Torres mais altas elevam em 6 vezes potencial eólico

26 de outubro de 2016

Torres mais altas elevam em 6 vezes potencial eólico

Torres mais altas elevam em 6 vezes potencial eólico 800 579 Cimento Itambé

Estudo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas revela que captar ventos a 100 metros de altura é o ideal

Por: Altair Santos

Revisão do potencial eólico do Brasil aponta que o país pode ter capacidade seis vezes maior de produzir energia a partir dos ventos que o estimado no levantamento de 2001, e registrado no Atlas do Potencial Eólico Brasileiro. O estudo, realizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-Clima), aponta que com o uso de torres mais altas é possível obter o aumento de geração de energia, captando ventos a uma velocidade de 7m/s.

Peças pré-fabricadas para eólicas de grande porte: concreto suporta melhor torres com mais de 100 metros de altura

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Segundo o coordenador da pesquisa, Ênio Bueno Pereira, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), quando o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro foi elaborado, estimava-se o uso de torres de 50 metros de altura. No entanto, a tecnologia para a fabricação de torres evoluiu e hoje é possível ter elementos de sustentação das pás rotatórias que chegam a mais de 150 metros. “Só elevando a altura, é viável ampliar o potencial de exploração de 143 gigawatt/ano para 880 gigawatt/ano”, diz.

A indústria brasileira de pré-fabricados de cimento já desenvolve torres com até 120 metros de altura. No Rio Grande do Norte, boa parte do parque eólico instalado no estado usa esses elementos. As peças são construídas com aço de protensão incorporado ao concreto. Com medidas menores, elas permitem uma logística mais adequada para o transporte rodoviário que os elementos em aço. Além disso, possibilitam a construção de torres com estruturas mistas – base e pedestal em concreto e demais componentes em aço.

No Brasil, o primeiro parque eólico foi construído em Osório-RS, cuja instalação começou em 1999. As 75 torres que compõem o empreendimento são em concreto e possuem 100 metros de altura. A produção de energia estimada é de 425 MW/ano. O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro mostra que há atualmente no país 167 parques geradores de energia a partir do vento. O Rio Grande do Norte e a Bahia são os estados que mais produzem esse tipo de energia renovável.

Potencial para suprir a demanda nacional

Parque eólico de Osório: 75 torres com 100 metros de altura, feitas em concreto pré-fabricado

Parque eólico de Osório: 75 torres com 100 metros de altura, feitas em concreto pré-fabricado

Segundo o mais recente relatório sobre a capacidade instalada de geração eólica no Brasil, em julho de 2016 o país atingiu 9.265 MW, com crescimento de 44,1% em relação a julho de 2015. Com esse montante, a fonte eólica já representa 6,3% da capacidade total de geração de energia do país. Para os próximos anos, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2024), a capacidade instalada deve alcançar 24 mil MW até 2024, quando representará 11,6% da capacidade instalada total no país.

De acordo com o pesquisador Ênio Bueno Pereira, teoricamente fontes eólicas e solares já seriam capazes de suprir a demanda nacional. Contudo, ainda é necessário ultrapassar obstáculos financeiros e de conhecimento. “O problema do custo tem sido superado pela evolução tecnológica, tanto que esses dois tipos renováveis já são competitivos com a energia termelétrica. Já a barreira do conhecimento é aquela que ainda impede investidores de ter mais interesse na geração eólica e solar. Esse é nosso papel: investigar e disseminar os dados científicos sobre os verdadeiros potenciais dessas energias”, diz.

Entrevistado
– Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-Clima) (via assessoria de imprensa)
– Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) (via assessoria de imprensa)
– Associação Brasileira de Energia Eólica ( ABEEólica) (via assessoria de imprensa)

Contatos
imprensa@inpe.br
comunicacao@abeeolica.org.br

Crédito Foto: Divulgação e Heitor Carvalho Jorge/Agência Brasil

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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