Em períodos de crise hídrica, atenção à gestão da água na obra

É necessário ter alternativas em caso de corte no abastecimento, para não prejudicar o cronograma de execução

Desde 2014, os estados das regiões sudeste e sul do Brasil passaram a enfrentar frequentemente períodos de crise hídrica. O problema atinge indiscriminadamente vários setores econômicos, incluindo a construção civil. O risco de cortes prolongados no abastecimento tem exigido que as construtoras incluam nas análises de viabilidade técnica e econômica das obras a questão do uso e manejo da água. Captar o recurso natural da rede da concessionária é a principal alternativa, mas é necessário pensar em soluções que permitam criar reservas hídricas, em caso de corte no abastecimento, para não prejudicar o cronograma no canteiro de obras.

Entre as alternativas está o reúso da água para determinadas etapas da construção. A reutilização de água de lava-rodas, de águas cinzas ou da chuva é uma solução que se espalha entre as construtoras. Outra opção é buscar no terreno da obra o rebaixamento de lençol freático. Para isso, é imprescindível uma análise prévia da qualidade dessa água, principalmente se for para produzir concreto. O gerente de laboratórios da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), Arnaldo Forti Battagin, lembra que é necessário cumprir as exigências mínimas da norma ABNT NBR 15900 (Água para amassamento do concreto – Requisitos).

No caso de projetos que buscam selos de sustentabilidade, a economia de água durante a construção é inegociável. As certificações LEED e AQUA têm entre seus requisitos o monitoramento do consumo de água no canteiro de obras. A ação pode ser feita por meio da quantificação por m2 construído (medição por planilha) por equipamentos ou através de softwares, dependendo do certificador. De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) não fazer a gestão da água pode ter custo de execução até 2% maior na comparação a uma obra do mesmo porte que se preocupa com o consumo no canteiro.

Na concretagem, agentes de cura são aliados em períodos de crise hídrica

Outro ponto importante é conscientizar a equipe de trabalho para evitar desperdícios. O ideal, segundo pesquisa realizada pelo departamento de engenharia da construção civil e urbana da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) é que operários que não estejam em regime de alojamento consumam entre 45 e 65 litros de água por jornada de trabalho. Como exemplo, no Espírito Santo a concessionária de abastecimento e saneamento do estado mediu o consumo nos canteiros de obras da capital Vitória-ES e concluiu que a gestão pode gerar economia de água entre 30% e 40%.

No que se refere ao concreto, os agentes de cura são aliados em períodos de crise hídrica. Esses aditivos são conhecidos por retardar a evaporação da água e por proporcionar processos de secagem sem formação de fissuras. Também promovem economia de água no canteiro de obras, pois, dependendo da área concretada e das condições meteorológicas, podem gerar economia de até 2 mil litros por 100 m².   

Acesse o Manual de Conservação e Reúso da Água em Edificações.

Entrevistado
Reportagem com base no Manual de Conservação e Reúso da Água em Edificações, elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP)

Contato
imprensa@ana.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



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