Desde que sancionadas pelo governador Beto Richa e pelo prefeito Rafael Greca, medidas podem impactar na retomada de crescimento do setor
Na Assembleia Legislativa foi aprovada a elevação das alíquotas de ICMS para micro e pequenas empresas, o que, dependendo da faixa em que a companhia se encontra, pode acarretar em majoração de até 58% do imposto a partir do ano que vem. Já a Câmara Municipal de Curitiba aprovou, em primeira discussão, o aumento do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) em 4% para imóveis e 7% para terrenos sem edificação, e também encaminhou votação para elevar a alíquota do ISS e acabar com o regime simplificado para a indústria da construção civil. “Se isso se confirmar, deve prejudicar em muito as pequenas e médias empresas do setor, principalmente os prestadores de serviços, que formam a base do nosso sindicato”, afirma Crema.
Além disso, a prefeitura de Curitiba já aumentou em 12,5% a alíquota do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) para imóveis entre R$ 150 mil e R$ 300 mil, excluindo definitivamente o percentual de 2,4%, e elevando a taxa para 2,7%. “Em um momento em que estamos vendo a luz no fim do túnel, com perspectivas melhores para 2018, com retomada de crescimento, o governo estadual e a prefeitura de Curitiba optam por um ‘tratoraço fiscal’ que vai impactar diretamente no setor da construção civil. Somos contrários a isso, não apenas como entidade de classe, mas como empresários e cidadãos”, reforça Sérgio Luiz Crema, que no dia 6 de dezembro de 2017 promoveu uma apresentação sobre as perspectivas para 2018 na construção civil paranaense.
Geração de empregos
Tirando as surpresas fiscais, o SindusCon-PR apresentou dados que apontam para um viés de alta no próximo ano. Um dos números mais relevantes mostra que no terceiro trimestre de 2017 (julho, agosto e setembro) o investimento na construção civil cresceu 1,6%. Foi o primeiro índice positivo em 15 trimestres – equivalente a três anos e nove meses. Com isso, os indicadores de confiança do setor também cresceram. Segundo o consultor de mercado do SindusCon-PR, Marcos Kahtalian, caiu drasticamente o número de empresários da construção que pensa em demitir em 2018. Entre os entrevistados, 54% planejam manter seu quadro de empregados, 34% projetam aumentar e apenas 12% têm a perspectiva de reduzir o número de colaboradores. “São sinais positivos, que não vemos desde o segundo semestre de 2014”, finaliza Kahtalian.
Veja o balanço de 2017 do SindusCon-PR e as projeções para 2018
Entrevistados
Engenheiro civil Sérgio Luiz Crema, presidente do SindusCon-PR, e Marcos Kahtalian, especialista em marketing e consultor de mercado do SindusCon-PR (com base em entrevista coletiva concedida por ambos, em 6 de dezembro de 2017)
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Crédito Fotos: SindusCon-PR