Trecho leste do Rodoanel terá inovações construtivas
Ponte de 11 quilômetros será erguida pelo sistema “encontro leve estruturado” para causar menos impacto ambiental. Obra é estratégica para economia paulista.
Ponte de 11 quilômetros será erguida pelo sistema “encontro leve estruturado” para causar menos impacto ambiental. Obra é estratégica para economia paulista
Por: Altair Santos
A experiência adquirida durante a construção dos trechos oeste e sul do Rodoanel será usada para dar mais celeridade às obras do trecho leste, que começam em setembro de 2011. O empreendimento é o terceiro de quatro etapas do sistema viário que contorna o município de São Paulo, criado para desafogar o tráfego de veículos pesados da área urbana da maior metrópole do país.
O novo trecho terá 43,5 quilômetros de extensão e será estratégico para a economia paulista, pois vai ligar as cinco rodovias do trecho oeste (Bandeirantes, Anhanguera, Raposo Tavares, Castello Branco e Régis Bittencourt) ao sistema Anchieta-Imigrantes e, consequentemente, ao Porto de Santos. Diferentemente de outras etapas do Rodoanel, a parte leste teve um modelo de licitação com menos encargos, o que permitirá pedágios mais baratos.
Outra inovação é que o trecho, previsto para ser concluído em 36 meses, terá obras menos impactantes para o meio ambiente. Por exemplo, para atravessar a transposição das várzeas dos rios Guaió e Tietê o consórcio responsável pela construção – o SPMar – optou por erguer uma ponte com 11 quilômetros de extensão pelo sistema “encontro leve estruturado”.
A literatura sobre engenharia ensina que esse modelo construtivo consiste de fundação com estacas de 70/80 t, com um bloco de ancoragem, de onde nascem os pilares, com 7 m a 15 m de altura no máximo. A meso-estrutura é complementada com uma viga que serve de apoio para a laje (moldada in loco), com comprimento máximo de 8 m a 10 m.
Túnel de 1.100 m
O trecho leste do Rodoanel cortará sete municípios da região metropolitana de São Paulo: Guarulhos, Suzano, Arujá, Ribeirão Pires, Poá, Itaquaquecetuba e Mauá. Além da ponte sobre a região de Suzano, outra intervenção da engenharia para poupar áreas de preservação será a construção do túnel na região de Mauá, que desviará o Parque Ecológico da Gruta de Santa Luzia.
Com 1.100 metros de extensão, o túnel terá a rocha removida transformada em pedra britada para utilização no pavimento. Como nos trechos anteriores do Rodoanel, o leste também dará prioridade ao pavimento em concreto, por causa do grande fluxo de veículos que as pistas receberão. Estima-se 12 mil por dia, com projeção de que 60% voltado para o transporte de carga.
O consórcio responsável pelo trecho ainda não tem projeções sobre o volume de concreto a ser empregado na obra. No entanto, a opção será pela produção dos pré-moldados de concreto em usinas que serão instaladas próximas aos locais de uso das peças.
Antes desta etapa, o consórcio precisa da desapropriação de 16,7 milhões m² de área, nos sete municípios onde o trecho leste vai passar. Para essa etapa serão gastos R$ 1,1 bilhão. O custo total da obra está orçado em R$ 5,1 bilhões.
Para realocar quase 900 imóveis, entre rurais e urbanos, a SPMar estabeleceu parcerias com as prefeituras dos municípios por onde a obra vai passar. “Nós ficaremos três anos nessas cidades realizando a construção. E essa aproximação se faz necessária, uma vez que, seremos todos parceiros dessa grande obra”, disse o presidente do consórcio, Sérgio Santillan.
Um dos atrativos para os municípios que serão cortados pelo trecho leste do Rodoanel é a geração de empregos. A concessionária estima criar em torno de seis mil postos de trabalho diretos e perto de 27 mil indiretos. Os canteiros de obras já estão em fase final de conclusão e quando as obras começarem, 10 frentes de trabalho simultâneas vão atuar ao longo do trecho.
Especificações técnicas do trecho leste do Rodoanel de São Paulo
Obras de Arte
Superestrutura
– Moldada no local sobre escoramento direto
– Com tabuleiro composto por vigas pré-moldadas
– Executadas pelo método dos balanços sucessivos
Obra de Arte Especial
Infraestrutura
– Na presença de solos moles
– Com estadas escavadas com lama bentolítica
– Com tubulões em ar comprimido
– Com estacas metálicas
Pavimentação
– Pavimento rodoviário com o mínimo de 4 faixas, 2 faixas em cada sentido, com os seguintes revestimentos: placas de concreto de cimento Portland, concreto asfáltico modificado por polímeros e concreto asfáltico com adição de borracha SMA (Stone Mastic Asphalt)
Túneis
– Túnel rodoviário com o mínimo de 4 faixas, 2 faixas em cada sentido, compreendendo escavações em 1ª, 2ª e 3ª categoria de material
Entrevistado
ARTESP (Agência de Transporte do Estado de São Paulo)
Concessionária SPMar
Contatos: imprensa@artesp.sp.gov.br / www.artesp.sp.gov.br / luiz.ferreira@gwacom.com (assessoria de imprensa)
thiago.manolio@gwacom.com (assessoria de imprensa)
Crédito Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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