Crise aumenta busca por pós-graduação em engenharia

Segmentação cada vez maior dentro da construção civil exige que profissionais aprimorem especialidades, aponta estudo do Ipea

Segmentação cada vez maior dentro da construção civil exige que profissionais aprimorem especialidades, aponta estudo do Ipea

Por: Altair Santos

Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), realizado no primeiro semestre de 2016, procurou traçar um diagnóstico da situação atual dos engenheiros civis no Brasil. Entre os dados coletados, com base no Censo de 2010 e na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) do ministério do Trabalho, está a informação de que boa parte dos profissionais voltou ou manteve-se nos bancos das universidades para melhorar suas especializações através de pós-graduações.

Cursos de pós-graduação: imprescindíveis para atender demandas do mercado
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Para Bruno Araújo, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, existem três razões para a consolidação deste cenário. “Uma delas, é que o estudante de engenharia, que finalizou o curso, decidiu seguir aprimorando seus conhecimentos enquanto a crise não passa. Outra hipótese, é que a própria empresa em que o engenheiro trabalha passou a exigir uma especialização. Por fim, o engenheiro passou a atuar por conta própria, como empreendedor, e busca especialização para gerar oportunidades”, avalia.

Ainda que as demandas por serviços de engenharia tenham retraído, sobretudo na construção civil, os engenheiros recentemente formados ainda confiam em um reaquecimento do mercado no médio prazo. Por isso, estão investindo em conhecimento. “É quase inadiável que o Brasil invista maciçamente em obras de infraestrutura, que é um gargalo imenso que impede o crescimento do país. Por conta disso, existe a perspectiva de que haverá oferta de empregos em um ou dois anos”, projeta o pesquisador do Ipea.

Por conta desta expectativa, os engenheiros recentemente formados – sobretudos os civis – estão se mantendo ativos, mesmo quando não são absorvidos pelas empresas do setor. “Alguns se tornaram pessoas jurídicas e passaram a prestar serviço; outros, migraram para o setor financeiro. Há também os que buscam concursos públicos ou a atuação na área da educação, como professores. Por isso, o índice de desemprego entre engenheiros ainda é baixo, se comparado com outras profissões”, explica.

Superoferta
No entanto, no estudo intitulado “Situação dos engenheiros no Brasil”, que consta do boletim Radar 43 do Ipea, percebe-se que, desde que não retome o crescimento em três anos, o país corre o risco de ter uma nova entressafra de engenheiros, como ocorreu com os profissionais que saíram das universidades nos anos 1980 e 1990. “A consolidação do engenheiro no mercado se dá em três anos. Se ele cumprir esse período atuando em outra área, dificilmente voltará para a sua formação original. Além disso, é muito difícil fazer a atualização do engenheiro, ou seja, treiná-lo novamente sem que ele volte a trabalhar na área”, lembra o especialista do Ipea.

Atualmente, segundo dados recentes da RAIS, 14% dos trabalhadores com formação em engenharia no Brasil não estão atuando como profissionais. As estatísticas também revelam que 25% trabalham por conta própria. Outra informação é que, em função do apelo pela profissão de engenharia, deflagrado entre 2007 e 2014, as universidades colocam no mercado – desde 2015 -, 11 mil novos graduados. “Existe uma superoferta de engenheiros, principalmente de civis, elétricos e mecânicos. Mas se eles não forem absorvidos em três anos, é uma mão de obra especializada que vai se perder. E engenheiros são importantes para o desenvolvimento de um país, pois são eles que operam as convergências tecnológicas e conduzem as inovações”, finaliza Bruno Araújo.

Entrevistado
Economista Bruno Araújo, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)

Contato: bruno.araujo@ipea.gov.br

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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