Cem anos de Vilanova Artigas, o arquiteto das cidades
Colocado no mesmo patamar de Oscar Niemeyer, ele se inspirava na valorização das estruturas e no concreto aparente para projetar suas obras
Colocado no mesmo patamar de Oscar Niemeyer, ele se inspirava na valorização das estruturas e no concreto aparente para projetar suas obras
Por: Altair Santos
Nascido em Curitiba, em 23 de junho de 1915, o engenheiro-arquiteto João Batista Vilanova Artigas é colocado no mesmo patamar de Oscar Niemeyer. Os dois são considerados os grandes nomes da arquitetura do país. Se Niemeyer criou Brasília, Artigas propôs a transformação de cidades já construídas. É reconhecido por antever a arquitetura e o urbanismo como ferramentas indispensáveis para melhorar a realidade brasileira. Foi com base nesses conceitos que orientou a criação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU), da qual foi um de seus fundadores.
Vilanova Artigas não apenas influenciou intelectualmente o surgimento da chamada Escola Paulista de Arquitetura, como projetou, junto com Carlos Cascaldi, o edifício que até hoje é sede da FAU-USP. O prédio tem uma das marcas registradas do arquiteto: a valorização das estruturas, dos pilares esbeltos e do concreto aparente. O material foi amplamente explorado por ele em fachadas, brises, paredes internas, escadas e mobiliário. Essa aproximação com o concreto aparente faz parte da chamada terceira fase de Artigas, também conhecida como arquitetura brutalista.
Foram os conceitos desta fase que o arquiteto empregou ao projetar o estádio do Morumbi. Mas Artigas, que em 2015 tem seu centenário celebrado em várias frentes culturais, gostava também de criar novas viabilidades para as habitações. É dele a frase que até hoje é um marco nas escolas de arquitetura e urbanismo. “As pessoas devem se sentir nas cidades como se sentem em casa, e se sentir em casa como se sentem nas cidades”, dizia. Seguindo esse conceito, ele projetou obras como o edifício Louveira e as casas Bettega, em Curitiba, e Czapski, na capital paulista.
Celebração do centenário
Muitas obras projetadas e construídas por João Batista Vilanova Artigas – ele era graduado em engenharia civil – estão em processo de tombamento pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Entraram recentemente na fila o Cine Teatro Ouro Verde e a antiga rodoviária de Londrina, além do Museu de Artes – também na cidade do norte paranaense. Todas as edificações foram inauguradas em 1952, quando o arquiteto começava a entrar na fase em que o concreto aparente passou a ter papel relevante em seus projetos.
A celebração do centenário de Vilanova Artigas abre a oportunidade para que seu trabalho seja conhecido pelo público. Há quatro vertentes com o objetivo de mostrar quem foi o arquiteto. Entre elas, o documentário “Vilanova Artigas: as Cidades como as Casas, as Casas como as Cidades”. Também foi lançado um site oficial, que disponibiliza o acervo profissional e pessoal de Artigas, além de um livro com suas obras mais relevantes. Por fim, a exposição no espaço Itaú Cultural, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo, propõe um mergulho no processo criativo do arquiteto. A mostra vai de 24 de junho a 9 de agosto e reúne projetos, desenhos e fotos pessoais do imortal arquiteto.
Navegue no site oficial e conheça mais sobre Vilanova Artigas: www.vilanovaartigas.com
Entrevistado
Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB)
Contato: centenarioartigas@gmail.com
Créditos Fotos: Divulgação/Vilanova Artigas
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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