Atualmente, o Brasil possui 18 edificações credenciadas a conseguir o selo Zero Energy da GBC Brasil (Green Building Council Brasil). Lançada há um ano no país, a certificação é uma das mais procuradas entre as que reconhecem edifícios autossustentáveis. Ela abrange escolas, centros de distribuição, prédios corporativos, instituições financeiras e indústrias, ou seja, os setores que movimentam a economia do país.
No período de crise que o Brasil vive a partir de 2014, esses segmentos buscaram soluções que minimizassem desperdícios de recursos. Gastar altos valores com o consumo de energia elétrica e de água fez as empresas se voltarem para sedes autossuficientes nestes dois quesitos. Segundo o presidente do SindusCon-PR, Sérgio Crema, foi essa razão que levou os associados do sindicato, por exemplo, a aprovarem a construção de um prédio Zero Energy.
“A construção civil brasileira historicamente vive de ciclos. Há períodos de bonança e de crise. Recentemente, estamos saindo da pior crise do setor e, neste período, concluímos que tínhamos que ter um prédio autossustentável, e que nos permitisse uma gestão mais refinada. Seguramente, as próximas gestões do SindusCon é que vão colher os frutos deste prédio que estamos finalizando e que vai gerar muitas economias de recursos”, diz.
Sérgio Crema e outros líderes empresariais e setoriais que empreendem em edifícios autossustentáveis expuseram seus cases no GreenBuilding Brasil, que aconteceu em Curitiba-PR, de 5 a 7 de novembro. A capital paranaense não foi escolhida aleatoriamente. O estado é hoje o que tem o maior número de empreendimentos credenciados a ter o selo Zero Energy.
Em Curitiba, estão a Petinelli Engenharia, a RAC Engenharia e a De Paola & Panasolo Sociedade de Advogados. Em Londrina, a Plasmetal, e em Tamboara, a Geo Energética.
Autogeração de energia passou a ser estratégica para as empresas
Os edifícios que buscam a certificação Zero Energy precisam atender os seguintes requisitos: geração da energia consumida por meio de placas fotovoltaicas, cisternas, compostagem e separação de resíduos, além de captação de água da chuva para reuso e uma arquitetura que favoreça a luz e a ventilação natural, para a economia de energia consumida por lâmpadas e sistemas de ar-condicionado.
Com o custo da energia elétrica cada vez mais caro para as operações corporativas, esses prédios geram economia significativa. Há casos que chegam a consumir cerca de 10% de Kwh, em comparação com edificações convencionais. “Para a grande maioria das empresas, o custo com energia configura a segunda principal despesa, depois apenas de recursos humanos. Estamos falando de uma questão estratégica e a autogeração passa a ser avaliada como alternativa de redução de custos”, afirma Guido Petinelli, um dos palestrantes no GreenBuilding Brasil 2018.
Entrevistado
Reportagem com base no seminário “Zero Energy avança no Brasil – Cases em operação!”, ocorrido dentro do GreenBuilding Brasil 2018
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330