US$ 3,84 trilhões em 2029, com uma taxa anual de 23,21%. Esse crescimento reflete a busca por soluções de mobilidade, segurança e infraestrutura urbana mais eficientes, uma grande oportunidade para a indústria AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção).
De acordo com Frederico Carstens, presidente da AsBEA-PR (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), uma cidade inteligente caracteriza-se por integrar tecnologia e dados, otimizando recursos e proporcionando qualidade de vida aos cidadãos.
Ele destaca que, em uma cidade inteligente, diferentes sistemas, como transporte, energia e segurança, estão interconectados. Esse sistema urbano usa dispositivos de IoT (Internet das Coisas) e Inteligência Artificial (IA) para monitorar dados em tempo real e tomar decisões baseadas nessas informações, criando uma experiência urbana adaptável. "A combinação de IA e IoT permite uma gestão em tempo real e decisões baseadas em dados, promovendo um ambiente urbano mais sustentável e participativo", explica Carstens.
Os sensores instalados em áreas estratégicas, por exemplo, têm capacidade para monitorar o tráfego, o clima e o consumo de energia, promovendo uma gestão de recursos como água e eletricidade. Isso torna a cidade mais eficiente, especialmente em eventos de grande porte, e possibilita o ajuste da infraestrutura urbana conforme a demanda, resultando em economia e sustentabilidade.
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Arquitetura e engenharia integradas às cidades inteligentes
Para atender às necessidades de uma cidade inteligente, projetos de arquitetura e engenharia precisam estar alinhados com as novas tecnologias. "Os edifícios devem contar com infraestrutura que suporte IoT e automação, permitindo o monitoramento e a coleta de dados para uma gestão eficiente", afirma Carstens. Esse tipo de projeto demanda uma abordagem colaborativa, envolvendo arquitetos, engenheiros e especialistas em tecnologia, o que resulta em ambientes construídos mais flexíveis e adaptáveis.
Carstens menciona que o design generativo e a simulação, por exemplo, permitem que se testem múltiplas variantes de um projeto antes de sua execução, enquanto a IoT possibilita o monitoramento em tempo real da obra, garantindo que o projeto atenda aos padrões de qualidade e eficiência.
A IA também desempenha um papel importante na agilidade dos processos construtivos. "Com IA e robótica, construções que levariam meses podem ser finalizadas em dias. Esse avanço tecnológico possibilita adaptações rápidas na infraestrutura das cidades para atender às demandas dos cidadãos e reduzir desperdícios", aponta Carstens. Ele cita o caso de Pato Branco, no Paraná, como exemplo de cidade brasileira que está incorporando tecnologias de alta performance em seu plano diretor, servindo como referência nacional em mobilidade e infraestrutura urbana sustentável.
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Cases internacionais inspiradores

Crédito: Envato
A integração de IoT e IA em projetos urbanos tem gerado cases de sucesso no mundo. Entre eles, Carstens menciona o Hudson Yards, em Nova Iorque, que utiliza uma plataforma IoT para monitorar o consumo de energia e recursos em tempo real. Na Coreia do Sul, o distrito de Songdo foi planejado como uma cidade inteligente, com sistemas integrados de transporte, gestão de resíduos e eficiência energética.
Na Europa, o distrito de HafenCity, em Hamburgo, destaca-se por adotar práticas de mobilidade sustentável e incorporar sistemas automatizados de gestão de resíduos. Esses exemplos mostram como é possível integrar tecnologia e urbanismo para otimizar recursos e promover a sustentabilidade.

Crédito: Envato
O presidente da AsBEA-PR acredita que, com a ampliação do acesso a IA e IoT, essas tecnologias se tornarão mais viáveis para cidades de diferentes tamanhos e perfis. A sustentabilidade continuará a ser uma prioridade, com o desenvolvimento de materiais inteligentes que respondem a condições ambientais, além de tecnologias para economia de água e energia.
Entrevistado:
Frederico Carstens é arquiteto e urbanista graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com Mestrado pela PUC-PR e UFRGS. Fundador da Realiza Arquitetura e atualmente é presidente da AsBEA-PR (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) e está à frente do desenvolvimento de soluções para cidades inteligentes no Brasil.
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Estudo mostra perfil do trabalhador da construção civil no país
A escassez de mão de obra na construção civil é uma preocupação constante e tem sido amplamente debatida em eventos como o Modern Construction Show e Concrete Show. Com o objetivo de compreender melhor o perfil dos trabalhadores do setor e enfrentar esse grande desafio, o SindusCon-SP encomendou um estudo à consultoria Ecconit, intitulado “Caracterização do perfil socioeconômico da mão de obra do setor da construção civil brasileira e paulista”.
“Este estudo traz uma base sólida para enfrentamento da falta de mão de obra. Estamos atuando em diversas frentes para encontrar alternativas para esta questão, como o incentivo à industrialização, a capacitação de profissionais e a busca de novos ingressantes no setor”, Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP.
Perfil demográfico do trabalhador da construção civil

Crédito: Envato
De acordo com o estudo, os profissionais atuantes na construção civil brasileira, incluindo assalariados com ou sem carteira assinada e trabalhadores por conta própria, tanto formais quanto informais, somam 7,065 milhões de pessoas.
Desses, 1,582 milhão estão no estado de São Paulo, conforme dados de 2023. No cenário nacional, o perfil típico do trabalhador do setor é de um homem com aproximadamente 41 anos, que possui ensino fundamental incompleto. A maioria atua de forma autônoma e informal, dedicando cerca de 37,9 horas por semana à atividade e recebendo uma renda média mensal de R$ 2.116,13 no ano passado. As mulheres representam apenas 4,4% desse contingente.
No Estado de São Paulo, o trabalhador médio da construção civil também é homem, porém com cerca de 43 anos e ensino fundamental completo. A maior parte trabalha de maneira autônoma e informal, cumprindo uma jornada semanal de aproximadamente 38,8 horas e registrando uma renda média mensal de R$ 2.552,99 em 2023.
“Ao cruzarmos estes dados do estudo com as informações mais recentes do IBGE, nós vimos um processo de envelhecimento que está ocorrendo em toda a economia – e em várias partes do mundo também. Por conta disso, vemos algumas tendências nas projeções. Se em 2020, temos cerca de 65% da população na faixa etária de 15 a 59 anos, espera-se que em 2070, essa população seja de 50%”, informa Ana Maria Castelo, sócia da Ecconit.
Formalidade x informalidade
Entre 2012 e 2023, a informalidade na construção civil brasileira aumentou de 63,1% para 67%, enquanto a remuneração média se manteve estável, com alta de 0,3% no período, mas cresceu 10,3% em relação a 2019.
Em São Paulo, a informalidade recuou de 63,6% para 62,6%, mas a remuneração média caiu 4,5%, apesar de um aumento de 9,8% em comparação a 2019.
Trabalhadores formais representam 25,5% dos ocupados no setor nacionalmente, com jornada semanal de 41,5 horas e renda média de R$ 2.859,89 em 2023, um aumento de 2,5% desde 2019. As mulheres compõem 9,2% desse grupo. Em São Paulo, os formais são 27,1% dos ocupados, têm média de R$ 3.661,09 (alta de 8,3% desde 2019) e mulheres representam 12,4%.
Desafios
Ana Maria aponta que a cada ciclo de crescimento, a construção enfrenta o desafio da escassez de mão de obra. “Essa é uma questão que está diretamente associada à sua característica principal – ser bastante intensiva em mão de obra. A participação da ocupação na construção é superior à sua participação no PIB. Apesar de ser um fator positivo o fato de o setor empregar muitas pessoas, é também o calcanhar de aquiles”, explica.
Além disso, Ana Maria também pontua que ao longo dos anos, a população ocupada no setor melhorou sua formação e tornou-se mais madura, o que é também consequência da dificuldade em atrair jovens. “Vale ressaltar que o envelhecimento é fenômeno da sociedade brasileira que em 2070 terá 38% de sua população com mais de 60 anos. Por outro lado, apenas 25,4% serão homens entre 15 e 59 anos. É um fenômeno não só presente na construção brasileira, está também presente em outros setores. Só que o setor da construção no Brasil vem enfrentando dificuldades adicionais em virtude características atuais desta área”, destaca.
Dentre outros pontos de atenção elencados por Ana Maria, está a baixa participação das mulheres no setor da construção, além de recursos fundamentais para aumento da produtividade, através de investimentos em maior industrialização. “O uso de processos mais industrializados pode tornar o setor mais atraente para jovens e, principalmente, mulheres. Este é um grupo que possui um potencial muito forte”, indica.
Em sua conclusão, Castelo sugere investimentos na formação e capacitação dos jovens como forma de divulgar as potencialidades do trabalho no setor. “O Brasil tem cerca de 20% da população brasileira de jovens entre 15 e 29 anos que não trabalham nem estudam. Nós temos um grande desafio de tornar o setor atrativo. Isso também está ligado com a industrialização, modernização. Mas isso não basta – como estamos falando de pessoas que não trabalham nem estudam, precisamos investir na qualificação”, conclui.
Fonte
Ana Maria Castelo é sócia da Ecconit. Mestre em economia pela Universidade de São Paulo (USP), desde 2010 é coordenadora de Projetos da Construção na Fundação Getulio Vargas/IBRE onde comanda e desenvolve estudos e análises setoriais. É responsável pela divulgação do INCC-M e da Sondagem da Construção da FGV.
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Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
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Seminário Abcic mostra o papel da industrialização nos desafios da construção

Crédito: Divulgação Abcic
Com o objetivo de enfatizar a importância de expandir o uso de sistemas construtivos industrializados em obras pelo país, especialmente em edifícios altos, a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) realizou o 8º Seminário Internacional. Com o tema “A Industrialização da Construção em Concreto – Tecnologias e Soluções Sustentáveis para Verticalização”, o evento foi realizado no dia 16 de outubro, em São Paulo.
Aplicação da pré-fabricação em concreto em Edifícios Altos no mundo
Durante o evento, David Fernández-Ordóñez, secretário geral da International Federation for Structural Concrete (fib), mostrou como está a aplicação da pré-fabricação em concreto em edifícios altos no mundo, enquanto Marcelo Miranda, CEO da Consolis Tecnyconta na Espanha, apresentou o case da Consolis Green Spine Line, enfatizando a contribuição da construção industrializada de concreto para alcançar a neutralidade de carbono.
De acordo com Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), as duas apresentações mostram as diversas possibilidades da aplicação do pré-fabricado de concreto em edifícios altos, uma vez que o sistema construtivo pode ser utilizado de forma integral ou híbrida com outros sistemas.
“Os exemplos trazidos no boletim da fib, que foi traduzido pela Abcic, apresenta diversos cases realizados em todo o mundo, incluindo em nosso país, o que reforça a vanguarda da engenharia brasileira e o uso das estruturas e fachadas pré-fabricadas de concreto em obras de elevada altura. A linha de pré-fabricados de concreto certificada e sustentável da Consolis é um grande exemplo que os investimentos em tecnologia e inovação trazem grandes resultados não apenas em termos ambientais, mas também econômicos e sociais. É importante ressaltar que, em sua apresentação, Marcelo Miranda mostrou que foi necessário implantar uma mudança dentro da organização para permitir a implementação de ideias inovadoras, sempre com mais governança, transparência e processos definidos”, informa Íria.
Para a presidente executiva da Abcic, a aplicação da pré-fabricação de concreto em edifícios altos no Brasil está em crescimento, assim como em outras áreas. “É uma tendência que veio para ficar, pois o setor da construção precisa vencer desafios como produtividade, escassez de mão de obra, cronogramas mais ousados e neutralidade de carbono”, pontua.
Sobre o tema neutralidade de carbono na construção, Íria destaca que os sistemas industrializados permitem a racionalização no uso dos materiais, a redução na emissão do CO2, a destinação dos resíduos sólidos e líquidos e a redução do consumo de água e energia. Para ela, a construção industrializada pode contribuir para acelerar o processo de desmaterialização da construção através do uso racionalizado de matérias-primas e insumos, com condições favoráveis de controle e implementação de novas tecnologias de concreto.
Potencial das estruturas pré-fabricadas de concreto e a verticalização
Um dos painéis do evento era sobre o “Potencial das estruturas pré-fabricadas de concreto e a verticalização” e contou com as participações dos engenheiros Augusto Pedreira de Freitas (Pedreira Ônix e coordenador da ABNT NBR 16475), Carlos Melo (CMA Engenharia e coordenador da ABNT NBR 9062), Fernando Stucchi (EGT Engenharia e head da Delegação Brasileira junto à fib), Francisco Graziano (Pasqua & Graziano), José Carlos do Amaral (ZMC Consultores), Marcelo Melo (Casagrande Engenharia e fib National Young Members Group) e Ricardo França (França & Associados Projetos Estruturais).
“Os edifícios altos podem ser viabilizados de diferentes tipologias, desde estruturas híbridas que combinam os elementos industrializados com estrutura metálica ou concreto moldado no local até integralmente pré-fabricado, com sistemas em esqueleto, estrutura aporticada ou soluções em painéis portantes, vistos principalmente em países nórdicos, na Bélgica e Holanda”, explica Íria.
Durante o painel, os projetistas de estruturas apresentaram as diferentes possibilidades do uso das estruturas e fachadas pré-fabricadas de concreto em empreendimentos de elevada altura, resultando em benefícios como produtividade, segurança, qualidade, desempenho, durabilidade, atendimento de cronogramas ousados, menor geração de resíduos, melhor uso de matérias-primas, melhor organização do canteiro de obras, precisão técnica, entre outros.
“No painel, os projetistas enfatizaram que as normas brasileiras aplicáveis ao pré-fabricado, como a ABNT NBR 9062 e as normas complementares, estão preparadas para a adoção do sistema construtivo, ou seja, o arcabouço normativo dá respaldo para que sejam feitos projetos para edifícios altos com o pré-fabricado de concreto,” comenta Íria.
Outro ponto importante foi o estímulo para a aplicação de tecnologias nesse sistema construtivo, como o BIM, materiais mais avançados, como concretos de ultra alto desempenho (UHPC) e aços mais resistentes com menor pegada de carbono, aditivos e sistemas de ligações.
Também foram apresentados cases das arenas esportivas, que foram construídas com o pré-fabricado de concreto, como a Arena Corinthians, o Fonte Nova, entre outros (para a Copa do Mundo), além do Velódromo, Arenas Cariocas e o Centro Olímpico de Tênis, para os Jogos Olímpicos.
“Essas obras comprovaram que a viabilização de projetos assertivos e adequados traz inúmeras possibilidades do uso do sistema construtivo. Além disso, para se alcançar todos os benefícios da pré-fabricação de concreto, é importante que o projeto seja pensado desde o início com o uso do sistema construtivo, que demanda, por exemplo, um plano de montagem das estruturas. Em uma edificação pré-fabricada, a estabilidade global deve ser garantida também nas fases transitórias de montagem, não apenas no modelo final executado. A montagem e as etapas de enrijecimento da estrutura devem ser avaliadas e planejadas para que essa estabilidade seja assegurada à estrutura em todas as fases da obra”, conclui Íria.
Entrevistada
Íria Doniak é presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic).
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Nova lei permite tributação reduzida sobre valorização de imóveis
A recente promulgação da Lei nº 14.973, de 16 de setembro de 2024, introduziu mudanças significativas no regime tributário para valorização de imóveis. Agora, tanto pessoas físicas quanto jurídicas têm a possibilidade de ajustar o valor de mercado de seus imóveis, pagando uma alíquota de imposto de renda reduzida. Essa medida foi projetada para simplificar o planejamento tributário e aliviar a carga fiscal futura.
“A Lei 14.973, dentre vários provimentos, oferece oportunidades de regularização de ativos não declarados e uma oportunidade para atualização do custo de imóveis detidos no Brasil. Trata-se de uma lei que ajusta algumas cobranças de impostos e dá ao contribuinte chances para pagar o que deve e não declarou”, afirma Marcelo Yazaki, sócio-diretor da Bioma Incorporadora.

Crédito: Envato
De acordo com Gilberto Bergamin, advogado especialista em direito empresarial e sócio fundador da Hauss Brasil, startup de construção civil, a lei permite que tanto pessoas físicas quanto jurídicas atualizem o valor de seus bens imóveis para o valor de mercado, o que é uma alternativa vantajosa, especialmente para imóveis que se valorizaram desde a compra.
“A diferença entre o valor atualizado e o custo original de aquisição será tributada a uma alíquota reduzida: 4% para pessoas físicas e 6% para pessoas jurídicas. Esse ajuste visa corrigir distorções no patrimônio, permitindo que o contribuinte declare um valor mais realista dos imóveis que possui, beneficiando a apresentação de seu patrimônio de forma mais próxima ao valor de mercado”, afirma Bergamin.
Em suma, o proprietário poderá declarar o valor do seu bem pelo valor de mercado, algo até então não permitido. “Ao longo dos anos, é muito comum que o imóvel adquira uma apreciação de valor e, com isso, o valor do patrimônio do contribuinte fique bastante defasado. Para se ter uma ideia, o Índice Fipe/Zap de imóveis calcula que entre janeiro de 2011 e outubro de 2024, a valorização média acumulada dos imóveis residenciais em São Paulo foi de 140% no período. Ou seja, o comprador que adquiriu um apartamento por R$ 1 milhão, hoje tem R$ 2,4 milhões de patrimônio imobiliário. Porém, em seus bens perante a Receita Federal, ele possui o mesmo R$ 1 milhão que declarou no ano que comprou o seu imóvel. Se ele decidir vender hoje seu imóvel, pagará ganho de capital sobre o seu ‘lucro’, ou seja, sobre os R$ 1,4 milhão de ganho”, declara Yazaki.
Criação do RERCT-Geral
A lei estabelece o Regime Especial de Regularização Geral de Bens Cambial e Tributária (RERCT-Geral), que facilita a regularização de recursos, bens ou direitos de origem lícita, não declarados ou declarados com incorreções, segundo Bergamin.
“Essa medida visa a inclusão de bens mantidos no Brasil ou no exterior, permitindo que os contribuintes que aderirem ao regime regularizem seu patrimônio com uma declaração voluntária, desde que comprovem a origem lícita dos recursos. A adesão ao RERCT - Geral é uma oportunidade para contribuintes corrigirem omissões ou declarações incorretas, tornando o processo de regularização mais acessível e menos oneroso”, define Bergamin.
Impactos no valor de mercado imobiliário
De acordo com Bergamin, a possibilidade de atualização do valor dos imóveis para o valor de mercado, permitida pela Lei nº 14.973, representa uma mudança significativa para os contribuintes.
“Com uma alíquota reduzida sobre a diferença de valor, pessoas físicas e jurídicas podem aumentar o valor contábil de seus bens imobiliários, alinhando-o ao valor real de mercado. Isso é especialmente benéfico para quem possui imóveis valorizados, pois o aumento do valor patrimonial proporciona um registro financeiro mais fiel”, expõe Bergamin.
Além disso, Bergamin pontua que a medida pode trazer uma valorização no mercado imobiliário, já que, ao registrar o valor atualizado dos imóveis, o contribuinte pode usufruir de um ativo mais valorizado, o que impacta diretamente o patrimônio.
Lei nº 14.973 e os programas de regularização anteriores
Um dos pontos que diferencia a lei nº 14.973 é que ela amplia as opções de regularização em comparação com programas anteriores, cobrindo uma maior variedade de bens e recursos que podem ser regularizados, tanto no Brasil quanto no exterior.
“Ela oferece um regime específico para regularização de bens não declarados, incluindo não apenas ativos financeiros, mas também imóveis, veículos, direitos e até ativos intangíveis como marcas e know-how”, aponta Bergamin.
Ainda, diferentemente de programas anteriores, a lei oferece uma tributação reduzida e menos complexa para a atualização patrimonial, sendo aplicável a imóveis por meio de uma taxa fixa, sem necessidade de comprovações extensivas, segundo Bergamin.
Desafios e os cuidados para aderir ao programa
Na opinião de Yazaki, a ideia é interessante, porém a mesma lei cria uma série de gatilhos e escalonamento. “Por exemplo, novo valor não será considerado caso o contribuinte efetue a venda do imóvel dentro dos 3 primeiros anos. E depois, há um escalonamento de 8% de atribuição do novo valor por ano. Isso quer dizer que, somente após 15 anos, o contribuinte poderá utilizar o valor de mercado de hoje (novembro de 2024) para um eventual ganho de capital no futuro. Creio que, no final das contas, essa medida favorece uma baixíssima quantidade de pessoas que adquiriram um imóvel por valor pífio, fruto de uma grande oportunidade ou de efetivamente uma declaração incorreta. Parece ser mais uma tentativa de dar a chance de algum contribuinte se acertar com o leão. Talvez um outro caso que possa interessar o contribuinte seja na situação de imóveis comprados a muito tempo atrás, e cujo valor declarado é muito baixo. Se esse proprietário tiver planos de vender o imóvel em um horizonte de 10 anos ou mais, e tiver condições de arcar com os 4%, talvez possa valer a pena. Mas ainda assim, é um custo hoje para uma grande economia no futuro distante”, justifica.
Segundo Bergamin, os contribuintes interessados devem ficar atentos aos prazos de adesão ao programa, que são relativamente curtos. “O pagamento da atualização patrimonial deve ser feito em até 90 dias após a publicação da lei”, pondera Bergamin.
Ao atualizar o valor de seus bens imóveis, o contribuinte gera uma tributação imediata sobre o valor da atualização, o que exige planejamento financeiro. “É essencial que o contribuinte compreenda o impacto fiscal dessa decisão, considerando se os recursos financeiros estão disponíveis para cobrir a taxa reduzida que incidirá sobre a diferença”, informa Bergamin.
Ainda, Bergamin destaca que um dos requisitos fundamentais para aderir ao programa de regularização é que o contribuinte comprove a origem lícita dos bens e recursos.
Por fim, a lei exige que os documentos e comprovantes relativos à regularização sejam guardados por, no mínimo, cinco anos, segundo Bergamin.
Entrevistados
Gilberto Bergamin, advogado especialista em direito empresarial e sócio fundador da Hauss Brasil, startup de construção civil.
Marcelo Yazaki é sócio-diretor da Bioma Incorporadora.
Contatos
Gilberto Bergamin: gilberto@bergaminadv.com.br
Assessoria de imprensa Bioma Incorporadora: contato@viracomunicacao.com.br
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