Quatro obras em fase de execução no Paraná permitem que o estado saia na frente para ser o primeiro do Brasil a conectar a Rota Bioceânica. Entre os complexos rodoviários em construção estão a segunda ponte Brasil-Paraguai e a Perimetral Leste, em Foz do Iguaçu, além da conclusão da Estrada da Boiadeira, na região noroeste, e o novo Trevo Cataratas, em Cascavel. Três obras são financiadas pela Itaipu Binacional, enquanto os recursos para o trevo virão de acordo de leniência entre a Ecorodovias S.A e o Ministério Público Federal.
A Rota Bioceânica é uma rodovia internacional idealizada para ligar Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, com o objetivo de facilitar o acesso aos portos de Antofogasta e Iquique. Trata-se de um projeto continental de mais de 60 anos, e que só na década passada começou a sair do papel. A meta é criar uma alternativa rodoviária que conecte os oceanos Atlântico e Pacífico, agilize as exportações para os países asiáticos e reduza a dependência do Canal do Panamá.
As estruturas dos trevos serão construídas em concreto pré-moldado e dotadas de 4 alças que permitirão acesso e saída em todos os sentidos de cada um dos entroncamentos rodoviários. A um custo de 140 milhões de reais, a obra tem prazo de 545 dias para ser executada e será entregue junto com a nova ponte Brasil-Paraguai, que já atingiu 45% da execução no lado brasileiro. A previsão de conclusão é 2022.
Dos 2,4 mil quilômetros da rota continental, 800 quilômetros atravessam o Paraguai
Do lado brasileiro, o concreto usado na ponte é fornecido pela empresa Minero Mix, de Foz do Iguaçu, que utiliza Cimento Itambé. A obra de arte terá 760 metros de comprimento, com vão livre de 470 metros, e vai contar com pista de 3,7 m de largura em cada faixa, acostamento de 3 m e calçada de 1,70 m. O custo é de 323 milhões de reais. Do lado paraguaio, a ponte irá desembocar em Presidente Franco e será um dos acessos à Bioceânica no país vizinho.
O outro será pela ponte a ser construída entre Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, e Carmelo Peralta, no Paraguai. Essa estrutura terá como obra complementar a revitalização da BR-487, conhecida como Estrada da Boiadeira. Serão investidos 228 milhões de reais para restaurar os trechos já existentes e construir mais 47 quilômetros da rodovia, entre Icaraíma e Umuarama, no noroeste do Paraná. A previsão é que a obra se estenda até 2023.
A importância de recuperar a Estrada da Boiadeira é que ela se conecta com a BR-267, no Mato Grosso do Sul, que, por sua vez, assegura acesso ao trecho paraguaio da Bioceânica. O país vizinho é estratégico para viabilizar a rodovia continental. Dos 2,4 mil quilômetros de extensão, 800 quilômetros cruzam o Paraguai. O trecho paraguaio da Bioceânica foi batizado de Transchaco. A estrada já está em construção e 2/3 dela receberão pavimento de concreto.
Esse percurso é o mais caro da Rota Bioceânica e vai custar 670,5 milhões de dólares. Das nações que serão cortadas pela rodovia, o Chile é o que necessita menor volume de obras. O país vai precisar duplicar 250 quilômetros de suas rodovias para receber o fluxo de veículos que virão da rota continental em direção aos portos de Antofogasta e Iquique.
Veja projeção de como ficará o Trevo Cataratas, em Cascavel
Entrevistado
Ministério da Infraestrutura (MInfra), Itaipu Binacional e ministério de Obras Públicas do Paraguai
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Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330