Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade bate recorde de inscrições com projetos que transformam o setor da construção
A 25ª edição do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade alcançou um marco inédito, com 101 inscrições de projetos que propõem soluções inovadoras e sustentáveis para a construção civil. Desse total, 69 foram na categoria Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, e 32 na categoria Pesquisa Acadêmica.
O número reflete o crescente interesse pelo avanço tecnológico e ambiental no setor. “Esse recorde comprova a relevância do prêmio e do alinhamento dos projetos aos pilares da industrialização e modernização da construção civil”, celebra Dionyzio Klavdianos, vice-presidente de Inovação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Com o tema “O futuro chegou: vamos construir juntos a mudança”, o prêmio é promovido pela Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT) da CBIC. Ele busca reconhecer e difundir soluções que impactam positivamente a construção civil. “Nosso objetivo é incentivar a adoção de novas tecnologias e práticas sustentáveis, fomentando a competitividade e evolução do setor no Brasil”, explica Klavdianos.
Categorias reformuladas e subcategorias

Crédito: ASCOM/CBIC
Nesta edição, a organização do prêmio revisou as categorias para melhor representar o estágio de desenvolvimento dos projetos. A principal novidade foi a inclusão das subcategorias Prova de Conceito, Protótipo e Mercado na área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. “Essa estrutura permite uma avaliação mais justa e detalhada, considerando o nível de maturidade das propostas”, afirma. Apesar do sucesso, ele destaca a necessidade de ajustes em subcategorias como Mercado, para fortalecer a avaliação em edições futuras.
Destaque para projetos acadêmicos
A categoria Pesquisa Acadêmica também chamou atenção pelos avanços apresentados. Com 32 projetos inscritos, entre Trabalhos de Conclusão de Curso, Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado, os resultados surpreenderam a comissão avaliadora. "Os projetos acadêmicos demonstraram grande evolução e uma conexão clara com as necessidades do setor produtivo", avalia Klavdianos.
Uma das novidades mais marcantes foi a criação da categoria especial “Inovação, Sustentabilidade e Solidariedade”, que premiou o projeto Argamassa Blindada, material à prova de balas ou tiro de armas, criado por um jovem engenheiro estudante da COPPE UFRJ, sensibilizado pelo drama que assola notadamente as famílias mais pobres do RJ, vítimas a todo instante de balas perdidas. Desenvolvida por Gustavo Corbelli Camilôto, que também é membro da CBIC Jovem, a proposta surgiu para minimizar os impactos da violência urbana, especialmente em comunidades do Rio de Janeiro. “É uma tragédia que não deveríamos aceitar, mas, como ocorre, a engenharia pode oferecer soluções para reduzir os danos”, comenta.
Vencedores e reconhecimento
Entre os projetos premiados, destacam-se iniciativas como o Poliframe, na subcategoria Prova de Conceito, que busca soluções para resíduos, e o HTB Ewood, na categoria Protótipo, que apresenta novas tecnologias para engenharia e construção. Na votação popular, o Sistema PavPlus 2.0, que une sustentabilidade e eficiência na pavimentação, recebeu o maior número de votos.
Projeto Construção 2030
O Prêmio CBIC também contribui diretamente para o Projeto Construção 2030, que tem como pilares a inovação aberta e a industrialização do setor. "Os projetos inscritos este ano demonstraram uma convergência natural com os objetivos do Construção 2030, evidenciando o compromisso da comunidade com o futuro sustentável da construção civil", reforça Klavdianos.
O recorde de inscrições e a qualidade dos projetos apresentados na 25ª edição do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade confirmam o potencial transformador da construção civil brasileira. Para Klavdianos, o evento não é apenas uma celebração, mas um passo essencial para o futuro do setor. “Estamos construindo um legado de inovação e sustentabilidade que beneficiará toda a sociedade”, conclui.
Entrevistado
Dionyzio Klavdianos é vice-presidente de Inovação da CBIC e presidente da pela Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT), responsável pela realização do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade.
Contato: ascom@cbic.org.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Primeiro prédio residencial carbono neutro do Brasil é inaugurado em Curitiba
Em 2024, foi inaugurado em Curitiba (PR) o Árten, o primeiro edifício multirresidencial carbono zero do Brasil. O prédio adotou diversas medidas para minimizar a emissão de gases de efeito estufa, tanto na construção quanto em sua operação futura.
Localizado na região do Juvevê, o Árten é um empreendimento residencial de alto padrão. Ele conta com oito andares e 34 apartamentos, distribuídos em 5.845 m² de área construída. Com quatro opções de plantas, os apartamentos variam de 86 m² a 175 m². O empreendimento é das incorporadoras HIEX e ALTMA.
Com VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 40 milhões, o empreendimento foi inaugurado com 80% das unidades vendidas.
Desafios no planejamento e na construção do Árten

Crédito: Divulgação
Um dos principais desafios do Árten está relacionado ao terreno, em função da geometria dele, que tem uma testada desproporcional ao comprimento da área. “Isso nos instigou a buscar soluções que garantissem a boa disposição das unidades em um projeto sustentável”, explica Gabriel Falavina Dias, sócio-fundador e diretor executivo da incorporadora ALTMA.
As inspirações para a arquitetura arrojada do Árten vieram de projetos: um do arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels e o outro do franco-suíço Le Corbusier.
“O resultado foi uma arquitetura com inteligência construtiva, que utiliza o conceito TETRIS, permitindo compor as unidades tipo duplex com sobreposições, como acontece no jogo, em que os blocos de diferentes formatos são ‘girados’ e encaixados. É um formato que traz sustentabilidade para o projeto, porque amplia o coeficiente de aproveitamento dos espaços, reduzindo o número de corredores e alcançando a máxima área construída útil”, afirma Dias.
Sustentabilidade na obra
Na etapa de planejamento do Árten, foi traçado um plano de gestão de resíduos que priorizou a segregação e o reaproveitamento no próprio canteiro. “Metais e madeiras foram enviados para reciclagem, e os fragmentos de tijolos e cerâmicas foram triturados e utilizados como agregados para base de pisos ou enchimento de fundações”, relata o sócio-fundador e diretor executivo da incorporadora ALTMA.
A gestão eficiente da obra desviou dos aterros sanitários mais de 107 toneladas de resíduos, o que corresponde a 156 caçambas.
O cálculo das emissões do Árten incluiu o combustível consumido no transporte de matérias-primas e estruturas até o canteiro de obras. Para minimizar o impacto ambiental dos deslocamentos e estimular a economia regional, foi dada preferência a fornecedores locais. Como resultado, 40% das empresas e indústrias selecionadas estão localizadas em um raio de até 200 km do empreendimento.
O saldo de emissões da obra, calculado em 2.640 toneladas de CO2, já está sendo compensado por meio da manutenção dos estoques de carbono de uma área de Mata Atlântica, em reserva ecológica situada no Litoral do Paraná.
Benefícios para os moradores: eficiência energética e hídrica
Desde o início do projeto, em 2019, o planejamento foi aprimorado para garantir máxima eficiência, culminando na conquista do selo PROCEL Edifica. Adicionalmente, seguiu-se um rigoroso checklist de boas práticas que contribuiu para a significativa redução do impacto ambiental da construção.
O projeto do Árten incluiu diversas soluções sustentáveis com impacto nas emissões durante o uso do empreendimento após a entrega. Entre as iniciativas de eficiência energética e hídrica, foi implantado no edifício um sistema fotovoltaico para abastecimento das áreas comuns, equipado com sensores de presença e lâmpadas de LED.
A redução do consumo de água e energia nas áreas comuns deve ser significativa devido aos sistemas de captação e reaproveitamento de água da chuva, utilizados para irrigação automatizada dos jardins suspensos, conforme Dias.
Nos apartamentos, foram instalados os sistemas Ecoclick – que permite o desligamento remoto de interruptores e lâmpadas – e o sistema de banho inteligente com recirculação de água, que possibilita o acionamento do aquecimento dos chuveiros por smartphones. Os metais hidrossanitários também possuem controle de vazão, reduzindo o desperdício. “A iluminação LED de baixo consumo, o isolamento térmico eficiente e a integração de fontes de energia renovável, com painéis solares, representam economia mensal nas contas de luz do condomínio e de cada unidade”, destaca Dias.
Além das contas reduzidas, o sócio-fundador e diretor executivo da incorporadora ALTMA ressalta que os itens de sustentabilidade agregam valor ao imóvel, oferecendo ao consumidor benefícios econômicos adicionais por meio da valorização imobiliária.
Lições do primeiro edifício carbono zero
De acordo com Dias, a principal lição do primeiro edifício carbono zero foi a importância do planejamento integrado desde a concepção do empreendimento. “Vimos que todos os projetistas devem ser envolvidos no processo para alcançarmos os melhores níveis de eficiência e acertarmos na seleção dos materiais”, comenta.
Outro aprendizado foi sobre a importância de incentivar que os próprios moradores adotem práticas sustentáveis que reduzam as emissões com o uso do edifício. “No Árten, as soluções de conforto térmico, como ventilação cruzada e esquadrias termoacústicas, devem diminuir o uso de climatizadores. E, no manual do proprietário, os moradores receberam a orientação de optar por modelos de ar-condicionado com fluído de baixo GWP (Potencial de Aquecimento Global). Outro exemplo é o sistema de ‘banho inteligente’, que reduz o desperdício da água dispensada no chuveiro até que a temperatura ideal seja alcançada. No Árten, a recirculação da água pode ser acionada por aplicativo, ou seja, o morador liga o chuveiro e já pode entrar, sem necessidade de esperar aquecer”, conta o sócio-fundador e diretor executivo da incorporadora ALTMA.
Entrevistado
Gabriel Falavina Dias é engenheiro civil formado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), sócio-fundador e diretor-executivo da incorporadora ALTMA.
Contato
Assessoria de imprensa: roberta.canetti@bombai.com.br
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Marina Pastore - DRT 48378/SP
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Egito cria cidade futurista no deserto

Crédito: Dar al-Handasah Shair & Partners
Há cerca de 45 quilômetros a leste do Cairo, no Egito, uma nova cidade está surgindo. Trata-se da Nova Capital Administrativa (NAC), conhecida como "The Capital Egypt", um projeto de desenvolvimento urbano transformador em andamento no país.
O plano diretor conceitual da Nova Capital Administrativa (NAC) foi apresentado em 2015 pela Skidmore, Owings & Merrill LLP (SOM). Em construção desde 2016, a cidade é parte de uma série de megaprojetos grandiosos do presidente Abdel Fattah el-Sisi, destinados a impulsionar a economia do país. Segundo Khaled Abbas, presidente da Administrative Capital for Urban Development (ACUD), empresa responsável pelo projeto, a primeira fase está quase concluída. Em fevereiro de 2024, a ACUD concedeu ao escritório Dar al-Handasah Shair & Partners um contrato para o planejamento mestre das Fases 2, 3 e 4 da Nova Capital Administrativa.
Como será a Nova Capital Administrativa (NAC)?
Situada em uma das regiões mais estratégicas do país, entre o Cairo e Suez, a Nova Capital Administrativa tem como objetivo criar uma "Cidade Inteligente do Amanhã". Isto significa apostar na sustentabilidade e em tecnologias avançadas, como forma de impulsionar o potencial econômico do país e aliviar a congestionada cidade do Cairo.
De acordo com a ACUD, a nova capital está projetada para abrigar cerca de 6,5 milhões de pessoas, uma vez que o distrito administrativo contará com mais de 30 novos ministérios e empregará uma força de trabalho de 55.000 funcionários.
O plano diretor da cidade apresenta uma combinação diversificada de usos residenciais, administrativos e recreativos, além de uma ampla gama de comodidades. A NAC contará com um novo distrito administrativo governamental, um bairro diplomático, um distrito cultural, 21 bairros residenciais e um novo aeroporto.

Crédito: Dar al-Handasah Shair & Partners
No centro do plano está o Green River Park, também conhecido como Central Park. De acordo com o escritório Dar al-Handasah Shair & Partners, o parque foi projetado como um “oásis urbano de 10 quilômetros”, combinando elementos naturais e artificiais, com uma variedade de jardins históricos, atividades de lazer e paisagismo ecológico. Este parque contempla jardins representando três eras da história egípcia (Faraônica, Clássica e Islâmica).
Em termos de transporte e infraestrutura, a NAC será conectada ao Cairo por meio de um recém-criado monotrilho e contará com infraestrutura inteligente e sistemas de gestão de energia.
Progresso da construção
Desde o seu início, o projeto tem avançado em etapas, com a primeira fase focada na expansão das áreas periféricas da capital atual, abrangendo 168 km² de desenvolvimento. Essa etapa inclui a construção de estruturas governamentais, diplomáticas e administrativas essenciais, preparando o terreno para o influxo populacional subsequente. De acordo com a ACUD, nas fases seguintes, a nova capital será expandida para 700 km², conectando-se à zona do Canal de Suez.
Até 2023, 14 ministérios e entidades governamentais já haviam se mudado para a Nova Capital Administrativa. Em março de 2024, mais de 1.500 famílias já haviam se mudado para a cidade, e esse número deve chegar a 10.000 até o final do ano, segundo Khaled Abbas.
Construções diferenciadas
Um dos projetos mais impressionantes da Nova Capital Administrativa é a Oblisco Capital Tower, planejada para atingir a altura de 1 quilômetro. Quando concluída, será uma das estruturas mais altas do mundo. Inspirada nos antigos obeliscos egípcios, essa torre combinará espaços residenciais, comerciais e hoteleiros, simbolizando a ambição do Egito de liderar em inovação arquitetônica e desenvolvimento global.

Crédito: Dar al-Handasah Shair & Partners
O Distrito Central de Negócios será o coração comercial da nova capital, adotando "princípios de cidade inteligente e sustentável". Entre os destaques do projeto está a Iconic Tower, um arranha-céu de 385 metros de altura que foi finalizado em 2024 e se tornou a torre mais alta da África.
Outro projeto significativo é a nova sede do Ministério da Defesa, conhecida como "The Octagon". Este edifício está destinado a se tornar um dos maiores complexos ministeriais de defesa do mundo, projetado em forma octogonal e equipado com instalações militares e de segurança de última geração.
O governo aprovou, em dezembro de 2024, uma proposta para criar o Museu 30 de Junho na Nova Capital Administrativa. O museu apresentará imagens, documentos e filmes que destacam a revolução de 30 de Junho, a rejeição ao governo do Gabinete de Orientação e o apoio das forças armadas ao povo. Além disso, homenageará os mártires do exército e da polícia com biografias e artefatos.
Fontes
Administrative Capital for Urban Development (ACUD)
Escritório Dar al-Handasah Shair & Partners
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Itambé é a primeira cimenteira do Brasil certificada na ISO 50001

Crédito: Divulgação
Em dezembro de 2024, o Parque Industrial da Cia. de Cimento Itambé, juntamente com a Rio Bonito Soluções Ambientais e a Mineração Rio Bonito, receberam a certificação ISO 50001, junto à Global Certification System. Após oito meses dedicados à implementação do Sistema de Gestão de Energia (SGE), a Itambé conquistou o marco de se tornar a primeira cimenteira brasileira a receber esse reconhecimento.
“A ISO 50001 é uma norma internacional de gestão de energia, publicada pela Organização Internacional de Normalização (ISO). Ela fornece uma estrutura para que as organizações otimizem seu desempenho energético, reduzam custos e minimizem seu impacto ambiental. Muito mais do que a implementação de um sistema de gestão, a certificação da ISO 50001 representa uma mudança cultural na utilização de energia que impacta todos os colaboradores da Cia.”, explica Israel Wisniewski Vaz, gerente técnico e de coprocessamento da Cia. de Cimento Itambé.
O gerente destaca dois pilares importantes desta certificação para o Grupo Itambé:
- Redução de custos, considerando que cerca de 70% dos custos totais da Cia. estão relacionados às energias térmica e elétrica; e
- Reforçar o compromisso da Cia. com políticas sustentáveis nas esferas econômica, social e ambiental.
Processos para obter a certificação
Um sistema de gestão completo teve que ser criado e implementado para atender aos requisitos que a norma ISO exige, de acordo com Vaz. “Procedimentos corporativos, de gestão, de operação, técnicos, de qualidade e de legislação foram criados e implementados, e os colaboradores foram treinados. Por representar uma mudança cultural na utilização de energia, que impacta todos os colaboradores da Cia., também foram realizadas palestras, eventos e campanhas de conscientização para que essa mudança cultural fosse alcançada”, relata.
O maior desafio foi o prazo para a implementação. “Em média, uma organização leva cerca de 18 meses desde a implementação do sistema de gestão até a certificação. Nós levamos apenas 8 meses. Esse prazo recorde só foi possível devido aos recursos e apoios fornecidos pela Diretoria e à capacidade técnica das pessoas que faziam parte do comitê de implementação. Outro grande desafio foi a mensuração das produtividades e dos consumos específicos de nosso processo produtivo, considerando a robustez e os elevados volumes de produção diários”, informa o gerente técnico e de coprocessamento.
Benefícios da certificação da ISO 50001
Para Vaz, a principal motivação para buscar esta certificação foi a sustentabilidade da Cia. perante o mercado e a sociedade, considerando o elevado custo com energias térmica e elétrica, somado à crescente demanda por práticas sustentáveis que beneficiem o meio ambiente e a sociedade. “Na prática, com o sistema de gestão implementado, reduz-se o consumo específico de energia, beneficiando economicamente a Cia., assim como diminui a emissão de gases de efeito estufa, beneficiando o meio ambiente e a sociedade”, pontua.
Entrevistado
Israel Wisniewski Vaz é gerente técnico e de coprocessamento da Cia. de Cimento Itambé.
Contato: Israel.vaz@cimentoitambe.com.br
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Entenda como as empresas do setor podem adotar as práticas de ESG e as desvantagens de ficar para trás

Crédito: Envato
A sigla ESG (Environmental, Social and Governance), que em português significa Ambiental, Social e Governança, consolidou-se como uma das principais tendências globais. Mais que um modismo, o ESG molda estratégias de negócios e promove a sustentabilidade no longo prazo. No setor da construção civil, sua implementação é imperativa, dado o impacto ambiental, social e econômico dessa indústria.
O ESG foi formalizado em 2004, mas ganhou destaque após a pandemia do COVID-19. "É uma metodologia que atua na gestão de riscos, na geração de oportunidades e na criação de valor a longo prazo", explica Silvia Elmor, especialista em ESG e auditora líder no tema.
Para a construção civil, que tem sido apontada como uma das maiores consumidoras de recursos naturais e emissoras de gases de efeito estufa, o ESG vai além da sustentabilidade ambiental. Ele abrange um projeto eficiente de recursos, a saúde e segurança da força de trabalho e os impactos comunitários de novos empreendimentos. “Não é mais uma questão de se as empresas devem adotar critérios ESG, mas quando o farão para não perder competitividade”, afirma.
Como aplicar os pilares do ESG
1. Ambiental
O pilar ambiental exige que as empresas da construção civil integrem práticas sustentáveis em todas as etapas, desde a escolha de materiais até a gestão de resíduos. Fábio Ramos, diretor geral da Plenno Arquitetura e especialista em ESG no ramo imobiliário, destaca que “a neutralização de carbono é relevante, mas é preciso também seguir regras locais, como as de poluição visual”.
2. Social
Mais do que inclusão social e diversidade, o pilar social exige compromisso com acessibilidade e segurança. Ramos ressalta a importância de atender à ABNT NBR 9050, que regula a acessibilidade em edificações. “A acessibilidade vai além de rampas ou corrimões. É uma questão de segurança e autonomia para todos”.
3. Governança
A governança é essencial para garantir transparência e gestão de riscos. Empresas precisam de políticas claras, conformidade com regulações e engajamento da alta liderança. “É um movimento top-down, que depende do apoio da liderança para ser legítimo”, afirma Silvia.
Benefícios para empresas que adotam ESG
Empresas que integram ESG em sua estratégia colhem diversos benefícios. Entre as vantagens, destacam-se o aumento da produtividade, fidelização de clientes, melhora na reputação e acesso a crédito mais competitivo. Além disso, 87% dos consumidores brasileiros preferem marcas sustentáveis, e 70% estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços com práticas ESG”, orienta Silvia.
Por outro lado, empresas que ignoram a agenda ESG enfrentam sérias desvantagens. Além de perderem acesso a financiamentos e licitações públicas, correm o risco de ficar fora do mercado. “Fatores ambientais, sociais e de governança estão se tornando critérios mandatórios em contratos", alerta.
Ramos acrescenta que práticas superficiais de ESG podem ser vistas como greenwashing, prejudicando a credibilidade da empresa. "Aplicar ESG em sua plenitude não deveria ser um diferencial, mas uma obrigação".
ESG: o caminho inevitável
Por isso, adotar práticas ESG na construção civil não é apenas uma resposta às demandas de investidores e consumidores, mas também uma forma de assegurar a longevidade das empresas. “O ESG é a sexta maior onda de inovação e guiará os mercados pelos próximos 25 anos", assegura Silvia.
Empresas que investem em ESG hoje estão construindo um futuro mais sustentável, inclusivo e próspero. A questão não é mais se é preciso adotar a metodologia, mas como começar.
Entrevistados
Silvia Elmor é consultora, palestrante, co-idealizadora da DESGN – estúdio de inovabilidade, é especialista em ESG pela International Association for Sustainable Economy (IASE - Londres), auditora líder ESG com base na ABNT PR 2030:2022, pós-graduada em Direitos Humanos e Responsabilidade Social Corporativa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); pós-graduada em Marketing Estratégico pela FAE Business School, Formação em Liderança Feminina pela Inova – Lisboa. É coordenadora da Câmara Setorial ESG da Associação Comercial do Paraná (ACP) e diretora do Instituto Barão do Serro Azul, braço social da ACP, coordenadora estendida do Pilar ESG do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Fábio Ramos é administrador de empresas graduado e pós-graduado pela Universidade Nove de Julho, possui MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Mercado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Possui mais de 15 anos de experiência no segmento de Legislação Urbana, Real Estate Compliance e ESG aplicado ao segmento imobiliário. Atualmente, lidera uma equipe composta por mais de 50 profissionais entre arquitetos, engenheiros, advogados e analistas especializados em Arquitetura Legal e Real Estate Compliance (Compliance Imobiliário). É diretor geral da Plenno Arquitetura.
Contatos:
silvia@desgn.co
fabio.ramos@plenno.com.br
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Ana Carvalho
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Vícios construtivos e insegurança jurídica: desafios crescentes na construção civil
O Brasil registrou 139.026 ações judiciais relacionadas a vícios construtivos desde o ano de 2008, sendo que 82.900 desses processos ainda estavam ativos até agosto de 2024. Esse levantamento, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), reflete um problema crescente que afeta não só as construtoras, mas também consumidores e o sistema judiciário em geral.
Os vícios construtivos referem-se a eventuais falhas em obras que comprometem sua funcionalidade, segurança ou estética. Eles podem envolver problemas em instalações elétricas e hidráulicas, defeitos estruturais ou falhas em acabamentos.
No entanto, Fernando Guedes, vice-presidente jurídico da CBIC, alerta que nem todas as ações são legítimas. “Muitas vezes, os processos não pedem o reparo do defeito, mas apenas indenizações financeiras, caracterizando litigância predatória (ajuizamento de processos de forma abusiva ou fraudulenta)”.
Além dos custos diretos com indenizações, honorários e perícias, os vícios construtivos impactam a reputação das empresas e geram atrasos nos cronogramas de obras. Esses fatores dificultam a competitividade e sustentabilidade financeira das construtoras. “A judicialização excessiva desvia recursos humanos e financeiros para lidar com processos, afetando a eficiência operacional”, explica.
Insegurança jurídica: um entrave ao crescimento

Crédito: Envato
A ausência de regulamentações claras sobre prazos de garantia e prescrição para ajuizamento de ações cria um ambiente de insegurança jurídica no mercado imobiliário. Para Guedes, é essencial distinguir ações legítimas de casos de litigância predatória. “Precisamos de mecanismos legais que proporcionem maior segurança para o setor, evitando o congestionamento do Judiciário e os prejuízos financeiros ao governo”.
Para enfrentar o problema dos vícios construtivos, a CBIC lançou o Projeto Vícios Construtivos Ciclo 2, que visa combater práticas predatórias e estabelecer parâmetros claros para a garantia e prescrição. Entre as ações preventivas, Guedes destaca:
* Controle rigoroso da qualidade em todas as etapas da construção;
* Capacitação contínua dos profissionais;
* Registro detalhado de inspeções e manutenções;
* Comunicação efetiva com clientes para resolução extrajudicial de problemas.
Empresas que negligenciam a qualidade e não adotam medidas preventivas enfrentam danos financeiros e reputacionais. Além disso, a falta de práticas consistentes de gestão expõe as construtoras a riscos judiciais e perda de confiança dos clientes. “Esses fatores comprometem a imagem do setor e criam barreiras para sua evolução”, observa Guedes.
Uma agenda de qualidade e segurança
A judicialização de vícios construtivos não apenas sobrecarrega o sistema jurídico, mas também ameaça a sustentabilidade do setor da construção civil. Como aponta Guedes, trazer estabilidade jurídica é fundamental para preservar a competitividade do mercado e garantir a qualidade das obras.
Com iniciativas como o Projeto CBIC Vícios Construtivos, o setor busca alinhar práticas de qualidade, regulamentação e diálogo com os consumidores, pavimentando o caminho para um mercado mais confiável e eficiente, sendo a execução o principal desafio a partir de agora.
Entrevistado
Fernando Guedes é advogado e vice-presidente Jurídico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Com ampla experiência no setor, atua na defesa de políticas que promovam segurança jurídica e sustentabilidade para o mercado imobiliário e da construção civil. Guedes é especialista em Direito Empresarial e Tributário, com reconhecida trajetória na mediação de conflitos e no enfrentamento de questões relacionadas a vícios construtivos. Sua atuação na CBIC é marcada por iniciativas inovadoras, como o Projeto CBIC Vícios Construtivos, que busca fortalecer a qualidade das obras e combater a judicialização predatória no setor.
Contato: ascom@cbic.org.br
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Belém vai sediar COP 30 em 2025 e obras de infraestrutura já estão transformando a capital paraense
De 10 a 21 de novembro de 2025, Belém do Pará será palco da 30ª Conferência das Partes (COP 30), evento anual da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). Reunindo líderes globais, especialistas e organizações em busca de soluções para as mudanças climáticas, a COP trará reflexos não apenas no debate ambiental, mas também no desenvolvimento da infraestrutura e da mobilidade urbana da capital paraense.

Crédito: Vitor Vasconcelos/Secom
O Governo do Pará, em alinhamento com a UNFCCC, está realizando uma série de investimentos que fazem parte de um amplo pacote de obras estruturantes que não só atenderão às demandas do evento, mas também transformarão Belém em uma cidade mais moderna, sustentável e integrada.
Com orçamento de R$ 4 bilhões para 2024, oriundos do Tesouro Estadual, Itaipu Binacional e BNDES, o planejamento abrange saneamento, mobilidade urbana e espaços públicos.
Neil Aldrin de Azevedo Henriques, diretor de Tecnologia e Materiais de Construção do Sinduscon Pará, destaca o avanço positivo nas obras. "Estão conseguindo avançar e cumprir o cronograma. Acredito que a entrega será no prazo previsto em contrato", afirma. No entanto, ele ressalta a escassez de mão de obra qualificada como um dos maiores desafios não só no Pará, mas em todo o Brasil.
A preparação da mão de obra requer tempo e investimento. “O setor da construção civil gera muito emprego, mas precisamos capacitar os operários, o que leva tempo”, ressalta. Ele também menciona a parceria entre o Sinduscon e entidades como o Senai para promover a qualificação, embora a demanda das empresas associadas supere a oferta disponível.
Projetos previstos para a COP 30
Entre os principais projetos, destaca-se o Parque da Cidade, localizado em uma área de 500 mil m² onde antes operava um aeroporto. Com 70% das obras concluídas até outubro de 2024, o parque incluirá espaços como o museu da aviação, áreas verdes preservadas, ecotrilhas, ciclotrilhas, um lago artificial e instalações esportivas. Após a conferência, será um legado permanente para os moradores de Belém.
Outro destaque é o Porto Futuro II, um complexo que integrará lazer, gastronomia e inovação em bioeconomia. Localizado em antigos galpões da Companhia Docas do Pará, o espaço promoverá a cultura amazônica e experiências únicas para visitantes.
Mobilidade em transformação

Crédito: Vitor Vasconcelos/Secom
O trânsito da Região Metropolitana será beneficiado com a entrega de dois viadutos em Ananindeua e outros dois na entrada de Belém, além da ampliação da Rua da Marinha, que passará a ter seis faixas de rolamento.
Já o sistema de transporte público será modernizado com a conclusão do sistema de transporte BRT Metropolitano, que contará com veículos a diesel Euro 6, de baixas emissões, e modelos elétricos. Essas ações visam melhorar não apenas o trânsito durante a conferência, mas também a qualidade de vida dos moradores a longo prazo, sendo um dos exemplos de como a COP está promovendo soluções de mobilidade sustentáveis.
Melhorias em saneamento básico também fazem parte do pacote. Mais de 59,5 km de redes de esgotamento sanitário serão implantados, beneficiando mais de 500 mil pessoas com drenagem pluvial, esgotamento e paisagismo. Trechos de canais já revitalizados, como os canais do Tucunduba e União, são exemplos do impacto positivo dessas obras.
Com a previsão de receber mais de 60 mil pessoas, Belém enfrentou o desafio de ampliar sua capacidade hoteleira. Para isso, navios de cruzeiro ancorados no porto da cidade oferecerão 4.500 quartos. Paralelamente, a construção de dois hotéis cinco estrelas e a reforma de edifícios históricos, como o antigo prédio da Receita Federal, vão garantir conforto e funcionalidade aos visitantes e deixar um legado turístico para a cidade.
A infraestrutura relacionada à COP 30 exige um nível elevado de especialização, já que envolve obras como o Parque da Cidade, o Porto Futuro II e sistemas de mobilidade urbana, que devem estar alinhados às demandas do evento e ao legado para a população local. "São projetos que exigem mão de obra qualificada, e a ausência dela pode impactar prazos e custos. Essa situação demanda esforços conjuntos do setor público e privado", observa Henriques.
Apesar das dificuldades, o setor vê a COP 30 como uma oportunidade de transformar Belém e o Pará em referências de sustentabilidade e desenvolvimento. "Esse é um desafio que o setor da construção civil terá a capacidade de resolver. Acredito que, com a parceria entre os sindicatos, a Federação das Indústrias e o governo, conseguiremos superar essa fase e entregar os projetos com qualidade", assinala.
Um futuro promissor
A COP 30 não apenas coloca Belém no centro das discussões globais sobre clima, mas também impulsiona o desenvolvimento local. Obras estruturantes, como o Terminal Internacional de Cruzeiros, que abrigará hotéis flutuantes durante o evento, e o Terminal Hidroviário da Cidade Velha, reforçam a conexão da cidade com as ilhas da região e posicionam Belém como destino turístico e logístico de destaque.
Com um legado que vai além dos dias da conferência, os investimentos realizados refletem o compromisso de Belém em se preparar para o futuro, equilibrando sustentabilidade, urbanismo e qualidade de vida.
A COP 30 será um marco para Belém, unindo esforços locais, nacionais e internacionais para transformar a cidade em um polo global de sustentabilidade e desenvolvimento. As obras não só atenderão às necessidades do evento, mas também deixarão uma base sólida para que Belém continue crescendo de forma planejada.
Fonte
Governo do Pará
Entrevistado
Neil Aldrin de Azevedo Henriques é engenheiro civil e diretor de Tecnologia e Materiais de Construção do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA).
Contatos:
redacao@agenciapara.com.br
secretaria@sindusconpa.org.br
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Como o fim da escala 6x1 impactaria a construção civil?
A redução da jornada de trabalho, com o fim da escala 6x1, está em debate no Congresso e também em diversos setores do mercado de trabalho. Atualmente, a Constituição limita a jornada a 44 horas semanais e a 8 horas diárias. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para o fim da escala 6x1 propõe jornada semanal máxima de 36 horas, 4 dias de trabalho e 3 dias de folga. Caso seja aprovada, quais seriam os impactos para a construção civil?
Eduardo Aroeira, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), já se pronunciou sobre o assunto. Em entrevista coletiva, ele declarou que o mercado está, hoje, praticamente em pleno emprego e que a grande luta não é empregar pessoas e, sim, o aumento de produtividade.

Crédito: Envato.
“A alteração da escala neste momento, em que temos uma produtividade baixa e uma necessidade de entrega, principalmente de unidades de interesse social, com certeza, geraria o desemprego ou a informalidade”, justificou Aroeira. Na opinião do vice-presidente da CBIC, a discussão mais importante é sobre como melhorar as condições dos trabalhadores e aumentar a produtividade por meio de maneiras diferentes de construção.
Para Maristela Honda, presidente do Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP) e vice-presidente de Responsabilidade Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), a PEC traria consequências negativas para a construção civil, como aumento dos preços das obras, inviabilização de programas habitacionais como o “Minha Casa, Minha Vida”, e elevação da informalidade.
“Se a proposta fosse implementada, adquirentes de imóveis, investidores, governo, construtoras e incorporadoras seriam amplamente prejudicados. Para atender a forte demanda e executar as obras, seria necessária a contratação de mais trabalhadores, onerando os orçamentos. Ora, o principal problema atual da construção é justamente a falta de mão de obra. Isto já está elevando os custos de produção, que ficariam ainda mais caros com a necessidade de contratação de mais pessoal. Se a jornada de trabalho for reduzida, esses custos adicionais seriam repassados para os preços das obras”, pondera Maristela.
Como consequência, segundo Maristela, programas habitacionais como o “Minha Casa, Minha Vida” seriam inviabilizados, governos pagariam mais caro pelas obras públicas, as vendas e a arrecadação cairiam, prejudicando um Orçamento federal crescentemente deficitário.
“Um estudo da consultoria Ecconit para o SindusCon-SP mostrou que em 2023 apenas 25,5% dos ocupados na construção brasileira eram empregados com carteira assinada. Ou seja, a redução da jornada, se implementada no setor, atingiria menos de um quarto dos ocupados no setor. E o problema poderia se agravar, com a migração de folhas de pagamento para a informalidade”, opina a presidente do Seconci-SP.
Mais descanso é sinônimo de produtividade?
Na opinião de Maristela, a produtividade depende majoritariamente de fatores inerentes à jornada de trabalho. “Na construção, para que a produtividade se eleve com menos horas de trabalho, seria necessária uma forte industrialização da atividade nas obras. Em uma cadeia produtiva vasta e de longo ciclo como é a construção, essa evolução não se faz da noite para o dia. A industrialização da construção terá um impulso em alguns anos, na vigência da reforma tributária, que deverá desonerar os produtos industrializados empregados pelo setor. Até lá, será necessário manter os processos construtivos atuais, que, aliás, já avançaram muito nos últimos anos”, afirma.
Saúde mental dos trabalhadores
Sob a perspectiva da saúde mental dos trabalhadores, essa PEC pode trazer benefícios? Para a presidente do Seconci-SP, a questão remete a um dos pontos centrais desse debate: "Até que ponto a saúde mental, a motivação e a produtividade de um funcionário estão mais relacionadas a fatores intrínsecos a ele, ao trajeto e ao ambiente de trabalho, do que à carga horária?". Segundo ela, essa é uma preocupação crescente na indústria da construção.
De acordo com Maristela, proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável, e atuar pela elevação da qualidade de vida dos trabalhadores da construção e de seus familiares, é uma das missões do Seconci-SP e do SindusCon-SP. Dentre as iniciativas para promover a saúde mental dos trabalhadores da construção civil estão:
- Eventos como o ConstruSer (Encontro Estadual da Construção Civil em Família), que proporciona lazer, educação e estímulo ao convívio familiar aos trabalhadores do setor e suas famílias;
- Treinamentos e eventos como a MegaSipat (Mega Semana Interna de Prevenção de Acidentes), com ênfase na segurança do trabalho;
- Em parceria com o Senai-SP, o Seconci-SP mantém um programa pelo qual os técnicos de segurança daquele serviço visitam periodicamente as obras, orientando sobre a observância das Normas Regulamentadoras de saúde e segurança do trabalho;
- Cursos e treinamentos: o Seconci-SP investe fortemente em formação, capacitação e atualização de conhecimentos dos trabalhadores, aumentando sua motivação e as possibilidades de eles ascenderem profissionalmente.
“Paralelamente, disseminamos conhecimentos sobre inovações e industrialização da construção, reduzindo o trabalho manual. Todas estas atuações contribuem para a saúde mental, deverão elevar no médio prazo a produtividade na construção e poderão futuramente até propiciar uma redução gradual da jornada de trabalho”, afirma a presidente do Seconci-SP.
Entrevistada
Maristela Honda, presidente do Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP) e vice-presidente de Responsabilidade Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).
Contato
Assessoria de imprensa Seconci-SP: rafael.marko@seconci-sp.org.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
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Da fachada ao futuro: como o Prêmio Obra do Ano da ABCIC transforma a construção civil no Brasil

Crédito: Divulgação
O Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto, promovido pela Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC), não é apenas um evento de celebração, mas é uma vitrine para o potencial transformador da construção industrializada no Brasil.
Desde sua criação, a premiação destaca obras que unem estética, eficiência e sustentabilidade, evidenciando como os pré-fabricados de concreto têm o poder de transformar o cenário arquitetônico e estrutural do país.
Para Íria Doniak, presidente executiva da ABCIC, a importância do prêmio transcende os troféus. "As obras inscritas na premiação evidenciam a versatilidade dos pré-fabricados de concreto, sejam estruturas, fachadas ou fundações. É uma oportunidade de difundir nossa tecnologia e estimular novas ideias, promovendo a união entre arquitetura e engenharia", afirma.

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Critérios de avaliação
A premiação é conhecida por seu rigor técnico e seus critérios de avaliação incluem originalidade, inovação, versatilidade, facilidade de execução, além de qualidade e sustentabilidade.
A comissão julgadora, composta por renomados especialistas como Afonso Mamede (Sobratema) e professores de instituições como USP, analisa cada projeto com atenção aos detalhes que destacam o uso dos pré-fabricados. Íria enfatiza a importância desse processo criterioso. "É essencial valorizar obras que conseguem aliar beleza e funcionalidade, mostrando como o pré-fabricado pode atender demandas específicas e complexas, mantendo qualidade e confiabilidade", destaca.
Vencedores de 2024
Nesta edição, a Praça Lindenberg, em São Paulo, foi o destaque do júri. A obra impressionou pela complexidade de suas fachadas, executadas com painéis pré-fabricados desenvolvidos pela Stamp Pré-Fabricados Arquitetônicos. "Trabalhar com um conceito arquitetônico tão detalhado e manter o alto nível de confiabilidade foi um desafio que demonstrou o poder da construção industrializada", explica Íria.

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Outros vencedores também se destacaram em suas diversas categorias. Confira:
Edificações: o Arquipeo, projetado pelo arquiteto Gustavo Utrabo, conquistou tanto o prêmio da categoria quanto a Votação Popular. Com modulação inovadora e soluções sustentáveis, a obra reflete a evolução do trabalho híbrido.
Infraestrutura: a duplicação da PR-092, conhecida como Rodovia dos Minérios, no Paraná, mostrou como pré-lajes e longarinas podem viabilizar grandes obras. "A complexidade desse projeto reforça a importância dos pré-fabricados em soluções de grande escala", comenta Íria.
Pequenas Obras: a Casa E-CO ArcelorMittal, apresentada na Feicon, destacou a eficiência dos pré-fabricados em soluções modulares e sustentáveis.
Inovação como alicerce do futuro
Além dos vencedores, a premiação também reconhece projetos com menções honrosas, como o Scala Data Center e o Viaduto de acesso à Vila dos Pescadores. Esses exemplos ilustram como o setor está cada vez mais comprometido com a inovação.

Crédito: Divulgação
A cada edição, o Prêmio Obra do Ano reforça que o pré-fabricado de concreto não é apenas uma técnica construtiva, mas uma solução que une criatividade, eficiência e compromisso com a sustentabilidade. "A ABCIC tem um papel fundamental em fomentar a adoção de tecnologias modernas na construção civil brasileira. Nosso prêmio é mais que uma celebração. Trata-se de um incentivo ao futuro sustentável e eficiente", conclui Íria.
Entrevistada
Íria Doniak é presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic).
Contato:
sylvia@meccanica.com.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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99° Enic discute crédito para habitação, inflação e reforma tributária
No dia 26 de novembro, aconteceu em Brasília (DF) o 99º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O evento trouxe discussões sobre o futuro da construção, os impactos da reforma tributária, segurança jurídica e industrialização, com a presença de diversas autoridades.
Confira alguns dos destaques:
Crédito para habitação
Durante o 99º ENIC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o empenho do Governo Federal em ampliar o acesso à moradia no Brasil e assegurou que haverá recursos suficientes para o setor habitacional, uma das áreas mais importantes da construção civil.

Crédito: CBIC/divulgação
Além disso, Lula ressaltou os progressos alcançados pelo programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV) nos últimos anos e anunciou que o governo pretende expandir sua abrangência para atender também famílias de classe média - com renda de até R$ 10 mil. “É justo que uma pessoa que ganha R$ 8 mil, R$ 9 mil, R$ 10 mil seja atendida por um programa do governo, porque essas pessoas trabalham e são pessoas que trabalham por conta própria, são pequenos empreendedores, e nós temos que atender essa gente”, afirmou o presidente.
Controle da Inflação
Durante o 99º ENIC, também foi debatido o controle da inflação e o desafio de conciliar o aumento dos gastos obrigatórios com a necessidade de realizar ajustes fiscais. A economista Zeina Latif chamou a atenção para as preocupações geradas pelo aumento das taxas de juros pelo Banco Central, especialmente em um contexto de queda da inflação global, no qual o Brasil adota uma trajetória oposta à de outras nações.
Na palestra, a economista ressaltou que o Brasil enfrenta um ciclo econômico marcado por volatilidade, com recessões e desacelerações ocorrendo de forma cada vez mais recorrente e, frequentemente, desalinhadas das dinâmicas globais.
“Nos anos 80, o Brasil era altamente vulnerável a choques externos, com uma economia superendividada, reservas internacionais limitadas e uma base exportadora concentrada em poucos produtos. Isso resultava em grande volatilidade e desvalorizações constantes. No entanto, ao longo do tempo, políticas públicas eficazes e o dinamismo do setor privado permitiram avanços significativos, como a superação da insegurança alimentar e a melhoria das contas externas, o que levou o país a alcançar estabilidade desde 2006. Essas conquistas foram fundamentais para reduzir a volatilidade econômica observada nas décadas anteriores”, declarou a economista.
Zeina explicou que o Brasil enfrenta o desafio de desenvolver uma estratégia de ajuste fiscal que não se limite a estabilizar a dívida pública, atualmente em torno de 80% do PIB. Segundo a economista, é essencial estabelecer diretrizes bem definidas e evidenciar a existência de um plano de longo prazo.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou que, para o avanço da indústria e da construção civil, a diminuição das taxas de juros é essencial. “Precisamos ser rigorosos na questão fiscal e a redução dos juros deve ser uma obsessão. O PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) também deve ser um grande estímulo para o investimento em moradia. Nós teremos juros mais efetivos com o arcabouço fiscal. Toda a discussão hoje será sobre 0% ou 0,25% para fazer superávit”, ressaltou o vice-presidente.
Reforma tributária
No painel dedicado à reforma tributária, Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, destacou que a regulamentação do novo sistema tributário, atualmente em debate no Senado Federal, trará impactos positivos para a indústria da construção.
Appy explicou que a regulamentação foi elaborada com atenção especial às particularidades do setor da construção. Ele destacou que a proposta já progrediu consideravelmente na Câmara dos Deputados e que, atualmente, o foco das discussões é a transição entre os regimes tributários vigente e futuro, visando preservar os contratos já firmados. Apesar da redução da alíquota, Appy reconheceu que ainda há debates sobre os efeitos da reforma, mas estimou que a diferença no crédito tributário será limitada, representando cerca de 3 a 4% do valor final dos imóveis.
De acordo com o secretário, uma das mudanças mais significativas será a adoção do sistema não cumulativo, que possibilitará a recuperação de créditos referentes a insumos e serviços empregados na construção, algo que anteriormente não era permitido.
“Isso terá um impacto transformador, incentivando o uso de métodos construtivos mais eficientes, como estruturas pré-fabricadas, e tornando o sistema tributário neutro em relação à escolha do método construtivo”, afirmou o secretário. Com isso, espera-se um aumento na produtividade e na eficiência da construção, o que resultará na redução dos custos e, por conseguinte, no preço final dos imóveis, trazendo benefícios para os consumidores.
Fontes
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Contato
ascom@cbic.org.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
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