Ásia lidera geração de cidades inteligentes

10 de junho de 2015

Ásia lidera geração de cidades inteligentes

Ásia lidera geração de cidades inteligentes 1024 516 Cimento Itambé

Masdar, nos Emirados Árabes, é o projeto mais ousado, e estimula outros países. Entre eles, a Índia, que investe em 100 novos centros futuristas

Por: Altair Santos

China, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos e, agora, a Índia. O que estes países têm em comum? Hoje, a principal coincidência entre eles, além de estarem na Ásia, é o investimento que fazem na criação de cidades inteligentes. O conceito vai além de projetos arquitetônicos e obras viárias. Concilia qualidade de vida, sustentabilidade e conectividade. Uma cidade inteligente precisa ser mais humana, menos burocrática, mais automatizada, menos poluente e ter uma infraestrutura que priorize a inclusão social. Para isso, requer um amplo projeto de TI (Tecnologia da Informação) que permita que o trânsito flua, e que haja redes wi-fi em áreas abertas, além de uma mobilidade urbana que valorize o pedestre e o transporte público.

Calcutá, na Índia: entre as 76 cidades que serão transformadas até 2026.

Calcutá, na Índia: entre as 76 cidades que serão transformadas até 2026.

Já existem softwares que permitem projetar cidades inteligentes. Semelhante ao BIM (Building Information Modeling) – sistema que integra estruturas e possibilita acesso a uma planta tridimensional da edificação -, há também o CIM (City Information Modeling). O programa cria uma réplica digital da cidade e dá acesso a análises e simulações, interligando os serviços, qualificando o funcionamento do tráfego e aprimorando a segurança. “A ideia da cidade inteligente é que ela ofereça soluções para o dia a dia das pessoas, concedendo educação de alto nível, gestão inteligente dos recursos naturais e oferta de oportunidades profissionais através de startups e incubadoras”, diz Renato de Castro, especialista em estratégias de globalização.

Atualmente, há dois tipos de cidades inteligentes: as em construção e as já construídas. Enquadram-se no segundo modelo metrópoles como Hong Kong (China), Tóquio (Japão) e a cidade-estado de Cingapura. Nestes casos, a administração pública destas cidades absorveu conceitos e iniciou um processo de transformação, começando pela mobilidade. Estima-se que elas só estejam plenamente prontas daqui a duas décadas. Quem está se adaptando mais rapidamente são Jacksonville, na Flórida, e San Diego, na Califórnia – ambas nos Estados Unidos. O processo de adequação é mais veloz, pois é bancado pela iniciativa privada, através do projeto-piloto “Intelligent Cities”, da GE Lighting.

Masdar, nos Emirados Árabes Unidos: em seus 6 km², cidade se propõe a ser 100% sustentável.

Masdar, nos Emirados Árabes Unidos: em seus 6 km², cidade se propõe a ser 100% sustentável.

A inspiradora Masdar

Por outro lado, as cidades inteligentes em construção já nascem incorporando todas as tecnologias, incluindo sistemas construtivos certificados que fazem com que todas as edificações sigam os conceitos de “prédio verde”. Nos Emirados Árabes Unidos, na região metropolitana de Abu Dhabi, está em construção a cidade de Masdar. Com 6 km², ela foi concebida para receber 50 mil habitantes. As obras começaram em 2006 e devem estar plenamente concluídas em 2025. A proposta é que seja a primeira localidade do mundo a ter emissão zero de carbono e também a pioneira na reciclagem integral do lixo produzido pela população. Sem contar que será integralmente coberta com internet e totalmente abastecida por energia solar.

Ao lado de Masdar já está funcionando uma fazenda com 22 mil hectares, e 87 mil painéis solares, com capacidade para produzir 17.500 MWh de eletricidade limpa por ano. Com a participação da iniciativa privada, o governo dos Emirados Árabes Unidos está investindo US$ 20 bilhões (quase R$ 60 bilhões) no projeto. Caminho semelhante é adotado pela Índia, que lançou um plano para implantar 100 cidades inteligentes. Destas, 76 já existem e serão transformadas. Algumas se encontram no entorno de Nova Dheli. Outras 24 sairão do zero. A maior delas será Dholera. O principal objetivo é levar energia elétrica limpa a 300 milhões de indianos, até 2026. Com isso, pretende-se democratizar o acesso à internet e modernizar a gestão municipal, livrando as cidades do caos urbano em que se encontram atualmente. O investimento, com a participação do capital privado internacional, será de US$ 100 bilhões (R$ 300 bilhões, aproximadamente).

Saiba mais sobre Masdar City

Entrevistado
Administrador de empresas Renato de Castro
, sócio-fundador da Baumann Consultancy Network, pesquisador sobre cidades inteligentes e especialista em estratégias de globalização

Contato
renato@baumannconsultancy.com
www.baumannconsultancy.com

Créditos Fotos: Seba Della e Sole Bosslo/Flickr/Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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