O home office durante a pandemia de COVID-19 despertou as pessoas para o ambiente em que residem. Muitas descobriram que dividem suas casas e apartamentos com o mofo, a umidade e as infiltrações. Esses problemas estão em 85% das construções brasileiras, apontam dados do IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização), mas não são os únicos. Residências que recebem grandes emissões de ondas eletromagnéticas, têm problemas de iluminação ou que foram construídas com materiais fora da conformidade também podem ser consideradas “domicílios enfermos”. É o que apontam os parâmetros do Healthy Building Certificate (certificação para construção saudável).
O conceito é novo e considerado uma evolução das certificações voltadas para construções sustentáveis, como explica o CEO da Healthy Building Certificate no Brasil, o engenheiro civil Marcos Casado. Mas qual a diferença da construção saudável para a construção sustentável? “As certificações de construções sustentáveis têm foco na redução dos impactos sobre o meio ambiente. Por exemplo: quando elas tratam de água, se concentram na redução de consumo, no tratamento das águas cinzas e na captação de água pluvial. Já a construção saudável tem foco no usuário. Quando ela aborda o tema água, quer saber qual é a qualidade da água que entrará em contato com quem vai habitar ou trabalhar na edificação”, compara.
A certificação sobre construção saudável aborda 10 parâmetros: o projeto arquitetônico, a iluminação, a qualidade acústica, a qualidade dos materiais de construção, a canalização e a qualidade da água, o projeto elétrico, a qualidade do ar, o paisagismo, a sustentabilidade e a manutenção da edificação. “É uma evolução das certificações que abordam apenas construção sustentável”, afirma Marcos Casado, que recentemente palestrou em webinar promovido pelo Instituto de Engenharia. O engenheiro civil afirma que se trata de um mercado que movimenta cerca de 4,5 trilhões de dólares por ano em todo o mundo. Isso envolve desde construções novas até retrofit de prédios e residências já construídos, mas que precisam de reformas para se adequar à certificação.
Além da Healthy Building Certificate, Brasil conta com o Movimento Construção Saudável
No Brasil, além da representação do Healthy Building Certificate, existe também uma organização liderada por arquitetos e engenheiros civis chamada de Movimento Construção Saudável. O objetivo é combater os vícios construtivos que desencadeiam em problemas nas edificações e na saúde de seus moradores. Quando o movimento foi lançado apresentou um manifesto com dados da The Global Impact of Respiratory Disease (O Impacto Global das Doenças Respiratórias). O levantamento mostra que mais de 70% das pessoas que possuem doenças pulmonares crônicas residem em construções onde o ar é insalubre. “Com a pandemia, a preocupação com o ambiente construído potencializou”, relata a presidente do Movimento Construção Saudável, a arquiteta Fabíola Vasconcellos Cecon. “Mais do que mudar a decoração, a preocupação com ambientes saudáveis teve um avanço exponencial com a pandemia”, completa.
Entrevistado
Healthy Building Certificate e Movimento Construção Saudável
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Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330