A inserção digital das empresas de construção civil

As principais empresas da construção civil já se adaptaram às ferramentas da internet.

Por: Camila Braga

O uso da internet vem crescendo exponencialmente em todo mundo e, no Brasil, o cenário não é diferente. Dados apontam que 34% dos brasileiros já possuem acesso à rede, seja de casa, do trabalho ou, inclusive, dos próprios celulares. No campo da construção civil, a internet é usada para troca de informações entre profissionais do ramo como cursos, notícias, dados sobre empreendimentos em todo o mundo e, também, como mecanismo de venda.

Construtoras e imobiliárias com sites diferenciados atraem a atenção de seus consumidores, despertando o interesse pelos seus produtos já no campo virtual. O comércio desse setor mudou bastante nos últimos dez anos, ainda que a compra de um imóvel, por exemplo, não seja feita integralmente pela internet, já que o papel do vendedor é fundamental em alguma etapa do processo. Patrícia Alves, responsável pela área de web do Grupo Thá, de Curitiba (PR), afirma: “creio que para um investidor, que está habituado à avaliação de imóveis e que conhece a região escolhida, esse processo (de compra) pode ser completado on line. No entanto, para o comprador de primeira moradia, certamente a visita ao plantão e a conversa pessoalmente com o corretor são imprescindíveis para que ele se sinta seguro para o fechamento da compra”.

 Marketing na Internet
Olimpio Araujo Junior, "é indispensável ser interativo"

Outro uso frequente da internet é como ferramenta de marketing. Divulgar, promover, posicionar de forma estratégica uma empresa ou produto, diante de um mercado específico. “Estar na rede já não é mais uma opção, é essencial para quem quer ser encontrado”, argumenta o consultor de marketing Olimpio Araujo Junior, da OAJ Gestão de Marketing. As empresas já deixaram o formato básico do site com endereço, telefone e email de contato para trás e hoje trabalham com recursos como fotos, vídeos da obra ou da planta e, inclusive, calculadoras de preço.

Segundo o consultor, não basta mais ter um site para divulgar seus imóveis e empreendimentos. “É preciso ser encontrado, é cada vez mais importante ser indicado e é indispensável ser interativo”. Estar presente na rede é fundamental, se posicionando e garantindo seu espaço no mercado. E para isso, é preciso contar com os profissionais e os recursos adequados: “é necessário trabalhar com o consumidor, entender o seu cliente, usar as ferramentas de marketing adequadas. Qualquer detalhe pode levar seu cliente para o concorrente, que seguramente estará trabalhando sua divulgação através de site e email”, afirma.

Recente pesquisa do IBGE “E-commerce x Varejo de materiais de construção” aponta que do total de entrevistados que diz aceitar receber material de divulgação, 87% afirma preferir recebê-lo por email. Isso demonstra a necessidade de se ter uma boa base de contatos atualizada e frequentemente trabalhada.

Casos de sucesso

Grandes empresas da construção civil já têm resultados expressivos com o uso da internet. A Apolar Imóveis, de Curitiba (PR), além de disponibilizar imagens de seus imóveis com preços e localização, possui ainda um simulador de crédito imobiliário para a compra de novos imóveis. Já a incorporadora Gafisa, de São Paulo, formatou seu site para ser lido também pelo Iphone. A Thá, também de Curitiba, por sua vez, leva o internauta por um tour virtual em todos os cantos do seu novo empreendimento, em 360º graus. “A Thá já está na internet há muitos anos, mas há aproximadamente dois anos o investimento cresceu tendo em vista as tendências de mercado e referências em pesquisa. Foram multiplicados os canais, investido em redes e conteúdos”, ressalta Patrícia Alves, responsável pela área de web da Thá.

Conforme o consultor Olimpio, a construtora Tecnisa tem 27% de seus produtos comercializados via web. Já 70% dos clientes da MRV Engenharia consultam seu site antes de comprar. No caso da Gafisa, as vendas on line representam 25% do total.

Redes sociais na Internet

Recentemente, novas comunidades ganharam força no meio digital. São as chamadas redes sociais, como o orkut, facebook e twitter, que vêm ganhando adeptos a cada dia. Nesses espaços, internautas dos mais diversos lugares trocam opiniões, ideias e informações sobre variados temas, baseadas em suas experiências pessoais. Isso faz com que as informações que circulam na rede sobre determinada empresa ou produto tenham um fundo verossímil muito maior do que se vindas somente da própria empresa.

Daí a importância de ter uma marca com muitos seguidores no twitter ou com muitos fãs no facebook. As redes sociais fornecem o que antes era mais complicado de se obter, a informação mais preciosa, opinião. Informação sobre a reputação de um produto ou empresa, vinda diretamente de quem já viveu a experiência desse produto. Existe uma grande diferença entre escutar a opinião de um vendedor e a de um comprador, finaliza Olimpio.

Entrevistado:
Olimpio Araujo Junior
- Licenciado em Geografia pela UEPG
- Master em Comunicação Integrada de Marketing da Fundação Getulio Vargas (FGV)
- MBA em Gestão Comercial pela FGV.
- Sócio Diretor da Curitiba Business School (CWBS), entre 2008 e 2009.
- Atualmente é Diretor da OAJ Gestão de Marketing, empresa que foi responsável pela gestão da comunicação e marketing do Instituto Superior de Administração e Economia/Fundação Getulio Vargas.

Email:
oaj@gestordemarketing.com.br

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Déficit habitacional: uma oportunidade para a construção civil do país

O anúncio do governo federal que pretende zerar o déficit habitacional de 5,8 milhões de domicílios abre novos caminhos para o setor

Por: Camila Braga
Habitações populares: parte do projeto do governo para erradicar o déficit habitacional até 2023

Há cerca de três meses, o ministro das Cidades, Marcio Fortes, anunciou que o déficit habitacional brasileiro havia sido reduzido de 6,3 milhões para 5,8 milhões de domicílios de 2007 para 2008. E acrescentou dizendo que esse número seria zerado até 2023, através de políticas de habitação e dos atuais programas do governo, como o Plano Nacional de Habitação (Planhab), Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC) e Minha Casa, Minha Vida.

De acordo com o Planhab, voltado para políticas de habitação, a previsão é que sejam construídas 35 milhões de moradias até 2023. Já o Minha Casa, Minha Vida, que tem por objetivo central combater o déficit habitacional, pretende contratar cerca de três milhões de projetos para a construção de novas residências, de acordo com o Ministério das Cidades.

A diferença entre os dois programas do governo federal é que enquanto o Minha Casa é um projeto de execução – contratação de projetos para construção de casas – , o Planhab é um planejamento de políticas habitacionais, compreendendo todos os programas habitacionais. Lançado em março de 2009, o Minha Casa já está na sua segunda etapa e foi tema de diversas matérias aqui no blog.

Recursos

Para que essas metas sejam atingidas, estima-se que a necessidade do Planhab para sanar o déficit habitacional seja da ordem de R$ 68 bilhões, vindos de diversas fontes, como o Orçamento Geral da União (OGU), FGTS, entre outros. Já o Minha Casa Minha Vida prevê investimentos de até R$ 34 bilhões, originados desde o OGU a fundos que atenderão formas de produção específicas: por exemplo, aportes ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), para produção habitacional por meio de construtoras; e ao Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), o mesmo fundo que já financiava o Programa Crédito Solidário, para produção por meio de cooperativas e associações habitacionais.

Segundo o técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Cleandro Henrique Krause, esse anúncio demonstra um aquecimento na indústria da construção civil. “Já existem alguns projetos que sinalizam que muitas residências serão construídas, como o Planhab, e é através desses projetos que o déficit será equacionado”, afirma. Conforme o site do Planhab, o horizonte de planejamento para a construção das 35 milhões de habitações é o ano de 2023, com suas revisões correspondentes aos anos de elaboração dos Planos Plurianuais (PPA's): 2011, 2015 e 2019.

Regiões

Dos 5,8 milhões de domicílios, a maioria (82%) está localizada em áreas urbanas. As principais regiões metropolitanas do país abrigam 1,6 milhão desses domicílios, o que representa 27% da carência habitacional. O déficit representa 10,1% do estoque de domicílios do país. A análise por renda mostra que o déficit está concentrado em 82% da população que ganha até três salários mínimos e em 7% da que recebe de três a cinco salários mínimos.

De acordo com os dados oficiais do governo, referentes ao ano de 2007, o déficit habitacional está assim distribuído:

• Região Norte: 652.684 municípios
• Região Nordeste: 2.144.384 municípios
• Região Sudeste: 2.335.415 municípios
• Região Sul: 703.167 municípios
• Região Centro Oeste: 436.995 municípios

De acordo com o Ministério das Cidades, a concentração do maior déficit na região Sudeste se explica por ali estarem as grandes metrópoles, onde é mais frequente as áreas de invasão e as moradias em co-habitação, que caracterizam residências em déficit habitacional. O técnico Cleandro Henrique Krause contextualiza: “as regiões mais afetadas são Sudeste e Nordeste, somando 71,4% da carência habitacional. Mas, o déficit é qualitativamente diferente: no Sudeste é predominantemente urbano, enquanto que no Nordeste se concentra na área rural. Também é importante destacar que 28,9% do déficit está concentrado nos municípios das nove maiores regiões metropolitanas do Brasil”, explica.

Definição

Déficit significa “casas que devem ser construídas para dar conta das necessidades habitacionais das famílias”, afirma Cleandro. O cálculo do déficit habitacional é feito através de uma metodologia da Fundação João Pinheiro, de Belo Horizonte. São considerados em déficit os domicílios rústicos ou improvisados, aqueles que oneram excessivamente a família que ali habita (comprometimento maior que 30% da renda familiar com aluguel entre as famílias que ganham até três salários mínimos) e domicílios onde existe co-habitação, ou seja, mais de uma família morando na mesma residência.

Entrevistado:
Cleandro Henrique Krause
- Arquiteto graduado pela UFRGS
- Mestre em Planejamento Urbano e Regional UFRGS
- Técnico de Planejamento e Pesquisa pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA.

Site:

http://agencia.ipea.gov.br

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Burj Khalifa, a pirâmide da era moderna

Empreendimento é o maior arranha-céu construído pelo homem

Por: Camila Braga
O suntuoso Burj Khalifa, em Dubai

Quase um quilômetro. Essa é a altura do prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai, nos Emirados Árabes, um dos ícones da construção civil mundial. Inaugurado em janeiro de 2010, o empreendimento possui 828 metros de altura, 160 andares e foi recorde mundial no uso de concreto bombeado – 605 m. A torre desenhada pela norte-americana, Skidmore, Owings e Merrill (SOM), custou, aproximadamente, US$ 4,1 bilhões de dólares e levou quase seis anos para ser concluída, envolvendo 380 engenheiros.

A estrutura que se ergue entre o deserto e o mar pode ser vista a 95 km de distância. Foram utilizados 330 mil m³ de concreto, 31.400 mil toneladas de aço e 28 mil painéis de vidros. O edifício tem 57 elevadores, que trafegam a uma velocidade média de 10 m/s. Três deles são rápidos parando apenas, além do térreo e do topo, nos andares 43, 76 e 123 – pisos estratégicos para mudanças de elevadores. Os demais param em todos os níveis solicitados.

No 124º andar está localizado o deck de observação mais alto do mundo. Além da vista, o visitante tem acesso a um moderno equipamento multimídia que conta a história do Burj Khalifa. O edifício abriga 1.044 apartamentos, 49 andares de escritórios e centros comerciais, restaurantes, uma mesquita e o primeiro Hotel Armani do mundo, com 160 apartamentos e diárias em torno de U$ 1.400,00. Áreas de entretenimento e lazer, espaços verdes e alamedas para pedestres fazem o Burj Khalifa um modelo de engenharia na composição de usos mistos.

O projeto da torre alia influências históricas e culturais à tecnologia de ponta para conseguir um edifício de alto desempenho, tornando o Oriente Médio modelo de desenvolvimento neste setor. Devido a sua grandiosidade e estrutura, o empreendimento é considerado uma pirâmide da era moderna.

Vista aérea do empreendimento

A sustentabilidade também foi uma das preocupações da equipe que projetou o edifício. Para se ter uma ideia, a diferença de temperatura entre o solo (46° C) e o topo (38° C) pode variar em até 8° C. Um estudo com base em dados de satélite foi realizado para reduzir essa discrepância climática.

Com relação ao uso sustentável da água, o Burj Khalifa também é recordista. Ele possui um dos um dos maiores sistemas de recuperação de água condensada do mundo, o que significa o aproveitando de até 20 piscinas olímpicas de água por ano, além de ter uma das maiores pressões de água refrigerada já usada em um edifício para maximizar a eficiência. A água é aproveitada para a irrigação dos jardins e áreas verdes.

O que dizem especialistas

Luiz Cláudio Mehl

A questão que fica é a do que fazer com a estrutura gerada para uma grande obra como essa. Segundo o engenheiro, Luiz Cláudio Mehl, ex-presidente do Instituto de Engenharia do Paraná, para a construção de um prédio como o Burj Khalifa, toda uma escala industrial foi criada, “indústrias que foram geradas para atender à demanda dessa construção agora não podem ficar paradas, para onde vão direcionar suas obras, o que fazer com a escala industrial ociosa?”, questiona.

Mehl relembra que no Brasil, inclusive, em meados dos anos 2000, o empresário Mário Garnero chegou a cogitar a hipótese de um empreendimento dessa estrutura, em São Paulo. “A ideia era construir o prédio mais alto do mundo (na época), com 508m de altura e 108 andares. Mas não houve quem investisse no projeto, nem o poder público”, afirma.

Resta saber o que farão com a escala industrial criada em Dubai. E aprender com a lição de mega empreendimentos. Afinal, ocupando 200 mil metros quadrados e com capacidade para 80 mil pessoas, um estádio também pode ser considerado mega empreendimento.

Curiosidades

Confira alguns dados curiosos do Burj Khalifa.

- Torre de Babel: no momento de pico de sua construção, 12.000 operários, de 100 nacionalidades, trabalhavam na obra.
- Maior construção do mundo.
- Maior número de pavimentos do mundo.
- Maior pavimento ocupado do mundo.
- Maior deck externo de observação do mundo.
- Maior distância percorrida por um elevador no mundo.
- Possui clube e fitness center com quatro andares.

VOCÊ ACREDITA QUE A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DEVE INVESTIR CADA VEZ MAIS EM GRANDES OBRAS, COM ESCALA INDUSTRIAL? PARTICIPE DA DISCUSSÃO DEIXANDO SEU COMENTÁRIO.

Entrevistado:
Luiz Cláudio Mehl
Engenheiro civil e pós-graduado em Gestão e Engenharia Ambiental pela Universidade Federal do Paraná. Empresário da construção civil e presidente da Filhos de Henrique Mehl S/A Indústria e Comércio. Exerceu cargos na área de Urbanismo da Prefeitura de Curitiba e aperfeiçoou seus conhecimentos de Administração Pública nas Prefeituras de Nova Iorque, São Francisco, Los Angeles e Charlotte (Carolina do Norte), nos Estados Unidos. Foi diretor de diversas associações representativas de classe, como Ademi/PR, Sinduscon/PR, fundador da Apeop/PR, Universidade Livre da Construção e CBIC, Câmara Brasileira da Indústria da Construção. É associado do IEP desde 1971. Foi presidente do Instituto de Engenharia do Paraná de 2005 a 2009.
Email: lcmehl@onda.com.br

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Junta Fria

Interrupções planejadas ou imprevistas em concretagem promovem o aparecimento da junta fria

Por: Engª. Giovana Medeiros – Assessora Técnico Comercial Itambé

A junta fria é formada pela interrupção do lançamento do concreto, além do tempo de início de pega. Requer precauções especiais para garantir, ao reiniciar-se o lançamento, a suficiente ligação do concreto pré-endurecido com o da nova concretagem.

A NBR 6118:2007, em seu Item 21.6 - Juntas de concretagem, estabelece:

"O projeto de execução de uma junta de concretagem deve indicar de forma precisa o local e a configuração de sua superfície".

"Sempre que não for assegurada a aderência e a rugosidade entre o concreto novo e o existente, devem ser previstas armaduras de costura, devidamente ancoradas em regiões capazes de resistir a esforços de tração".
As suspensões que ocorrem do lançamento do concreto podem ser programadas conforme o projeto, mas também podem ocorrer por uma situação imprevista mediante fatores como: quebra de equipamentos, acidentes, falta de energia, entre outros. As juntas podem ser feitas na vertical ou inclinadas, preferencialmente a 45º.

Junta Vertical

As juntas verticais sempre ocorrem em interrupções planejadas, existindo uma fôrma no local exato onde deve ocorrer a suspensão da concretagem. As interrupções planejadas devem ser coincidentes com as juntas de dilatação (NBR 6118:2007). Este tipo de junta tem a vantagem de facilitar o adensamento do concreto, e por ficar na posição vertical não há o aparecimento de matérias, como a nata, que possam prejudicar a aderência do concreto novo.

Os aditivos estabilizadores de hidratação do concreto são, hoje, uma boa ajuda para se evitar a formação de juntas frias planejadas. A concretagem pode ser interrompida e retomada no dia seguinte sem a formação da junta.

Junta inclinada

Já as juntas inclinadas podem tanto ser planejadas ou não, sendo que nesta segunda opção é importante que sua posição e situação sejam analisadas pelo projetista para indicação do melhor tratamento e prosseguimento dos serviços.

Para uma perfeita aderência entre a superfície do concreto já endurecido e o concreto novo, faz-se necessário tomar algumas precauções como:

1. As superfícies das juntas devem receber tratamento com escova de aço, jateamento de areia ou qualquer outro processo que proporcione a formação de dentes, ranhuras ou saliências;

2. A superfície da junta concretada anteriormente deve passar por uma limpeza (lavagem com água) dos materiais pulverulentos, nata de cimento, graxa ou quaisquer outros prejudiciais à aderência, obtida com os mesmos tratamentos citados no item 1;

3. Especial cuidado deve ser dado ao adensamento junto à interface entre o concreto já endurecido e o recém lançado, a fim de se garantir a perfeita ligação das partes;

4. No lançamento de concreto novo sobre superfície antiga pode ser exigido, a critério da Fiscalização, o emprego de adesivos estruturais.

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Mudanças organizacionais devem envolver toda a empresa

Ter um profissional responsável pela gestão da mudança é fundamental para o sucesso da transformação

Por: Lilian Júlio

Um dos significados para a palavra mudança é alteração ou transformação, seja ela física ou moral. E no dia a dia de uma empresa observamos que muitas vezes as mudanças são necessárias – mas nem sempre aceitas por todos os colaboradores. Dentro de uma organização uma mudança – seja ela tecnológica, estrutural ou cultural – pode significar oportunidade, processo, crescimento. Mas, para que ela seja bem aceita, é necessário que alguém se responsabilize por ela e se torne um gestor de mudanças.

O gestor da mudança deve ser a pessoa responsável por fazer a ligação entre as modificações que estão ocorrendo e os colaboradores. “Qualquer transformação atinge a cada pessoa de uma forma distinta e particular”, analisa Guilherme Junqueira, sócio da Value Point Consultoria de Gestão Empresarial. “A mesma mudança que para o corpo gestor pode ter um caráter positivo, para a massa da organização pode ter uma conotação de dificuldades e incertezas”, explica Junqueira. E é nesse ponto que entra a gestão de mudanças, disciplina dentro da área da Administração.

Aceitação

Junqueira explica que, para a maioria dos colaboradores, a mudança dentro de uma organização representa uma ameaça. “Isso acontece porque na maior parte dos casos esses colaboradores não participaram ativamente do processo decisório e da construção da mudança e acabam não a compreendendo completamente”, afirma. “Cabe ao responsável gerenciar essas situações e informar adequadamente os colaboradores do que está acontecendo”.

As maiores dificuldades no processo de uma mudança geralmente envolvem questões culturais. “As mudanças culturais tendem a ser as mudanças com maior dificuldade para implementação, muito em função do maior conteúdo de intangíveis envolvido em uma mudança cultural. Além disso, nos processos de mudança de cunho tecnológico ou estrutural, aspectos culturais costumam estar dentre os componentes fundamentais que podem facilitar ou bloquear uma mudança”, analisa Junqueira, que recentemente publicou – juntamente com seu sócio na Value Point, José Luiz Bichuetti – um artigo sobre gestão de mudanças na Harvard Business Review Brasil.

Neste artigo Junqueira e Bichuetti dão dicas sobre como o gestor deve agir. Algumas dessas dicas Junqueira reforça, principalmente, sobre características importantes para a gestão. “O responsável pela gestão deve saber qual a mudança que se quer efetuar e acreditar nela. Em segundo lugar, deve ter uma abordagem estruturada para promover essas mudanças, obedecendo a sequência ideal das coisas e saber o que pode acontecer e como se posicionar”.

Outra característica fundamental é a capacidade de empatia. “Compreender as dificuldades reais dos envolvidos e também as inseguranças que uma mudança causa, faz parte do processo de transformação de uma empresa”. Mesmo com a compreensão adequada às vezes é preciso saber a hora certa de parar de tentar a conciliação. “O gestor deve saber de antemão que, em muitos casos, se não em todos, a empresa terá de desligar alguns profissionais que não querem ou não conseguem se adaptar ao novo momento”.

Mudança bem sucedida

O artigo publicado por Junqueira e Bichuetti ensina como garantir o sucesso de uma mudança. Confira as dicas abaixo.

Visão da mudança: a liderança deve desenvolver a visão de onde quer chegar com o processo da mudança. Em alguns casos a visão ainda é preliminar e deve ser desenvolvida ou ajustada ao longo do processo.

Abordagem simples e adaptada à cultura da empresa: embora as mudanças sejam normalmente de natureza complexa, as metodologias dos processos de mudança não precisam ser. Quanto mais simples e adaptadas à cultura da empresa, melhor.

Envolvimento adequado da organização: deve-se reconhecer que pode haver diferentes graus de envolvimento de acordo com os níveis da organização. À alta administração nada menos que o comprometimento total através da própria liderança do processo de mudança.

Comunicação a todos os níveis organizacionais: a comunicação deve-se dar através de diversas frentes e meios, mostrando-se fundamental ao envolvimento dos níveis de média gerência e operacionais.

Tempo para amadurecimento e absorção da mudança: toda organização requer tempo para amadurecer e absorver mudanças. Porém, tome cuidado para não cozinhar as mudanças com o passar do tempo.

“Mais do que comum, sempre há resistência a mudanças”, lembra Junqueira. Segundo ele os gestores devem saber atuar sobre as resistências considerando sua natureza: se a resistência diz respeito a aspectos técnicos ou a aspectos comportamentais. “Haverão resistências voltadas a aspectos técnicos, para as quais a abordagem requer discussões racionais, e resistências relacionadas a aspectos comportamentais, que nada tem a ver com a solução técnica proposta – e nesses casos a tratativa deve envolver soluções diferentes”.

Apesar das dicas, Junqueira compreende que cada situação possui graus diferentes de dificuldades de adaptação e gestão. “A prática nos mostra que os processos de mudança precisam ser analisados e gerenciados de forma estrutura e particular a cada situação”, resume.

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Entrevistado:
Guilherme Junqueira
É sócio da Value Point Consultoria de Gestão Empresarial. Consultor de gestão, com foco em estratégia, organização e eficiência operacional em projetos desenvolvidos no Brasil e no exterior. Foi sócio da Roland Berger Strategy Consultants e gerente da Coopers & Lybrand. Graduado e mestre em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica - USP, graduado em Física pelo Instituto de Física-USP e possui MBA em Finanças pelo INSPER/IBMEC-SP.
Email: guilherme.junqueira@valuepoint.com.br

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4ª edição da Concrete Show South America vai discutir a Copa do Mundo de 2014

Empresas da construção civil do país preparam inovações para atender a demanda por obras previstas para a Copa

As estimativas iniciais prevêem que a Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil exigirá investimentos de R$ 59,5 bilhões, nas diversas áreas, dos quais os estádios e seus entornos representarão cerca de 10% desse total.

Esses recursos serão aplicados em mobilidade urbana (metrô, corredores de ônibus, VLT – veículos leves sobre trilhos) e interurbana, especialmente em aeroportos (R$ 5,4 bilhões) e no trem-bala São Paulo-Rio de Janeiro (R$ 30 bilhões). Essas cifras vêm movimentando o segmento de construção civil e infraestrutura de forma positiva e empresas brasileiras estão concentradas, no momento, em buscar inovações para atender à demanda.

Uma oportunidade para fazer um balanço de como anda este processo e saber o que haverá de novidades nos preparativos do Brasil para receber a competição será a 4ª edição da Concrete Show South America, a maior e mais representativa feira sobre tecnologia em concreto para construção civil da América Latina. O evento será realizado entre os dias 25 e 27 de agosto em um total de 36.400 m² de área de exposição indoor e outdoor do Transamérica Expo Center, em São Paulo.

A feira vai contemplar um programa inédito dedicado ao assunto: o Concrecopa 2010. Temas como a construção de estádios, instalações esportivas e de toda a infraestrutura que a Copa do Mundo de 2014 demandará no Brasil serão debatidos durante o encontro.

A Concrete Show se consolidou como o divisor de águas do segmento. A partir dela, não só novos negócios, mas novas tendências do mercado surgem para definir os rumos do setor. Por conta disso, “o Brasil da Copa terá grande destaque”, destacou Cláudia Godoy, diretora geral da UBM Sienna, empresa responsável pela realização do evento no Brasil.

Segundo Cláudia, o programa especial dedicado à Copa do Mundo no Brasil terá palestrantes de renome nacional e internacional que apresentarão cases de sucesso internacional, além de tecnologia em edificação de estádios, instalações esportivas e infraestrutura. A contribuição que o Concrecopa 2010 proporcionará não está apenas nos caminhos que os segmentos de infraestrutura e construção vão tomar. Pela característica técnica do evento, muitas novidades no que diz respeito à tecnologia e serviços serão apresentados para que o País faça a Copa do Mundo mais marcante de todos os tempos, disse.

Sobre a Concrete Show

A Concrete Show South America, a maior e mais representativa feira sobre tecnologia em concreto para construção civil da América Latina, chega a sua 4ª edição com crescimento de 30% em relação à edição de 2009 e de 203% ao longo dos três anos de evento. O evento ocupará, entre os dias 25 e 27 de agosto, um total de 36.400 m² de área de exposição in door e out door do Transamérica Expo Center, em São Paulo, um crescimento de 203% em relação a primeira edição da Concrete Show. O número de expositores também aumentou de 200, em 2007, para 400, em 2010. “Além de impulsionar e alavancar bons negócios entre os principais players do segmento, o evento é o ponto de encontro das empresas que estão lançando novos equipamentos, maquinários, aditivos, produtos, serviços e soluções em sistemas construtivos à base de concreto”, ressaltou Cláudia.

A Concrete Show terá, nesta edição, macro-temas que nortearão o evento a fim de atender à demanda do mercado aquecido e ávido por soluções tecnológicas. São eles: O Concrecopa, que apresentará o tema Brasil dos Esportes: infraestrutura e instalações esportivas, Controle de qualidade/laboratórios, Retrofit, Demolição, Reciclagem, Capacitação e mão de obra (o grande gargalo do setor), Industrialização das edificações e Construção Sustentável. Além disso, haverá, durante a feira, o Concrete Congress, que apresentará um programa com 140 palestras simultâneas.

Serviço
Concrete Show South America 2010
De: 25 a 27 de agosto, no Transamérica Expo Center, rua Dr. Mario Villas Boas Rodrigues, 387, das 13h às 20h
Organização e promoção: UBM Sienna 

Informações: www.concreteshow.com.br ou concrete@concreteshow.com.br
Telefone: (11) 4689-1935 (11) 4689-1935     

Fonte: Concrete Show – data: 06/07/2010


A energia de Belo Monte

Obra irá consumir 3,7 milhões de m³ de concreto e mais de 750 mil toneladas de cimento

Por: Tatiane Franco
Trecho do Rio Xingu onde será construída a usina de Belo Monte

Há mais de 20 anos que a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte é tema de debate e polêmica entre governos, sociedade e movimentos sociais e ambientais. Considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, em 2010, o empreendimento finalmente saiu do papel. Um consórcio formado por empresas públicas e privadas venceu o processo licitatório, que dá início a construção da barragem em trecho do Rio Xingu, na vila de Belo Monte, a 60 km de Altamira, no Pará. O investimento pode chegar a R$ 20 bilhões.

A previsão do governo é que o Complexo Hidrelétrico Belo Monte inicie a primeira fase de operação em 2015 e que esteja concluída e funcionando com capacidade total em 2019. Com potencial energético de 11 mil megawatts (MW), a usina será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas de Três Gargantas, na China, e da binacional de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai.

Este montante irá representar uma adição de 4.571 MW médios de energia ao sistema elétrico brasileiro. O volume a ser produzido pela usina de Belo Monte será suficiente para abastecer 40% das residências brasileiras e irá criar quase 20 mil empregos diretos, além de inúmeras frentes indiretas de trabalho.

A escolha do Rio Xingu para construção da represa foi embasada em pesquisas comparativas da matriz energética brasileira. Geograficamente, os rios da margem direita do Rio Amazonas – destaque para o Xingu – apresentam declividades propícias à geração de energia. A Bacia Hidrográfica do Xingu tem um potencial hidrelétrico de 22 mil megawatts, sendo um dos maiores do país. O local escolhido para construir Belo Monte fica em uma queda de 96 metros, onde o rio quadruplica de largura e forma diversas cachoeiras e ilhas.

O projeto

O projeto inicial concebido na década de 80 foi remodelado, em 1994, com o objetivo de reduzir os impactos ambientais e se adequar à nova demanda do país. Uma das mudanças diz respeito à redução do reservatório da usina, de 1.225 km² para 400 km², evitando a inundação de uma área indígena.

Estão previstas duas casas de força. A casa principal contará com 20 máquinas, ou turbinas, com potência de 550 MW cada. Já a segunda casa de força foi concebida para melhorar o aproveitamento da vazão do rio e reduzir os impactos ambientais.

Ainda constam no projeto a construção de dois canais de adução – com cerca de 12 quilômetros de extensão e 250 metros de largura – que irão auxiliar na pressão da águas às turbinas. Para executar esta parte do projeto será necessário escavar 144 milhões de m³ de terra e 51 milhões de m³ de rocha. Estudos de viabilidade apontam que o material oriundo da escavação poderá ser reaproveitado.

De acordo com um estudo oficial da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério das Minas e Energia, Belo Monte deve consumir 3,7 milhões de m³ de concreto e 753.222 toneladas de cimento. Só para ter uma ideia, para construir Itaipu foram utilizados 12,6 milhões de m³ do material e Três Gargantas consumiu 27,9 milhões de m³ de concreto. 
 

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content

O desafio de saber empreender

O povo brasileiro é o segundo mais empreendedor – entre os 13 países que fazem parte do G20 financeiro –, atrás apenas da China
 

Por: Vanessa Bordin

Para se manter no mercado é preciso saber empreender. Dados do Sistema SEBRAE mostram que o planejamento estratégico, que busca adquirir conhecimento antes de abrir um negócio, traz resultados positivos para o sucesso de uma empresa. E foi esse planejamento, com visão estratégica, que auxiliou um dos maiores exemplos de empreendedorismo no Brasil, o empresário Joel Malucelli que possui, hoje, nada menos do que 45 empresas. Para ele, saber empreender exige “estar sempre muito bem informado e atento à realidade de mercado para aproveitar as oportunidades”, ressalta.

Conceito de empreendedor

Baltazar Melo

Segundo Baltazar Melo, consultor em marketing e professor de cursos MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os empreendedores são aquelas pessoas que fazem com que as coisas aconteçam. “São profissionais que conseguem fazer a diferença para si mesmos e para o mundo ao seu redor”, afirma. Melo diz que empreender depende, fundamentalmente, de querer. “É preciso ter visão de futuro, ser capaz de avaliar tendências, acreditar e, finalmente, agir, fazer acontecer”, explica.

Outro ponto que deve ser levado em conta pelo empreendedor, de acordo com Melo, é a competitividade. “O conceito de competitividade está muito atrelado ao conceito de sustentabilidade. Investir em um empreendimento que seja competitivo, mas que não tenha sustentabilidade, com certeza levará ao fracasso”, ressalta. Para ele, o verdadeiro empreendedor consegue ter essa percepção e, ao planejar o seu negócio, procura avaliar o mercado de forma que possa ser ao mesmo tempo competitivo e sustentável.

Joel Malucelli

Na visão do empresário Joel Malucelli a receita de sucesso vem ao encontro das palavras de Melo. “Para ser um empreendedor é necessário correr atrás das ideias, não se acomodar e construir uma imagem de seriedade e credibilidade”, revela.

DNA Empreendedor

Hoje, o brasileiro é o segundo povo mais empreendedor do mundo, ficando atrás somente da China. Foram avaliados os 13 países que fazem parte do G20 financeiro (que reúne as nações mais ricas e principais emergentes) e o Brasil encontrou destaque por contar com cerca de 18,8 milhões de empreendedores, ou seja, 15,3% da população do país. A pesquisa foi realizada em 2009, pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), e lançada em abril deste ano.

Paulo Tadeu Graciano

O consultor do SEBRAE/PR, Paulo Tadeu Graciano, confirma outros dados da pesquisa: o brasileiro tende a enxergar na crise uma oportunidade e isso é resultado de um amadurecimento profissional. Segundo Graciano, de cada 100 empresas, 95 são micro ou pequenas e são delas que surgem os grandes empreendedores, aqueles com mais visão estratégica.

Já nas corporações brasileiras, o empreendedorismo está começando a ser mais estimulado e isso tem acontecido de forma prática e eficiente. Paulo Tadeu Graciano explica que o empreendedor corporativo é aquele com capacidade de criar e, como consequência, promove transformações. “Empresas vencedoras são feitas de funcionários empreendedores”, destaca.

Segundo Baltazar Melo o primeiro estímulo para que uma equipe se torne empreendedora, dentro de uma empresa, faz parte de num processo chamado delegação. “Gestões centralizadas não praticam a delegação plena e, se isso não ocorre, as pessoas se sentem presas, travadas, inibidas. Por outro lado, quando a gestão é exercida por um autêntico líder o processo tende a ser mais natural. O líder mostra o caminho, delega, estimula a equipe a tomar decisões e acompanha a equipe para nunca perder o foco nos resultados”, destaca Baltazar.

Surgimento

O empreendedorismo passou a ser mais estudado e valorizado no Brasil a partir dos anos 90, após a abertura econômica e as mudanças no quadro socioeducacional, que fez muitas empresas se modernizarem. Mas já existe “desde que o mundo é mundo”, defende Graciano. O termo era quase que desconhecido no Brasil antes desse período. A ousadia de profissionais, que deixaram suas empresas para abrir o próprio negócio e o surgimento de treinamentos – oferecidos por entidades como SEBRAE, SESI, SENAI – que trabalham as competências do empreendedor, fizeram com que o empreendedorismo ganhasse força no país.

Trajetória de um empreendedor

No Brasil, temos um paranaense, entre os milhões de exemplos de empreendedores, que aos nove anos de idade já sabia o que queria para sua vida. Joel Malucelli é empresário, economista, pós-graduado em administração e dono de 45 empresas em diferentes ramos. Entre eles estão o da construção civil, previdência e seguradoras, banco, equipamentos, hotelaria, entre outros. O destaque são os projetos sociais na área esportiva e o setor de energia. Este último com investimentos que passam dos R$ 2 bilhões, na construção de uma usina hidrelétrica no país.

Em 40 anos de trabalho mostrou que saber empreender também pode ser algo nato. Para ele, uma das principais características do bom empreendedor é ter visão estratégica. “Desde criança eu pensava em ganhar dinheiro e fiz disso um estímulo para conquistar minhas empresas”, revela.

O investimento em diversas áreas empresariais se deu, em primeiro lugar, por sinergia aos negócios anteriores. “Comecei com um trator e depois já estava fundando a primeira construtora”, revela Joel Malucelli.

Ao longo de sua história profissional, o empresário conta que busca oportunidades onde os nichos de mercado não são tão concorridos. “Dentro de cada nicho, faço o melhor”, expõe.

Estilo de Gestão

O estilo de gestão de Joel Malucelli é o de delegar e confiar nas pessoas. Aos 64 anos, participa mensalmente de 48 reuniões do grupo. Hoje, se prepara para deixar boa parte das responsabilidades das empresas nas mãos de um dos filhos. “É uma forma de me afastar, mas não totalmente. Farei parte do conselho das 45 empresas que temos, no entanto, será meu filho que irá ocupar o meu lugar. O estilo dele é diferente do meu, mas valorizo as diferenças e o diálogo que temos”, afirma.

Segundo Malucelli, saber delegar é, também, saber se prevenir de crises ou superá-las. “O primeiro passo é organizar o negócio. Em seguida, eliminar dívidas. A terceira e não menos importante dica é aproveitar as oportunidades e creio que foi isso que fiz ao longo de minha trajetória como empreendedor”, afirma.

Entrevistados:
Baltazar Melo
- Pós-graduado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
-Professor da FGV em cursos de pós-graduação “MBA”.
-Formação em Coaching pelo Integrated Coaching Institute (ICI).
-Médico formado pela UFMG com formação em Tanatologia, especialidade que cuida das perdas.
- Atua na área comportamental desde 1975.
-Consultor em Marketing, Vendas e Atendimento a Clientes.
-Autor do livro “mQr – Melhoria da Qualidade das Relações”
- co-autor dos livros: Paixão pela Venda, CiberDOM, DOM e Cibernética (Editora Luz).
Email: baltazar@bmfca.com.br

Joel Malucelli
- Empresário paranaense
- Fundador do Grupo J. Malucelli no ano de 1966.
- Presidente do Grupo J. Malucelli
- Formado em Economia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pós-graduação em Administração de Empresas FGV.
Email: presidência@jmalucelli.com.br

Paulo Tadeu Graciano
- Economista pela UFPR
- Especializado em Gestão Internacional pela PUC-PR e Empreendedorismo pela Universidade  Positivo.
- Consultor Sênior do Sebrae.
Email:  pgraciano@pr.sebrae.com.br

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Gestão de obras

O profissional responsável pelo gerenciamento de uma obra deve possuir características específicas e saber prever dificuldades

Por: Lilian Júlio

A qualidade final da obra depende de muitas variáveis: orçamento, prazos, planejamento e mão de obra são apenas alguns dos pontos a serem avaliados durante a execução de um projeto. Com tantos pontos a serem levados em conta, é importante que um profissional capacitado em Gestão de Obras se responsabilize por todas as etapas do processo, garantindo assim o bom andamento da operação.

Na construção civil, várias atividades estão entrelaçadas e muitas vezes opiniões diferentes são expressas no canteiro de obras. Para evitar problemas é necessário que o gestor da obra tenha conhecimento de todas as atividades a serem desenvolvidas e também saiba montar um planejamento adequado. Algumas habilidades são fundamentais para o gestor poder fazer um bom trabalho, como organização, liderança, habilidades gerenciais e capacidade de planejamento.

Pedro de Seixas Corrêa

Em resposta à necessidade do mercado de contar com profissionais especializados em gestão de obras várias instituições lançaram cursos de MBA voltados para esta questão. Um deles é o MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil do Instituto Superior de Administração de Negócios da Fundação Getúlio Vargas (ISAN-FGV), cujo coordenador é Pedro de Seixas Corrêa. Em entrevista exclusiva ao Massa Cinzenta, o professor dá dicas de como gerir uma obra com excelência.

Do início ao final da obra, qual é o papel do gestor?
Entendo que o principal papel do gestor da obra é garantir que a construção seja realizada dentro do prazo, respeitando os custos previstos na viabilidade econômico-financeira do empreendimento ou do contrato e atendendo aos padrões de qualidade e desempenho desejados pelo cliente.  Prazo, custo e qualidade são, portanto, as principais variáveis a serem controladas pelo gestor.  E cada uma delas tem enorme influência sobre as demais, ou seja, são interdependentes.  Por exemplo: o eventual atraso em uma das etapas da obra exigirá a recuperação do prazo nas etapas seguintes, o que poderá comprometer os custos e também a qualidade final dos serviços.

Qual é a pessoa mais indicada para se responsabilizar pela obra?
A responsabilidade do gestor da obra não se restringe às questões técnicas.  Em um empreendimento imobiliário, dependendo de seu padrão, os custos de construção variam entre 30% e 60% do valor geral de vendas.  Este percentual é maior nos empreendimentos destinados ao segmento econômico,  como os que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida.  Apesar da maior parcela dos custos incorrer na construção, as definições de produto e projeto que influenciam estes custos não estão nas mãos do gestor da obra.  Este profissional deve ter não apenas conhecimentos técnicos, mas também um amplo conhecimento do negócio como um todo.  Precisa dominar custos, contratos, prazos e ser um bom gestor de equipes.

Quais são as recomendações de postura para o gestor da obra?
Planejamento e criatividade são fundamentais.  Antecipar-se aos problemas, evitando que eles apareçam, ajuda a eliminar futuras dificuldades com prazo e custo – por consequência, também com qualidade.  Estamos passando por um momento muito positivo para o setor de construção, que está bastante aquecido, e uma das maiores preocupações hoje dos gestores de obras é com relação à disponibilidade de recursos.  Felizmente hoje a questão não é mais a falta de recursos financeiros, mas sim a escassez de mão de obra, materiais e equipamentos.  Usei a palavra “felizmente” pois, por cerca de duas décadas, o setor permaneceu estagnado, sem capacidade para atrair investidores, mas isso não significa que podemos relaxar e comemorar o bom momento.  O desafio é muito grande, os gargalos a serem superados (mão de obra, material, equipamentos) exigirão do gestor muito planejamento e também criatividade.  Planejamento para evitar sustos e criatividade para buscar formas diferentes de fazer, de contratar, de comprar, de realizar a construção.

Quais são os problemas mais comuns em gestão de obras que podem ser evitados?
Um dos principais problemas diz respeito à administração de equipes, sejam elas equipes próprias ou de terceiros.  A construção envolve um grande número de atividades, com muitas interfaces entre elas.  Planejar adequadamente as atividades ajuda não apenas a eliminar os gargalos, garantindo a realização dos serviços dentro do prazo, mas também contribui para a redução do desperdício de tempo e de material.  Outro problema diz respeito à contratação de serviços e aquisição de materiais.  Um Cronograma de Suprimentos bem elaborado é uma importante ferramenta de gestão, pois permite antever dificuldades e indicar a adoção de medidas que, mesmo que não garantam a eliminação dos problemas, possibilitem reduzi-los a ponto de não comprometer os prazos e custos assumidos.

Uma obra mal gerida sofre quais dificuldades?
Uma obra sem um gestor competente é uma fábrica de problemas, que tendem a crescer cada vez mais, como uma bola de neve.  Sem um gestor que indique a direção a ser seguida, cada equipe passa a atuar buscando resolver o seu próprio problema, mesmo que isso represente uma dificuldade para as demais equipes.  Outro exemplo de dificuldade é o provocado pela falta de planejamento na aquisição de materiais, que pode gerar atrasos e desperdícios irrecuperáveis.  Há materiais que precisam ser comprados com meses de antecedência, sob pena de não tê-los disponíveis, ou de ter que se pagar um preço bem acima do previsto no orçamento.

Como o gestor deve comandar a obra?
O bom gestor de obra procura antecipar-se aos problemas, evitando que aconteçam.  O bom gestor nunca perde a visão do todo, mesmo quando está envolvido na solução de um pequeno problema.  Ter a visão do todo significa ter completo domínio dos custos e prazos, conhecer muito bem o orçamento e o planejamento da obra.  É fundamental também dimensionar adequadamente as equipes, capacitando seus integrantes e mantendo todos comprometidos com suas metas de qualidade e produtividade.

Que conhecimentos o responsável pela obra precisa ter?
O conhecimento técnico é essencial, mas não é suficiente para qualificar um profissional para se tornar um bom gestor de obras.  Habilidades gerenciais, capacidade de planejamento, organização, liderança, noções de custos, ser um bom negociador, entre outros conhecimentos, são também muito importantes.

Qual é o passo a passo para gerir uma obra?
Entendo que para se capacitar para assumir a gestão de uma obra, antes de tudo, o profissional precisa ter conhecimento total do projeto. É como um executivo que assume a direção de uma empresa e que precisa ter domínio completo sobre a atividade desta empresa.  Somente após ter completo conhecimento sobre o que vai gerenciar é que o gestor tem condições de iniciar o planejamento da obra.  Como elementos fundamentais para a boa gestão de uma obra, em ordem cronológica, acho importante citar:

- Planejamento Físico-Financeiro Detalhado da obra (com base no orçamento e compromissos de prazo assumidos)

- Programação de Aquisição de Materiais e Serviços

- Planejamento Operacional e Logístico da obra (incluindo o planejamento do canteiro, dimensionamento das instalações provisórias, fluxo de tráfego de pessoas e materiais, escolha e dimensionamento de equipamentos de transporte etc)

- Controle e Acompanhamento das Atividades (com medições de indicadores de produtividade, verificação da qualidade dos serviços, eliminação de desperdícios de tempo e materiais)

- Retroalimentação do Planejamento Físico-Financeiro (com a adoção de medidas corretivas visando o cumprimento das premissas de custo e prazo)

Planejamento e controle são muito importantes, mas o controle praticamente não tem valor sem um planejamento adequado.  O conselho que dou ao gestor de obras é que, se por acaso estiver em dúvida sobre o quanto investir em planejamento e controle, não hesite em destinar a maior parte de seus recursos (de tempo e material) ao planejamento. Controlar algo que foi mal planejado é como se limitar contabilizar os problemas, sem se permitir resolvê-los ou, o que seria melhor, evitá-los.
O Massa Cinzenta já publicou outras matérias sobre Gestão de Obras. Saiba mais sobre esse tema nos links abaixo:

Gerenciamento e fiscalização de obras (http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/gerenciamento-e-fiscalizacao-de-obras/)

Improviso é o grande vilão das obras (http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/improviso-e-o-grande-vilao-das-obras/?email=arci53%40gmail.com)

Comunicação vira alicerce da boa construção (http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/comunicacao-vira-alicerce-da-boa-construcao/)

FRASE FINAL: VOCÊ CONCORDA QUE UMA OBRA MAL GERIDA É UMA FÁBRICA DE PROBLEMAS? PARTICIPE E DEIXE SUA OPINIÃO NOS COMENTÁRIOS.

Entrevistado
Pedro de Seixas Corrêa
- Mestre em Sistemas de Gestão pela Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ) e Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- Entre 1991 e 2000 atuou no município do Rio de Janeiro nos setores de orçamento, planejamento e obras da AC Lobato Engenharia, mais tarde Atlântica Empreendimentos Imobiliários.
- Atualmente é sócio-diretor da SEICOR Projetos e Obras Ltda, empresa especializada na coordenação e desenvolvimento de projetos de engenharia e arquitetura, com mais de 20 anos de prestação de serviço para construtoras e incorporadoras de atuação nacional.
- Coordenador acadêmico do MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil na Fundação Getulio Vargas, atua como professor nos cursos de pós-graduação da FGV desde 2001.
Email: pedro.seixas@fgv.br

 
 

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Transformando cana de açúcar em concreto

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos estudam a substituição da areia pelas cinzas de cana de açúcar na produção de concreto

Por: Lilian Júlio
Almir Sales

Há mais de dez anos pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) buscam soluções para substituir matérias como areia e brita na construção civil. Uma das pesquisas desenvolvidas pela instituição descobriu que é possível substituir parte da areia utilizada na produção de concreto e argamassa por cinzas de cana de açúcar. A pesquisa, chefiada pelo professor e engenheiro civil, Almir Sales, será finalizada em março de 2011, mas os resultados até agora indicam que esta pode ser uma boa alternativa na construção civil.

É o fator ambiental a causa de maior preocupação dos pesquisadores. A extração dos agregados naturais, como brita e areia, causa danos irreparáveis ao meio ambiente, e o bagaço da cana de açúcar é um resíduo sem utilidade, que acabava sendo queimado e suas cinzas depositadas em aterros sanitários (anualmente são produzidas cerca de 3,8 milhões de toneladas de cinzas de cana de açúcar pela indústria sucroalcooleira nacional). “Os agregados naturais estão se tornando mais caros, já que a forma de extração desses produtos degrada o meio ambiente”, explica Sales.

Com o setor da construção civil aquecido, a procura por matéria prima também irá aumentar nos próximos anos. A previsão do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) é que os empregos na construção cresçam 8,8% este ano. Esse crescimento preocupa alguns pesquisadores, que temem o alto custo do concreto, que é a principal matéria prima da construção civil. É a lei da oferta e procura, pois quando a demanda por um produto é maior do que a sua disponibilidade o seu preço tende a aumentar. 

A partir dessas constatações o professor Sales começou a pesquisar alternativas para amenizar o problema. “Com a substituição por cinzas de cana de açúcar haverá menor impacto na necessidade de extração de areia natural e, simultaneamente, a diminuição da formação de novos aterros sanitários para depositar esses resíduos no ambiente”, explica o pesquisador.

Pesquisa em andamento

Por ainda não estar finalizada a pesquisa gera algumas dúvidas, como a resistência e durabilidade do concreto com cinzas de cana de açúcar em sua composição. “As vantagens e desvantagens só poderão ser apresentadas ao final dos estudos, com a análise comparativa desse concreto com o convencional”, afirma o professor Sales. Mas os resultados preliminares são animadores na questão da resistência do material. “Para um teor de substituição de 30% a 50% houve um incremento de até 15% na resistência à compressão, mostrando que o concreto com cinzas de cana de açúcar é mais resistente do que o com areia”, revela o engenheiro.

Apesar das boas constatações iniciais, o estudo ainda está sendo feito em escala laboratorial e é preciso aguardar o resultado final para verificar se o produto é ideal para o mercado – o que só acontecerá no próximo ano. “O custo final, por exemplo, só poderá ser aferido ao final da pesquisa”, analisa Sales. Se os resultados confirmarem que a substituição é viável os pesquisadores entrarão em outra fase para levar o produto adiante. “Aí precisaremos de investimentos de empresas ou instituições públicas para passar para uma escala de produção”, afirma Sales.

Entrevistado:

Almir Sales
- Docente e orientador no Curso de Pós-Graduação em Engenharia Urbana e no Curso de Pós-Graduação em Construção Civil da Universidade Federal de São Carlos.
- Líder do grupo de pesquisa intitulado Grupo de Estudos em Sustentabilidade e Ecoeficiência em Construção Civil e Urbana.
Email: almir@ufscar.br

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