Brasil entra na era BIM para obra de infraestrutura
Dnit passa a exigir projetos em 3D para futuras licitações de rodovias. Se der certo, exigência também será feita a outros empreendimentos públicos.
Dnit passará a exigir projetos em 2D para futuras licitações de rodovias. Se der certo, procedimento será estendido a outros empreendimentos públicos
Por: Altair Santos
Em 2007, quando o colapso de uma ponte em Minneapolis matou 13 pessoas, o governo dos Estados Unidos determinou um pente-fino em todas as obras de arte nas rodovias federais do país e descobriu que 150 mil estavam estruturalmente deficientes. A partir daquele relatório, a Sociedade Americana de Engenheiros Civis propôs, em 2009, que todos os projetos de estradas que viessem a ser construídas nos EUA fossem elaborados na plataforma BIM (Building Information Modeling).

A recomendação veio acompanhada das vantagens que o software agregaria à construção de rodovias. “Tudo pode ser melhor dimensionado. Do fluxo da água da chuva, e seu impacto na pista, até as elevações e declives do terreno e que tipo de exigências isso trará à estrada. Enfim, todas as operações ficam mais seguras com a visualização dos projetos através do BIM“, sugeriu a ASCE (sigla em inglês para American Society of Civil Engineers). Resultado: há quase quatro anos nenhuma nova rodovia dos EUA é construída sem estar de acordo com a modelagem BIM.
Agora, é o Brasil que quer entrar nessa era. O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) pretende ainda este ano exigir em seus editais de licitação que os projetos sejam entregues numa plataforma bidimensional e, futuramente, tridimensional. A intenção era que isso ocorresse já nos leilões das rodovias federais 040 e 116, que estavam marcados para o final de janeiro de 2013. No entanto, foram adiados. As empresas interessadas pediram a prorrogação, a fim de se adaptar às novas exigências e obter linha de crédito através do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), com o objetivo de adequarem suas equipes ao BIM.

O próprio Dnit também carece de capacitação de seu corpo técnico para conseguir implementar o sistema. “Os projetos do Dnit ainda não são elaborados conforme a metodologia BIM, pois a equipe técnica responsável pela análise de projetos está na fase de capacitação. A implantação dessa metodologia seguirá etapas que permitam que o mercado se adapte. Como atualmente o Dnit recebe seus projetos em papel, inicialmente estamos concluindo um modelo de edital padronizando procedimentos para entrega eletrônica de projetos em 2D, independentemente da ferramenta informatizada que as empresas possuam. Em seguida, passaremos a prever no edital procedimentos para a entrega de projetos em 3D, sem obrigatoriedade, porém pontuando tecnicamente as propostas. Quando o mercado se ajustar à nova metodologia, passaremos a tornar obrigatória a entrega em 3D”, explica André Kuhn, coordenador-geral de desenvolvimento e projetos do Dnit.
Ainda segundo Khun, a nova formatação permitirá ao Dnit acelerar processos licitatórios, além de obter uma melhor compreensão dos projetos. Estima-se que a economia de tempo, ao longo da trajetória da obra, seja de 30%. “A metodologia BIM, por tratar o projeto de forma integrada, permite verificar de forma mais eficiente as incompatibilidades das diversas disciplinas que compõem o projeto rodoviário. São de dez a doze disciplinas (geometria, terraplanagem, pavimentação, sinalização, obras de arte especiais e outros) sendo analisadas por, no mínimo, seis engenheiros especialistas em diversas áreas. Atualmente, a equipe de análise de projetos empenha grande esforço e tempo na verificação das quantidades de serviços, o que mudará para uma forma quase automática com esse tipo de tecnologia, permitindo assim que os engenheiros concentrem esforços na análise da concepção do projeto”, destaca.

A expectativa é que, mesmo adiados, os leilões das BRs 040 e 116 sejam os primeiros a serem contemplados com projetos em BIM. O trecho da BR-040 a ser concedido vai de Brasília, no entroncamento com a BR-251, e se estende até Juiz de Fora-MG. A extensão total dessa rodovia no lote é de 936,8 quilômetros. Já o trecho da BR-116 vai da divisa entre Bahia e Minas Gerais até a divisa de Minas com o Rio de Janeiro. A extensão total é de 816,7 quilômetros. Se bem sucedida essa etapa, ela passará a ser estendida a outras concessões do Dnit. O governo também estuda levar a exigência da plataforma BIM para licitações de outras obras de infraestrutura, como hidrelétricas por exemplo. Atualmente, dentro da esfera federal, apenas a Petrobras já requisita projetos na plataforma BIM.
Entrevistado
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) via assessoria de imprensa
Contato: imprensa@dnit.gov.br
Créditos fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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