Distante 45 quilômetros do Cairo, está em construção a nova capital administrativa do Egito. A concepção é inspirada na Brasília projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, há 61 anos. Inclusive com uma esplanada de prédios administrativos, culminando no edifício que vai abrigar o parlamento egípcio. A construção da cidade tem 3 fases. A primeira prevê a conclusão para 2022, quando 52 mil funcionários do governo serão transferidos para as novas estruturas; a segunda, em 2030, quando a cidade começará a receber parte dos cidadãos que estão adquirindo imóveis e estabelecimentos comerciais na cidade, e a terceira, em 2050, quando a nova capital administrativa do Egito deverá estar com 6,5 milhões de habitantes.
A fase 1 tem como obra mais importante o prédio do parlamento egípcio. A construção envolve 6.400 operários e 300 engenheiros civis, além de investimento de 58 bilhões de dólares. A execução já consumiu 210 mil m³ de concreto. Na fase 2, o destaque será a conclusão do edifício com 385 metros de altura, que será o maior do Egito e da África. Já a conclusão da etapa 3 terá como símbolo um obelisco com 1.000 metros de altura, e que será a estrutura em concreto mais alta do mundo. Os projetos são do escritório norte-americano de arquitetura Skidmore Owings and Merrill e a execução envolve todas as construtoras do Egito, além da gigante chinesa China State Construction Engineering Corp..
A 1ª etapa da nova capital administrativa do Egito já consumiu 16,5 milhões de horas de trabalho. A carga horária engloba também as obras de mobilidade que estão em andamento. O projeto inclui a construção de seis viadutos e eixos que evitam a interrupção do fluxo de veículos. Outra característica da cidade é que ela não terá a convivência direta entre pedestres, ciclistas e veículos. As calçadas e ciclovias não cruzam ruas e avenidas e também não obrigam que os usuários tenham que aguardar o fechamento de semáforos para atravessar faixas de pedestres. Não é à toa que a nova capital administrativa do Egito está entre as mais ousadas cidades inteligentes em construção no mundo, segundo a revista Forbes.
Egito fará controle populacional da cidade, para evitar o que ocorreu em Brasília
Além dos prédios administrativos, as embaixadas estrangeiras também serão realocadas do Cairo para a nova capital administrativa. Com a transferência, o governo egípcio espera aliviar o congestionamento de veículos e a superpopulação na antiga capital. Cairo tem atualmente 18 milhões de moradores. No entanto, os gestores da cidade em construção alertam que haverá controle populacional para evitar que se repita o que aconteceu em Brasília, que hoje está cercada por bolsões de pobreza no entorno do Plano Piloto. Tanto é que a nova capital foi projetada para ter, no máximo, 6,5 milhões de habitantes.
Não significa, porém, que moradores do Cairo, que não sejam funcionários públicos ou que não trabalhem na nova capital administrativa, não possam frequentá-la. A principal ligação entre as duas cidades será por transporte público. Haverá um sistema de monotrilhos que percorrerá 54 quilômetros e terá 21 estações. Outra característica que diferencia a nova capital administrativa do Egito da capital federal do Brasil é que a cidade egípcia tem financiamento majoritariamente privado, enquanto Brasília contou apenas com recursos públicos. Além disso, o projeto de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa foi concebido e executado em apenas 5 anos, enquanto o egípcio começou em 2015 e será concluído em 2050.
Entrevistado
Construtora The Arab Contractors – Osman Ahmed Osman & Co. (detentora da maior parte dos contratos da fase 1 da nova capital administrativa do Egito) e Skidmore Owings and Merrill (via departamentos de comunicação)
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Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330