Infraestrutura do Brasil requer R$ 1,17 tri até 2019
Recursos viabilizarão 6.068 obras relevantes para o país, nas áreas de transporte, energia, óleo e gás, saneamento, habitação e indústria
Recursos viabilizarão 6.068 obras relevantes para o país, nas áreas de transporte, energia, óleo e gás, saneamento, habitação e indústria
Por: Altair Santos
Se quiser viabilizar a retomada do crescimento através do impulso à infraestrutura, o Brasil precisará investir R$ 1,17 trilhão até 2019. Esse volume de recursos deverá priorizar seis setores: óleo e gás, transporte, energia, saneamento, infraestrutura de habitação e indústria. São segmentos que englobam 6.068 obras, algumas em andamento, outras já projetadas, mas a maioria apenas em intenção. É o que revela a edição 2014 da pesquisa intitulada “Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil”, encomendada pela Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração).
O segmento de transporte é um dos que mais tendem a capitalizar recursos, requerendo investimentos na ordem de R$ 438,4 bilhões para o período 2014-2019. Entre as principais obras neste setor, as relacionadas com a mobilidade urbana em municípios é que deverão absorver a maior parte destes recursos. As mais relevantes são: linha 5 do metrô de São Paulo, linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, VLT de Santos, VLT Cuiabá-Várzea Grande, corredor Via 710, em Belo Horizonte, perimetral de Porto Alegre, túnel Santos-Guarujá, ponte sobre o rio Baetatã, em Magoragipe-BA e travessia de Juazeiro, também na Bahia.
Os investimentos em saneamento básico, segundo o levantamento da Sobratema, precisam chegar a R$ 35,8 bilhões até 2019. Atualmente, existem cerca de 1.500 obras em andamento, realizadas por municípios, governos estaduais e parcerias público-privadas. Há outros 3.400 empreendimentos em fase de projeto ou em intenção de construir. No entanto, o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) prevê que sejam aportados recursos da ordem de R$ 508,4 bilhões, entre 2014 e 2033. Do total de investimentos previstos, 59% virão de recursos federais e 41% com recursos de outros agentes, como governos estaduais e municipais, prestadores de serviços de saneamento e iniciativa privada.
Por conta deste volume de recursos, e da quantidade de obras que precisam ser viabilizadas, o presidente da Sobratema, Afonso Mamede, entende que o governo federal não tem mais como recuar em uma política de incentivo à infraestrutura. “Não dá mais para o Brasil não investir em infraestrutura. Ainda que estejamos enfrentando uma acomodação, causada pelo momento econômico, avalio que, a partir de 2016, a infraestrutura será a locomotiva para o país voltar a crescer”, diz.
Já o professor do departamento de economia da PUC-SP e diretor da Insight Consultoria Econômica, que também atua como consultor da Sobratema, Rubens Sawaya, também considera que a retomada do crescimento do país deverá se dar através do impulso às obras de infraestrutura. “Uma hora o investimento em infraestrutura deverá ser retomado. Diria mais: independentemente do momento econômico, dá para fazer”, completa.
Entrevistados
Engenheiro civil Afonso Mamede, presidente da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração)
Economista Rubens Sawaya, professor do departamento de economia da PUC-SP e diretor da Insight Consultoria Econômica
Contato: sobratema@sobratema.org.br
Crédito Foto: Divulgação/Cia. de Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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