A maior obra de infraestrutura rodoviária do país, o Contorno viário de Florianópolis, deverá ser concluída até dezembro de 2023, que é o prazo acordado com a Agência Nacional de Transportes Terrestres. A obra será um corredor expresso de 50 km, com pista dupla, seis acessos por trevos, quatro túneis duplos, sete pontes e mais de 20 passagens em desnível. Até agora, de acordo com a Arteris Litoral Sul, concessionária responsável pelo trecho, já foram concluídas quatro pontes, sete passagens em desnível, um trevo completo e 11 km de pavimentação.
Atualmente, os trabalhos ocorrem em diversas frentes de obras em todos os trechos da futura rodovia, incluindo a execução simultânea de atividades nos quatro túneis duplos – todos em fase de escavação subterrânea. No túnel 4, entre os municípios de São José e Biguaçu, a concessionária concluiu as escavações nas duas pistas e esse é o primeiro dispositivo a ter a escavação completa, de uma ponta a outra.
A Arteris já investiu R$ 1,9 bilhão na construção do Contorno Viário de Florianópolis, com a geração de mais de 3.000 postos de trabalho no pico das obras.
Desafios da construção do Contorno viário de Florianópolis
Obviamente, uma obra desta magnitude traz diversos desafios. Segundo a Arteris, os principais são:
• Geotecnia
Investimentos intensivos em geotecnia, a fim de permitir a construção da obra num tempo aceitável. A construção de aterros sobre solos moles resulta em adensamentos prolongados invariavelmente (dezenas ou centenas de anos), e as técnicas da Engenharia Geotécnica permitem reduzir esse tempo para meses, entre 6 e 9 meses, no caso do Contorno.
• Terraplenagem
Quando é feita em regiões com chuvas durante todo o ano, como no Sul do Brasil, esta atividade torna-se dependente de muitos outros fatores, porque é necessário tirar água do solo. No entanto, para tal, são necessárias temperatura e ventilação, fatores que também apresentam grande variabilidade no Sul, com dias mais curtos e frios no inverno, e com chuvas torrenciais nos finais de tarde no verão. Assim, a terraplenagem não é uma atividade trivial na região Sul do Brasil e este aprendizado tem se mostrado um verdadeiro desafio para as construtoras.
• Pavimentação
A pavimentação também possui restrições no Sul do Brasil que inexistem nas demais regiões, em especial no inverno, quando a temperatura pode baixar até valores que tornem a atividade impraticável. Como há uma rápida troca de calor entre o ambiente e o concreto asfáltico, isto faz com que este chegue na pista com temperaturas insuficientes para se obter as melhores propriedades de desempenho, frente ao carregamento que lhe será imposto pelo tráfego durante sua vida útil.
• Obras de Arte Especiais (pontes e viadutos)
A particularidade diz respeito ao elevado custo que esse tipo de obra pode alcançar em regiões com espessas camadas de solos moles, onde se faz o uso de fundações especiais para atravessar essa espessura toda até chegar em camadas mais resistentes ou na rocha. Há fundações que chegarão a mais de 40 m de profundidade, com diâmetros de quase 2 m.
Outro desafio são os Viadutos que precisam ser executados tendo que manter a fluidez dos tráfegos locais, neste caso os projetos e as premissas executivas precisam ser adaptados usando técnicas conhecidas como: Balanços Sucessivos e Treliças Lançadeiras de Vigas. Dessa forma grandes vãos poderão ser vencidos sem a necessidade de escoramentos e consequentes interrupções das vias.
Entrevistado
Arterís Litoral Sul
Contatos
penelope@fabricacom.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP