Experiência inédita identifica obras paralisadas via satélite

Crédito: Prefeitura de Curitiba
O Paraná foi escolhido para iniciar um projeto-piloto no Brasil que fiscaliza e identifica obras paralisadas através de satélite. Parceria entre o ministério da Ciência e Tecnologia, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) utiliza imagens do equipamento Amazônia 1 para rastrear as construções com cronograma atrasado ou que foram interrompidas.
O satélite é o primeiro 100% brasileiro e foi lançado em fevereiro de 2021. Levantamento preliminar recém-concluído apontou a existência de 228 obras federais paradas no Paraná, com investimento total de 316 milhões de reais. Esse volume representa 18,6% das 1.233 obras executadas com verba federal no estado. Há outras 355 obras financiadas com recursos estaduais ou municipais paralisadas no Paraná, e que somam 365,7 milhões de reais.
A maioria são edificações de escolas, creches, unidades básicas de saúde, obras de pavimentação, saneamento e iluminação pública, e localizam-se em 121 dos 399 municípios paranaenses. As principais causas das obras paralisadas são descumprimento das obrigações contratuais pelas empresas contratadas (36% dos casos) e necessidade de alterações em projetos ou na execução de serviços (25%).
Os 4 municípios paranaenses com maior número de obras paralisadas, segundo o TCE-PR, são Foz do Iguaçu, com 59 obras; Colombo (29), Ivaiporã (25) e Guaraqueçaba (24). No entanto, Curitiba é a cidade do estado com maior volume de recursos aplicados em construções paradas. São 144,9 milhões de reais, incluindo o trecho norte da Linha Verde, que está entre as obras inacabadas monitoradas por satélite.
Imagens mostram que existem obras não-concluídas que estão perto de completar 30 anos
Entre as obras paralisadas no Paraná, a mais antiga é de 1993. Trata-se de uma escola no município de Figueira, e que teve apenas 35% do projeto executado. Há outras 183 com mais de 10 anos de paralisação. “A fiscalização remota se mostrou muito eficaz”, revela o conselheiro do TCE-PR, Ivan Bonilha. Um exemplo de obra que superou o atraso por conta de dados fornecidos por satélites foi a ampliação do aeroporto de Maringá.
O projeto-piloto iniciado no Paraná começará a ser estendido para outros estados a partir deste ano. No caso do Paraná, um grupo de técnicos do TCE-PR foi capacitado pelo INPE para interpretar e analisar as imagens captadas por satélite. O mesmo ocorrerá com equipes dos demais tribunais de contas de outros estados.
Segundo o diretor do Inpe, Clezio Marcos de Nardin, o instituto estende a formação de técnicos especializados no processamento das imagens também a outros países. “O Inpe treina equipes do Suriname, do Peru e da Colômbia, com objetivos diversos”, diz. No caso da Colômbia, por exemplo, a tecnologia é utilizada para rastrear o narcotráfico.
Entrevistado
Ministério da Ciência e Tecnologia, INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Tribunal de Contas do Paraná (via assessorias de imprensa)
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Recursos do FGTS permitem construir 2,5 milhões de casas até 2025

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O plano plurianual aprovado pelo Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) prevê o aporte de 326 bilhões de reais para a contratação de projetos habitacionais, saneamento básico e infraestrutura urbana, entre 2022 e 2025. O ministério do Desenvolvimento Regional estima que o volume de recursos permitirá construir 2,5 milhões de unidades nos próximos 4 anos, por meio do programa Casa Verde e Amarela.
Do total de 326 bilhões de reais assegurados, 278 bilhões de reais serão destinados a financiamentos para a construção de novas residências. Deste volume de recursos, 34 bilhões de reais serão disponibilizados para a concessão de descontos nos financiamentos para a aquisição da casa própria a pessoas físicas com renda familiar mensal de até 4 mil reais – o incremento é de 4,5 bilhões de reais para essa modalidade.
Já as obras de saneamento poderão captar até 19,7 bilhões de reais, enquanto 25,2 bilhões de reais serão voltados a empreendimentos de infraestrutura urbana. O aporte total ainda reserva 3,1 bilhões de reais para ajustes contratuais e de projetos. O ministério avalia que o volume de investimentos com recursos do FGTS permitirá atender 56 milhões de brasileiros, com a expectativa de manutenção e geração de 7,4 milhões de empregos diretos e indiretos em todo o país, até 2025.
Para 2022, o conselho curador do FGTS aprovou 75,4 bilhões de reais para a contratação de obras e mais 8,5 bilhões de reais em subsídios para a aquisição de moradias. “O FGTS é uma fonte importantíssima para a construção civil, que foi um setor que se manteve ativo mesmo durante a pandemia e que representa um percentual expressivo do PIB nacional”, afirma o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Em um ano e meio, o programa Casa Verde e Amarela entregou 280 mil unidades habitacionais
Vale explicar que os recursos do FGTS que foram disponibilizados não pertencem ao fundo de pessoal, que funciona como uma poupança e pode ser sacado individualmente pelo trabalhador em caso de demissão, compra da casa própria ou doença grave. O que será liberado é o que o governo federal pode utilizar para promover investimentos e desenvolvimento: o FGTS do Conselho Curador. Apesar de terem a mesma fonte, cada FGTS tem função diferente.
A expectativa é que os recursos do FGTS para habitação permitam dar uma injeção de novos projetos ao Casa Verde e Amarela. O programa substitui o Minha Casa Minha Vida desde agosto de 2020 e, em um ano e meio, entregou 280 mil unidades habitacionais.
A região nordeste do país tem sido a mais beneficiada pelo Casa Verde e Amarela, canalizando 25% dos recursos disponíveis para a produção de moradias. Para 2022, o governo federal estima entregar 200 mil unidades em todo o país. Comparativamente, entre março de 2009 e agosto de 2020, o Minha Casa Minha Vida contratou 5,7 milhões de moradias e entregou 4,5 milhões de unidades.
Entrevistado
Conselho Curador do FGTS e ministério do Desenvolvimento Regional (via assessorias de imprensa)
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Brasil tende a voltar a liderar mercado de prédios de luxo

Crédito: YouTube/Moura Dubeux
Dados da consultoria Euromonitor International mostram que o mercado de prédios de luxo e superluxo no Brasil deve crescer 20% ao longo de 2022. Caso a projeção se confirme, o Brasil voltará a liderar esse segmento na América Latina a partir de 2023. Atualmente, o México ocupa o número 1 no continente.
As informações foram apresentadas pelo presidente-executivo do grupo A.Yoshii, Leonardo Makoto Yoshii, que no final de 2021 palestrou sobre o futuro do mercado imobiliário de luxo no Brasil na 27ª Semana da Engenharia, promovida pelo Instituto de Engenharia do Paraná. “A pandemia fez crescer o mercado de luxo e superluxo. Trata-se de um segmento resiliente às crises”, diz.
Mas como se define o mercado de luxo e superluxo no Brasil? O mercado imobiliário costuma reservar essa faixa para os imóveis que custam acima de 1 milhão de reais, no caso do luxo, e mais de 2 milhões de reais, para o superluxo. Porém, fenômenos como inflação e alta demanda pelo segmento fizeram os preços avançarem.
“Na média, esses imóveis hoje estão avaliados entre 2 milhões de reais para o luxo e 5 milhões de reais para o superluxo. Como característica, eles possuem área privativa acima de 200 m2, têm áreas comuns e de lazer sofisticadas, além de garagens com 3 ou mais vagas. Também possuem projetos arquitetônicos diferenciados, que incluem beleza, segurança e status, e que incorporam novas tecnologias, biofilia e sustentabilidade”, explica Leonardo Makoto Yoshii.
Sucesso de empresas inovadoras muda perfil do consumidor de luxo e superluxo no Brasil
Após a pandemia, novas tendências foram acrescentadas aos imóveis de luxo e superluxo. Entre elas, home office, home schooling, welness e concierge. O segmento também está se expandindo para regiões com potencial de desenvolvimento imobiliário. Antes concentradas em capitais como São Paulo-SP e Rio de Janeiro-RJ, as edificações com essas características avançam pela região sul do país (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e recentemente descobriram uma nova fronteira: o centro-oeste, com destaque para a cidade de Goiânia-GO.
Também vem mudando o perfil do público que consome imóveis de luxo e superluxo. O segmento agora atrai adultos jovens, com idade entre 30 anos e 40 anos. “Esse pessoal passou a ser cliente do mercado de luxo no Brasil, graças ao sucesso de empresas inovadoras, como startups e fintechs. Eles entraram nesse mercado trazendo referências globais sobre arquitetura, moda e gastronomia. Ou seja, valorizam design, life style (estilo de vida) e status. É um público que vê o luxo como qualidade de vida”, define Leonardo Makoto Yoshii.
Atualmente, o público consumidor de imóveis de luxo equivale a 5% da população brasileira, enquanto o superluxo está limitado a 1%. Os dados são da Brain Inteligência Estratégica. Segundo Leonardo Makoto Yoshii, a expectativa é que o mercado siga em expansão. “Em momentos de volatilidade, o mercado imobiliário atrai investimentos. É quando as pessoas preferem transformar seu patrimônio em tijolos”, finaliza.
Assista à palestra “O futuro do mercado imobiliário de luxo no Brasil”
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “O futuro do mercado imobiliário de luxo no Brasil”, concedida pelo presidente-executivo do grupo A.Yoshii, Leonardo Makoto Yoshii, na 27ª Semana da Engenharia, promovida pelo Instituto de Engenharia do Paraná
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Venda de caminhões-betoneira acompanha consumo de cimento

Crédito: U.S Public Domain Dedication
No segmento de máquinas para a produção de concreto, os caminhões-betoneira registraram o maior crescimento em 2021. Na comparação com 2020, as vendas do equipamento cresceram 79%. Os analistas atribuem esse bom desempenho a 4 fatores: maior demanda do mercado pelo concreto dosado em central, renovação da frota, busca por maior produtividade e baixa taxa de juros para obter financiamento.
“A área de equipamentos para concreto acompanhou a elevação das vendas do setor de cimento, o que repercutiu em um aumento da comercialização de máquinas como os caminhões-betoneira”, confirma o economista Mario Miranda, coordenador da Sobratema para o mercado brasileiro de equipamentos para construção.
Em 2021, segundo dados do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento) foram vendidas 64,7 milhões de toneladas de cimento, o que representa aumento de 6,6% na comparação com 2020. Ainda segundo o SNIC, a região sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) registrou o maior crescimento no consumo de cimento. Coincidentemente, de acordo com a Sobratema, a região também liderou a renovação de frota dos caminhões-betoneira no país.
O modelo de caminhão-betoneira mais comercializado em 2021 é o que consegue transportar até 8 m3 de concreto sem infringir a “lei da balança”. A legislação estipula que o peso do caminhão-betoneira, somado à carga de concreto, não pode exceder o peso bruto total combinado (PBTC) para o transporte deste tipo de material.
Com a tecnologia do balão-betoneira leve, que utiliza aços especiais, alguns equipamentos disponíveis no mercado conseguem pesar pouco mais de 3.000 quilos, o que vem despertando o interesse das concreteiras. A ABESC, que acompanhou o desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil, assegura que os caminhões-betoneiras conseguiram ficar 2,4 toneladas mais leves, o que corresponde aproximadamente a 1 m3 a mais de concreto na capacidade de carga.
Demanda por máquinas para a construção civil foi alta em todos os segmentos

Crédito: SCHWING-Stetter
A venda de caminhões-betoneira apresenta viés de alta desde 2019. Naquele ano, foram comercializadas 670 unidades no Brasil; em 2020, 890; em 2021, 1.593. Para 2022, a projeção é que sejam vendidos 1.740 caminhões-betoneira.
O mercado de máquinas para a construção civil teve um 2021 positivo em quase todos os segmentos. A linha amarela, por exemplo, cresceu 39%. Já as vendas de rolos compactadores e minicarregadeiras tiveram alta de 244% e 134%, respectivamente. Surpreende também o volume de negócios envolvendo guindastes, que cresceu 3.650% na comparação com 2020, enquanto a venda de plataformas aéreas avançou 428%.
No entender de Mario Miranda, a alta demanda por equipamentos como guindastes e plataformas aéreas está relacionada com a industrialização dos canteiros de obras. O analista econômico também destaca a venda global de equipamentos em 2021. “No geral, envolvendo todos os tipos de equipamentos, as vendas totais de máquinas para construção cresceram 44% em 2021. Foram comercializadas 49,3 mil unidades contra 34,2 mil unidades no ano anterior”, revela.
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Reportagem com base no Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção e dados divulgados pelo SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento)
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Saiba quais as projeções para a construção civil em 2022

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O ano de 2022 começa com um otimismo moderado. No campo da construção imobiliária, há sinais que incentivam construtores e incorporadores a investirem em novos empreendimentos, assim como existem fatores que preocupam o setor. Entre eles, segundo aponta a pesquisa Cenário Construtivo Brasileiro, inflação, incertezas políticas e risco de escassez de material de construção.
Por outro lado, o estudo patrocinado pela ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e realizado pela consultoria Deloitte, mostra que 80% dos incorporadores vão investir na compra de terrenos e em novos projetos imobiliários ao longo do ano.
O que motiva os incorporadores é a disponibilidade de recursos para a construção imobiliária – conhecidos tecnicamente como funding -, e o apetite dos investidores por novos imóveis, principalmente no segmente de luxo e superluxo. Há também o PIB da Construção de 2021, que a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) estima em 7,6% – o maior em 10 anos -, o qual dá fôlego para que o setor siga crescendo em 2022, ainda que em ritmo menor.
A projeção é que o PIB da Construção não passe de 2% este ano. Porém, o presidente da ABRAINC, Luiz Antonio França, acredita que poderá haver surpresas positivas. A confiança dele está na seguinte análise. “Diversas empresas do setor foram ao mercado de capitais e conseguiram levantar 9 bilhões de reais com ofertas primárias e follow-ons. Isso resulta em empresas financeiramente saudáveis e amplo acesso ao mercado de crédito”, diz.
Já no segmento da construção pesada, voltada para obras de infraestrutura, a expectativa é que as novas concessões de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e saneamento gerem um círculo virtuoso. O mercado avalia que o pacote de leilões negociados em 2020 e 2021 possa gerar 160,1 bilhões de reais de investimento nos próximos 4 anos. O Livro Azul da Infraestrutura, publicado anualmente pela Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) confirma essa previsão. “É inequívoco que haverá um crescimento relevante do investimento privado em infraestrutura”, afirma.
Indústria de materiais de construção cresce de forma sustentável desde 2018
A CBIC faz análise semelhante. Existe a crença de que o bom desempenho da construção civil em 2022 virá mesmo das obras de infraestrutura. No entender do organismo, o programa habitacional Casa Verde e Amarela, por conta da taxa Selic acima de 10%, dificilmente viabilizará novos contratos, o que deve afetar os bons números que a construção imobiliária apresentou em 2020 e 2021, apesar da pandemia de COVID-19. “Em 2022, o crescimento do setor será sustentado pelo que já está contratado do Casa Verde e Amarela e, especialmente, pelo incremento de investimento em infraestrutura”, afirma o presidente José Carlos Martins.
Entre as opiniões coletadas, a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) avalia que o PIB do setor se manterá positivo em 2022, e acima do PIB nacional. Em 2021, o segmento de materiais de construção cresceu 8%. Para este ano, a projeção varia de 4% a 9%, segundo avaliação da Fundação Getúlio Vargas. “Registramos crescimento sustentável desde 2018. Para 2022, a meta é manter esse patamar”, finaliza o presidente Rodrigo Navarro.
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ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) e Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção)
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Tecnologias que não podem faltar nos canteiros de obras em 2022

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Engenheiros que analisam tecnologias incorporadas à construção civil preveem que 10 sistemas tendem a se popularizar globalmente no setor em 2022. Destacam-se:
1. Concreto autoadensável;
2. Construção modular;
3. Impressão 3D em concreto;
4. Internet das Coisas;
5. Inteligência Artificial;
6. BIM;
7. Drones;
8. Robôs nos canteiros de obras;
9. EPIs com sensores e rastreadores;
10. Construção verde.
No Brasil, 5 destas tecnologias despontam como as que devem ganhar significativas fatias do mercado em 2022. São: concreto autoadensável, construção modular, BIM, drones e construção verde. Os analistas preveem ainda que o setor irá despertar para a valorização e a capacitação da mão de obra, haja vista que será necessário formar profissionais qualificados para operar esses sistemas.
Uma tendência, que já se percebe na Europa e nos Estados Unidos, é que as vagas abertas na construção civil – associadas às novas tecnologias – têm sido preenchidas preferencialmente por mulheres e jovens da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). Nos EUA, por exemplo, de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics, em 2021 as mulheres passaram a ocupar 10,9% dos empregos na indústria da construção. Em 2018, eram pouco mais de 5%.
Já os jovens da Geração Z têm se sentido estimulados a voltar a atuar na construção civil por conta dos drones, dos sistemas computacionais que envolvem projetos e do desenvolvimento de aplicativos para monitoramento de canteiros de obras. “Ainda que lentamente, a mão de obra na construção civil está mudando. Obviamente, as novas soluções tecnológicas e a capacitação dos trabalhadores vão colocar o setor em uma nova realidade salarial”, estima o engenheiro civil Patrick McCowan, diretor de operações da empreiteira norte-americana Gray Construction.
Inovações vão permitir obras com qualidade, custos controlados e execução dentro do prazo
Entre os modelos construtivos que irão movimentar centenas de milhares de dólares em 2022, destacam-se a construção modular, cuja mercado global deverá gerar 157 bilhões de dólares este ano, e a construção verde, com expectativa de crescimento de 20,5% em todo o mundo e movimentação de recursos que podem chegar a 2,5 trilhões de dólares. O Brasil, como 5º mercado no ranking mundial da construção sustentável, está inserido nesse contexto, mas existe também a expectativa de que tecnologias embarcadas comecem a aparecer nos canteiros de obras das construções convencionais, ainda que lentamente.
Para o engenheiro civil Alexandre Pandolfo, head de operações da ABRASFE (Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso) a construção civil nacional está na expectativa da implantação da internet 5G para entrar em uma nova era. “No curto prazo, com o advento da internet 5G, obras com custos mais controlados, mais qualidade e executadas dentro do prazo serão realidade no Brasil”, disse, ao palestrar no evento Smart.Con, em 2021.
Um sinal de que a construção civil caminha para se tornar mais tecnológica está no consumo de drones dentro do setor. De acordo com a BigRentz, uma rede global de aluguel de equipamentos online, o uso de veículos aéreos não-tripulados cresceu 239% em 2021, na comparação com 2020.
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Reportagem com base em palestras que ocorreram na recente edição da Smart.Con e em artigos publicados pela ASCE (American Society of Civil Engineers) e pela ASME (American Society of Mechanical Engineers)
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Com 5G no Brasil, construção civil poderá extinguir o retrabalho

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A entrada da tecnologia 5G no Brasil abre um universo de possibilidades para o tráfego de dados no país. Enfim, a Inteligência Artificial e IoT (Internet das Coisas) dispõem de uma infraestrutura de conectividade capaz de fazê-las chegar a inúmeros setores, incluindo a construção civil. Mas entre as novas possibilidades, o que é realidade e o que ainda é ficção para os milhares de canteiros de obras espalhados no país?
Com certeza, a disseminação do BIM será realidade. Já o uso de robôs que possam desempenhar a função de operários em tarefas como alvenaria, por exemplo, ainda está no campo ficcional para o Brasil. De acordo com especialistas em incorporação de tecnologias na construção civil, a fase de projetos dos empreendimentos dará um salto de qualidade com a chegada do 5G.
É o que afirma o engenheiro civil Rodrigo Koerichi, da AltoQi Tecnologia. “A tecnologia vai nos mostrar que dá para fazer muito melhor do que fazemos hoje. A cultura do improviso nos canteiros de obras está com os dias contados. Principalmente, porque a difusão do BIM nas empresas de engenharia só tende a crescer”, avalia.
É quase consenso entre os especialistas de que a tecnologia irá impactar positivamente a execução das obras. O engenheiro civil Marcus Granadeiro, por exemplo, entende que o retrabalho poderá ser extinto com o emprego da internet 5G nos canteiros de obras. “O 5G trará economia de tempo e de dinheiro ao setor da engenharia. O ganho de agilidade com essa conexão resultará na redução de erros e de esforços desnecessários, eliminando os retrabalhos”, cita.
Para Granadeiro, quase todos os setores envolvidos em uma obra terão ganhos importantes com a tecnologia 5G. “Na esteira da digitalização, o avanço na transferência e no uso de dados permitirá que tecnologias como o Deep Learning - sistema que une Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) para análises mais intrínsecas - orientem as decisões relacionadas a suprimentos, ao planejamento, à supervisão da obra e ao gerenciamento de contratos, sem falar do projeto em si”, afirma.
Pesquisa mostra o que as empresas de engenharia esperam da tecnologia
Pesquisa realizada pela Thórus Engenharia, a Brain Inteligência Estratégica e a Sienge aponta qual será o impacto do 5G e da disseminação do BIM nas construtoras e nos escritórios de engenharia de projetos. Foram entrevistadas empresas localizadas nas 5 regiões do país e 87% avaliam que haverá melhor compatibilização dos projetos. Outros 73% entendem que os projetos serão mais detalhados, enquanto 56% afirmam que haverá menos desperdício nas obras. Já 53% dizem que vai melhorar o planejamento. Por fim, 46% creem que será possível estimar melhor o custo da obra.
A expectativa é que no segundo semestre de 2022 o 5G esteja disponível nas capitais dos estados das regiões sul (Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre) e sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória), assim como no Distrito Federal, Goiânia-GO, Campo Grande-MS, Salvador-BA, Recife-PE e Fortaleza-CE. Nas demais regiões do país, a tecnologia avançará progressivamente a partir de 2023.
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Reportagem com base no webinar Tendências da construção civil para 2022 e no artigo 5G e o setor de engenharia: impactos no custo de gerenciamento e de pessoas, do engenheiro civil Marcus Granadeiro
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Balneário Camboriú pode ter o 10º prédio mais alto do mundo

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Parceria entre a FG Empreendimentos e o braço imobiliário do grupo Havan planeja construir em Balneário Camboriú-SC o 10º maior prédio do mundo. A edificação também se propõe a ser o maior arranha-céu residencial das Américas. Atualmente, esse título pertence ao Central Park Tower, em Nova York-EUA, que possui 472,40 metros de altura. O plano é que o novo empreendimento, registrado como Triumph Tower, possa atingir 509,28 metros, com 154 pavimentos.
O pré-projeto foi protocolado na prefeitura de Balneário Camboriú-SC no final de julho de 2021. Até o final do ano passado ainda seguia em análise. O poder público municipal pode exigir modificações, apesar de não haver restrições quanto à altura do edifício. A expectativa é que o alvará da obra possa sair no 2º semestre de 2022. Se isso ocorrer, a construção do edifício pode começar ainda este ano. O arranha-céu terá estrutura em concreto armado.
Independentemente da burocracia para a aprovação do projeto, o terreno em que será construído o Triumph Tower já passou pela etapa de demolição e limpeza. A área mede 6.276,04 m². O projeto arquitetônico é do escritório franco-brasileiro Tritptyque Architechute – o mesmo que está construindo o AGE360, em Curitiba-PR.
Empreendimentos de luxo e superluxo, como o Triumph Tower, transformaram Balneário Camboriú-SC no 3º metro quadrado mais caro do Brasil. Os dados são do FipeZap. Pela primeira vez a cidade litorânea de Santa Catarina ultrapassou Brasília e ficou atrás apenas de São Paulo-SP e Rio de Janeiro-RJ. A valorização impulsiona transformações no município, como o alargamento da praia central e a revitalização do projeto paisagístico da orla.
FG e Havan já construíram em Balneário Camboriú o edifício mais alto do Brasil
Com base em informações da consultoria norte-americana Appraisal Institute, a expectativa do mercado imobiliário de luxo e superluxo de Balneário Camboriú-SC é que o m² tenha valorizado cerca de 20% em 2021 – os números oficiais são aguardados para fevereiro.
Além do Triumph Tower, a FG Empreendimentos e o grupo Havan são parceiros na construção do One Tower, também em Balneário Camboriú-SC, que será inaugurado em 2022 e já é o edifício mais alto do Brasil, com 290 metros de altura e 84 andares.
No mundo, o título de maior arranha-céu continua com o Burj Khalifa, em Dubai, com 828 metros de altura e 162 andares. O segundo maior é o chinês Shanghai Tower, com 631 metros, e que perderá esta posição para o Merdeka PNB118, que está em construção em Kuala Lumpur, capital da Malásia, e vai atingir 679 metros de altura. Em malaio, Merdeka significa “Independente”.
Com seus 509 metros, o Triumph Tower se posicionaria na 10ª posição entre os maiores prédios do mundo, superando o TAIPEI 101, em Taipei, que tem 508 metros e foi construído em 2004. Atualmente, 5 dos 10 maiores arranha-céus do mundo encontram-se na China, segundo o Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH).
Vale lembrar que a construção de edifícios superaltos pode levar mais de 5 anos. Caso o Triumph Tower demore mais do que o previsto para ser inaugurado, corre o risco de não figurar entre os 10 maiores do mundo quando for concluído, haja vista que outros projetos de arranha-céus estão em andamento no mundo.
Entrevistado
FG Empreendimentos e Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH) (via assessorias de imprensa)
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Por que o aditivo se tornou o 5º elemento do concreto?

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No prefácio do “Manual de utilização de aditivos químicos para concreto”, o presidente da ABCP e do SNIC, Paulo Camillo Penna, cita que o aditivo se torna cada vez mais o 5º insumo do concreto, ou seja, o material não é mais composto somente por Cimento Portland, areia, brita e água. “As variadas aplicações e as novas exigências de desempenho, além de trabalhabilidade e durabilidade, fazem com que o concreto tenha que contar com aditivos para atender ousados projetos arquitetônicos e desafiadoras soluções de engenharia”, diz.
Mas o que são os aditivos químicos para concreto de Cimento Portland? A ABNT NBR 11768-1:2019 (Aditivos químicos para concreto de Cimento Portland) traz a seguinte definição: “Aditivos são produtos químicos adicionados e misturados ao concreto, em quantidades geralmente não superiores a 5% da massa de ligante total. Seu principal objetivo é modificar as propriedades do concreto no estado fresco e/ou no estado endurecido, de forma a otimizar o desempenho da matriz. Fogem à regra aditivos específicos, como os aceleradores de pega para concreto projetado, cuja dosagem pode ultrapassar o limite de 5%.”
Lançada no final de 2021 pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), a 2ª edição do manual aborda 7 capítulos importantes que possibilitam ao concreto aproveitar as melhores propriedades dos aditivos. São eles: 1. Definição de aditivos químicos para concreto; 2. Tipos de aditivos químicos para concreto; 3. Seleção dos aditivos e sua eficiência no concreto; 4. Fatores operacionais que influenciam a qualidade do concreto com aditivos; 5. Fatores climáticos que influenciam o desempenho dos aditivos; 6. Realização de pedidos de compra de aditivo, e 7. Segurança no manuseio de aditivos.
Só é possível produzir diferentes tipos de concreto por causa dos aditivos químicos
O manual tem 11 autores, com formações que vão desde a engenharia civil, passando pela engenharia química, até a engenharia de materiais. Eles confirmam que uma das prioridades dos aditivos químicos é melhorar a durabilidade do concreto. Para atingir esse objetivo, o aditivo age na redução da relação a/c (água/cimento), na minimização de retração e na mitigação de patologias. “Hoje só é possível a produção de diferentes tipos de concreto graças ao embasamento oferecido pelos mais variados tipos de aditivos químicos. Como exemplo, é impensável a produção de concreto autoadensável sem o uso de aditivos RA2 (mais conhecidos por superplastificantes)”, explica um dos autores, o engenheiro civil Igor Torres.
Outra autora do manual, a engenheira química Ana Paula Andrade, ressalta que os aditivos também contribuem para que o concreto atenda parâmetros de sustentabilidade. “A avaliação desses parâmetros permite compreender como os aditivos podem tornar o concreto mais sustentável. Nesse sentido, destacam-se os redutores de água dos tipos 1 e 2, pois estes precisam reduzir, respectivamente, um percentual mínimo de 8% e 15% de água, que é uma substância fundamental para a vida humana”, ressalta.
A engenheira finaliza lembrando que os aditivos também representam ganho econômico para as obras. “Insumos e recursos financeiros são gastos de forma mais sustentável na construção de estruturas de concreto”, conclui.
Veja a 2ª edição do Manual de utilização de aditivos químicos para concreto
Entrevistado
Engenheiro civil Igor Torres e engenheira química Ana Paula Andrade, dois dos 11 autores da 2ª edição do “Manual de utilização de aditivos químicos para concreto”, publicado pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI)
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Concreto projetado aceita qualquer tipo de cimento?

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Em webinar promovido pela ABCP, sob o título “Concreto projetado: cuidados na elaboração e na aplicação”, o professor do departamento de engenharia de construção civil da Poli-USP, Antonio Domingues de Figueiredo, relata quais os melhores procedimentos para aproveitar toda a eficácia desse tipo de material.
O especialista fez a seguinte observação em sua palestra: “Teoricamente, qualquer tipo de cimento pode ser usado para fazer concreto projetado. Já houve cimentos produzidos especificamente para concreto projetado, mas hoje os cimentos com alta resistência inicial e com adição de escórias de alto-forno, que aumentam a resistência a sulfatos, são mais eficazes para atender as demandas tecnológicas de projeção.”
Antonio Domingues de Figueiredo complementa seu comentário com a seguinte observação: “Cimentos com adição de metacaulim e sílica ativa também são interessantes, principalmente em túneis sob pressão de lençóis freáticos, pois o uso desse cimento na composição do concreto projetado ajuda no combate à lixiviação de hidróxido de cálcio.”
O professor da Poli-USP também reforça em sua palestra que, independentemente do tipo de cimento, é necessário que o insumo tenha excelente compatibilidade com os aditivos dispersantes usados no concreto projetado, assim como os aditivos aceleradores de pega e endurecimento.
Concreto projetado cumpre função estrutural e sua principal aplicação ocorre em túneis
Domingues de Figueiredo lembra que o concreto projetado cumpre função estrutural, e que sua principal aplicação está na estabilização de túneis. Mas há exceções, como a que ocorreu na Espanha, onde o material foi utilizado para construir a cobertura do restaurante do parque oceanográfico de Valencia. Neste caso, foi utilizado concreto projetado reforçado com fibras.
Independentemente da função que o concreto projetado irá desempenhar, o material deve atender aos requisitos da ABNT NBR 14026 (Concreto projetado – especificações). Outras normas também abordam esse tipo de concreto. “Recomendo usar todas”, destaca o professor da Poli-USP, que cita um exemplo: “Se for usado concreto projetado reforçado com fibra deve-se seguir as normas que citam concreto com fibras.”
Além da normalização, a mão de obra é outro requisito importante para que uma estrutura em concreto projetado seja bem executada. Quem opera o equipamento que lança o material é chamado de “mangoteiro”. “Não é qualquer um que pode ser ‘mangoteiro’. A qualificação e a segurança da mão de obra exigem experiência. Se um equipamento não está ajustado adequadamente pode causar acidentes graves. Além disso, a execução precisa ser feita com técnica, senão haverá desperdício de material e aumento de custo”, ressalta.
Quanto ao mercado desse tipo de concreto, Antonio Domingues de Figueiredo entende que as projeções são otimistas. As concessões de rodovias e ferrovias, além das novas licitações de metrô em capitais como São Paulo-SP, Salvador-BA e Belo Horizonte-MG, sinalizam que haverá aumento da demanda pelo material. “O Brasil tende a entrar numa fase de grandes obras de infraestrutura e o concreto projetado será muito utilizado”, finaliza.
Veja a palestra concedida à ABCP
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Concreto projetado: cuidados na elaboração e na aplicação”, concedida pelo professor da Poli-USP, Antonio Domingues de Figueiredo, à Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
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Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330









