Vinícolas optam pelo concreto para obter vinho mais puro
Barril recebe revestimento especial, é produzido com agregados selecionados, cimento do tipo CP-II e água mineral
A ideia não é nova. Já no século 19, vinícolas francesas armazenavam vinho em tonéis de concreto. Agora, em pleno século 21, o material volta a conquistar vinicultores e enólogos, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. A alegação é que a fermentação, o amadurecimento e o armazenamento em tanques de concreto geram um vinho mais puro, por causa da micro-oxigenação. Os barris de carvalho e de aço inoxidável também possibilitam esse processo, mas influenciam no aroma e no sabor do vinho.
O que mudou nas experiências de armazenar vinho em recipientes de concreto foi a tecnologia de fabricação dos tonéis e a produção do material, que transfere cada vez menos impurezas à bebida. Na França, na região de Borgonha, está o principal produtor de barris de concreto do mundo. A Nomblot exporta seus artefatos em formato oval, cilíndrico, cônico ou poliédrico. Cada um atende a diferentes variedades de vinhos. No entanto, boa parte dos compradores da Nomblot prefere o tonel em formato oval.
As vantagens são explicadas por alguns vinicultores dos Estados Unidos, que são os principais compradores dos barris de concreto. “O concreto permite a oxigenação gradual do vinho, semelhante aos barris de carvalho, mas sem os sabores adquiridos dos barris de carvalho”, diz James Mantone, da Syncline Wine Cellars. Já Mike MacMorran, da Mark Ryan Winery, trocou reservatórios de aço inoxidável pelos de concreto. “O concreto produz vinhos com um perfil aromático mais fresco e limpo, semelhante ao aço inoxidável, porém sem as sensações de palato mais severas e mais duras que recebemos do aço inoxidável”, revela.
Tonéis de concreto são pré-moldados com espessura de 10 centímetros
Os maiores elogios aos barris de concreto vêm dos produtores de vinhos brancos. “O cubo de concreto nos proporciona uma fermentação lenta e fria”, observa Chris Dowsett, que também é vinicultor norte-americano. Para chegar à excelência que os tonéis de concreto exigem, os fabricantes pré-moldam o material com espessura de 10 centímetros. Na parte interna, os barris recebem revestimento neutro de epóxi, que é aplicado a frio e sem solvente.
Assim, o tanque é capaz de manter uma temperatura constante de forma natural, mesmo durante os picos de calor gerados pela fermentação. Isso só é possível porque o concreto é um isolante térmico. No caso dos barris fabricados pela Nomblot, eles não utilizam aditivos químicos. Para produzir o concreto, usam areia e seixos de rios selecionados, além de água mineral não clorada e cimentos da categoria CP-II.
Quanto às eventuais desvantagens dos barris de concreto, estão o custo da importação – comparável aos melhores tonéis de carvalho -, a movimentação dos tonéis na vinicultura, já que eles precisam de empilhadeiras especiais, e uma técnica mais exigente de limpeza. Elementos como água com muito cloro devem ser evitados, por causa das patologias que podem ser desencadeadas no concreto. No entanto, são adversidades que os produtores assimilam por perceber que os barris de concreto asseguram maior pureza e qualidade ao produto.
Entrevistado
Winepedia e Nomblot Concrete Wine Tanks, pertencente ao grupo Beton Concept (via assessoria de imprensa)
Contato
winepedia@wine.com.br
contact.helicave@beton-concept.fr
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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