Novo Canal do Panamá deixa mercado naval mais competitivo

28 de julho de 2016

Novo Canal do Panamá deixa mercado naval mais competitivo

Novo Canal do Panamá deixa mercado naval mais competitivo 800 536 Cimento Itambé

Expansão da principal hidrovia do mundo agora permite que embarcações de grande calado trafeguem entre o Atlântico e o Pacífico

Por: Altair Santos

Inaugurado em 26 de junho de 2016, o novo Canal do Panamá duplica a capacidade da hidrovia que liga os oceanos Atlântico e Pacífico. O alargamento, que custou US$ 25,5 bilhões (cerca de R$ 90 bilhões), agora pode receber navios de até 14 mil TEUs (unidade usada para medir a capacidade de contêineres). O canal tende a aumentar a competitividade da marinha mercante, principalmente em países que possuem embarcações de grande calado. Estados Unidos e China saem na frente neste quesito. Por outro lado, prejudica quem não tiver portos preparados para receber os supernavios, que tendem a dominar a travessia Atlântico-Pacífico.

Navio de contêineres vindo da Grécia, e em direção à China, foi o 1º a passar pelo novo Canal do Panamá

Navio de contêineres vindo da Grécia, e em direção à China, foi o 1º a passar pelo novo Canal do Panamá

O Brasil poderia ter se preparado para a nova realidade do comércio marítimo se tivesse adequado seus portos em Manaus-AM e Suape-PE – os que se encontram mais próximos do Canal do Panamá – para servir como terminais de contêineres. Além disso, o país também não transformou nenhum de seus portos na região nordeste para funcionar como um hub (concentrador de cargas) no Atlântico. Seria estratégico para a economia brasileira servir de entreposto para as embarcações conhecidas como New Panamax – superiores a 350 metros de comprimento. Mesmo assim, a nova hidrovia tende a aumentar a competitividade dos portos no norte e nordeste do Brasil.

Segundo a autoridade portuária do Canal do Panamá, o argelino Moreno De Ducreux, a obra vai mexer com a infraestrutura de boa parte dos países. “As companhias marítimas, as instalações portuárias, as linhas férreas e os centros de distribuição de diferentes regiões terão de se readaptar para tirar proveito dos navios maiores e mais eficientes que passarão a navegar entre o Atlântico e o Pacífico. Estamos falando de embarcações com, no mínimo, 9.000 TEUs”, alerta Ducreux.

Números superlativos
Para poder receber navios de grande porte, o Canal do Panamá passou seis anos em obras. O consórcio responsável pela expansão da hidrovia envolveu a espanhola Sacyr, a italiana Salini Impregilo, a belga Jan de Nul e a panamenha Cusa. Foram consumidos na ampliação da via interoceânica 4,5 milhões de m³ de concreto e 220 mil toneladas de aço. A expectativa é de que passem pelo canal 600 milhões de toneladas de mercadorias por ano, o equivalente a 5% do comércio mundial. Pela ordem, os países que mais devem se beneficiar do canal são Estados Unidos, China, Japão, Colômbia, Coreia do Sul, Peru, México, Equador, Canadá e Panamá.

No dia da inauguração do novo Canal do Panamá, o primeiro navio a cruzar a via foi o chinês COSCO Shipping Panamá. A embarcação, com 299,98 metros de comprimento e 48,25 metros de largura, tem capacidade de carga 9.472 TEUs. Após sair do porto de Pireus, na Grécia, ela levou 14 dias para chegar ao Panamá. Na passagem do navio, o CEO da Autoridade do Canal do Panamá – estatal que controla a travessia -, Jorge L. Quijano, declarou que a nova via começava a operar com o pedido de 170 navios para cruzar de um oceano a outro. “Há mais de 100 anos, o Canal do Panamá ligava o Atlântico e o Pacífico. Hoje, conecta o presente ao futuro”, discursou.

Entrevistado
Autoridade do Canal de Panamá (via departamento de comunicação)
Contato: info@pancanal.com

Crédito Foto: Divulgação/Pancanal

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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