Entre 210 projetos, venceu o que soube usar modernas tecnologias construtivas em prol do conforto e do baixo consumo energético
Por: Altair Santos
Para comemorar seis anos, o CAU (Conselho de Arquitetos e Urbanistas) apresentou recentemente o projeto de sua nova sede, que será construída em Brasília. O prédio vai dividir espaço com o IAB-DF (Instituto de Arquitetos do Brasil, regional Brasília). Com área útil de 5 mil m², a edificação vai custar R$ 14 milhões.
Houve um concurso público para a escolha do projeto e o vencedor foi o assinado pelo São Paulo Arquitetos, e liderado pela arquiteta e urbanista Taís Cristina da Silva. Segundo a comissão julgadora, o projeto destacou-se pela “imagem forte e austera, com uma grande praça lateral de transição e convívio, e pela clareza na espacialização”. A arquiteta já venceu concursos para construir o centro judiciário de Curitiba, o aeroporto de Florianópolis e o teatro de Natal.
O concurso para a nova sede nacional do CAU teve 210 projetos concorrentes. “Nunca vi um concurso com tantas colaborações como este. Quero agradecer a todos os concorrentes por terem se disposto a oferecer essa contribuição para a primeira sede”, afirmou o presidente do conselho, Haroldo Pinheiro. “Tivemos uma diversidade muito grande de projetos. Mais uma vez o concurso se mostra a melhor forma de contratação de um projeto de arquitetura e urbanismo”, completa Igor Campos, coordenador do concurso.
Criado por decreto presidencial em 31 de dezembro de 2010, o Conselho de Arquitetos do Brasil lançou um livro com a sinopse dos 210 projetos que foram submetidos ao júri do concurso. Além disso, a obra traz dois projetos antigos e originais para a sede do IAB-DF. O primeiro deles, feito por Oscar Niemeyer na década de 1960; o outro, do arquiteto Aleixo Furtado, vencedor do primeiro concurso para a sede do IAB-DF, realizado em 1979. Nenhum dos dois projetos foi levado à frente.
Prédio verde
Na nova sede do CAU, metade da área será em subsolo e destinada exclusivamente a estacionamento, departamentos técnicos e prumadas de circulação vertical. Os demais pavimentos terão estrutura mista (concreto e aço) com fachada em vidro e amplos brises para ajudar na circulação do ar. Internamente, o prédio conta com vãos amplos, fundamentais no desempenho térmico da edificação.
O projeto atende aos conceitos de prédio sustentável e terá um telhado verde, além de placas fotovoltaicas instaladas na cobertura. O reuso da água também foi contemplado. O objetivo é permitir que pelo menos 15% da energia consumida à noite no edifício tenha origem na energia solar, e que 20% da água não-potável usada nas instalações venha do reuso.
Ainda não há previsão para o início das obras, mas a expectativa é de que comecem em 2017. Para a arquiteta Taís Cristina da Silva, a intenção fundamental foi fazer com que o projeto representasse os mais altos anseios de uma casa feita por, e para arquitetos. “Sabíamos que era uma disputa difícil, dado a importância do projeto e o número de concorrentes. Quando saiu o resultado foi uma alegria enorme”, afirmou.
Veja os 210 projetos que concorreram para a nova sede do CAU
Entrevistados
– Presidente Haroldo Pinheiro, presidente do CAU (conselho de Arquitetos e Urbanistas) (via assessoria de imprensa)
– Arquiteta Taís Cristina da Silva, da São Paulo Arquitetos (via assessoria de imprensa)
Contatos
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Crédito Foto: São Paulo Arquitetos