Öresund: de “ponte impossível” a ícone da engenharia
Literatura da construção civil cita a estrutura como uma “aula de engenharia” em todos os seus aspectos
Dezoito anos depois de sua inauguração, a ponte de Öresund segue ganhando prêmios. Também frequenta uma série de livros que listam recordes. A obra que liga a Dinamarca à Suécia é um ícone da engenharia moderna. De “ponte impossível”, transformou-se em modelo de projeto. Uma das lições que a megaobra deixa é que ela é fruto dos erros. Equívocos em outras superobras realizadas pelo mundo serviram para orientar os engenheiros que atuaram na Öresund de como não repeti-los.
A execução da ponte cumpriu rigorosamente o cronograma. Começou a ser construída em 1995 e foi inaugurada em junho de 2000. Antes do canteiro de obras ser efetivamente instalado, o projeto foi estudado por quatro anos. Todas as variáveis foram levadas em consideração para que o empreendimento atingisse a perfeição. Até a manutenção da ponte foi planejada antes que ela saísse do papel. Não é à toa que na literatura da construção civil a ponte de Öresund é citada como uma “aula de engenharia” em todos os seus aspectos.
Öresund tem 16 quilômetros de extensão, incluindo o trecho de ponte estaiada e o túnel submarino. Ela cruza o mar Báltico e liga Copenhague, na Dinamarca, a Malmö, na Suécia. A estrutura atende o fluxo de veículos e de trens. A parte superior é uma autoestrada pavimentada com concreto e destinada ao tráfego rodoviário, ao longo de suas 6 pistas – quatro para a circulação de carros, motocicletas e caminhões e duas que só são liberadas em situação de emergência. A parte inferior da ponte atende duas vias férreas.
O túnel submarino acoplado à ponte percorre 4 quilômetros debaixo do mar Báltico. Já o tabuleiro da ponte tem 8 quilômetros, sendo um quilômetro suspenso pelos estais. O vão central mede 490 metros, com altura de 57 metros acima do nível do mar, para possibilitar o tráfego marítimo. As torres que sustentam os estais estão a 240 metros de altura, equivalente a um edifício com mais de 60 andares. O projeto complexo ainda exigiu a construção de uma ilha com 4 km2, e que ficou pronta em 14 meses.
Estrutura consumiu trilhões de quilos de rocha e de concreto para viabilizar a ilha e o túnel
A construção da ponte de Öresund tem números superlativos. Para viabilizar a ilha, foram consumidos quase 2 trilhões de quilos de rocha, areia retirada do fundo mar e entulhos de construção que vieram de várias partes da Europa. Na ponte e no túnel submarino foram usados 280 mil m³ de concreto estrutural, 82 mil toneladas de aço estrutural e 60 mil toneladas de aço corrugado para protensão. Com exceção do concreto usado nos tabuleiros, todos os outros elementos foram pré-fabricados na Suécia.
Os elementos para o túnel são, até hoje, os maiores já produzidos pela indústria de pré-fabricados de concreto em todo o mundo. Cada uma das 20 peças tem 75 metros de comprimento, 38 metros de largura e 8,5 metros de altura, consumindo o equivalente a 8 trilhões de litros de concreto. Um único elemento possui tamanho semelhante a dois campos e meio de futebol e pesa aproximadamente 55 mil toneladas. Todos foram instalados com perfeição milimétrica, possibilitando que a ponte de Öresund se tornasse realidade. Atualmente, a estrutura recebe tráfego de 25 milhões de pessoas por ano, que transitam entre a Dinamarca e a Suécia.
Veja vídeo sobre a construção da ponte de Öresund
https://youtube.com/watch?v=uNzRLQ_IHTQ
Entrevistado
Administração da ponte de Öresund (via assessoria de imprensa) e dados do documentário da National Geographic Channel
Contato: press@oresundsbron.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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