Normando Baú assume a presidência do Sinduscon-PR
Engenheiro civil estará à frente da entidade a partir de 2011 e comenta suas principais ações
Por: Michel Mello

O novo presidente do Sindicato das indústrias da Construção do Estado do Paraná (Sinduscon-PR) é o engenheiro civil, Normando Baú. Ele toma posse no dia 1º de janeiro de 2011 e promete uma gestão participativa para atender a todos os associados. Entre uma reunião e outra, Normando concedeu uma entrevista para o Massa Cinzenta e falou dos principais desafios da sua gestão.
>> Qual é a expectativa do Sinduscon-PR em relação à valorização dos imóveis?
Normando Baú: Acredito que o mercado continuará demandando por imóveis. É o que as nossas pesquisas indicam. Sempre haverá espaço para a construção civil, até porque temos um déficit em relação às habitações no país. Porém, o preço é uma questão relativa. A tendência é que os preços acompanhem os custos. Temos para o ano que vem o aumento do salário mínino, que impacta diretamente nos custos com mão de obra. Os materiais serão também reajustados para acompanhar os preços do mercado. Porém, os custos não aumentarão por especulação, mas sim para acompanhar a demanda.
>> O que podemos esperar dessa nova gestão do Sinduscon-PR?
NB: Temos duas linhas, basicamente. A primeira trata de atender as expectativas dos nossos associados, que será, é claro, a nossa principal demanda de atenção. Trataremos de suas necessidades e interesses. Temos – e isso já foi implantado em gestões anteriores – um modelo de gestão por demanda. Isto significa que os objetivos dos associados serão tratados de forma conjunta e objetiva por essa administração. E na segunda linha, de um modo geral, trataremos de combater a burocracia que é o maior entrave ao setor e acontece nas esferas municipais e estaduais, em processos de licenciamentos. Já na esfera nacional, trabalharemos com a Confederação Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que já prevê para o ano fiscal de 2011/2012 a escassez de recursos oriundos das poupanças. É nesse sentido que vamos agir.
>> E como combater essa burocracia?
NB: O caminho eu acredito é o casamento entre o mercado imobiliário e o mercado de capitais, feito através de certificações e securitizações que ainda não foram utilizadas de maneira bastante ampla. E isso precisa ser feito em uma escala maior, como é caso de São Paulo, que tem um forte mercado de capitais atrelado ao de imóveis. Para que desse modo, possamos atrair recursos da classe média.
>> E como ficam os programas de habitação?
NB: Com a eleição da presidente Dilma Rousseff, que já sinalizou a continuidade dos Programas Habitacionais de Interesse Social (HIS), como o Programa Minha Casa Minha Vida 2 (PMCMV 2) e em obras e infraestrutura como o Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), esperamos que não faltem recursos do FGTS e de outros fundos.
>> Qual o objetivo da sua gestão?
NB: Um dos principais objetivos dessa gestão será o de promover o treinamento e a qualificação da mão de obra e, desse modo, suprir a falta de profissionais nos canteiros de obra no estado. Não falta apenas mão de obra, mas sim mão de obra qualificada, especializada. Então promoveremos treinamentos e parcerias nos canteiros de obras.
>> Quais ações serão desenvolvidas?
NB: Em nosso modelo de gestão participativa, os vice-presidentes das áreas trabalharão em uma postura pró-ativa para com os prestadores de serviços e associados. Promoveremos reuniões mensais, visitas técnicas, eventos e palestras de forma que tenhamos mais dinâmica e agilidade nessa gestão.
>> Como aumentar a produtividade da cadeia da construção?
NB: As indústrias estão com a sua capacidade plena ou quase plena de produção. Hoje em dia a palavra-chave é planejamento de obras e ações. Os prestadores de serviços, as construtoras e os fornecedores de materiais precisam estar em sintonia em um mesmo cronograma. E isso precisa ser feito hoje para que em 2011 as obras no Paraná não parem. Pretendemos explorar mais as tecnologias disponíveis. Com o dólar mais controlado desenvolveremos novas tecnologias em maquinário e sistemas construtivos também. Vamos racionalizar para tornar os canteiros de obra mais limpos e sustentáveis.
>> Qual é a sua mensagem como presidente do Sinduscon-PR?
NB: A mensagem que eu deixo às indústrias e aos empresários do setor da construção é de que não tenham medo de investir. E investir, principalmente, em qualificação de mão de obra, em materiais e tecnologias e nas próprias empresas. Pois, o horizonte para as indústrias da construção se mostra bastante positivo. Traremos uma gestão competitiva e bastante produtiva.
>> Entrevistado:
Normando Baú
>> Currículo
- Graduado em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
- Pós-graduado em educação financeira pela Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e de Administração Professor de Plácido e Silva (FCECAP).
- Presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PR).
- Câmara Estadual da Indústria da Construção - PR (CEIC-PR)
- Presidente Sindicato da Indústria da Construção Civil - PR (Sinduscon-PR), Gestão 2011/2013.
>> Contato: normandoabau@bauconstrutora.com.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Concurso Habitação para Todos: Casas térreas
Projeto vencedor na categoria enfocou a felicidade, o bem-estar na qualidade de vida dos moradores
Por: Michel Mello

O Concurso Nacional de Projeto de Arquitetura de Novas Tipologias para Habitação de Interesse Social Sustentáveis (HIS Sustentáveis), premiou em primeiro lugar na categoria de Unidade Unifamiliar Térrea, ou simplesmente casas térreas, o projeto número 03 da equipe do escritório 24.7 Arquitetura, de Campinas (SP). O grupo é formado pelos arquitetos Giuliano Pelaio, Gustavo Tenca e Inacio Cardona, que conversaram com o Massa Cinzenta.
Para o arquiteto Gustavo dos Santos Corrêa Tenca, um dos idealizadores do projeto, “o maior desafio foi a busca por uma solução lógica e racional capaz de demonstrar que a qualidade de uma habitação não deve corresponder apenas ao padrão econômico de uma determinada classe social, mas sim, aos conhecimentos técnicos do seu momento histórico, rompendo um paradigma antigo e dominante de que as casas populares devem ser marcadas pela simplicidade de suas construções”.
Esse concurso é fruto de uma parceria entre o Instituto dos Arquitetos do Brasil, seção São Paulo (IAB-SP), e da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) e teve por objetivo fomentar a produção de projetos arquitetônicos em diferentes categorias habitacionais na esfera pública estadual.
Projeto

Um dos diferenciais do conceito vencedor foi a concepção de um projeto bioclimático que, além de considerar a felicidade e o bem-estar dos futuros moradores, enfocou a qualidade de vida. Isto significa que, além de um bom sistema natural de ventilação dos edifícios, é necessária uma alta inércia térmica, ou seja, um pequeno efeito de estufa que ocorre no interior da residência através da radiação solar direta em áreas envidraçadas e de uma correta orientação para o norte.
O projeto se aproveita ao máximo dos recursos naturais, tais como o sol (para esquentar a casa), o vento (para refrescar e regularizar a alta umidade) e a água da chuva (para regar o jardim e descarga do banheiro).
Na parte externa foi utilizada uma pintura a base de cal virgem que permite a troca de calor através da própria alvenaria. Outro ponto importante é que foram utilizadas telhas termoacústicas do tipo sanduíche, aumentando o desempenho e o conforto para essas habitações.
O projeto consiste na idealização de uma casa compacta que possa dar mais liberdade aos seus moradores, inclusive, com espaços livres dentro de suas dependências sem deixar de lado a qualidade visual e volumétrica. A preocupação com a fachada, a identidade, a heterogeneidade e a descompactação do tradicional modelo da casa retangular foram pontos chaves na elaboração dessa proposta.
A modularidade imposta pelo sistema construtivo é visto como um fator muito positivo, já que se eliminam os resíduos sólidos da construção, otimizando o tempo de construção. De fato, o simples e tradicional método construtivo permite que os próprios usuários possam construir mais da metade da residência sem a mão de obra especializada.
Casa
A residência consiste em um conceito reduzido, que foi resolvido a partir de dois blocos estruturais lineares interligados por um terceiro bloco com funções distintas. Um módulo para os dormitórios e o banheiro, outro para a área de serviços (cozinha e lavanderia) e um terceiro - de ligação - que abriga a sala de refeições e a sala de estar.
Existem dois tamanhos de habitação. O primeiro, com dois quartos, foi pensado para abrigar quatro habitantes e tem 53,10 m² de área. E o outro, com três quartos, foi planejado para seis habitantes e possui área de 61, 65 m².
O concurso foi pensado para obras públicas executadas pela CDHU do estado de São Paulo. Um dos critérios estabelecidos é a taxação do metro quadrado. Para a categoria de casas térreas o valor do m² fica entre R$ 950,00 a R$ 1.150,00 Com isso os valores ficam:
a) 53,10 m² = R$ 56 mil no total; e
b) 61,65 m² = R$ 63 mil no total.

Giuliano Pelaio, um dos arquitetos da equipe, garante que “o formato alongado e estreito visa garantir a iluminação e radiação direta total dos ambientes da casa, já que, de acordo com a inclinação do sol para a latitude das cidades do estado de São Paulo, o formato quadrado ou retangular de certas dimensões impossibilitaria o alcance da luz em toda a sua extensão. O mesmo terreno, com as mesmas dimensões, foi pensado para abrigar a casa de dois e três dormitórios, prevendo, assim, a expansão de mais um dormitório da menor habitação (53,10 m²), em caso de crescimento do número de integrantes da família”.
O conceito fundamental das residências parte de uma modulação simples de 0,90 m. Essa ideia surge a partir de um estudo sobre um denominador comum que pudesse atender tanto as necessidades da construção como as necessidades básicas de acessibilidade. As habitações foram construídas com blocos estruturais nos módulos de 0,90 m, o qual é usado quando se utilizam blocos estruturais de concreto da família 29 (29 x 14 cm). Além disso, a modulação de 0,90 m permite acessibilidade ao cadeirante, que pode realizar um deslocamento ideal no interior da residência.
Opinião dos moradores
Pelaio acrescenta: “Acreditamos que a qualidade dos espaços projetados influencia diretamente na qualidade de vida e bem-estar dos ocupantes e foi assim que procuramos trabalhar. Contamos com a opinião de moradores do atual sistema habitacional do CDHU e estivemos dispostos a ouvir e compreender a respeito das atuais carências, problemas, necessidades, preocupações e anseios, a fim de desenvolver um trabalho com a aprovação do usuário final”.
A equipe do projeto trabalhou em conjunto com a CDHU e aplicou questionários e entrevistas com moradores de outros conjuntos habitacionais do estado de São Paulo. Entre as várias questões colocadas pelos moradores estava a necessidade de segurança nas casas. “Uma demanda dos moradores é que o projeto fosse fechado com muros. Outro ponto curioso foi que muitos desses moradores apontaram a necessidade de ter uma lavanderia coberta para poderem lavar as roupas a noite”, destaca Tenca.
Layouts
Os moradores podem intervir e criar os mais diferentes tipos de layouts externos em suas residências de acordo com as necessidades de cada família. O mais importante é que, mesmo tendo a mesma concepção, cada casa pode ter uma identidade visual totalmente diferente. As fachadas podem ser facilmente modificadas, se alteradas as cores da caixa d’água e núcleo central e os elementos de fechamento frontal utilizados na frente da lavanderia. “Esses itens são suficientes para se conseguir diferenciar uma casa da outra, mudando o aspecto de que todas as casas são exatamente iguais”, afirma Gustavo Tenca.
Paradigmas e rompimentos
Inacio Cardona defende que, “o projeto também rompe como paradigma de que habitações de programas habitacionais precisam ser todas iguais de forma hegemônica. A ideia de rompimento da monotonia causada pela repetição em grande parte do atual sistema de habitação de interesse social no Brasil, nos fez pensar na possibilidade de diferentes identidades que as casas poderiam alcançar”.
É consenso entre os autores que “os atuais padrões de habitação popular são feitos de modo rápido e com má qualidade. Essas unidades habitacionais podem ter uma rápida construção, porém também podem ser sinônimo de baixa qualidade e baixo desempenho”, assegura Tenca.
Cardona acerta que, “os espaços podem ser iluminados naturalmente, com ventilação constante e pátios internos que procuram aumentar a qualidade de vida dos moradores. Desejamos que não exista a criação de guetos em periferias e sim a ocupação de vazios urbanos centrais, compactando as cidades”.
Pelaio defende “a minimização dos gastos com a manutenção das residências, por isso devemos escolher sempre materiais resistentes, de boa qualidade e de longa vida útil. E não pensar somente nos lucros oriundos da economia de materiais. Como é caso de muitos programas habitacionais que são feitos atualmente”.
Interessa? Confira a sequência dos projetos vencedores do Concurso Nacional de Projeto de Arquitetura de Novas Tipologias para Habitação de Interesse Social Sustentáveis (HIS Sustentáveis) nas próximas edições do Massa Cinzenta Itambé.
Deixe sua opinião sobre o projeto.
Veja também:
http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/concurso-habitacao-para-todos/
>> Entrevistados:
Gustavo Tenca
>> Currículo
- Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).
- Cursou a Escuela Técnica Superior de Arquitectura da Universidad de Sevilla, em Sevilha, Espanha.
Giuliano Pelaio
>> Currículo
- Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-Campinas.
- Pós-graduado em Sistemas Tecnológicos e Sustentabilidade Aplicados ao Ambiente Construído pela Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG).
- Master em Arquitetura Sustentável na cidade de Valência, Espanha, pela Asociación Nacional para la Vivienda del Futuro (ANAVIF).
Inacio Cardona
>> Currículo
- Graduado em Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas.
- Cursou a School of Architecture da Oklahoma State University em Stillwater - OK, EUA.
>> Contato: 24.7arquitetura@gmail.com
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
A maior Árvore de Natal interativa do mundo
Um dos ícones de São Paulo, a ponte Octávio Frias de Oliveira, a ponte estaiada, foi transformada em uma bela Árvore de Natal. Veja os detalhes na matéria
Os moradores de São Paulo já podem ver e admirar o presente de Natal que a prefeitura deu à cidade. Esse é o segundo ano consecutivo, que um dos maiores ícones de São Paulo, a ponte Octávio Frias de Oliveira, também conhecida como ponte estaiada, é transformada na maior Árvore de Natal interativa e iluminada do mundo, capaz de conectar a população ao verdadeiro espírito natalino e atrair turistas de todo o país.
A decoração pode ser vista por cerca de 8 mil motoristas a cada hora, isso porquê o número correspondente à capacidade de tráfego nas duas pistas da ponte, localizada na zona sul da capital paulista.
A Ponte Iluminada Telefônica vai mostrar durante todas as noites como está o “estado de espírito” da cidade através de cinco animações diferentes. A população pode escolher em que ritmo a capital está pulsando e qual sentimento geral através de uma votação no hotsite: www.telefonica.com.br/ponteiluminada.
Além disso, os internautas poderão personalizar um cartão de Natal animado, customizado com a mensagem e as cores da ponte desejadas para enviar via web para quantas pessoas quiser.
Mais de 40 mil clusters de LED compõem a iluminação especial em forma de pinheiro gigante, com 138 m de altura e 70 m de largura. Parte dos clusters de LED foi instalada no centro e, este ano, também no topo da ponte, para a realização de sequenciais de luz sincronizados com os estais. Esta tecnologia traz uma intensidade luminosa muito superior a de lâmpadas normais, com um consumo de energia cerca de 90% menor, podendo ser vista a mais de 3 km de distância. Por meio de uma técnica que regula a intensidade das luzes, a árvore brilhará em diversas cores, formando imagens natalinas em movimento.
Fonte: Prefeitura da cidade de São Paulo – Secretaria de Turismo
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
PELT 2020: Modal Ferroviário
Paraná precisa investir na malha viária para desenvolver a economia
Por: Michel Mello
As ferrovias se apresentam como um modelo rápido, eficaz e econômico para o transporte de diversos tipos de cargas. A falta de investimentos em infraestrutura, como centros de distribuição e logística e linhas ferroviárias, comprometem o crescimento da economia do estado. O Plano Estadual de Logística e Transportes (PELT 2020), desenha ações estratégicas em intervenções intermodais de desenvolvimento para o Paraná nos próximos dez anos. São eles: modal rodoviário e modal hidroviário (já tratados em edições anteriores do Massa Cinzenta), além do modal ferroviário e do modal aeroviário. Tratam-se de obras em infraestrutura e transportes necessárias ao fortalecimento da economia paranaense.
Essa lacuna, remonta a anos de descaso e falta de investimentos no estado. Reflete, também, a falta de políticas nacionais para o setor ferroviário. Ficam as questões: por que não investir em modelos mais econômicos de transporte de cargas, desenvolver setores estratégicos da economia no estado e ainda reduzir a pressão sobre as rodovias?

Para o especialista em ferrovias, Antonio Pastori, “a falta de investimento em ferrovias reflete a falta de vontade dentro das políticas nacionais de transporte. Mesmo que se fale em Ferrovias Leste – Oeste, Ferrovia Norte – Sul, Transnordestina e Trem-Bala Rio – São Paulo, esses projetos ainda não são suficientes para um país com as dimensões continentais, como é o Brasil”.
Pastori destaca ainda as vantagens das ferrovias:
• São economicamente viáveis, mais baratas em termos de construção e custos;
• São transportadas muito mais cargas com 1 l de óleo diesel;
• Tem maior segurança e menos risco de acidentes;
• É sustentável, pois produz menos poluição;
• A capacidade de carga de uma locomotiva equivale a 300 caminhões.
“Com os recursos que serão investidos no Trem-Bala Rio – São Paulo, algo em torno de R$ 34 bilhões, poderíamos redimensionar e repontecializar todo o sistema ferroviário brasileiro. Além de melhorar todos os trens do país. E não apenas ligar Rio de Janeiro a São Paulo”, afirma o especialista.
Para Antonio Pastori: “Acredito que a escolha pelo modelo rodoviário de transporte seja fruto de um grande lobby que parte desse setor, mas a opção mais desenvolvimentista e que melhor se enquadra em nossas necessidades é ainda a opção por trens”.
Locomotivas

O sistema ferroviário é composto por locomotivas movidas a óleo diesel, vagões de carga e malha ferroviária. No estado do Paraná, 25 % de toda a movimentação das cargas é feita através de ferrovias. Esse número representa o escoamento da safra do agronegócio até o Porto de Paranaguá, além do transporte de insumos e produtos da indústria paranaense. O Paraná está em melhor situação se comparado ao estado de São Paulo, onde apenas 10% do volume de cargas é transportado no modal ferroviário. No entanto, esse número ainda não é suficiente para atender a demanda do estado.
Ferrovias
Existem dois ramais ferroviários no Paraná, são eles: a estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste), com 248, 6 km de extensão entre as cidades de Cascavel e Guarapuava; e as linhas da América Latina Logistíca (ALL), no sentido norte – sul, e que liga o Paraná com São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ambas possuem bitolas métricas.
A malha ferroviária brasileira tem 29,3 mil quilômetros, que são operados por 11 concessionárias. O que predomina são os transportes de minério de ferro, que responde por 66% do total das cargas, e de soja e farelo, com 10% do total.
A estrada de Ferro Paraná Oeste pertence a uma empresa de sociedade mista que está subordinada à Secretaria de Estado dos Transporte (SET-PR). No sentido leste, a ferrovia escoa principalmente grãos de soja, milho e trigo, farelos e contêineres com destino ao Porto de Paranaguá. Com direção ao interior do estado são transportados insumos agrícolas, adubos, fertilizantes, cimento e combustíveis.
A ALL opera uma concessão para o transporte das cargas na malha sul, que envolve os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do trecho estadual da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), por um período de 30 anos de serviço. São aproximadamente 2.100 km de malha ferroviária sob a responsabilidade da ALL no estado.
O Paraná possui cerca de 2.350 km de ferrovias em operação. Para atender a atual demanda do estado, o PELT 2020 prevê a necessidade de mais 600 km em obras ferroviárias, isso sem contar o crescimento econômico esperado para os próximos anos.
PELT 2020
O Plano Estadual de Logística de Transporte, o PELT 2020, trata do desenvolvimento intermodal para o estado do Paraná. O Plano foi concebido pelo Conselho de Engenharia e Arquitetura do Estado do Paraná (Crea-PR), Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado do Paraná (Sicepot-PR), o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) juntos com o Sistema da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), e propõe linhas de desenvolvimento para o estado durante os próximos 10 anos.
Intervenções necessárias
O PELT prevê intervenções necessárias e propostas para trechos ferroviários em diversos pontos do estado. As principais ações são:
• Contorno ferroviário de Curitiba – Construção de uma variante ferroviária o que desviaria o tráfego de trens da área urbana de Curitiba;
• Novo trecho Guarapuava - Paranaguá – Implantação de um traçado alternativo, passando pelas cidades de Irati e Lapa;
• Ligação Foz do Iguaçu - Cascavel – Construção de um novo trecho com 170 km de extensão;
• Trem de alta velocidade Curitiba – São Paulo.
Também são necessárias obras de unificação das bitolas em todo o país, além do fomento de trens de passageiros com linhas operando em nível nacional. Essa alternativa de transporte se apresenta como uma opção de turismo e desenvolvimento do setor ferroviário.
No Brasil, o modal ferroviário apresentou um crescimento de 20,63% entre os anos de 1996 e 2000. Esse número é ligeiramente maior ao crescimento da produção de transporte do país no mesmo período, que foi de 19,96%. Logo, se percebe um crescimento, ainda que pequeno, na participação relativa às ferrovias na matriz de transportes brasileira.
>> Entrevistado
Antonio Pastori
>> Currículo
- Mestre em Economia pela Universidade Cândido Mendes (UCAM).
- Contabilidade pela Pontifícia Universidade Católica de Petrópolis (PUC- Petrópolis).
- Economia pela UCAM.
- Membro do Movimento de Preservação Ferroviário (MPF).
- Analista de Projetos do Departamento de Transportes & Logística do BNDES.
>> Contato: acdpastori@gmail.com
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Reutilização de materiais na construção
Oportunidades de reuso e reciclagem de materiais da construção podem se mostrar como soluções sustentáveis
Por: Michel Mello

A reutilização de materiais na construção civil trata de transformar os resíduos das obras, normalmente encarados como entulhos e caliça, em produtos comerciais que possam ser novamente utilizados. Com isso, criar oportunidades de reuso e reciclagem que se traduzam em sustentabilidade social e ambiental.
Quase todas as atividades desenvolvidas pelo setor da construção civil geram resíduos como caliça e entulhos. Isto se deve aos altos índices de perdas durante o processo construtivo e à falta de uma cultura de reutilização e reciclagem no país.
No Brasil, em média 50% de todo o material desperdiçado, o que representa por volta de 850 mil toneladas de entulho por mês, é depositado sem critério em lixões ou aterros sanitários. O Reino Unido produz cerca de 53 mil toneladas/ano e o Japão pode ser considerado uma referência em reaproveitamento, com apenas 6 mil toneladas/ano.
A prática de reuso e reciclagem pode ser encarada do ponto de vista da viabilidade econômica para revenda desses materiais. Outra destinação é servir de sub-base para pavimentos de vias de menor tráfego e em aterros sanitários para a conservação das estradas. Já existem iniciativas de usinas de reciclagem desses materiais nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Resultados do reaproveitamento
As vantagens ambientais do reaproveitamento estão em reduzir as matérias-primas bases dos materiais de construção, abater a quantidade de lixo em aterros sanitários e diminuir o volume de detritos e resíduos da construção. Estas ações, com certeza, diminuirão a poluição das cidades.
Conceitos
• Reuso – significa reprocessar e reinstalar materiais sem remanufatura;
• Reciclagem – é a completa remanufaturação onde se produz outro elemento construtivo a partir de uma peça já existente; e
• Downcycling – é o reprocessamento completo de outro produto diferente da origem e que possui menor qualidade.
Problemas
Um dos problemas enfrentados quando se fala em reuso de materiais de construção reside no fato de que esses produtos não foram concebidos para serem desmontados. Considerando que desconstruir leva de duas a dez vezes mais tempo que demolir, isso reflete a falta de técnicas para essa prática no país.
A demolição seletiva ainda não é praticada comercialmente no Brasil, isso significa que temos que incentivar a reciclagem de forma sustentável a partir de uma nova cultura de sustentabilidade, de mão de obra especializada e da armazenagem correta dos materiais.
Para o professor, Wilson Jesus da Cunha Silveira, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutor em engenharia de materiais, “a reutilização de materiais é, na verdade, aproveitar materiais de demolição em edificações novas. Isso pode dar um bom aspecto à construção”. Confira a seguir entrevista completa com o especialista.
>> A resolução 307 do CONAMA vem de fato sendo cumprida?
Wilson Jesus da Cunha Silveira: As normas técnicas e resoluções de órgãos ambientais sempre sofrem certa resistência na sua aplicação por parte dos usuários bem como toda inovação. Normalmente, somente indústrias exportadoras as respeitam devido às exigências dos importadores, de acordo com as Normas ISO 9000 e ISO 14000. Empresas que não respeitam os códigos e normas não conseguem exportar.
>> Como transformar resíduos das obras em produtos comerciais?
Wilson: Essa produção pode ser feita com pequenas máquinas, principalmente as trituradoras que transformam o resíduo em pó. Depois é só misturar com um pouco de aglomerante, que transforma o material resultante em uma argamassa utilizada para diversos usos.
>> A que se deve os altos índices de perdas de materiais nas obras?
Wilson: Principalmente aos projetos, que não são concebidos de forma racionalizada, ou seja, para aproveitamento otimizado dos materiais. Essa utilização se faz nos projetos executivos, específicos para a obra, feitos depois da aprovação do desenho nos órgãos públicos. Os desenhos executivos sobrepõem os projetos de instalações, planos estruturais e plantas da edificação, com as vedações que podem ser alvenarias, painéis ou chapas. O que tem resolvido bastante a redução de desperdício em obras é a industrialização, que retira os serviços do canteiro, transferindo-os às indústrias e agregando qualidade pelo uso de mão de obra especializada.
>> É possível reutilizar materiais nos canteiros de obras e evitar a produção de caliça e entulhos?
Wilson: O canteiro de obras reproduz os planejamentos de obra feitos nos projetos executivos. Hoje se pode empreitar esses serviços com material e mão de obra mais baratos que executados no canteiro.
>> Por que a técnica da desconstrução ainda não é utilizada no país?
Wilson: Desconstrução é um conceito de projeto e é usado por muitos profissionais. Somente agora os construtores, engenheiros e arquitetos estão se conscientizando da necessidade de uma formação complementada com mestrados e doutorados para aprofundar conhecimentos. Parece-me que o termo desconstrução está sendo usado de maneira equivocada. Reaproveitar é esquecer os conceitos antigos de simetria, proporção e elaborar um projeto sem preocupações de alinhamento, esquadro e prumo.
Entrevistado
Wilson Jesus da Cunha Silveira
>> Currículo
- Arquiteto Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- Mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
- Doutorado em Engenharia de Produção pela UFSC.
>> Contato: wilson@arq.ufsc.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Concretagem da base do silo de clínquer da linha 3
Novo silo terá a capacidade de armazenamento de 56 mil toneladas de clínquer
Por: Michel Mello
A Concrebras realizou nos dias 12, 13 e 14 de novembro a maior concretagem da sua história. A obra foi a base do silo de clínquer da linha 3 de produção de cimento na fábrica da Cia. de Cimento Itambé, em Balsa Nova (PR). O diâmetro da base é de 44,50 m, com altura de 2 m, e o volume de concreto lançado foi de aproximadamente 3.200 m³, com 300 toneladas de aço.
Foram usadas duas centrais para ao fornecimento do concreto, uma na própria fábrica, no município de Balsa Nova; e outra na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). A logística contou com 17 caminhões betoneira.

Paulo Bressani, coordenador da área civil da linha 3, afirma que, “o sucesso dessa grande concretagem – que é uma das maiores já feitas pelas empresas envolvidas – está associada ao bom planejamento e detalhamento de todas as atividades que foram feitas com bastante antecedência. Começamos a pensar essa obra com dois meses do prazo”.
A concretagem foi realizada a partir de três bombas lança que trabalharam, simultaneamente, sem parar, lançando o volume médio aproximado de 65 m³/h. A obra teve a participação de cerca de 200 funcionários, entre ajudantes, pedreiros, carpinteiros, eletricistas, mecânicos, motoristas, operadores, técnicos e engenheiros.
Volume
A base do silo de clínquer está apoiada sobre 232 estacas com 1 m de diâmetro por 19,5 m de profundidade, sendo que cada estaca pode suportar uma carga de 470 toneladas. “Ao final da concretagem, este silo da linha 3 terá a capacidade de armazenamento de 56 mil toneladas de clínquer e deve estar pronto para entrar em funcionamento no primeiro trimestre de 2012. Servirá aos fornos das linhas 2 e 3, ainda com a possibilidade de atender uma nova linha 4”, conclui Bressani.
Logística
Fator importante na logística desta concretagem foi a não utilização de gelo, que normalmente é usado em grandes massas de concreto, permitindo assim agilidade no processo de mistura e de lançamento.
Planejamento
A preocupação com os detalhes técnicos dessa concretagem evidencia e destaca o planejamento antecipado. Foram dois meses programando o evento que contou com equipamentos de terraplenagem para manutenção das vias de concretagem, equipamentos de levantamento de cargas, geradores de energia no caso de corte de fornecimento de eletricidade e algumas tendas para proteger os trabalhadores no caso de chuva.
As empresas Bianco e Unidec, ambas do setor de tecnologia, prestaram auxílio em controle tecnológico, estudos técnicos, confirmação dos traços e corpo de provas, além da equipe de técnicos da Concrebras e da Itambé que estiveram presentes. A Serpal Engenharia e Construtora foi a empreiteira contratada para o serviço.
Concrebras

Para Jorge Christófolli, gerente de desenvolvimento técnico da Cia. de Cimento Itambé - Divisão Concreto – Concrebras, “a principal preocupação foi a temperatura gerada na hidratação do cimento, que não poderia ultrapassar o limite de 64°C. Como a estrutura, um bloco dodecaedro com 44,50 m de diâmetro e altura de 2 m, tinha de ser concretado sem juntas frias, a obra teve de ser executada continuamente”, ressalta Christófolli.
Para o gerente: “Uma das dificuldades foi estabelecer a espessura das camadas e a distribuição das bombas de lançamento para que não fosse lançado concreto fresco sobre um concreto já endurecido. Outro ponto importante foi a formulação do concreto, que tinha de ser concebida visando a menor geração de calor possível”.
Christófolli ressalta que, “essa condição foi atingida com o uso de cimento tipo CP IV-32 POZ – com baixo calor de hidratação –, de adição mineral de sílica ativa, aditivos superplastificantes e plastificante polifuncional”.
Tempo de concretagem

O tempo de concretagem foi de 49 horas, sendo lançados 65 m³/hora. A temperatura de lançamento do concreto ficou na ordem de 23°C devido à baixa temperatura ambiente entre 10°C, durante a noite; e 26°C durante o dia. Devido à estocagem prévia de cerca de mil toneladas de cimento CP IV- 32 nos silos da Itambé, esse material já se encontrava presente no local da obra.
O monitoramento das temperaturas no interior do bloco foi feita com o uso de 10 termopares posicionados em pontos estratégicos e com leituras a cada 10 minutos. O pico térmico ocorreu 72 horas após a concretagem no ponto central do bloco à uma altura de 1,30 m, registrando o valor de 56,5°C.
Números da concretagem
Concreto: 3.200 m³ do concreto fck 30 MPa, a partir de três bombas de concreto e duas centrais dosadoras
Cimento: tipo CP IV-32 POZ
Brita: 2.600 m³
Areia: 2.400 m³
Viagens: 398 viagens de caminhão betoneira com 8 m³
Caminhões: 20 caminhões betoneira
Funcionários: 200 envolvidos em dois turnos contínuos
Entrevistados:
Jorge L. Christófolli
Currículo
- Engenheiro civil pela Faculdade de Engenharia de São Paulo (FESP - SP).
- Pós-graduado em patologia das construções pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
- Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
- Gerente de Desenvolvimento Técnico da Cia. de Cimento Itambé – Divisão Concreto – Concrebras.
Contato: jorge@concrebras.com.br
Paulo Bressani
Currículo
- Graduado em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
- Coordenador da área civil da linha 3.
Contato: paulo.bressani@cimentoitambe.com.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Morar Mais por Menos 2010 Curitiba
Ambientes planejados trazem soluções sustentáveis e acessíveis
Por: Michel Mello
A Mostra Morar Mais por Menos que tem por título desse ano: “O Chique que Cabe no Bolso” vem se consolidando como conceito em arquitetura e urbanismo que oferece ambientes acessíveis com sofisticação. O desafio principal dos arquitetos que fazem parte da mostra é apresentar soluções econômicas, sustentáveis e que possam inspirar os visitantes a fazerem boas escolhas, aliando estilo e custo-benefício.
O evento acontece em Curitiba (PR), entre os dias 27 de outubro até 28 de novembro, e apresenta uma preocupação sustentável com o meio ambiente e um estímulo às inovações tecnológicas e construtivas em design de interiores.
Conceito
A ideia dos arquitetos Francisca Cury e Léo Pletz, este ano, é mostrar mais possibilidades de ambientes reais que possam ser totalmente aplicáveis em residência, e antenados com as demandas e as inovações do mercado.
São 54 espaços montados nas áreas internas e externas, que foram criados por mais de 70 profissionais da região. Na mostra, os visitantes podem conhecer ambientes residenciais, espaços corporativos e galerias de arte. Entre os destaques está um apartamento dentro dos padrões do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida (PMCMV).
Diferencial
Como aconteceu nas edições anteriores – e é um dos diferenciais desse evento – o que torna a Morar Mais por Menos sucesso de público é a contínua defesa da transparência e do respeito aos consumidores. Assim, em todos os ambientes da mostra existe um quadro descrevendo detalhadamente os itens utilizados na decoração, com os respectivos fornecedores e preços.
Sobre a mostra
O evento nasceu na cidade do Rio de Janeiro e hoje está presente em Curitiba, Salvador (BA), Recife (PE), Brasília (DF), Goiânia (GO), Natal (RN), Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES). O conceito inovador atrai um número cada vez maior de visitantes. A mostra cativa pelas suas soluções que trazem o design de interiores acessível e criativo. Seguindo uma linha genuinamente brasileira, os ambientes são batizados com nomes em português.
Inovação
Uma das inovações que tem feito bastante sucesso junto ao público é o ambiente criado pelo arquiteto Vinicius Trevisan: a sala de estar com lareira. Esse ambiente foi escolha do arquiteto e aplica conceitos de sustentabilidade e praticidade em ambientes residenciais. Isso, sem perder a sofisticação e o bom gosto.
“Escolhemos um ambiente em que a sustentabilidade se destacasse com um ponto fundamental. Foi feito utilizando um material que estava disponível, fácil de trabalhar e que permitisse criar uma peça moldável com peças geométricas – o bloco de concreto”, afirma o arquiteto.
Sustentabilidade
“Criamos peças, vasos para plantas com blocos de concreto revestidos que foram forrados com coadores de café e envernizados com esmalte incolor. Esses blocos eram rejeitos de outras obras. O concreto continua presente e se apresenta como um bom material”, ressalta o arquiteto.
Vinicius ainda destaca: “Esse painel de blocos de concreto surpreendeu, pois já foram encomendados por 12 pessoas e os desenhos são exclusivos. Veja: são materiais que iam pra caçamba e nós conseguimos reutilizá-los e torná-los ainda bastante atraentes”.
“Vale destacar que as prateleiras da sala de estar também são reutilizadas. A madeira empregada nas prateleiras é feita com restos de caixas de cimento de obras”, conclui o arquiteto.
Serviço
Mostra Morar Mais por Menos “O Chique que Cabe no Bolso”
De 27 de outubro a 28 de novembro
Rua Pedro Foltran, 100 – final da Rua Euclides da Cunha – Curitiba (PR)
(41) 3019.6894
Terça-feira a Sexta-feira, das 15h às 21h
Sábado, das 14h às 21h
Domingo e feriados, das 14h às 20h
Valor do Ingresso: R$ 20,00 – Meia-entrada: maiores de 60 anos e estudantes R$ 10,00
Entrevistado
Vinicius Trevisan
Currículo
- Arquitetura e urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
- Parcheggio e Comércio – Universitá dell’Architettura – Ferrara Itália.
- Especialista em Paisagismo e Meio Ambiente, pela PUCPR.
- Especialista em Desenvolvimento Regional e Urbano, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Contato: arquiteto@viniciustrevisan.com.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Racionalização construtiva
Método prevê a racionalização dos processos que envolvem toda a cadeia produtiva da construção
Por: Michel Mello
A racionalização construtiva é um método de gestão que envolve mais do que técnicas e sistemas construtivos. Esse processo diz respeito, principalmente, aos aspectos de organização da cadeia da produção e que vai desde a concepção do projeto, execução até os sistemas de qualidade e gestão da obra.

O engenheiro civil, Luiz Sérgio Franco, professor titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Epusp) que desenvolve essa técnica dentro e fora de sala de aula e também é um dos sócios diretores da Arco Assessoria em Racionalização Construtiva, aconselha: “para um gestor de obras obter sucesso em termos de custos e execução, precisa ter um planejamento claro e definido já na fase de projeto, ou seja, nas primeiras decisões acerca daquilo que se pretende como resultado. E pensar nas tarefas que virão pela frente”.
Procedimentos
“A partir de um estudo preliminar é possível organizar toda a cadeia produtiva e dessa maneira conseguir informações e bons resultados com decisões mais acertadas desde o anteprojeto, estrutura, subsistema e instalações até o desenvolvimento arquitetônico da obra. Com o uso das ferramentas de gestão da tecnologia e da gestão da informação os projetos arquitetônicos têm melhores resultados”, afirma o engenheiro.
Para Franco, muitos problemas relativos a sistemas construtivos no país não são falhas dos sistemas, mas sim da forma como as empresas do setor da construção, construtoras, incorporadoras e fornecedores de material encaram a administração de recursos e de pessoal.
O professor Luiz Sérgio afirma que “quando falamos em processos de organização, logo pensamos também em processos de industrialização e isso representa uma ruptura na forma de produzir. Muitas empresas ainda estão presas a modelos ineficientes e desorganizados e isso precisa mudar, até mesmo para trazer mais lucro e resultados para essas empresas”.
Vantagens
A cultura da racionalização construtiva pode ser incorporada em qualquer momento dentro de uma empresa. E trata-se de uma visão estratégica de longo prazo que pode ser aplicada a diversos setores.
PMCMV
“Especialmente em se tratando das obras do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC I e PAC II), do governo federal, em que as margens de lucro são bastante pequenas principalmente aqueles empreendimentos de zero a três salários mínimos, se as construtoras não fizerem uma gestão precisa e eficiente e empregarem os fundamentos da racionalização construtiva, o volume grande de erro pode representar um alto custo”, ressalta Luiz Sérgio.
Dicas
• Observar os processos e identificar as falhas que são sistêmicas;
• Procurar as causas das falhas que estejam associadas a modelos de gestão;
• Combater a desorganização em projetos e canteiros de obras; e
• Introduzir processos tecnológicos em métodos de execução mais eficientes.
Entrevistado
Luiz Sérgio Franco
Currículo
- Engenheiro civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PoliUSP).
- Mestre em engenheiro civil pela PoliUSP.
- Doutor em engenharia civil pela PoliUSP.
- Professor e pesquisador da PoliUSP, atuando na área de Tecnologia da Construção de Edifícios, Racionalização e Alvenaria Estrutural e de Vedação.
- Sócio diretor da Arco Assessoria em Racionalização Construtiva, especializada em projetos de vedação vertical, alvenaria estrutural e revestimentos.
Contato: contato@arco.eng.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Concurso habitação para todos
A iniciativa do IAB-SP e CDHU pretende fomentar projetos de habitação de interesse social sustentáveis no país
Por: Michel Mello
Desenvolver a qualidade estética e promover novos projetos sustentáveis para as Habitações de Interesse Social (HIS), esse foi o mote do concurso “Habitação para todos - Concurso Nacional de Projeto de Arquitetura de Novas Tipologias para Habitação de Interesse Social Sustentáveis”. A promoção é fruto de uma parceria entre o Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento São Paulo (IAB-SP) e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU).
Os trabalhos vencedores serão prontamente contratados pela CDHU para a construção de conjuntos habitacionais nas cidades de São Paulo, Botucatu, Piracaia, Laranjal Paulista e dois empreendimentos em Itapecerica da Serra.
A avaliação dos trabalhos foi realizada por um júri formado por profissionais do IAB e da CDHU, onde foi observada a viabilidade econômica, a sustentabilidade, a urbanidade e as soluções de acessibilidade. O primeiro lugar em cada uma das categorias recebeu um prêmio de R$ 50 mil e o segundo lugar R$ 25 mil.
Categorias
Os projetos foram avaliados em seis categorias diferentes:
1) casas térreas;
2) casas escalonadas;
3) sobrados;
4) edifícios de três pavimentos;
5) edifícios de quatro e cinco pavimentos; e
6) edifícios de seis e sete pavimentos.
Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento São Paulo
Para a presidente do IAB-SP, Rosana Ferrari, “o instituto foi procurado pela CDHU por ter credibilidade e condições de realizar esse concurso”. A partir da assinatura de um Protocolo de Intenções entre CDHU e IAB-SP, foi elaborado um contrato de parceria com base na Lei de Licitação. “Pois, esse concurso é uma modalidade de licitação e o IAB-SP recomenda que se realizem concursos ao invés de contratação”, afirma a presidente.
“O Termo de Referência definiu as bases das seis tipologias integrantes do concurso. No total foram 18 prêmios: seis prêmios de 1º lugar; seis prêmios de 2º lugar e seis menções honrosas. Foram 111 projetos inscritos. Desses, 61 projetos realmente concorreram à premiação”, destaca Rosana.
CDHU
Para o engenheiro e diretor técnico da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), João Abukater Neto o “principal mérito deste concurso foi a participação de 61 escritórios de arquitetura, que envolveram inúmeros profissionais na concepção dos projetos. Agora, esperamos que este resultado seja compartilhado com estudantes, arquitetos e todos os interessados no desenvolvimento de alternativas para a construção de habitações de interesse social sustentável. A próxima etapa será colocar em prática os seis projetos vencedores e esperamos fazer isso o mais rápido possível".
Critérios
Os critérios para a escolha dos projetos vencedores foram: projeto, planilha de custos e a conformidade com o edital definido pelo Termo de Referência. Além de especificações técnicas, estéticas e de sustentabilidade.
NBR 15.575
Antecipando a entrada em vigor da ABNT NBR 15.575, que trata do desempenho térmico e acústico das edificações de até cinco pavimentos, uma das preocupações deste concurso foi a de premiar iniciativas que trouxessem maior qualidade e desempenho na execução e nos materiais utilizados atendendo à Norma para as construções das Habitações de Interesse Social (HIS) na busca por melhores condições de moradia.
Índia
Outros países já buscam essas tecnologias desenvolvidas no concurso. A presidente do IAB-SP afirma que “arquitetos indianos têm procurado conhecer as iniciativas premiadas e as soluções arquitetônicas desenvolvidas no Brasil para a utilização nestes países”.
Coletânea de projetos
Todos os 61 projetos que concorreram no concurso serão publicados em uma coletânea, um livro sobre esses projetos a ser lançado em dezembro de 2010 pelo IAB-SP e CDHU. “Essa é uma iniciativa inédita no país e temos que divulgar esses projetos”, destaca Rosana.
Interessa? Saiba mais sobre cada um dos projetos nas próximas edições do Massa.
Resultados
GRUPO 1 – CASAS TÉRREAS
1º Lugar – Projeto 3
Autores: Gustavo dos Santos Corrêa Tenca, Giuliano Augusto Pelaio, Inácio Cardona e Érica Cristina Rodrigues Souza.
2º Lugar – Projeto 1
Autor: Adriana Blay Levisky
2º Lugar – Projeto 3
Autores: Maria Stella Boechat Cordeiro, Peter Malaga e Martin Lukac.
GRUPO 2 – CASAS ESCALONADAS
1º Lugar – Projeto 1
Autores: Augusto Aneas, Fernão Morato e Guilherme Gambier Ortenblad.
GRUPO 3 – SOBRADOS
1º Lugar – Projeto 11
Autor: Carlos Cesar Arcos Ettin
2º Lugar – Projeto 1
Autores: Carolina Neuding Afif Domingos, Kelly Lorenzetti Tiroli, Leonardo Nakaoka
GRUPO 4 – EDIFÍCIOS DE 3 PAVIMENTOS
1º Lugar – Projeto 2
Autores: Monica Drucker e Ruben Otero
2º Lugar – Projeto 1
Autores: Pascoal Mario Costa Guglielmi, Pedro Ribeiro Guglielmi e Eugenio Amodio Conte.
GRUPO 5 – EDIFÍCIOS DE 4 PAVIMENTOS
1º Lugar – Projeto 11
Autores: Gregory Bousquet, Carolina Bueno, Olivier Raffaëlli e Guillaume Sibaud.
2º Lugar – Projeto 12
Autora: Letícia Pezzin Fiebig
GRUPO 6 – EDIFÍCIOS DE 6 E 7 PAVIMENTOS
1º Lugar – Projeto 3
Autores: Lucas Fehr, Mario Figueroa e Daniel Bonilha.
2º Lugar – Projeto 7
Autor: Alter Smith, Sylvain Gasté, Romain Rousseau e Franck Biron
Entrevistados:
Rosana Ferrari
Currículo
- Arquiteta pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).
- Especialista em Urbanismo Moderno e Contemporâneo pela pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas.
- Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB, Departamento São Paulo.
Contato: presidente@iabsp.org.br, arquiteta.jundiai@rosanaferrari.com.br
João Abukater Neto
Currículo
- Formado em Engenharia civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PoliUSP).
-Diretor técnico da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU).
Contato: imprensa@cdhu.sp.gov.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Complexo Viário Padre Adelino
Viaduto em arco estaiado com selas será o novo símbolo arquitetônico da cidade de São Paulo
Por: Michel Mello

A estrutura do viaduto estaiado Padre Adelino que está sendo erguida na av. Salim Farah Maluf pretende ser o novo símbolo da arquitetura da capital paulista. A obra é executada pela Construbase, através da coordenação da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras (Siurb). O viaduto fará a ligação dos bairros Tatuapé e Anália Franco com Belém e Mooca, o que deve melhorar o fluxo viário da Radial Leste.
Esse viaduto faz parte do Complexo Viário Padre Adelino que envolve mais outras duas obras: o viaduto Catinguá/ Belém e a ampliação de duas faixas e a reforma do viaduto Pires do Rio, também na Radial Leste. Com a construção desse complexo viário, serão retirados os semáforos do trecho o que influenciará todo o trânsito da região, inclusive a Marginal do Tietê.
Custo da obra
O custo total da obra, que inclui todo o complexo viário, a construção do viaduto estaiado, a reforma e recuperação do viaduto Pires do Rio e a ampliação das faixas da Radial Leste, estão, até agora, estimados em R$ 114 milhões. A obra tem previsão de ser inaugurada no primeiro semestre de 2011 e gera 320 empregos diretos.
Sistema de selas

O sistema empregado no viaduto é conhecido como selas passíveis de manutenção de estaiamento. O método escolhido foi o balanço sucessivo construído a partir do vão central, isso em virtude da menor interferência no fluxo do tráfego da av. Salim Farah Maluf. A partir da construção de um pilar central foram executadas as lajes. São dois vãos com 61 m cada, o que totaliza o total de 122 m de comprimento.
O pilar central em forma de arco é maciço com selas que permitem a passagem dos estais de fixação. Esses estais são travados ao mastro com cabos por toda a lateral do viaduto. O sistema é utilizado em maior escala fora do país, porém, por aqui, já existem obras com o método de balanço sucessivo.
Todo o projeto, estrutura, bem como seu cálculo estrutural seguiram as recomendações do Post-tensioning Institute (Recommendations for stay cable design, testing and installation).
A escolha pelo sistema de selas ao invés de outros sistemas de estaiamento se deu em virtude da necessidade de construção de um pilar central de tamanho menor com 43 m de altura. Essa tecnologia é mais indicada para mastros maciços, mostrando a racionalidade construtiva que embasa toda a obra.
Esconsidade
As dificuldades da construção do viaduto foram, além do espaço limitado, a esconsidade do viaduto em relação ao pilar central. Esconsidade é um termo técnico que ocorre quando um eixo longitudinal do viaduto não forma ângulo reto com o eixo longitudinal do obstáculo a ser transposto. Os estais e também as lajes do viaduto Padre Adelino estão esconsos em média 10˚.
Protótipo
Antes de iniciar a construção a Construbase fez um protótipo do mastro central em escala. Esse processo permitiu que fossem testados todos os procedimentos para a execução das selas e corrigidos eventuais problemas e procedimentos antes da obra.
Fundação
Para a fundação foram construídos dois tubulões de 1,40 m de diâmetro em cada uma das extremidades do viaduto e oito tubulões de 1,60 m de diâmetro no vão central, no total foram 16 pilares. Esses tubulões são com ar comprimido em razão do nível da água estar próximo ao nível da av. Salim. A profundidade é de 20 m na fundação. E esse aspecto da construção fez com que fossem necessários a utilização de blocos protendidos.
Torre
Após a fundação estar pronta, foram construídos os pilares até a altura de 7 m de onde iniciam as lajes. Com o travamento da laje superior a 3 m de altura foi iniciada a construção da torre de 33 m de altura. O mastro foi realizado em 12 etapas, a cada 2,5 m de altura, foram colocadas formas trepantes inclinadas e concretadas que apoiavam o segmento anterior.
Selas
A instalação das selas foi por dentro do pilar, passando o estal por dentro de travas removíveis, chamadas de tubo guia ou camisa metálica, que são concretados no mastro. Esse procedimento garante a manutenção das selas, sua substituição ou remoção. Os cabos passam por dentro da peça de concreto em arco e são fixados em ambos os lados do viaduto.
Tabuleiro
Com o mastro pronto foram construídos os tabuleiros em balanço sucessivo a partir de duas longarinas de 1,50 m de largura e dois passeios com 2 m cada um. Duas muradas de 0,40 m para defesa e um leito carroçável de 12,50 m. Num total de 20,30 m de largura. O balanço sucessivo foi moldado in loco. A aduela de disparo foi construída com 14,4 m de comprimento, com 7,2 m para cada lado e dela foram concretadas 10 aduelas típicas de 5 m cada.
Arcos
Em cada lado do arco da ponte serão instalados 20 “estais”, cada um deles formado por 48 cordoalhas de cabos de aço. A durabilidade aproximada dos “estais” é de 100 anos. Em caso de acidentes, os estais poderão ser trocados, pois a estrutura do viaduto permite sua manutenção sem a necessidade de interdição da via para reparos.
Siurb
A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras respondeu por meio de seus assessores técnicos à equipe do Massa Cinzenta.
>> Por que utilizar um protótipo do mastro central?
Siurb: Pela complexibilidade da estrutura do mastro central, houve recomendação da projetista de verificar na escala 1:1 a posição dos ângulos formados pela sela com relação à armação, forma e concreto com traço experimental para estudo das retrações.
>> Comente a escolha do uso do sistema de selas?
Siurb: A escolha de selas foi para permitir que os cabos passassem pelo mastro central, sem interrupção, indo de uma ponta a outra do viaduto.
>> Que características possuem o balanço sucessivo que justificaram essa escolha?
Siurb: Vencer grandes vãos sem interferência no transito da av. Salim Farah Maluf, pois havia pouco espaço no canteiro central da via.
>> Foi realmente construído à noite? Em caso afirmativo que tipo de mudanças em termos de gestão de obras tiveram de ser implementados no canteiro?
Siurb: Alguns serviços, como a concretagem, foram feitas no período noturno por exigência técnica da projetista para evitar efeitos indesejáveis de retração do concreto. Houve implementação da segurança da obra, bem como equipes noturnas de sinalização e iluminação.
Ficha Técnica
Construção: Construbase engenharia.
Projeto: Bit Engenharia.
Acompanhamento técnico: Enescil Engenharia.
Controle de qualidade: Studio De Miranda – Milão.
Volume de concreto: 4.500 m³
Aço e cordoalhas: 700 t
Extensão: 122 m
Altura do mastro: 43 m
Custo total: R$ 114, 7 milhões.
Entrevistado
Assessoria da Secretaria de Obras
Contato: lmaynard@prefeitura.sp.gov.br

