Experiência inédita identifica obras paralisadas via satélite

No Paraná, o trecho Norte da Linha Verde está entre as obras com atraso no cronograma que são monitoradas por satélite
Crédito: Prefeitura de Curitiba

Paraná foi escolhido para iniciar um projeto-piloto no Brasil que fiscaliza e identifica obras paralisadas através de satélite. Parceria entre o ministério da Ciência Tecnologia, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) utiliza imagens do equipamento Amazônia 1 para rastrear as construções com cronograma atrasado ou que foram interrompidas.  

O satélite é o primeiro 100% brasileiro e foi lançado em fevereiro de 2021. Levantamento preliminar recém-concluído apontou a existência de 228 obras federais paradas no Paraná, com investimento total de 316 milhões de reais. Esse volume representa 18,6% das 1.233 obras executadas com verba federal no estado. Há outras 355 obras financiadas com recursos estaduais ou municipais paralisadas no Paraná, e que somam 365,7 milhões de reais.  

A maioria são edificações de escolas, creches, unidades básicas de saúde, obras de pavimentação, saneamento e iluminação pública, e localizam-se em 121 dos 399 municípios paranaenses. As principais causas das obras paralisadas são descumprimento das obrigações contratuais pelas empresas contratadas (36% dos casos) e necessidade de alterações em projetos ou na execução de serviços (25%). 

Os 4 municípios paranaenses com maior número de obras paralisadas, segundo o TCE-PR, são Foz do Iguaçu, com 59 obras; Colombo (29), Ivaiporã (25) e Guaraqueçaba (24). No entanto, Curitiba é a cidade do estado com maior volume de recursos aplicados em construções paradas. São 144,9 milhões de reais, incluindo o trecho norte da Linha Verde, que está entre as obras inacabadas monitoradas por satélite.  

Imagens mostram que existem obras não-concluídas que estão perto de completar 30 anos 

Entre as obras paralisadas no Paraná, a mais antiga é de 1993. Trata-se de uma escola no município de Figueira, e que teve apenas 35% do projeto executado. Há outras 183 com mais de 10 anos de paralisação. “A fiscalização remota se mostrou muito eficaz”, revela o conselheiro do TCE-PR, Ivan Bonilha. Um exemplo de obra que superou o atraso por conta de dados fornecidos por satélites foi a ampliação do aeroporto de Maringá.  

projeto-piloto iniciado no Paraná começará a ser estendido para outros estados a partir deste ano. No caso do Paraná, um grupo de técnicos do TCE-PR foi capacitado pelo INPE para interpretar e analisar as imagens captadas por satélite. O mesmo ocorrerá com equipes dos demais tribunais de contas de outros estados.  

Segundo o diretor do Inpe, Clezio Marcos de Nardin, o instituto estende a formação de técnicos especializados no processamento das imagens também a outros países. “O Inpe treina equipes do Suriname, do Peru e da Colômbia, com objetivos diversos”, diz. No caso da Colômbia, por exemplo, a tecnologia é utilizada para rastrear o narcotráfico

Entrevistado 
Ministério da Ciência e Tecnologia, INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Tribunal de Contas do Paraná (via assessorias de imprensa) 

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Recursos do FGTS permitem construir 2,5 milhões de casas até 2025

Expectativa é que os recursos do FGTS para habitação possibilitem dar uma injeção de novos projetos ao Casa Verde e Amarela
Crédito: Agência Senado

O plano plurianual aprovado pelo Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) prevê o aporte de 326 bilhões de reais para a contratação de projetos habitacionais, saneamento básico e infraestrutura urbana, entre 2022 2025. O ministério do Desenvolvimento Regional estima que o volume de recursos permitirá construir 2,5 milhões de unidades nos próximos 4 anos, por meio do programa Casa Verde e Amarela.  

Do total de 326 bilhões de reais assegurados, 278 bilhões de reais serão destinados a financiamentos para a construção de novas residências. Deste volume de recursos, 34 bilhões de reais serão disponibilizados para a concessão de descontos nos financiamentos para a aquisição da casa própria a pessoas físicas com renda familiar mensal de até 4 mil reais – o incremento é de 4,5 bilhões de reais para essa modalidade.  

Já as obras de saneamento poderão captar até 19,7 bilhões de reais, enquanto 25,2 bilhões de reais serão voltados a empreendimentos de infraestrutura urbana. O aporte total ainda reserva 3,1 bilhões de reais para ajustes contratuais e de projetos. O ministério avalia que o volume de investimentos com recursos do FGTS permitirá atender 56 milhões de brasileiros, com a expectativa de manutenção e geração de 7,4 milhões de empregos diretos e indiretos em todo o país, até 2025.  

Para 2022, o conselho curador do FGTS aprovou 75,4 bilhões de reais para a contratação de obras e mais 8,5 bilhões de reais em subsídios para a aquisição de moradias. “O FGTS é uma fonte importantíssima para a construção civil, que foi um setor que se manteve ativo mesmo durante a pandemia e que representa um percentual expressivo do PIB nacional”, afirma o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.  

Em um ano e meio, o programa Casa Verde e Amarela entregou 280 mil unidades habitacionais 

Vale explicar que os recursos do FGTS que foram disponibilizados não pertencem ao fundo de pessoal, que funciona como uma poupança e pode ser sacado individualmente pelo trabalhador em caso de demissão, compra da casa própria ou doença grave. O que será liberado é o que o governo federal pode utilizar para promover investimentos e desenvolvimento: o FGTS do Conselho Curador. Apesar de terem a mesma fonte, cada FGTS tem função diferente.  

A expectativa é que os recursos do FGTS para habitação permitam dar uma injeção de novos projetos ao Casa Verde e Amarela. O programa substitui o Minha Casa Minha Vida desde agosto de 2020 e, em um ano e meio, entregou 280 mil unidades habitacionais.  

região nordeste do país tem sido a mais beneficiada pelo Casa Verde e Amarela, canalizando 25% dos recursos disponíveis para a produção de moradias. Para 2022, o governo federal estima entregar 200 mil unidades em todo o país. Comparativamente, entre março de 2009 e agosto de 2020, o Minha Casa Minha Vida contratou 5,7 milhões de moradias e entregou 4,5 milhões de unidades. 

Entrevistado 
Conselho Curador do FGTS e ministério do Desenvolvimento Regional (via assessorias de imprensa) 

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Brasil tende a voltar a liderar mercado de prédios de luxo

Projeção mostra como será a transformação do moinho em prédios residenciais e comerciais no centro antigo de Recife-PE
Crédito: YouTube/Moura Dubeux

Dados da consultoria Euromonitor International mostram que o mercado de prédios de luxo e superluxo no Brasil deve crescer 20% ao longo de 2022. Caso a projeção se confirme, o Brasil voltará a liderar esse segmento na América Latina a partir de 2023. Atualmente, o México ocupa o número 1 no continente.  

As informações foram apresentadas pelo presidente-executivo do grupo A.Yoshii, Leonardo Makoto Yoshii, que no final de 2021 palestrou sobre o futuro do mercado imobiliário de luxo no Brasil na 27ª Semana da Engenharia, promovida pelo Instituto de Engenharia do Paraná. “A pandemia fez crescer o mercado de luxo e superluxo. Trata-se de um segmento resiliente às crises”, diz. 

Mas como se define o mercado de luxo e superluxo no Brasil? O mercado imobiliário costuma reservar essa faixa para os imóveis que custam acima de 1 milhão de reais, no caso do luxo, e mais de 2 milhões de reais, para o superluxo. Porém, fenômenos como inflação e alta demanda pelo segmento fizeram os preços avançarem. 

“Na média, esses imóveis hoje estão avaliados entre 2 milhões de reais para o luxo e 5 milhões de reais para o superluxo. Como característica, eles possuem área privativa acima de 200 m2, têm áreas comuns e de lazer sofisticadas, além de garagens com 3 ou mais vagas. Também possuem projetos arquitetônicos diferenciados, que incluem beleza, segurança e status, e que incorporam novas tecnologias, biofilia e sustentabilidade”, explica Leonardo Makoto Yoshii

Sucesso de empresas inovadoras muda perfil do consumidor de luxo e superluxo no Brasil 

Após a pandemia, novas tendências foram acrescentadas aos imóveis de luxo e superluxo. Entre elas, home office, home schooling, welness e concierge. O segmento também está se expandindo para regiões com potencial de desenvolvimento imobiliário. Antes concentradas em capitais como São Paulo-SP e Rio de Janeiro-RJ, as edificações com essas características avançam pela região sul do país (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e recentemente descobriram uma nova fronteira: o centro-oeste, com destaque para a cidade de Goiânia-GO

Também vem mudando o perfil do público que consome imóveis de luxo e superluxo. O segmento agora atrai adultos jovens, com idade entre 30 anos e 40 anos. “Esse pessoal passou a ser cliente do mercado de luxo no Brasil, graças ao sucesso de empresas inovadoras, como startups e fintechs. Eles entraram nesse mercado trazendo referências globais sobre arquitetura, moda e gastronomia. Ou seja, valorizam design, life style (estilo de vida) e status. É um público que vê o luxo como qualidade de vida”, define Leonardo Makoto Yoshii
 
Atualmente, o público consumidor de imóveis de luxo equivale a 5% da população brasileira, enquanto o superluxo está limitado a 1%. Os dados são da Brain Inteligência Estratégica. Segundo Leonardo Makoto Yoshii, a expectativa é que o mercado siga em expansão. “Em momentos de volatilidade, o mercado imobiliário atrai investimentos. É quando as pessoas preferem transformar seu patrimônio em tijolos”, finaliza. 

Assista à palestra “O futuro do mercado imobiliário de luxo no Brasil”  

Entrevistado 
Reportagem com base na palestra “O futuro do mercado imobiliário de luxo no Brasil”, concedida pelo presidente-executivo do grupo A.Yoshii, Leonardo Makoto Yoshii, na 27ª Semana da Engenharia, promovida pelo Instituto de Engenharia do Paraná 

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Venda de caminhões-betoneira acompanha consumo de cimento

No segmento de máquinas para a produção de concreto, os caminhões-betoneira registraram o maior crescimento em 2021
Crédito: U.S Public Domain Dedication

No segmento de máquinas para a produção de concreto, os caminhões-betoneira registraram o maior crescimento em 2021. Na comparação com 2020, as vendas do equipamento cresceram 79%. Os analistas atribuem esse bom desempenho a 4 fatores: maior demanda do mercado pelo concreto dosado em central, renovação da frota, busca por maior produtividade e baixa taxa de juros para obter financiamento.  

“A área de equipamentos para concreto acompanhou a elevação das vendas do setor de cimento, o que repercutiu em um aumento da comercialização de máquinas como os caminhões-betoneira”, confirma o economista Mario Miranda, coordenador da Sobratema para o mercado brasileiro de equipamentos para construção

Em 2021, segundo dados do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento) foram vendidas 64,7 milhões de toneladas de cimento, o que representa aumento de 6,6% na comparação com 2020. Ainda segundo o SNIC, a região sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) registrou o maior crescimento no consumo de cimento. Coincidentemente, de acordo com a Sobratema, a região também liderou a renovação de frota dos caminhões-betoneira no país

O modelo de caminhão-betoneira mais comercializado em 2021 é o que consegue transportar até 8 m3 de concreto sem infringir a “lei da balança”. A legislação estipula que o peso do caminhão-betoneira, somado à carga de concreto, não pode exceder o peso bruto total combinado (PBTC) para o transporte deste tipo de material.  

Com a tecnologia do balão-betoneira leve, que utiliza aços especiais, alguns equipamentos disponíveis no mercado conseguem pesar pouco mais de 3.000 quilos, o que vem despertando o interesse das concreteiras. A ABESC, que acompanhou o desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil, assegura que os caminhões-betoneiras conseguiram ficar 2,4 toneladas mais leves, o que corresponde aproximadamente a 1 m3 a mais de concreto na capacidade de carga.

Demanda por máquinas para a construção civil foi alta em todos os segmentos 

Tecnologia da betoneira leve, que consegue carregar 1 m³ a mais de concreto, tem ganhado a preferência na renovação da frota
Crédito: SCHWING-Stetter

A venda de caminhões-betoneira apresenta viés de alta desde 2019. Naquele ano, foram comercializadas 670 unidades no Brasil; em 2020, 890; em 2021, 1.593. Para 2022, a projeção é que sejam vendidos 1.740 caminhões-betoneira.  

O mercado de máquinas para a construção civil teve um 2021 positivo em quase todos os segmentos. A linha amarela, por exemplo, cresceu 39%. Já as vendas de rolos compactadores e minicarregadeiras tiveram alta de 244% e 134%, respectivamente. Surpreende também o volume de negócios envolvendo guindastes, que cresceu 3.650% na comparação com 2020, enquanto a venda de plataformas aéreas avançou 428%.  

No entender de Mario Miranda, a alta demanda por equipamentos como guindastes e plataformas aéreas está relacionada com a industrialização dos canteiros de obras. O analista econômico também destaca a venda global de equipamentos em 2021. “No geral, envolvendo todos os tipos de equipamentos, as vendas totais de máquinas para construção cresceram 44% em 2021. Foram comercializadas 49,3 mil unidades contra 34,2 mil unidades no ano anterior”, revela. 

Entrevistado 
Reportagem com base no Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção e dados divulgados pelo SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento) 

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Saiba quais as projeções para a construção civil em 2022

Terminal privatizado, e recentemente construído no porto de Santos-SP: investimento em infraestrutura tende a liderar volume de obras em 2022
Crédito: Agência Brasil

O ano de 2022 começa com um otimismo moderado. No campo da construção imobiliária, há sinais que incentivam construtores e incorporadores a investirem em novos empreendimentos, assim como existem fatores que preocupam o setor. Entre eles, segundo aponta a pesquisa Cenário Construtivo Brasileiro, inflação, incertezas políticas e risco de escassez de material de construção.

Por outro lado, o estudo patrocinado pela ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e realizado pela consultoria Deloitte, mostra que 80% dos incorporadores vão investir na compra de terrenos e em novos projetos imobiliários ao longo do ano.

O que motiva os incorporadores é a disponibilidade de recursos para a construção imobiliária – conhecidos tecnicamente como funding -, e o apetite dos investidores por novos imóveis, principalmente no segmente de luxo e superluxo. Há também o PIB da Construção de 2021, que a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) estima em 7,6% – o maior em 10 anos -, o qual dá fôlego para que o setor siga crescendo em 2022, ainda que em ritmo menor.

A projeção é que o PIB da Construção não passe de 2% este ano. Porém, o presidente da ABRAINC, Luiz Antonio França, acredita que poderá haver surpresas positivas. A confiança dele está na seguinte análise. “Diversas empresas do setor foram ao mercado de capitais e conseguiram levantar 9 bilhões de reais com ofertas primárias e follow-ons. Isso resulta em empresas financeiramente saudáveis e amplo acesso ao mercado de crédito”, diz. 

Já no segmento da construção pesada, voltada para obras de infraestrutura, a expectativa é que as novas concessões de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e saneamento gerem um círculo virtuoso. O mercado avalia que o pacote de leilões negociados em 2020 e 2021 possa gerar 160,1 bilhões de reais de investimento nos próximos 4 anos. O Livro Azul da Infraestrutura, publicado anualmente pela Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) confirma essa previsão. “É inequívoco que haverá um crescimento relevante do investimento privado em infraestrutura”, afirma. 

Indústria de materiais de construção cresce de forma sustentável desde 2018 

CBIC faz análise semelhante. Existe a crença de que o bom desempenho da construção civil em 2022 virá mesmo das obras de infraestrutura. No entender do organismo, o programa habitacional Casa Verde e Amarela, por conta da taxa Selic acima de 10%, dificilmente viabilizará novos contratos, o que deve afetar os bons números que a construção imobiliária apresentou em 2020 e 2021, apesar da pandemia de COVID-19. “Em 2022, o crescimento do setor será sustentado pelo que já está contratado do Casa Verde e Amarela e, especialmente, pelo incremento de investimento em infraestrutura”, afirma o presidente José Carlos Martins.  

Entre as opiniões coletadas, a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) avalia que o PIB do setor se manterá positivo em 2022, e acima do PIB nacional. Em 2021, o segmento de materiais de construção cresceu 8%. Para este ano, a projeção varia de 4% a 9%, segundo avaliação da Fundação Getúlio Vargas. “Registramos crescimento sustentável desde 2018. Para 2022, a meta é manter esse patamar”, finaliza o presidente Rodrigo Navarro.  

Entrevistados 
ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) e Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) 

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Tecnologias que não podem faltar nos canteiros de obras em 2022

Construção modular com paredes de concreto: tecnologia avança rapidamente no mundo e tendência é que amplie o mercado no Brasil, em 2022
Crédito: PxHere

Engenheiros que analisam tecnologias incorporadas à construção civil preveem que 10 sistemas tendem a se popularizar globalmente no setor em 2022. Destacam-se: 

1. Concreto autoadensável;
2. Construção modular;
3. Impressão 3D em concreto;
4. Internet das Coisas;
5. Inteligência Artificial;
6. BIM;
7. Drones;
8. Robôs nos canteiros de obras;
9. EPIs com sensores e rastreadores;
10. Construção verde.  

No Brasil, 5 destas tecnologias despontam como as que devem ganhar significativas fatias do mercado em 2022. São: concreto autoadensável, construção modular, BIM, drones e construção verde. Os analistas preveem ainda que o setor irá despertar para a valorização e a capacitação da mão de obra, haja vista que será necessário formar profissionais qualificados para operar esses sistemas. 

Uma tendência, que já se percebe na Europa e nos Estados Unidos, é que as vagas abertas na construção civil – associadas às novas tecnologias – têm sido preenchidas preferencialmente por mulheres e jovens da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). Nos EUA, por exemplo, de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics, em 2021 as mulheres passaram a ocupar 10,9% dos empregos na indústria da construção. Em 2018, eram pouco mais de 5%

Já os jovens da Geração Z têm se sentido estimulados a voltar a atuar na construção civil por conta dos drones, dos sistemas computacionais que envolvem projetos e do desenvolvimento de aplicativos para monitoramento de canteiros de obras. “Ainda que lentamente, a mão de obra na construção civil está mudando. Obviamente, as novas soluções tecnológicas e a capacitação dos trabalhadores vão colocar o setor em uma nova realidade salarial”, estima o engenheiro civil Patrick McCowan, diretor de operações da empreiteira norte-americana Gray Construction

Inovações vão permitir obras com qualidade, custos controlados e execução dentro do prazo   

Entre os modelos construtivos que irão movimentar centenas de milhares de dólares em 2022, destacam-se a construção modular, cuja mercado global deverá gerar 157 bilhões de dólares este ano, e a construção verde, com expectativa de crescimento de 20,5% em todo o mundo e movimentação de recursos que podem chegar a 2,5 trilhões de dólares. O Brasil, como 5º mercado no ranking mundial da construção sustentável, está inserido nesse contexto, mas existe também a expectativa de que tecnologias embarcadas comecem a aparecer nos canteiros de obras das construções convencionais, ainda que lentamente. 

Para o engenheiro civil Alexandre Pandolfo, head de operações da ABRASFE (Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso) a construção civil nacional está na expectativa da implantação da internet 5G para entrar em uma nova era. “No curto prazo, com o advento da internet 5G, obras com custos mais controlados, mais qualidade e executadas dentro do prazo serão realidade no Brasil”, disse, ao palestrar no evento Smart.Con, em 2021. 

Um sinal de que a construção civil caminha para se tornar mais tecnológica está no consumo de drones dentro do setor. De acordo com a BigRentz, uma rede global de aluguel de equipamentos online, o uso de veículos aéreos não-tripulados cresceu 239% em 2021, na comparação com 2020

Entrevistados 
Reportagem com base em palestras que ocorreram na recente edição da Smart.Con e em artigos publicados pela ASCE (American Society of Civil Engineers) e pela ASME (American Society of Mechanical Engineers) 

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Com 5G no Brasil, construção civil poderá extinguir o retrabalho

Expectativa do setor da construção civil é que os canteiros de obras passem por transformações importantes com o acesso à tecnologia 5G
Crédito: PxHere

A entrada da tecnologia 5G no Brasil abre um universo de possibilidades para o tráfego de dados no país. Enfim, a Inteligência Artificial e IoT (Internet das Coisas) dispõem de uma infraestrutura de conectividade capaz de fazê-las chegar a inúmeros setores, incluindo a construção civil. Mas entre as novas possibilidades, o que é realidade e o que ainda é ficção para os milhares de canteiros de obras espalhados no país?  

Com certeza, a disseminação do BIM será realidade. Já o uso de robôs que possam desempenhar a função de operários em tarefas como alvenaria, por exemplo, ainda está no campo ficcional para o Brasil. De acordo com especialistas em incorporação de tecnologias na construção civil, a fase de projetos dos empreendimentos dará um salto de qualidade com a chegada do 5G.  

É o que afirma o engenheiro civil Rodrigo Koerichi, da AltoQi Tecnologia. “A tecnologia vai nos mostrar que dá para fazer muito melhor do que fazemos hoje. A cultura do improviso nos canteiros de obras está com os dias contados. Principalmente, porque a difusão do BIM nas empresas de engenharia só tende a crescer”, avalia.  

É quase consenso entre os especialistas de que a tecnologia irá impactar positivamente a execução das obras. O engenheiro civil Marcus Granadeiro, por exemplo, entende que o retrabalho poderá ser extinto com o emprego da internet 5G nos canteiros de obras. “O 5G trará economia de tempo e de dinheiro ao setor da engenharia. O ganho de agilidade com essa conexão resultará na redução de erros e de esforços desnecessários, eliminando os retrabalhos”, cita. 

Para Granadeiro, quase todos os setores envolvidos em uma obra terão ganhos importantes com a tecnologia 5G. “Na esteira da digitalização, o avanço na transferência e no uso de dados permitirá que tecnologias como o Deep Learning - sistema que une Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) para análises mais intrínsecas - orientem as decisões relacionadas a suprimentos, ao planejamento, à supervisão da obra e ao gerenciamento de contratos, sem falar do projeto em si”, afirma. 

Pesquisa mostra o que as empresas de engenharia esperam da tecnologia 

Pesquisa realizada pela Thórus Engenharia, a Brain Inteligência Estratégica e a Sienge aponta qual será o impacto do 5G e da disseminação do BIM nas construtoras e nos escritórios de engenharia de projetos. Foram entrevistadas empresas localizadas nas 5 regiões do país e 87% avaliam que haverá melhor compatibilização dos projetos. Outros 73% entendem que os projetos serão mais detalhados, enquanto 56% afirmam que haverá menos desperdício nas obras. Já 53% dizem que vai melhorar o planejamento. Por fim, 46% creem que será possível estimar melhor o custo da obra.   

A expectativa é que no segundo semestre de 2022 o 5G esteja disponível nas capitais dos estados das regiões sul (Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre) e sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória), assim como no Distrito Federal, Goiânia-GO, Campo Grande-MS, Salvador-BA, Recife-PE e Fortaleza-CE. Nas demais regiões do país, a tecnologia avançará progressivamente a partir de 2023

Entrevistado 
Reportagem com base no webinar Tendências da construção civil para 2022 e no artigo 5G e o setor de engenharia: impactos no custo de gerenciamento e de pessoas, do engenheiro civil Marcus Granadeiro 

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Balneário Camboriú pode ter o 10º prédio mais alto do mundo

Triumph Tower será construído em um terreno com 6.276,04 m² de área e tem a pretensão de colocar o Brasil no topo do ranking mundial de edifícios superaltos
Crédito: Skyscrapercity

Parceria entre a FG Empreendimentos e o braço imobiliário do grupo Havan planeja construir em Balneário Camboriú-SC o 10º maior prédio do mundo. A edificação também se propõe a ser o maior arranha-céu residencial das Américas. Atualmente, esse título pertence ao Central Park Tower, em Nova York-EUA, que possui 472,40 metros de altura. O plano é que o novo empreendimento, registrado como Triumph Tower, possa atingir 509,28 metros, com 154 pavimentos.    
 
O pré-projeto foi protocolado na prefeitura de Balneário Camboriú-SC no final de julho de 2021. Até o final do ano passado ainda seguia em análise. O poder público municipal pode exigir modificações, apesar de não haver restrições quanto à altura do edifício. A expectativa é que o alvará da obra possa sair no 2º semestre de 2022. Se isso ocorrer, a construção do edifício pode começar ainda este ano. O arranha-céu terá estrutura em concreto armado

Independentemente da burocracia para a aprovação do projeto, o terreno em que será construído o Triumph Tower já passou pela etapa de demolição e limpeza. A área mede 6.276,04 m². O projeto arquitetônico é do escritório franco-brasileiro Tritptyque Architechute – o mesmo que está construindo o AGE360, em Curitiba-PR

Empreendimentos de luxo e superluxo, como o Triumph Tower, transformaram Balneário Camboriú-SC no 3º metro quadrado mais caro do Brasil. Os dados são do FipeZap. Pela primeira vez a cidade litorânea de Santa Catarina ultrapassou Brasília e ficou atrás apenas de São Paulo-SP e Rio de Janeiro-RJ. A valorização impulsiona transformações no município, como o alargamento da praia central e a revitalização do projeto paisagístico da orla.  

FG e Havan já construíram em Balneário Camboriú o edifício mais alto do Brasil 

Com base em informações da consultoria norte-americana Appraisal Institute, a expectativa do mercado imobiliário de luxo e superluxo de Balneário Camboriú-SC é que o m² tenha valorizado cerca de 20% em 2021 – os números oficiais são aguardados para fevereiro.  

Além do Triumph Tower, a FG Empreendimentos e o grupo Havan são parceiros na construção do One Tower, também em Balneário Camboriú-SC, que será inaugurado em 2022 e já é o edifício mais alto do Brasil, com 290 metros de altura e 84 andares.  

No mundo, o título de maior arranha-céu continua com o Burj Khalifa, em Dubai, com 828 metros de altura e 162 andares. O segundo maior é o chinês Shanghai Tower, com 631 metros, e que perderá esta posição para o Merdeka PNB118, que está em construção em Kuala Lumpur, capital da Malásia, e vai atingir 679 metros de altura. Em malaio, Merdeka significa “Independente”. 

Com seus 509 metros, o Triumph Tower se posicionaria na 10ª posição entre os maiores prédios do mundo, superando o TAIPEI 101, em Taipei, que tem 508 metros e foi construído em 2004. Atualmente, 5 dos 10 maiores arranha-céus do mundo encontram-se na China, segundo o Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH). 

Vale lembrar que a construção de edifícios superaltos pode levar mais de 5 anos. Caso o Triumph Tower demore mais do que o previsto para ser inaugurado, corre o risco de não figurar entre os 10 maiores do mundo quando for concluído, haja vista que outros projetos de arranha-céus estão em andamento no mundo.  

Entrevistado 
FG Empreendimentos e Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH) (via assessorias de imprensa) 

Contato
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Por que o aditivo se tornou o 5º elemento do concreto?

Exigências de desempenho e durabilidade contribuem para a crescente adição de produtos químicos ao material
Variadas aplicações e novas exigências de desempenho fazem com que o concreto tenha que contar com aditivos para atender projetos cada vez mais ousados
Crédito: IBI

No prefácio do “Manual de utilização de aditivos químicos para concreto”, o presidente da ABCP e do SNIC, Paulo Camillo Penna, cita que o aditivo se torna cada vez mais o 5º insumo do concreto, ou seja, o material não é mais composto somente por Cimento Portland, areia, brita e água. “As variadas aplicações e as novas exigências de desempenho, além de trabalhabilidade e durabilidade, fazem com que o concreto tenha que contar com aditivos para atender ousados projetos arquitetônicos e desafiadoras soluções de engenharia”, diz.  

Mas o que são os aditivos químicos para concreto de Cimento Portland? A ABNT NBR 11768-1:2019 (Aditivos químicos para concreto de Cimento Portland) traz a seguinte definição: “Aditivos são produtos químicos adicionados e misturados ao concreto, em quantidades geralmente não superiores a 5% da massa de ligante total. Seu principal objetivo é modificar as propriedades do concreto no estado fresco e/ou no estado endurecido, de forma a otimizar o desempenho da matriz. Fogem à regra aditivos específicos, como os aceleradores de pega para concreto projetado, cuja dosagem pode ultrapassar o limite de 5%.”  
 
Lançada no final de 2021 pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), a 2ª edição do manual aborda 7 capítulos importantes que possibilitam ao concreto aproveitar as melhores propriedades dos aditivos. São eles: 1. Definição de aditivos químicos para concreto; 2. Tipos de aditivos químicos para concreto; 3. Seleção dos aditivos e sua eficiência no concreto; 4. Fatores operacionais que influenciam a qualidade do concreto com aditivos; 5. Fatores climáticos que influenciam o desempenho dos aditivos; 6. Realização de pedidos de compra de aditivo, e 7. Segurança no manuseio de aditivos. 

Só é possível produzir diferentes tipos de concreto por causa dos aditivos químicos 

O manual tem 11 autores, com formações que vão desde a engenharia civil, passando pela engenharia química, até a engenharia de materiais. Eles confirmam que uma das prioridades dos aditivos químicos é melhorar a durabilidade do concreto. Para atingir esse objetivo, o aditivo age na redução da relação a/c (água/cimento), na minimização de retração e na mitigação de patologias. “Hoje só é possível a produção de diferentes tipos de concreto graças ao embasamento oferecido pelos mais variados tipos de aditivos químicos. Como exemplo, é impensável a produção de concreto autoadensável sem o uso de aditivos RA2 (mais conhecidos por superplastificantes)”, explica um dos autores, o engenheiro civil Igor Torres.  

Outra autora do manual, a engenheira química Ana Paula Andrade, ressalta que os aditivos também contribuem para que o concreto atenda parâmetros de sustentabilidade. “A avaliação desses parâmetros permite compreender como os aditivos podem tornar o concreto mais sustentável. Nesse sentido, destacam-se os redutores de água dos tipos 1 e 2, pois estes precisam reduzir, respectivamente, um percentual mínimo de 8% e 15% de água, que é uma substância fundamental para a vida humana”, ressalta.  

engenheira finaliza lembrando que os aditivos também representam ganho econômico para as obras. “Insumos e recursos financeiros são gastos de forma mais sustentável na construção de estruturas de concreto”, conclui.  

Veja a 2ª edição do Manual de utilização de aditivos químicos para concreto 
 
Entrevistado 
Engenheiro civil Igor Torres e engenheira química Ana Paula Andrade, dois dos 11 autores da 2ª edição do “Manual de utilização de aditivos químicos para concreto”, publicado pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI) 

Contato 
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Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330


Concreto projetado aceita qualquer tipo de cimento?

Maior demanda por concreto projetado acontece no revestimento e na estabilização de túneis
Crédito: Pixabay

Em webinar promovido pela ABCP, sob o título “Concreto projetado: cuidados na elaboração e na aplicação”, o professor do departamento de engenharia de construção civil da Poli-USP, Antonio Domingues de Figueiredo, relata quais os melhores procedimentos para aproveitar toda a eficácia desse tipo de material
 
especialista fez a seguinte observação em sua palestra: “Teoricamente, qualquer tipo de cimento pode ser usado para fazer concreto projetado. Já houve cimentos produzidos especificamente para concreto projetado, mas hoje os cimentos com alta resistência inicial e com adição de escórias de alto-forno, que aumentam a resistência a sulfatos, são mais eficazes para atender as demandas tecnológicas de projeção.”  

Antonio Domingues de Figueiredo complementa seu comentário com a seguinte observação: “Cimentos com adição de metacaulim e sílica ativa também são interessantes, principalmente em túneis sob pressão de lençóis freáticos, pois o uso desse cimento na composição do concreto projetado ajuda no combate à lixiviação de hidróxido de cálcio.” 

O professor da Poli-USP também reforça em sua palestra que, independentemente do tipo de cimento, é necessário que o insumo tenha excelente compatibilidade com os aditivos dispersantes usados no concreto projetado, assim como os aditivos aceleradores de pega e endurecimento

Concreto projetado cumpre função estrutural e sua principal aplicação ocorre em túneis  

Domingues de Figueiredo lembra que o concreto projetado cumpre função estrutural, e que sua principal aplicação está na estabilização de túneis. Mas há exceções, como a que ocorreu na Espanha, onde o material foi utilizado para construir a cobertura do restaurante do parque oceanográfico de Valencia. Neste caso, foi utilizado concreto projetado reforçado com fibras. 

Independentemente da função que o concreto projetado irá desempenhar, o material deve atender aos requisitos da ABNT NBR 14026 (Concreto projetado – especificações). Outras normas também abordam esse tipo de concreto. “Recomendo usar todas”, destaca o professor da Poli-USP, que cita um exemplo: “Se for usado concreto projetado reforçado com fibra deve-se seguir as normas que citam concreto com fibras.” 

Além da normalização, a mão de obra é outro requisito importante para que uma estrutura em concreto projetado seja bem executada. Quem opera o equipamento que lança o material é chamado de “mangoteiro”. “Não é qualquer um que pode ser ‘mangoteiro’. A qualificação e a segurança da mão de obra exigem experiência. Se um equipamento não está ajustado adequadamente pode causar acidentes graves. Além disso, a execução precisa ser feita com técnica, senão haverá desperdício de material e aumento de custo”, ressalta. 

Quanto ao mercado desse tipo de concreto, Antonio Domingues de Figueiredo entende que as projeções são otimistas. As concessões de rodovias e ferrovias, além das novas licitações de metrô em capitais como São Paulo-SP, Salvador-BA e Belo Horizonte-MG, sinalizam que haverá aumento da demanda pelo material. “O Brasil tende a entrar numa fase de grandes obras de infraestrutura e o concreto projetado será muito utilizado”, finaliza.  

Veja a palestra concedida à ABCP 

Entrevistado 
Reportagem com base na palestra “Concreto projetado: cuidados na elaboração e na aplicação”, concedida pelo professor da Poli-USP, Antonio Domingues de Figueiredo, à Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) 

Contato 
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